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Nessa altura da vida, podia olhar para trás e rever-se no menino que
brincava descalço no morro do Livramento. Recebera títulos e honrarias, era,
desde 1897, presidente da Academia Brasileira de Letras; recebera em sessão
solene., dessa mesma Academia, um ramo de carvalho de Tasso, enviado da Itália
por Joaquim Nabuco. A honra final não poderia prever: diante do seu ataúde, em
nome dos acadêmicos, falaria comovidamente o mais ilustre dos brasileiros vivos,
Rui Barbosa.
Duas outras datas, e que não podem ser esquecidas: 1869, ano do seu
casamento com D. Carolina Augusta Xavier de Novais, e 1904, ano em que ela
morreu. A mulher, imortalizada no seu melhor soneto, lhe trouxe um tranqüila
felicidade; e, até certo ponto, se pode dizer que ao seu desvelo se deve a plena
realização do escritor: sem Carolina, principalmente depois que nele se
manifestou a epilepsia, seria talvez, interrompida a linha ascensional que
diagramatiza carreira literária de Machado de Assis.
Na poesia não esteve à sua própria altura. Diríamos, até, que se lançou
no gênero, porque era esse o de maior vaga na época, o que reunia os grandes
nomes literários. Poucos os poemas em que atingiu a atmosfera da poesia. O
restante é um versejar nem sempre com bons ouvidos ou boas imagens.
É verdade que Lúcia Miguel Pereira afirma que "ele foi inegavelmente
poeta"; mas, na mesma página, tratando das resistências de Machado a dar a
edição das Poesias Completas, reconhece que "talvez sentisse, com o seu agudo
senso crítico, que na poesia não se realizaria inteiramente". Nesse tempo, 1901, já
haviam sido publicados: de Bilac, Poesias; de Alberto de Oliveira, Canções
Românticas, Meridionais, Sonetos e Poemas, Versos e Rimas, Poesias
Completas; de Raimundo Correia, Primeiros Sonhos, Sinfonias, Versos e Versões,
Aleluias, Poesias; de Vicente de Carvalho, Relicário. Note-se que, em Poesias
Completas, muitos poemas dos primeiros livros aparecem com correções de
métrica e de vocabulário, supressão ou alteração de versos, mostrando que
Machado de Assis acompanhava a evolução da técnica literária, posta em
evidência pelo parnasianismo.
Dos contos poderemos citar "A academia de Sião", "A Igreja do Diabo",
"A Cartomante", "Cantiga de Esponsais" , "A Desejada das Gentes", "Noites de
Almirante", para falar só dos que reúnem o beneplácido coletivo, embora
saibamos muito incompleta a lista.
"A medida que se vai recuando para o passado, sentimos melhor o que
representa para o Brasil esse mestiço que tanto elevou a sua gente e o seu país, a
pureza dessa personalidade que paira sobre a literatura brasileira, como um
símbolo da nobreza do pensamento e do poder do espírito."
• OBRAS
• Os Romances
• Os contos:
Bibliografia:
Enciclopédia Digital Koougan-Houaiss
Videolar Multimídia – 1998
Internet – Biblioteca Virtual Machado de Assis – Goiânia, GO
Texto gentilmente cedido por Daniela Cunha Doutel (fdoutel@sti.com.br)
www.sti.com.br