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O NASCIMENTO DAS

FÁBRICAS

“Todas as pessoas que se encontram trabalhando


nos teares mecânicos estão ali de modo forçado,
porque não podem existir de nenhum outro modo;
via de regra são pessoas cujas famílias foram
destruídas e seus interesses arruinados...têm a
tendência de ir como pequenas colônias colonizar
esses moinhos.”
Inspetor governamental inglês (1834)
O NASCIMENTO DAS
FÁBRICAS
O mercado não só impõe aos homens
determinadas tecnologias “eficazes”, como
também impede que lhes seja possível
pensar outras tecnologias.
Somos então induzidos, a pensar dentro de
uma lógica definida, que não é ditada por leis
de mercado, mas sim, regida por
mecanismos sutis de controle social.
O NASCIMENTO DAS
FÁBRICAS
“Preguiça, silenciosa assassina, não mais tenha
minha mente aprisionada. Não me deixes nenhuma
hora mais contigo, sono traidor”. (Thompson)
Essa mudança de destinatário do discurso moralizante
do tempo útil nos dá a medida de como as idéias de
uma classe dominante tornaram-se as idéias
dominantes de toda a sociedade através de um
persistente e minucioso trabalho de introjeção de
novas normas e valores, isto é, pela introjeção
definitiva da imagem do tempo como moeda no
mercado de trabalho.
O NASCIMENTO DAS FÁBRICAS
A produção histórica de uma classe de
proprietários dos meios de
produção(burguesia), faz aparecer para os
sujeitos sociais a imagem de que existe a
imperiosidade da figura do capitalista, como
elemento indispensável para o processo de
trabalho pois tinha o domínio das fábricas.
Vários autores estudaram esse processo de
formação das relações sociais da ordem
burguesa. Vejamos:
STEPHEN MARGLIN
Stephen Marglin, preocupado com a análise da
constituição do sistema de fábrica como sistema, da
divisão e do parcelamento de trabalho, tem como
ponto de partida, a progressiva constituição da
figura do negociante (instituída no interior da ordem
feudal) vista como elemento indispensável para o
funcionamento do próprio processo de produção
artesanal. Marglin está preocupado em acompanhar
o desenvolvimento clássico do”putting-out system”,
primeira configuração da produção capitalista.
Veja o que é putting-out system:
PUTTING-OUT SYSTEM:
A subcontratação, ou “puttint-out system”, tal como existia
na chamada Idade Moderna, referia-se a um arranjo onde
o empregador (mercador-capitalista) pagava por um
volume determinado de produção previamente acordado,
deixando o processo de trabalho e os equipamentos
necessários a cargo do trabalhador ou grupo de
trabalhadores. Em resumo, o mercador havia se tornado
dono da matéria-prima, a qual era distribuída aos
trabalhadores em suas próprias moradias e recolhida na
forma de produto acabado depois de pronta. Os
trabalhadores dependiam, assim, dos salários, geralmente
pagos por peça, da matéria-prima e, algumas vezes,
quando muito pobres, dos instrumentos de trabalho,
pagando ao mercador um aluguel pelo seu uso.
PUTTING-OUT SYSTEM:
Os passos de Marglin são extremamente
importantes, posto que a mediação da figura do
negociante entre o mercado e a produção
artesanal (Atravessador), segundo ele,
representou o momento pelo qual se impôs a essa
produção a figura indispensável do capitalista,
criando uma hierarquia social sem a qual, desde
então, o próprio processo de trabalho fica
impossibilitado de existir
(produtor,negociante,mercado).
STEPHEN MARGLIN
Isso ocorreu porque os produtores diretos, embora
dominassem os processos de trabalho, se viram
obrigados a depender da figura do negociante para
que sua produção se efetivasse, uma vez que a eles
estava vetado o acesso ao mercado, tanto para a
obtenção das matérias-primas indispensáveis para a
produção como para a comercialização de seus
produtos.
Marglin está preocupado com o estudo das origens do
sistema de fábrica, posto que aí se encontram
substantivados os vários mecanismos de poder que
tornam possível ao capitalista o controle sobre o
operário. Por isso mesmo que seu ponto de partida é o
“putting-out system”, já que, aí, o papel imprescindível
STEPHEN MARGLIN
do capitalista é evidente, embora o trabalhador ainda
detenha o domínio das técnicas de produção e do
processo de trabalho.
No início do século XVI, embora seja imprescindível a
figura do capitalista seu domínio se realizou numa
direção que não se resume no controle tecnológico do
processo produtivo. No “putting-out system”, o
capitalista tem o acesso ao mercado e veta aos
trabalhadores diretos esse contato, mas, ainda assim,
esses últimos ditam o processo de produção.
Entretanto, vale a pena indagar porque esses
trabalhadores foram reunidos a partir de um
determinado momento num mesmo local de trabalho,
constituindo o que se chamou de sistema de fábrica.
STEPHEN MARGLIN
Para Marglin, a reunião dos trabalhadores na fábrica não
se deveu a nenhum avanço das técnicas de produção.
Pelo contrário, o que estava em jogo era o controle
do poder por parte do capitalista sobre os
trabalhadores que, ainda assim, detinham o
conhecimento técnico. E isso é muito importante, uma
vez que do lado dos trabalhadores estava a resposta
ao problema da eficácia técnica e da produtividade. A
transferência do poder (trabalhador - capitalista) não
produziu maior produtividade ou eficácia, mas
somente uma maior hierarquização e disciplina no
trabalho.Criou-se então, algo muito problemático para
o capitalista: o desvio de parte de produção, a
falsificação dos produtos, a utilização de matérias-
primas de qualidade inferior àquelas fornecidas, enfim,
vários tipos de sabotagem.
DAVID DICKSON
Segundo Dickson, há quatro razões importantes para
o estabelecimento do regime de fábrica:
 Os comerciantes precisavam controlar e
comercializar toda a produção dos artesãos, com o
intuito de reduzir as práticas de desvio dessa
produção;
 Maximização da produção através do aumento do
número de horas de trabalho, da velocidade e do
ritmo de trabalho;
 Controle da inovação tecnológica para que ela só
pudesse ser aplicada no sentido de acumulação
capitalista;
 Organização da produção que tornava
imprescindível a figura do empresário capitalista.
DAVID DICKSON
Enfim, o surgimento do sistema de fábrica parece ter
sido ditado por uma necessidade muito mais
organizativa e de controle por parte dos capitalistas.
Para Dickson, existem dois pontos fundamentais na
constituição do sistema de fábrica:
 Não decorreu de um grande avanço tecnológico,
mas sim de uma necessidade de controle por parte
do capitalista;
 As tecnologias empregadas (máquinas)
constituíram-se em elementos de controle e de
hierarquia na produção já que somente algumas
pessoas conseguiam manuseá-la e também a
substituição das pessoas.
DAVID DICKSON

É ainda muito importante que não haja negligência


das dimensões do fracasso das primeiras
experiências com as fábricas. Houve grande
resistência do trabalhador ante as fábricas: o
movimento dos quebradores de máquinas é um
exemplo, pois funcionava como um mecanismo de
pressão contra a nova direção organizativa das
empresas. Dessa forma, “as máquinas não só
supunham uma ameaça com respeito aos postos de
trabalho, mas contra todo um modo de vida que
compreendia a liberdade e a dignidade do
artesão.”(Dikson)
LUDDISMO
O Luddismo é o nome do movimento que se insurgiu
contra as profundas alterações trazidas pela chamada
"Revolução Industrial".
As reclamações contra as máquinas e a sua substituição
em relação à mão-de-obra humana, já eram normais.
Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento
estourou, ganhando uma dimensão significativa.
O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do
movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos
seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas,
que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que
os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo,
contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os
luditas ficaram lembrados como "os quebradores de
máquinas".
MARX

Desde as origens do sistema de fábrica, estiveram em jogo


as relações de poder que, passo a passo, determinaram
o próprio limite da produção de saberes técnicos. Ou
seja, as relações de poder determinaram até onde os
trabalhadores poderiam influenciar no processo de
produção com seus saberes técnicos adquiridos no
putting-out system (o que lhe dava certa autonomia).
Pois agora, a apropriação e o domínio dos saberes já
não estava nas mãos dos trabalhadores, mas sim, dos
capitalistas.
MARX
Essa situação significou o reconhecimento de uma
esfera determinada de produção de saberes
técnicos utilizados como mecanismos de controle
social transformando eficácia e produtividade na
ordem do dia. No entanto, essa produção estava
totalmente alheia ao controle dos trabalhadores que
é quem participa do processo de trabalho.
(separação crucial entre: produção dos saberes
técnicos e o trabalhador que é quem realmente
participa do processo de trabalho).

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