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O documento discute a teoria de Gramsci sobre a sociedade civil. Gramsci expandiu a teoria marxista do Estado ao argumentar que a sociedade capitalista desenvolveu uma esfera social autônoma da sociedade civil, com suas próprias leis e funções. A sociedade civil desempenha um papel na reprodução ou transformação da sociedade através da organização da cultura e dos intelectuais.
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INTELECTUAIS E A ORGANIZAÇÃO DA CULTURA - CARLOS NELSON COUTINHO
O documento discute a teoria de Gramsci sobre a sociedade civil. Gramsci expandiu a teoria marxista do Estado ao argumentar que a sociedade capitalista desenvolveu uma esfera social autônoma da sociedade civil, com suas próprias leis e funções. A sociedade civil desempenha um papel na reprodução ou transformação da sociedade através da organização da cultura e dos intelectuais.
O documento discute a teoria de Gramsci sobre a sociedade civil. Gramsci expandiu a teoria marxista do Estado ao argumentar que a sociedade capitalista desenvolveu uma esfera social autônoma da sociedade civil, com suas próprias leis e funções. A sociedade civil desempenha um papel na reprodução ou transformação da sociedade através da organização da cultura e dos intelectuais.
cultura. In: COUTINHO, C.N. Cultura y sociedad en lo Brasil: ensayos acerca de ideias y formas. 4.ed. San Pablo: Expressin Popular, 2011. Alessandro de Melo PPGE/UNICENTRO/UFPR O maior mrito de Gramsci consiste em ter ampliado a teoria marxista clssica do Estado. Ele viu que, com a intensificao dos processos de socializao da poltica, com algo que ele chama algumas vezes de estandartizao dos comportamentos humanos gerada pela presso do desenvolvimento capitalista, surge uma esfera social nova, dotada de leis e funes relativamente autnomas e especficas e o que nem sempre observado de uma dimenso material prpria. essa esfera que ele vai chamar de sociedade civil, introduzindo uma novidade terminolgica com relao a Marx e Engels (para os quais sociedade civil sinnimo de relaes de produo econmicas), mas retomando alguns aspectos do conceito tal como aparece em Hegel (que introduzia na sociedade civil as corporaes, isto , associaes poltico-econmicas que, de certo modo, podem ser vistas como formas primitivas dos modernos sindicatos). (p.13-14) Nas sociedades ocidentais o [...] Estado os mecanismos de poder no se limita mais aos institutos de dominao direta, aos mecanismos de coero; em suma, ao que Gramsci chama ora de Estado em sentido estrito, ora de sociedade poltica, e que ele identifica com o governo, com a burocracia executiva, com os aparelhos policial-militares, com os organismos repressivos em geral. (p.14) [...] o que especifica essa sociedade civil o fato de, atravs dela, ocorrerem relaes sociais de direo poltico-ideolgica, de hegemonia, que por assim dizer completam a dominao estatal, a coero, assegurando tambm o consenso dos dominados (ou assegurando tal consenso, ou hegemonia, para as foras que querem destruir a velha dominao). (p.14) Carlos Nelson Coutinho diferencia aparelhos de estado, de Althusser, dos aparelhos privados de hegemonia, de Gramsci, que so portadores de concepes de mundo, lanadas na sociedade com o objetivo de obter consensos. Vemos assim que a sociedade civil tem, por um lado, uma funo prpria: a de garantir (ou de contestar) a legitimidade de uma formao social e de seu Estado, os quais no tm mais legitimidade em si mesmos, carecendo do consenso da sociedade civil para se legitimarem. E, por outro, que ela tem uma materialidade social prpria: apresenta-se como um conjunto de organismos ou de objetivaes sociais, diferentes tanto das objetivaes da esfera econmica quanto das objetivaes do Estado strictu sensu. (p.16)
Sociedade civil e a organizao da cultura: [...] ele v que, numa formao social de tipo ocidental, a organizao da cultura j no algo diretamente subordinado ao Estado, mas resulta da prpria trama complexa e pluralista da sociedade civil. Mais do que isso: aparece como um momento necessrio da articulao e da afirmao da prpria sociedade civil. (p.16-17) Os intelectuais, neste sentido, j no so diretamente subordinados ao Estado, mas se vinculam s instituies da sociedade civil, instituies privadas, aparelhos privados de hegemonia, [...] executando suas atividades (e, entre elas, a de lutar pela hegemonia poltica e ideolgica do grupo social que representam) atravs e no seio dessas formas autnomas de criao e de difuso da cultura. (p.17) Da deriva a relevncia do intelectual orgnico em Gramsci: Com a emergncia da sociedade civil e de sua organizao cultural, os intelectuais ligam-se predominantemente s suas classes de origem ou de adoo e, por meio delas, sociedade como um todo atravs da mediao representada pelos aparelhos privados de hegemonia. (p.17) A organizao da cultura, em suma, o sistema das instituies da sociedade civil cuja funo dominante a de concretizar o papel da cultura na reproduo ou na transformao da sociedade como um todo. Um momento bsico da organizao da cultura o sistema educacional: cada vez mais, com o crescimento da sociedade civil, o sistema educacional deixa de ser uma simples instncia direta da legitimao do poder dominante para se tornar um campo de luta entre as vrias concepes poltico-ideolgicas. (p.17) E at mesmo nas organizaes de ensino ligadas diretamente ao Estado ocorre hoje uma ampla batalha de ideias: se a sociedade civil realmente autnoma, as universidades, por exemplo, tornam-se um campo de luta pela hegemonia cultural de determinados projetos de conservao ou de transformao das relaes sociais. A luta de classes se trava tambm no interior das universidades. (p.18)