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O documento descreve a evolução do ensino da Língua Portuguesa no Brasil, desde os anos 1970 quando era dividido em estágios até os anos 1980 quando passou a ser visto como um processo contínuo com dificuldades progressivas. Também apresenta os diferentes métodos de alfabetização usados e como o foco mudou de aspectos normativos para situações didáticas como ler, escrever e produzir textos.
O documento descreve a evolução do ensino da Língua Portuguesa no Brasil, desde os anos 1970 quando era dividido em estágios até os anos 1980 quando passou a ser visto como um processo contínuo com dificuldades progressivas. Também apresenta os diferentes métodos de alfabetização usados e como o foco mudou de aspectos normativos para situações didáticas como ler, escrever e produzir textos.
O documento descreve a evolução do ensino da Língua Portuguesa no Brasil, desde os anos 1970 quando era dividido em estágios até os anos 1980 quando passou a ser visto como um processo contínuo com dificuldades progressivas. Também apresenta os diferentes métodos de alfabetização usados e como o foco mudou de aspectos normativos para situações didáticas como ler, escrever e produzir textos.
O ensino atual da disciplina foca a prtica no dia a dia e
mescla atividades de fala, leitura e produo de textos
desde cedo Beatriz Santomauro Revista Escola
O QUE ENSINAR EM LNGUA PORTUGUESA
At os anos 1970, o processo de
aprendizagem da Lngua Portuguesa era comparado a um foguete em dois estgios, como bem pontuam os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
O primeiro ia at a criana ser
alfabetizada, aprendendo o sistema de escrita. J o seguinte comearia quando ela tivesse o domnio bsico dessa habilidade e seria convidada a produzir textos, notar as normas gramaticais e ler produes clssicas.
A partir dos anos 1980, o ensino no
mais visto como uma sucesso de etapas, e sim um processo contnuo. "O aluno precisa entrar em contato com dificuldades progressivas do contedo. Desse modo, desenvolve competncias e habilidades diferentes ao longo dos anos", diz Maria Teresa Tedesco, professora do Colgio de Aplicao da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
As situaes didticas essenciais para o
Ensino Fundamental passaram a ser: ler e ouvir a leitura do docente, escrever, produzir textos oralmente para um educador escriba (quando o aluno ainda no compreende o sistema) e fazer atividades para desenvolver a linguagem oral, alm de enfrentar situaes de anlise e reflexo sobre a lngua e a sistematizao de suas caractersticas e normas.
Essa nova concepo apresentava inmeras
diferenas em relao a perspectivas anteriores. Desde o sculo 19 at meados do 20, a linguagem era tida como uma expresso do pensamento. Ler e escrever bem eram uma consequncia do pensar e as propostas dos professores se baseavam na discusso sobre as caractersticas descritivas e normativas da lngua. "O objeto de ensino no precisava ser a linguagem", explica Ktia Lomba Brkling, coautora dos PCNs e professora do Instituto Superior de Educao Vera Cruz, em So Paulo.
Os primeiros anos da disciplina deveriam
garantir a aprendizagem da escrita, considerada um cdigo de transcrio da fala. Dois tipos de mtodo de alfabetizao reinaram por anos: os sintticos e os analticos. Os primeiros comeavam da parte e iam para o todo, mostrando pequenas partes das palavras, como as letras e as slabas, para, ento, formar sentenas. Compem o grupo os mtodos alfabtico, fnico e silbico.
J os analticos propunham comear no
sentido oposto, o que garantiria uma viso mais ampliada do aluno sobre aquilo que estava no papel, facilitando o seu entendimento. Pelo modelo, o ensino partia das frases e palavras, decompostas em slabas ou letras. "Nesses mtodos, o essencial era o treinamento da capacidade de identificar, suprimir, agregar ou comparar fonemas.
Feito isso, estaria formado um leitor",
explica Maria do Rosrio Longo Mortatti, coordenadora do grupo de pesquisa em Histria do Ensino de Lngua e Literatura no Brasil, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Marlia.
Aqueles que j dominavam essa primeira
etapa de aprendizagem passavam para a seguinte. Na escrita, os alunos deveriam reproduzir modelos de textos consagrados da literatura e caprichar no desenho do formato das letras. Para fazer uma leitura de qualidade, o estudante tinha como tarefa compreender o que o autor quis dizer - sem interpretar ou encontrar outros sentidos.
As aulas focavam os aspectos normativos
e descritivos da lngua e textos no literrios - como o acadmico e o jornalstico - no eram estudados. "O coloquial ou informal eram considerados inadequados para ser trabalhados em sala de aula", explica Egon de Oliveira Rangel, professor do Departamento de Lingustica da Pontifcia Universidade Catlica (PUC) de So Paulo.