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jornalismo impresso
Professor mestre Artur Araujo
(artur.araujo@puc-campinas.edu.br)

Jornalismo
informativo,
investigativo e
interpretativo (a pesquisa
documental)

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A importância da pesquisa
documental
•Muitos dados importantes no trabalho jornalístico
provêm de fontes de “papel” (ou digitais, mais
recentemente):
recentemente) arquivos históricos, registros
estatísticos, documentos oficiais, diários, biografias,
jornais, revistas etc.
•As fontes de "papel" muitas vezes são capazes de
proporcionar dados ricos e reduzir ou
evitar a perda de tempo com
levantamentos de campo, sem contar
que em muitos casos só se toma possível
a investigação a partir de documentos.
Conteúdo livremente adaptado
da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Três formas básicas
•Como são em grande número as fontes de documentação,
serão aqui consideradas apenas as mais importantes,
que são:
1. os registros estatísticos
2. os documentos oficiais e oficiosos
3. a mídia e as obras de referência

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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Registros estatísticos
•Todas as sociedades modernas dispõem de grande
quantidade de dados estatísticos referentes às
características de seus membros. Tais dados são
geralmente coletados e armazenados para servir aos
interesses de organizações, sobretudo da
Administração Pública. Todavia, podem ser muito
úteis para a pesquisa jornalística.

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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
A importância dos órgãos de
investigação social
•A natureza dos dados disponíveis depende dos objetivos
da entidade que os coleta e os organiza. Entidades
governamentais como a Fundação IBGE dispõem de
dados referentes a características socioeconômicas da
população brasileira, tais como idade, sexo, tamanho
da família, nível de escolaridade, ocupação, nível de
renda
etc.
•Os órgãos de saúde fornecem dados
a respeito de incidência de doenças,
causas de morte etc.
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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
O que você deseja dos dados?
•De modo geral, a coleta de dados a partir de registros
estatísticos é muito mais simples do que mediante
qualquer procedimento direto. No entanto, exige que o
jornalista disponha de um bem elaborado plano de
pesquisa que indique com clareza a natureza dos dados
a serem obtidos.
E também que saiba identificar as
fontes adequadas para a obtenção de
dados significativos para os propósitos
da pesquisa.

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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Os limites da estatística - 1
•O emprego de dados estatísticos apresenta algumas
limitações. Freqüentemente a definição de categorias
empregadas no material estatístico não coincide com a
empregada na pesquisa social.
•Por exemplo, o pesquisador pode ter interesse em estudar
a situação matrimonial de uma população. Os registros
estatísticos oficiais
geralmente indicam a distribuição da
população de acordo com o estado
civil, ou seja, a situação prevista em lei.

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Antonio Carlos Gil (foto)
Os limites da estatística - 2
•Também deve merecer atenção do jornalista a
metodologia utilizada na coleta de dados. Muitos
registros são coligidos com a intenção de refletir a
realidade. Entretanto, por razões as mais diversas, as
declarações dos indivíduos em muitos casos tendem a
ser falhas. É provável, por exemplo, que informações
sobre renda baseadas em
declarações para fins de coleta de
dados sejam subestimadas. Também
é admissível que estatísticas sobre
filhos ilegítimos não sejam muito
exatas. Conteúdo livremente adaptado
da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Os limites da estatística - 3
•Os cuidados com a natureza dos registros não implicam que
devam ser desprezados sempre que sobre eles pairarem
dúvidas.
•Muitas vezes, é possível a correção dos registros com base
naquilo que se sabe acerca das técnicas de coleta de dados.
•Outras vezes isso não é possível. Em
qualquer circunstância, porém, toma-se
necessário investigar adequadamente
a natureza dos dados disponíveis
para que se possa decidir acerca
de sua aceitação ou rejeição.
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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Para aumentar a consistência de
uma estatística
• A edição não pode se limitar à publicação dos
números da pesquisa. Esses números devem ser
enriquecidos com casos concretos, personagens,
memórias, textos de apoio, contextualização.
contextualização As
artes têm de ser produzidas com cuidado: têm de
destacar os números principais, não podem saturar
o leitor com dados secundários, devem ter títulos,
têm de permitir leitura rápida e fácil, precisam ser
revistas várias vezes para que não contenham erros.
– Fonte: FOLHA DE S. PAULO. Novo manual de
redação
Documentos oficiais e oficiosos
•Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a
pesquisa social os registros escritos fornecidos por instituições
governamentais. Dentre esses dados estão: projetos de lei,
relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas
legislativas, sentenças judiciais, documentos registrados em
cartórios etc.
•Também podem ser úteis dados obtidos em arquivos de
instituições não governamentais, como: atas de
sindicatos, relatórios de associações
comerciais e industriais, deliberações
de igrejas, discursos proferidos em
convenções partidárias etc.
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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Exemplo de pesquisa em
documentos oficiais

O Estado de São Paulo - 21/3/2010


http://manyeyes.alphaworks.ibm.com/manyeyes/
Análise de conteúdo
O Estado de São Paulo - 21/3/2010

http://manyeyes.alphaworks.ibm.com/manyeyes/
A importância do Diário Oficial
• Por mais maçante que pareça, a leitura de
documentos oficiais, principalmente os
publicados no Diário Oficial, são
importantes para o trabalho investigativo.

Considerações do jornalista
Fernando Rodrigues
a Constituição (1988) é clara:

• Artigo 5°, inciso 33: “Todos têm direito a


receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade
(...)”

Lei 9.507 (texto vago)
(12.nov.1997):
• Fala em “informações que sejam ou
que possam ser transmitidas a
terceiros”, sem dizer quem vai definir
com clareza o que pode ser transmitido
• Fixa um prazo para o pedido ser deferido: “48
horas”, mas...
• ...não diz a quem os cidadãos devem se dirigir
nos órgãos públicos, muito menos como os
órgãos públicos devem se organizar para
fornecer os dados requeridos.
Virtude da Lei 9.507
(12.nov.1997):
• Regula o “habeas data” - acesso a informações
pessoais.
• Permite a qualquer cidadão tentar
fazer um requerimento
• É necessário fazer por escrito (não há
formulário padrão) e encontrar alguém
disposto a receber o pedido.
• Se o órgão público não fornecer a informação,
é necessário ir à Justiça.
Lei 11.111 – Lula(repetição parcial do
decreto de FHC)


• “O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da
sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de
30 (trinta) anos”;

• “...podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por
igual período”....

 Mas…


Lei 11.111 – sigilo eterno –
Lula

• “Antes de expirada a prorrogação do prazo de que


trata o caput deste artigo, a autoridade
competente para a classificação do documento
no mais alto grau de sigilo poderá provocar, de
modo justificado, a manifestação da Comissão
de Averiguação e Análise de Informações
Sigilosas para que avalie se o acesso ao
documento ameaçará a soberania, a integridade
territorial nacional ou as relações internacionais
do País, caso em que a Comissão poderá manter
a permanência da ressalva ao acesso do
documento pelo tempo que estipular”.

Exemplos de falta de acesso:
• Cópias das declarações de bens
dos candidatos a algum cargo
público no Brasil devem ser
abertas ao público.
• A “Folha” fez um pedido de
esclarecimento ao TSE...

• Resposta
do TSE:
TREs desrespeitam TSE


• exemplos em todo o país


• TRE-ES


• TRE-ES
Documentos pessoais
•Há uma série de escritos pessoais que possibilitam
informações relevantes acerca de sua experiência
pessoal. Cartas, diários, memórias e autobiografias são
alguns desses documentos que podem ser de grande
valia em uma reportagem.
•Muitas reportagens políticas e policiais
podem lançar mão este recurso para
aperfeiçoar a investigação.

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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Documentos pessoais
•Há uma série de escritos pessoais que possibilitam
informações relevantes acerca de sua experiência pessoal.
Cartas, diários, memórias e autobiografias são alguns
desses documentos que podem ser de grande valia em uma
reportagem.
•Muitas reportagens políticas e policiais
podem lançar mão este recurso para
aperfeiçoar a investigação.
•Mesmo os sistemas de comunicação
instantânea na internet podem fornecer
informações importantes a uma
reportagem. Conteúdo livremente adaptado
da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Lembram-se?

mas é pesquisa em documentos digitais


Ok, isso é observação também,
oficiosos
Troca de e-mails de ministros repercute no STF e no Congresso
O Globo – agosto de 2007
Documentos pessoais: limitações
•A utilização de diários, memórias e autobiografias é alvo
de críticas. Alega-se que geralmente não são passíveis
de tratamento estatístico, que estão sujeitos a erros de
memória, que freqüentemente seu conteúdo se vincula
a disposições passageiras que nem sempre são
disponíveis.

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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Documentos pessoais: limitações
• Essas críticas, de modo geral, são
justificáveis. Não se propõe que diários,
memórias e autobiografias sejam
eleitos como fontes usuais de coleta de
dados.
Todavia, há que se reconhecer que
alguns documentos dessa natureza
proporcionaram importantes
conhecimentos.
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da obra: Pesquisa Social, de
Antonio Carlos Gil (foto)
Mídia e obras de referência
•Os documentos de comunicação de massa, tais como
jornais, revistas, fitas de cinema, programas de rádio e
televisão, constituem importante fonte de dados para a
pesquisa jornalística.
•Possibilitam conhecer os mais variados aspectos da
sociedade atual e também lidar com o passado
histórico.
•Tal pesquisa ajuda a construir o contexto
necessário para o leitor entender a notícia.

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Antonio Carlos Gil (foto)
Limites da mídia
• Todo jornal trabalha contra o tempo, e muitas
vezes erros são cometidos mais de uma vez
em uma determinada publicação porque o
jornalista se baseou exclusivamente no que
havia coletado em recortes de jornal.
• O material arquivado deve ser empregado
como primeiro passo da apuração, não como
fundamento do trabalho.
Obras de referência
• Pesquisar em dicionários, enciclopédias e
similares é um dever de todo jornalista para
melhor contextualizar sua matéria.
O que diz o Manual da Folha
• Faz parte da filosofia editorial da Folha poupar trabalho
a seu leitor. Quanto mais trabalho tiver o jornalista
para elaborar as reportagens, menor trabalho terá o
leitor para entender o que o jornalista pretende
comunicar. O jornal deve relatar todas as hipóteses
sobre um fato em vez de esperar que o leitor as
imagine. Deve publicar cronologias, biografias e
mapas em vez de supor que o leitor vá recordar ou
pesquisar por conta própria. Deve explicar cada
aspecto da notícia em vez de julgar que o leitor já
esteja familiarizado com eles. Deve organizar os
temas de modo a que o leitor não tenha dificuldade
de encontrá-los ou lê-los.
– Fonte: Manual de Redação da Folha de S. Paulo
O que diz o Manual do Estadão
• Consultar outros jornalistas e pesquisar fatos
análogos ocorridos no passado são
procedimentos que ampliam a objetividade
possível.
– Fonte: Manual do Estadão
Memória: o que
diz o Manual do Estadão
• Todo aniversário de acontecimento importante (nascimento e
morte de personalidades, lançamento de movimentos ou
trabalhos artisticos, edição de livros históricos, revoltas ou
campanhas políticas, fatos internacionais, etc.) justifica
matéria de pesquisa, independentemente de outras retrancas
que se preparem sobre o assunto (repercussão, entrevistas e
reconstituições). Evite, porém, fazer matéria
excessivamente formal para recordar o fato, entremeando-a,
sempre que possível, com pormenores curiosos ou
diferentes para valorizar a pesquisa. Além da correção das
informações, é importante desenvolver um trabalho apurado
de texto que prenda a atenção do leitor.
– Fonte: Manual do Estadão
Ressalva para fontes de referência
• Mesmo uma boa fonte pode conter erro de
informação: a edição de 1989 da
"Enciclopédia Britânica" cita o escritor
argentino Adolfo Bioy Casares como
brasileiro.
– Fonte: Manual de Redação da Folha de S. Paulo
Citação do dia

“Um editor de jornal é alguém


que separa o joio do trigo - e
publica o joio”

Adlai Stevenson - político norte-americano


(1900- 1965)

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