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Início e fim da personalidade. Regime das Capacidades

Prof. Rafael Viola


ë pessoa natural é o ponto de partida e o fim de
todas as construções jurídicas.
jurídicas.

Com o advento da CRFB/


CRFB/8888 opera-
opera-se uma
ruptura da cultura jurídica dominante para
encontrar na pessoa humana o seu centro
referencial..
referencial
h essa forma, volta
volta--se o ordenamento não mais
para o indivíduo, abstratamente considerado,
mas para a tutela da pessoa humana nas
concretas e diferenciadas relações jurídicas em
que se insere, como forma de assegurar os
princípios constitucionais da solidariedade social
e da igualdade substancialµ
Gustavo Tepedino
TÍTULO I
os Princípios Fundamentais

ërt. 1 - ë República Federativa do Brasil, formada pela união


ërt.
indissolúvel dos Estados e Municípios e do istrito Federal,
constitui--se em Estado emocrático de ireito e tem como
constitui
fundamentos::
fundamentos

III - a dignidade da pessoa humana;


humana;

TÍTULO I
ë PEOë NëTURëI
CëPÍTULO I
ë PERONëLI ë E E ë CëPëCI ë E

ërt.. 1 - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil


ërt civil..
hO sentido de ¶toda· pessoa é pessoa no aspecto físico,
como todo ser humano dotado de inteligência,
abrangendo homens e mulheres, independentemente de
raça, cor, credo religioso, tendência política,
nacionalidade e outras notas particularizadorasµ
ërnaldo Rizzardo

hPessoa física ou natural é o ser dotado de razão e


portador de sociabilidade condição que o leva à
convivênciaµ
Paulo Nader

hës pessoas naturais ou físicas são os seres humanosµ


Orlando Gomes
Nesse sentido, a idéia de personalidade está diretamente
ligada à de pessoa, pois todo homem tem aptidão para
desempenhar na sociedade um papel jurídico
jurídico..

Percebe-se, ainda, que a ordem jurídica não confere


Percebe-
vivos. ënimais não são
personalidade a outros seres vivos.
pessoas e, portanto, não podem ser titulares de direito.
direito.

605/98 - ërt
Lei 9.605/ ërt.. 32 i

32.. Praticar ato de abuso, i

 
,, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos
 

ou domesticados, nativos ou exóticos:


exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa.

Lei 6.638/
638/79 ² Estabelece normas para a prática
didático--científica da vivissecção de animais e determina
didático
outras providências.
providências.
Tradicionalmente define-
define-se personalidade como a
como a possibilidade de um determinado
indivíduo ser sujeito de direitos e obrigações.
obrigações.

Para Caio Mário da ilva Pereira é a haptidão


genérica para adquirir direitos e contrair
deveresµ..
deveresµ

hëptidão genérica reconhecida a toda e qualquer


pessoa que possa titularizar relações jurídicas e
reclamar a proteção jurídica dedicada pelos
direitos da personalidadeµ
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald
Todavia, é preciso ter em mente que a legalidade
constitucional alterou a sistemática do direito
anterior para encontrar no ser humano o seu
centro referencial.
referencial.

Nesse sentido é necessária a superação da


compreensão que esgota a personalidade
unicamente nesta haptidãoµ
haptidãoµ..

ë personalidade não pode ser sinônimo de


capacidade..
capacidade
ë rigor, há dois sentidos técnicos para o
conceito de personalidade.
personalidade. O primeiro associa
associa--se
à qualidade para ser sujeito de direito, conceito
aplicável às pessoas físicas quanto às jurídicas.
jurídicas. O
segundo traduz       
 

   
 

  i   
 
          
 i i    
 
  i        i  

      

    µ
   µ.
Gustavo Tepedino
O conceito de personalidade, então, tanto pode se
entender como aplicável ao sujeito de direito (aquele
apto a ser titular de uma situação jurídica subjetiva ²
art. 1º, CC), como também objeto de direitos (direitos
da personalidade).

ëssim, para evitar a perigosa mistura de conceitos,


parte da doutrina vem denominando esta aptidão para
exercer direitos e obrigações de subjetividade, cuja
denominação pode ser perfeitamente estendida às
pessoas jurídicas e aos entes despersonalizados
(condomínio edilício, espólio, fundos de investimentos,
entre outros), sem que se traga a estas categorias o
conceito de personalidade (conjunto de atribuições da
pessoa), intimamente relacionada à pessoa humana.

    Ú conjunto de atributos e
características próprias do ser humano.
humano.

Ë     Ú aptidão genérica para ser


sujeito de direitos e obrigações.
obrigações.
Início da Personalidade
Personalidade::

ërt. 2 - ë personalidade civil da pessoa começa


ërt.
do nascimento com vida;
vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro
nascituro..

O Código Civil determina que a personalidade


somente se inicia a partir do nascimento com
vida..
vida
Requisitos para aquisição da personalidade
personalidade::

i) nascimento;
nascimento;
ii) Vida

Para que se inicie a personalidade, é preciso que


o feto seja separado do ventre materno
(nascimento) e que esteja vivo, ainda que por
frações de segundo.
segundo.
O nascimento com vida, atualmente, configura-
configura-
se com a troca oxicarbônica, isto é, com a
primeira respiração
respiração..

Essa questão é resolvida através da perícia


médico--legal, por intermédio do procedimento
médico
denominado docimasia pulmonar
pulmonar..

O natimorto  adquire personalidade


(Orlando Gomes)
Gomes)..
O nosso código não faz menção a outros
requisitos, tais como viabilidade e forma
humana..
humana

Viabilidade é a aptidão para a vida e situa-


situa-se na
compleição fisiológica para viver (Ex.
(Ex. acefalia).
acefalia).

ë   consiste em malformação rara do


tubo neural, caracterizada pela ausência total ou
encéfalo..
parcial do encéfalo
hë personalidade jurídica é adquirida através do
nascimento com vida, conferindo-
conferindo-se ao regular
registro civil de nascimento, no cartório do
Registro Civil de Pessoas Naturais, caráter
meramente administrativo, de natureza
declarativa e não constitutivaµ
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald
hNão se justifica, igualmente, que a aquisição de
personalidade dependa do revestimento da forma
humana e seja recusada aos seres malformados, às
aberrações teratológicas, outrora abrangidas na
designação genérica de ionstros
ionstrosµµ
Caio Mário da ilva Pereira

O art
art.. 30 do Código Espanhol exige forma humana e
que tenha vivido 24 horas.
horas. O dispositivo, no entender
da doutrina espanhola, no entanto, é tido como
violador da Convenção da ONU sobre os ireitos da
Criança de 1989 ratificada pela Espanha e pelo Brasil
(25 de setembro de 1990 ).

  :
 :

e a personalidade se inicia com o nascimento


com vida, o nascituro é pessoa natural?

Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda se


encontra no ventre materno.
materno.

ë importância reside para fins sucessórios e de


qualificação de nacionalidade.
nacionalidade.
Para resolver o problema de existência ou não da
personalidade do nascituro surgem três principais
correntes::
correntes

i) Natalista - somente é dotada de personalidade a


pessoa que nasce com vida (Vicente Ráo, Caio Mário da
ilva Pereira);

ii) Concepcionista ² a personalidade é atributo que se


adquire a partir da concepção (Maria Helena iniz,
Limongi França, Francisco ëmaral, J. M. Leoni de
Oliveira)

iii) Personalidade Condicional ² a personalidade se


inicia a partir da concepção, ficando condicionada ao
nascimento com vida (ërnaldo Rizzardo, Washington
de Barros).
hO nascituro não é ainda uma pessoa, não é um
ser dotado de personalidade jurídica
jurídica.. Os direitos
que se lhe reconhecem permanecem em estado
potencialµ
Caio Mário da ilva Pereira

hO nascituro não tem capacidade para exercer


direitos, (...
...)) unicamente a proteção da lei é que
vinga desde a concepçãoµ
ërnaldo Rizzardo
ërt. 2 - ë personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
ërt.
vida;; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
vida
nascituro..
nascituro
ërt. 542.
ërt. 542. ë doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal.
legal.
ërt. 1.609.
ërt. 609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento
é irrevogável e será feito:
feito:
Parágrafo único
único.. O reconhecimento pode preceder o nascimento do
filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes
descendentes..
ërt. 1.779.
ërt. 779. ar
ar--se nascituro,, se o pai falecer estando
se--á curador ao nascituro
grávida a mulher, e não tendo o poder familiar
familiar..
ërt. 1.799.
ërt. 799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a
suceder::
suceder
I - os filhos, ainda não concebidos
concebidos,, de pessoas indicadas pelo
testador, desde que vivas estas ao abrir-
abrir-se a sucessão;
sucessão;
Por outro lado, defensores da teoria
concepcionista defendem que a personalidade se
inicia com a concepção e, portanto, o nascituro
é pessoa.
pessoa.

O fundamento se encontra no valor da pessoa


humana, que reveste todo o ordenamento
ordenamento..
Vislumbram--se a tese defendida por essa teoria
Vislumbram
no Pacto de ão José da Costa Rica e no
Estatuto da Criança e do ëdolescente
ëdolescente..
Lei 8.069/90
Título II
os ireitos Fundamentais
Capítulo I
o ireito à Vida e à aúde

ërt. 7 - ë criança e o adolescente têm direito a proteção


ërt.
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.
existência.
Pacto de ão José da Costa Rica (Convenção
ëmericana e ireitos Humanos )

ërtigo 4º - ireito à vida


1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite
sua vida.
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei
e, em geral, desde o momento da concepção
concepção..
Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente..
arbitrariamente
ëfirma-se, ainda a existência de diversos
ëfirma-
dispositivos no código civil que determinam a
proteção do nascituro, demonstrando que ele
tem personalidade.
personalidade.

Ex: arts
Ex: arts.. 2º, 542,
542, 1.609,
609, 1.779 e 1.799,
799, todos
do CC/
CC/0202..
Para além das inúmeras controvérsias, a verdade é que o
nascituro demanda uma proteção jurídica
jurídica..

Processo Civil.
Civil. Preliminar. Natureza..
  
Preliminar. Natureza Gestante.. 1. ë
  Gestante
preliminar e' um meio de defesa que visa terminar o processo,
por ausencia do direito de acao ou de algum dos pressupostos
para seu desenvolvimento valido e regular, sem que o Juizo
decida sobre o merito do conflito de interesses. interesses. 2. E,
considerando este aspecto, o pedido de que na peticao inicial
conste o nome da farmacia que a agravada comprou o
medicamento ineficaz nao tem a natureza de preliminar, porque
tal indicacao exclui
exclui--se do rol legal dos requisitos da peticao inicial
(art.. 282 e 283 do CPC) e a sua falta nao resulta na extincao do
(art
processo sem o julgamento do merito merito.. 3. O ordenamento
positivo assegura a protecao de alguns direitos de que, ao nascer
com vida e adquirir a 
    civil, a pessoa
provavelmente sera' titular (art.
(art. 4. do CC)
CC).. E, diante da ausencia
de 
    civil que impede o 
   de estar em
Juizo, atribui
atribui--se `a gestante a legitimidade para, em nome
proprio, perseguir a defesa desses direitos.
direitos. (ëC.
(ëC. 1999.
1999.002. 12142
002.12142
Registre-se, por fim, que a proteção conferida ao
Registre-
nascituro alcança o natimorto no que diz
respeito aos direitos da personalidade
personalidade..

Ö    !   |      ² a
proteção que o Código defere ao nascituro
alcança o natimorto no que concerne aos
direitos da personalidade, tais como nome,
imagem e sepultura.
O problema do embrião
embrião::

ë questão do uso dos embriões também suscita


inúmeras dúvidas e não pode ser resolvido à luz do art
art..
2º do CC/
CC/02
02..

Ö   " !   |      - sem


prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados,
o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para
questões emergentes da reprogenética humana, que
deve ser objeto de um estatuto próprio.
O avanço da ciência e biologia tem levado os
intérpretes a novas indagações
indagações..

É preciso determinar se o embrião é pessoa ou não. não.


Obviamente não se pode tratar o estágio inicial da vida
humana como coisa
coisa..

Não obstante posições contrárias, o embrião congelado


não pode ser considerado nascituro, só o sendo no
momento em que se encontre implantado no ventre
materno (Fábio Ulhoa Coelho)
Coelho)..
O problema é extremamente controverso e foi
analisado no julgamento da ë I 3.510 ² F de
relatoria do Min
Min.. Carlos Britto
Britto..

e um lado defendia
defendia--se que a idéia do zigoto ou
óvulo feminino já fecundado como simples
embrião de uma pessoa humana é reducionista,
porque o certo mesmo é vê-lo como um ser
humano embrionário. Uma pessoa no seu
estádio de embrião, portanto, e não um embrião
a caminho de ser pessoa.
Por outro lado, para a segunda corrente, o embrião in
vitro é uma realidade do mundo do ser, algo vivo, sim,
que se põe como o lógico início da vida humana, mas
nem em tudo e por tudo igual ao embrião que irrompe
e evolui nas entranhas de u·a mulher. endo que
mesmo a evolução desse último tipo de embrião ou
zigoto para o estado de feto somente alcança a
dimensão das incipientes características físicas e neurais
da pessoa humana com a meticulosa colaboração do
útero e do tempo.
ë discussão cingia-
cingia-se ao julgamento do art art.. 5ºda Lei
11
11..105/
105/2005 que permite o uso de células- células-tronco
embrionária para fins de pesquisa e terapia.
terapia.

ërt. 5 - É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a


ërt.
utilização de células-
células-tronco embrionárias obtidas de
embriões humanos produzidos por fertilização   
e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas
as seguintes condições:
condições:
I ² sejam embriões inviáveis;
inviáveis; ou
II ² sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já
congelados na data da publicação desta Lei, depois de
completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de
congelamento..
congelamento
ha potencialidade de algo para se tornar pessoa
humana já é meritória o bastante para acobertá-
lo, infraconstitucionalmente, contra tentativas
esdrúxulas, levianas ou frívolas de obstar sua
natural continuidade fisiológica. Mas as três
realidades não se confundem: o embrião é o
embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a
pessoa humana. Ö
 
   
i i
 
 

 
i
 #
      

i i
$
Min. Carlos Britto
hÉ assim ao influxo desse olhar pós-positivista sobre o
ireito brasileiro, olhar conciliatório do nosso
Ordenamento com os imperativos de ética humanista e
justiça material, que chego à fase da definitiva prolação
do meu voto. Fazendo-o, acresço às três sínteses
anteriores estes dois outros fundamentos
constitucionais do direito à saúde e à livre expressão da
atividade científica para julgar, como de fato julgo,
totalmente improcedente a presente ação direta de
inconstitucionalidade. Não sem antes pedir todas as
vênias deste mundo aos que pensam diferentemente,
seja por convicção jurídica, ética, ou filosófica, seja por
artigo de fé. É como voto.µ
Min. Carlos Britto
Fim da Personalidade:
Personalidade:

hë personalidade é um atributo do ser humano e o


acompanha por toda a sua vida.
vida. Como a existência da
pessoa natural termina com a morte, soment com esta
cessa sua personalidadeµ
Caio Mário da ilva Pereira

- ]ors oinia solvit


- ëbolição da morte civil
ërt. 6 - ë existência da pessoa natural termina
ërt.
com a morte
morte;; presume-
presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a
abertura de sucessão definitiva.
definitiva.

Mas qual o critério jurídico para fixar o


momento da morte?
Juridicamente, considera-
considera-se terminada a vida com a
morte encefálica ou morte cerebral, como se verifica do
art.. 3º da Lei 9.434/
art 434/97
97..

ërt. 3º ë retirada post iortei de tecidos, órgãos ou


ërt.
partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de  %
  
i &  ,
 , constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e
tecnológicos definidos por resolução do Conselho
Federal de Medicina.
Medicina.

- Trata-
Trata-se da morte real.
real.
aliente-se, no entanto, que mesmo com a morte do
aliente-
sujeito, o ordenamento jurídico confere tutela aos
direitos da personalidade do falecido
falecido..

ërt. 12
ërt. 12.. Pode-
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em leilei..
Parágrafo único
único.. Em se tratando de morto, terá
legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta, ou colateral até o quarto grau.
grau.
ë morte, no entanto, pode ser presumida.
presumida.

ë primeira hipótese de presunção de morte é


oriunda da decretação de ausência.
ausência.

ëusência é o procedimento que se aplica à


pessoa que desaparece e da qual não se tem
notícia e nem haja deixado representante ou
procurador com mandato de administração de
seus bens.
bens.
CëPÍTULO III
ë ëUNCIë
eção I
a Curadoria dos Bens do ëusente

ërt. 22
ërt. 22.. esaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela
haver notícia, se não houver deixado representante ou
procurador a quem caiba administrar
administrar--lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público,
declarará a ausência, e nomear-
nomear-lhe-
lhe-á curador.
curador.

ërt. 23
ërt. 23.. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador,
quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não
possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes
forem insuficientes
insuficientes..
O Código Civil prevê, ainda, outras hipóteses de morte
presumida em que se prescinde da declaração de ausência.
ausência.

ërt. 7 - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação


ërt.
de ausência:
ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em
perigo de vida;
vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro,
não for encontrado até dois anos após o término da guerra
guerra..
único.. ë declaração da morte presumida, nesses casos,
Parágrafo único
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento..
falecimento

015/73 - ërt
Lei 6.015/ ërt.. 88
88.. Poderão os Juízes togados admitir
justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em
naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra
catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do
desastre e não for possível encontrar-
encontrar-se o cadáver para exame
exame..
Comoriência::
Comoriência

ë comoriência é a morte simultânea de duas ou mais


pessoas, sendo elas reciprocamente herdeiras umas das
outras..
outras

ë conseqüência da comoriência é que não haverá


transmissão de direitos entre os comorientes, isto é, os
bens de ambos passarão diretamente aos seus
respectivos herdeiros diretos
diretos..
ërt. 8 - e dois ou mais indivíduos falecerem na
ërt.
mesma ocasião, não se podendo averiguar se
algum dos comorientes precedeu aos outros,
presumir--se
presumir se--ão simultaneamente mortos.
mortos.
Regime das Capacidades e Incapacidades:
Incapacidades:

O termo capacidade é utilizado em dois sentidos


sentidos.. No
primeiro tem o mesmo significado do conceito clássico
de personalidade.
personalidade. No segundo é a aptidão para exercer
os atos da vida civil
civil..

ha personalidade jurídica é a potencialidade de adquirir


direitos ou de contrair obrigações
obrigações;; a capacidade jurídica
é o limite dessa potencialidadeµ
José Carlos Moreira ëlves
hë capacidade surge, nessa ambientação, como a
medida jurídica da personalidadeµ
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald

ë capacidade, por sua vez, se divide em


capacidade de direito (ou de gozo) e capacidade
de fato (ou de exercício).
exercício).
Capacidade de direito é a faculdade abstrata de
gozar os direitos
direitos.. Todos os sujeitos têm
capacidade de gozo.
gozo.

hë capacidade de direito, de gozo ou de


aquisição não pode ser recusada ao indivíduo,
sob pena de despi-
despi-lo dos atributos da
personalidadeµ
Caio Mário da ilva Pereira
ë capacidade de fato é a aptidão genérica para o
exercício dos direitos na vida civil
civil.. aí dizer
dizer--se que a
capacidade é a medida da personalidade, no sentido de
subjetividade..
subjetividade

hëos indivíduos, às vezes faltam requisitos materiais


para dirigirem
dirigirem--se com autonomia no mundo civil civil..
Embora não lhes negue a ordem jurídica a capacidade
de gozo ou de aquisição, recusa- recusa-lhes a
autodeterminação, interdizendo-
interdizendo-lhes o exercício dos
direitos, pessoal e diretamente, porém condicionado
sempre à intervenção de um outra pessoa, que os
representa ou assisteµ
Caio Mário da ilva Pereira
Personalidade x Capacidade x Legitimação

Legitimação é a idoneidade para o exercício de um


direito.. Ela é a aptidão para a prática de ato específico,
direito
particular..
particular

Enquanto a capacidade é abstrata, a legitimação é


concreta..
concreta

Ela se verifica nas proibições legais em que a lei impede


o exercício do direito em função de determinadas
situações em que as partes se encontram.
encontram.
Exemplos de falta de legitimação:
legitimação:

ërt. 496.
ërt. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
consentido.
Parágrafo único
único.. Em ambos os casos, dispensa-
dispensa-se o consentimento do cônjuge
se o regime de bens for o da separação obrigatória
obrigatória..

ërt. 497.
ërt. 497. ob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta
pública::
pública
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados
à sua guarda ou administração
administração;;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a
que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta
indireta;;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em
tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua
autoridade;;
autoridade
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
encarregados..
encarregados
único.. ës proibições deste artigo estendem
Parágrafo único estendem--se à cessão de crédito.
crédito.
ë regra geral no ordenamento é a capacidade e a
incapacidade a exceção
exceção.. Em princípio
reconhece--se a capacidade plena à generalidade
reconhece
de pessoas.
pessoas.

Existem certas causas, entretanto, que fazem


suspender a possibilidade de exercitar os
direitos..
direitos Ëi  ' 
'

i      ( 


           
(Caio Mário)
Mário)..
hÉ sempre a lei que estabelece, com caráter de
ordem pública, os casos em que o indivíduo é
privado, total ou parcialmente, do poder de ação
pessoalµ
Caio Mário da ilva Pereira

ë incapacidade é o reconhecimento da
inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos
que a lei acha indispensáveis para que ela exerça
os seus direitosµ
ilvio Rodrigues
ë incapacidade pode ser absoluta ou relativa.
relativa.
- ë absoluta diz respeito à impossibilidade de os
sujeitos exercerem os direitos que lhe são próprios, a
qual gera a necessidade de sua representação para a
prática do ato da vida civil
civil..
- ë relativa atinge certos atos ou a maneira de exercê-
exercê-
los.. Está ligada a pessoas qe têm a possibilidade de
los
manifestar suas vontades, desde que estejam
devidamente assistidas.
assistidas.
Verifica-se, portanto, uma diferença de grau entre os
Verifica-
absolutamente incapazes e os relativamente incapazes.
incapazes.

- enilidade
ërt. 3 - ão absolutamente incapazes de exercer
ërt.
pessoalmente os atos da vida civil
civil::
I - os menores de dezesseis anos;
anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos;
atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
vontade.

- ëusentes
2 os ienores de dezesseis anos;
anos;
Justifica--se tal subtração da capacidade de fato
Justifica
dos menores de 16 anos na medida em que
devido à idade não atingiram o discernimento
para distinguir o que podem ou não fazer, o que
lhes é conveniente ou prejudicial.
prejudicial.
22 os que, por enferiidade ou deficiência iental, não
tiverei o necessário discerniiento para a prática desses
atos;;
atos

Trata-se da hipótese de sujeito que, em razão de


Trata-
distúrbio psíquico ou doença, carece de
condições para compreender a natureza e o
alcance do ato de forma permanente
permanente..

- Intervalos lúcidos.
lúcidos.
O reconhecimento desta incapacidade depende do
procedimento de interdição, previsto nos arts
arts.. 1.177 e
seguintes do Código Civil
Civil..

ë sentença que determinar a interdição, no entanto, é


meramente   % .
.

É possível, ainda, a invalidação dos atos praticados


anteriores à interdição desde que a insanidade já fosse
existente no momento em que foi realizado o negócio
jurídico..
jurídico

outrina admite a proteção do terceiro de boa-


boa-fé que
negocia com o interditado, desde que não seja visível a
incapacidade e não cause prejuízo ao incapaz
incapaz..
222 os que, iesio por causa transitória, não puderei
expriiir sua vontade.
vontade.

Também reputa-
reputa-se absolutamente incapaz
aquele que por qualquer motivo não possa
manifestar sua vontade, ainda que
temporariamente..
temporariamente
Ex.:.: Ébrios não
Ex não--habituais.
habituais.
ërt. 4 - ão incapazes, relativamente a certos atos, ou à
ërt.
maneira de os exercer:
exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;;
reduzido
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;;
completo
IV - os pródigos.
pródigos.
único.. ë capacidade dos índios será regulada
Parágrafo único
por legislação especial.
especial.
2 os iaiores de dezesseis e ienores de dezoito anos;
anos;

Os negócios praticados pelos relativamente


incapazes são anuláveis, conforme determina o
art.. 171,
art 171, CC/02
CC/02..

No entanto é de ressaltar que a omissão dolosa


da idade ou a declaração falsa de idade obriga o
menor incapaz ao cumprimento da obrigação ²
art.. 180.
art 180.
22 os ébrios habituais, os viciados ei tóxicos, e os que, por deficiência
iental, tenhai o discerniiento reduzido;
reduzido;
222 os excepcionais, sei desenvolviiento iental coipleto;
coipleto;

ëqueles que desenvolvem o vício pela bebida ou por


entorpecentes são considerados relativamente incapazes e não
poderão praticar os atos isoladamente, necessitando de assitência
para a validade
validade..

ëo lado da deficiência mental que priva completamente o sujeito


da prática dos atos da vida civil, existe, também, que apenas
reduz a capacidade parcialmente, pois não há total falta de
percepção da realidade
realidade..

hO elemento preponderante de definição haverá de ser a prova


técnica desenvolvida por médico psiquiatraµ
Paulo Nader
2 os pródigos.
pródigos.

Pródigo é aquele que por impulso irreprimível


desperdiça os seus bens, isto é, dilapida seu patrimônio.
patrimônio.

O Código Civil mantém uma linha intermediária,


inscrevendo o pródigo entre os relativamente incapazes,
mas privando-
privando-o exclusivamente daqueles atos que
possam compromenter a sua fortuna (emprestar,
transigir, dar quitação, alienar, hipotecar etc)
etc)..
 s índios.
índios.

Considerável parcela dos índios se localiza em


arredores de alguns municípios, até mesmo
desempenhando atividade econômica.
econômica.

ë lei 6.001/
001/73 regula a capacidade dos índios
índios..
No art
art.. 4º os índios são classificados em:
em:
I ² Isolados
Isolados:: quando vivem em grupos desconhecidos,
ou de que se possuem poucos e vagos informes através
de contatos eventuais com elementos da comunhão
nacional;;
nacional

II ² Em vias de integração:
integração: quando, em contato
intermitente ou permanente com grupos estranhos,
conservam menor ou maior parte das condições de sua
vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de
existência comuns aos demais setores da comunão
nacional;;
nacional

III ² Integrados
Integrados:: quando incorporados à comunhão
nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos
civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições
característicos de sua cultura.
cultura.
Os índios não integrados (ítens I e II) estão sujeitos ao
regime tutelar do direito comum, cabendo à União, por
intermédio da FUNëI, o exercício da proteção.
proteção. (O ato
é anulável).
anulável).

O art
art.. 9ºda lei faculta ao índio não integrado a liberação
do regime tutelar desde que tenha:
tenha:
I ² idade mínima de 21 anos;
anos;
II ² conhecimento da língua portuguesa
portuguesa;;
III ² habilitação para o exercício da vida útil, na
comunhão nacional
nacional;;
IV ² razoável compreensão dos usos e costume da
comunhão nacional
nacional..
Crítica ao regime das incapacidades.
incapacidades.

hÉ preciso privilegiar, sempre que for possível, as escolhas de


vida que deficiente psíquico é capaz, concretamente, de exprimir
, ou em relação às quais manidesta notável propensãoµ
Pietro Perlingieri

ë interdição não pode ser traduzida numa morte civil.


civil.

138,, III Jornada de ireito Civil - ë vontade dos


Enunciado 138
absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3º, é
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais
a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento
bastante para tanto.
Emancipação::
Emancipação

Emancipação representa ha aquisição da


capacidade civil, antes da idade legalµ
Clovis Bevilaqua
ërt. 5o ë menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando
ërt.
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil
civil..
Parágrafo único
único.. Cessará, para os menores, a incapacidade
incapacidade::
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se
o menor tiver dezesseis anos completos
completos;;
II - pelo casamento
casamento;;
III - pelo exercício de emprego público efetivo
efetivo;;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior
superior;;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria
Tipos::
Tipos

Emancipação Voluntária ² é a concessão em virtude da qual se


atribui ao filho a condição de maioridade.
maioridade.

ë concessão neste caso é ato unilateral


unilateral.. ë emancipação
voluntária não afasta a possibilidade de responsabilizar os pais
pais..

ë emancipação voluntária independe de homologação judicial


judicial..

Enunciado 3, CJF ² ërt ërt.. 5º: a redução do limite etário para a


definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto
no art
art.. 16
16,, I, da Lei n. 8.213/
213/9191,, que regula específica situação
de dependência econômica para fins previdenciários e outras
situações similares de proteção, previstas em legislação
especial..
especial
Emancipação judicial ² É a emancipação a que
tutelados. ëpós
estão sujeitos os menores tutelados.
ouvido o tutor e o MP, o juiz decidirá por
sentença a emancipação.
emancipação.
Emancipação legal ² ë lei considera emancipado o
menor, independemente da idade em 4 hipóteses:
hipóteses:

II - pelo casamento
casamento;;
III - pelo exercício de emprego público efetivo
efetivo;;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior
superior;;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria
própria..
Lei 4.375/
375/64
64,, art.
art. 73

Para fins de serviço militar, cessará a


incapacidade do menor na data em que
completar 17 (dezessete anos).
anos).

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