0 Bewertungen0% fanden dieses Dokument nützlich (0 Abstimmungen)
49 Ansichten15 Seiten
O documento discute o impacto da teoria do inconsciente de Freud na cultura e como ela representou uma ruptura com a racionalidade. A teoria do inconsciente confirmou o terceiro grande descentramento do homem, mostrando que sua capacidade de escolha é limitada por uma instância psíquica além da consciência. A psicanálise revolucionou o conhecimento humano e continua tendo um grande impacto na cultura moderna através de conceitos como a subjetividade.
O documento discute o impacto da teoria do inconsciente de Freud na cultura e como ela representou uma ruptura com a racionalidade. A teoria do inconsciente confirmou o terceiro grande descentramento do homem, mostrando que sua capacidade de escolha é limitada por uma instância psíquica além da consciência. A psicanálise revolucionou o conhecimento humano e continua tendo um grande impacto na cultura moderna através de conceitos como a subjetividade.
O documento discute o impacto da teoria do inconsciente de Freud na cultura e como ela representou uma ruptura com a racionalidade. A teoria do inconsciente confirmou o terceiro grande descentramento do homem, mostrando que sua capacidade de escolha é limitada por uma instância psíquica além da consciência. A psicanálise revolucionou o conhecimento humano e continua tendo um grande impacto na cultura moderna através de conceitos como a subjetividade.
O impacto cientfico-cultural da Teoria do Inconsciente No final do sculo XIX - Sculo das Luzes Freud vem trazer a ruptura da racionalidade atravs de sua descoberta do Inconsciente
Contemporneos que promovem outras rupturas
Nietzsche - desmantela a teologia que sustentava o sistema poltico, mostra como os valores so condicionados Marx - mostra que a razo balizada pelas condies poltico- econmicas Essa noo de Inconsciente vem confirmar o terceiro grande descentramento do Homem, sua terceira ferida narcsica Nicolau Coprnico demonstra que a terra no o centro do universo, mas gira em torno do sol Charles Darwin mostra que o homem apenas um animal, elo de uma longa cadeia evolutiva Sigmund Freud fala que a capacidade de escolha do homem limitada, pois ele tem uma instncia, em seu psiquismo, que capaz de gerar efeitos e que no se confunde com a conscincia Inconsciente freudiano
O fato de que o beb humano nasa sempre do desejo de um
outro e de que tenha uma dependncia total deste outro para a sua sobrevivncia, faz com que ele seja "falado" por uma polissemia de vozes e discursos que vm constituir e ressoar em seu Inconsciente, formado de significantes que "falam" por ele.
As ideias de um Inconsciente j eram muito ventiladas por
vrios autores, inclusive por Franz Brentano, de quem Freud foi aluno, que falava de uma Pr-Conscincia Inconsciente Freudiano
Representou o amadurecimento de um processo desse conceito que j
vinha sendo elaborado. A genialidade de sua descoberta foi a de dar ao Inconsciente um status de alteridade radical e no apenas o de uma gradao da conscincia. No acessvel em termos volitivos e cognitivos e tem suas leis prprias como atemporalidade, convivncia dos contrrios, lgica singular e no dependncia da razo. Foram essas afirmaes que fizeram dele um criador original, e que mesmo tendo sido atacadas pelo meio cientfico de ento, revolucionaram o conhecimento humano. Ruptura epistemolgica Ruptura no modo habitual de conhecer Inconsciente e Psicanlise
Como Cincia do Inconsciente, a Psicanlise ainda no foi
confrontada com nada que a superasse. A tica freudiana enfocou desde os atos mais corriqueiros da vida cotidiana, como um lapso de memria ou uma troca de palavras, passando pela compreenso dos sonhos como realizao de desejos latentes, pela sexualidade como sendo um continuum na vida do sujeito, at as questes mais altamente estimadas, como a sublimao das pulses pelo trabalho intelectual e artstico. As questes que tm a ver diretamente com as instituies da cultura como a ordem social, a religio, a moral e a tica Inconsciente e Psicanlise
Ao considerar a Psicanlise primordialmente como Cincia do
Inconsciente, deixando em segundo plano o seu lugar de procedimento teraputico, Freud quis evitar que ela se transformasse apenas num captulo a mais da psicopatologia e que fosse colocada como tal nos manuais de psiquiatria. Alis, uma grande preocupao de Freud sempre foi colocar a Psicanlise no estatuto cientfico, pois ele no queria v-la ligada religio ou ideologia. Inconsciente Psicanlise
Freud tampouco quis consider-la como uma viso de mundo
ou um sistema filosfico, porque a Psicanlise nunca se encarrega de preencher os furos do edifcio universal. Ao contrrio, ela fala do que h de Inconsciente na Cultura, daquilo que se manifesta no discurso da Cultura. Embora a cincia no se preocupe com o sujeito que opera como produtor dela mesma, a Psicanlise parte do que a cincia deixa de lado, que justamente o sujeito do Inconsciente e o mal-estar nas relaes com a Cultura. Inconsciente Psicanlise
Apesar disso, Freud usou o referencial cientfico para construir
as fices tericas com as quais o discurso analtico opera, o que fez tambm Lacan na incluso da Lingustica e da Topologia nas suas teorizaes. A Psicanlise no aplicvel como a cincia, mas ela um discurso que se constitui como um efeito da interdiscursividade, ou seja, ela possibilita que diferentes discursos da Cultura se relacionem. Freud sempre foi um homem atento aos sinais de seu tempo e, por isto, sempre se interessou em pensar a Cultura, tanto quanto se dedicou prtica clnica. O legado da psicanlise cultura de nossos dias Assim como Freud, que se exilou na Inglaterra antes de sua morte, o centro do mundo psicanaltico foi tambm transferido para Londres, onde se desenvolveram as escolas antagnicas de Anna Freud e Melanie Klein e pouco depois o pensamento de Donald Winnicott. Aps a experincia adaptacionista dos anos 50 nos Estados Unidos, a psicanlise teve um sopro de renovao, a partir dos anos 60, com a releitura da obra freudiana por Jacques Lacan, que a situou bem no mago da ps-modernidade. Ele desenvolveu questes fundamentais em sua teorizao, como o conceito de gozo, absolutamente pertinente cultura de fruio extremada de nossos dias, seja atravs das adies e de sintomas como anorexia, bulimia, seja atravs de comportamentos radicais em atividades que envolvam o corpo em perigo mortal como a prtica de certos esportes, ou a variao intensa de parceiros sexuais, com a exposio a doenas letais como a Aids, ou a outras de menor risco, mas igualmente lesivas. A psicanlise est to intrincada na cultura atual que j no podemos imaginar o mundo sem seus conceitos bsicos e seu jargo peculiar. A influncia claramente assumida dos seus conceitos por movimentos artsticos como o surrealismo nas artes plsticas e no cinema, com nomes como Salvador Dal, Andr Breton, Lus Buuel entre outros, com seu arrojo criativo e desconstruo das convenes, desconcertou o prprio Freud, ele mesmo um burgus comportado, herdeiro da poca vitoriana em sua vida pessoal. A psicanlise veio trazer uma grande nfase subjetividade. Dessa forma, todo o empenho que foi dado nos ltimos anos pedagogia e educao das crianas, assim como o movimento de liberao das mulheres e a busca de maior paridade entre os sexos so tributrios da teoria psicanaltica. Alis, o acatamento s diversidades sexuais e a luta pela aceitao das minorias tnicas tambm esto no caudal do legado psicanaltico cultura. Mesmo os avanos das neurocincias foram, de algum modo, pensados por Freud como uma questo em aberto. Se a subjetividade da poca freudiana emanava de uma sociedade repressora que gerava o recalque e a culpa, formando neurticos, hoje ela se ancora nos excessos sociais que trazem a recusa e o gozo, fazendo aparecer os perversos. A clnica sofre as consequncias destas mudanas e o psicanalista, assim como o fez Freud, tem de estar ligado ao seu tempo. A psicanlise chamada a dar conta de algo que ela mesma ajudou a trazer luz. Como ela sempre tem de incidir no sem sentido e no insuportvel do mal-estar, seu legado de instrumental crtico prpria cultura no pode nunca ser desconsiderado. Se as histricas do sculo XIX denunciaram, com sua doena, as dissimulaes da sociedade, nossos clientes atuais, com seus sintomas, nos guiaro aos caminhos que a Psicanlise ter de tomar. Bibliografia GAY, Peter.Freud: uma vida para o nosso tempo. So Paulo: Companhia das Letras, 1989. ILEYASSOF, Ricardo.El psicoanlisis en la institucin de la cultura: la poltica freudiana. Apostila. MENDES, Eliana Rodrigues Pereira. Sigmund Freud e as intersees entre psicanlise e cultura.Reverso, Belo Horizonte , v. 28,n. 53,p. 23-28,set. 2006 . MEZAN, Renato.Freud, o pensador da cultura. So Paulo: Brasiliense, 1986. SCHORSKE, Carl E.Viena fin-de-sicle: poltica e cultura. So Paulo: Unicamp, 1988.