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TANATOLOGIA

“É a parte da Medicina Legal que estuda a


morte e as suas repercussões na esfera
jurídica-social.”

Prof. Genival Veloso de França


MORTE

É a cessação total e
permanente das atividades
vitais da pessoa.
"No momento do acidente, eu me senti tragada por um 'túnel de
vento’. Fiquei flutuando no asfalto e vendo o carro capotar num
barranco. Outro carro parou e 3 homens saíram dele. Um deles
desceu o morro e disse: ‘Tem uma mulher morta ali’. Era eu. Não
tive nenhum choque ao ver o corpo - apenas lamentei, em
pensamento, o que tinha sofrido. Fora do corpo conseguia enxergar
em todas as direções ao mesmo tempo. Então eu avistei 2 pessoas
flutuando acima do morro. Uma delas era uma mulher morena. A
outra, a silhueta de um homem alto, me pareceu conhecida - apesar
de ser transparente. A moça esticou o braço e disse, sem mexer a
boca: 'tenha calma; isso está na sua programação '. Essa frase
funcionou para mim como uma senha. Era como se eu resgatasse
toda a minha memória. Deslizei em direção à dupla, mas lembrei que
meu único filho de 12 anos estava sozinho num chalé sem vizinhos e
sem telefone. Alguém precisava resgatá-lo. Nesse mesmo instante,
fui tragada de novo pelo túnel e voltei ao corpo. Daí senti uma dor
horrível. Foi o único jeito de avisar a família sobre o acidente e
resgatar meu filho”.

Maria Aparecida Cavalcanti é radialista e professora universitária em


São Paulo diz ter passado por 3 experiências de quase-morte. O
relato acima se refere à segunda dessas experiências, ocorrida
depois de um desastre automobilístico em Santa Catarina, em 1994.
"A ultima coisa que ouvi foi o médico dizer:
'fibrilou’. Eu estava morrendo e me
ressuscitaram. Como se fosse um sonho, entrei
em um túnel escuro. Era uma sensação de
prazer, de paz e de bem estar que não tem
explicação. Acho que só quem passou por isso
sabe do que estou falando. E, de repente,
comecei a ver tudo de trás pra frente, como
uma câmera de cinema num trilho. Via faces em
preto-e-branco na parede do túnel. Não eram
rostos de pessoas conhecidas. E o 'trem' da
câmera de cinema voltando para trás em uma
velocidade espetacular".

José Carlos Ramos de Oliveira é médico


cardiologista em São Paulo e sofreu uma parada
cardíaca em 1989.
“É uma coisa muito difícil de descrever. Nem imaginava
que isso pudesse acontecer. Tive uma morte
momentânea e me senti mais leve, com menos dor. Senti
muita paz. Também me vi levantando do meu corpo.
Voltei á vida, mas tive uma segunda parada e de novo
me senti saindo do meu corpo. Era uma sensação menos
nítida, acho que estava partindo mesmo. Foi coisa de
segundos. Mas parece que o tempo ficou parado. Hoje
vejo a vida por outra ótica. Meus valores mudaram e
aprecio as coisas mais simples – um gole de água, um
beijo de cada um da minha família. Tudo, tudo mudou”.

Lars Grael é iatista, detentor de 2 medalhas olímpicas e


secretário de Esportes do Estado de São Paulo. Teve 2
paradas cardíacas depois que sua perna direita foi amputada
por uma lancha que o atropelou durante uma regata em
1998.
MORTE APARENTE
A tríade de Thoinot define, clinicamente,
o estado de morte aparente:
Imobilidade,
Ausência aparente da respiração e
Ausência da circulação.
Historicamente, surgiram opiniões das
mais dispares, indo desde alguns minutos
até dias de morte aparente.
MORTE REAL
Caracterizada pela suspensão total e
definitiva de todas as atividades
vitais.
Cessação da respiração.
Cessação da circulação.
Cessação de atividade cerebral.
MORTE SÚBITA OU RÁPIDA
É aquela que ocorre de forma inesperada
e brusca, em um em um indivíduo de
aparente bom estado de saúde,
sempre de causa interna ou patológica,
sem, portanto qualquer influência externa
ou violenta.
É aquela que, pela brevidade de
instalação do processo, desde segundos
até horas, não possibilita que seja
realizada uma pesquisa profunda.
MORTE AGÔNICA OU TARDIA

É aquela que se arrasta por dias ou semanas


após a eclosão de sua causa básica.
É aquela que, em geral, vem de maneira
esperada, devagar, significando a culminação de
um estado mórbido, isto é, de uma doença ou
da evolução de um traumatismo, ponto final de
uma longa agonia, tal o caso da emaciação, da
caquexia, da presença de extensas escaras de
apoio, entre outros.
TANATOGNOSE

Representa o reconhecimento da morte


do indivíduo: faz-se o reconhecimento e
registram-se os sinais de certeza de morte
ou de pelo menos dois sinais positivos de
morte.
CERTEZA DA MORTE

Fenômenos cadavéricos abióticos, avitais


ou vitais negativos;
Fenômenos transformativos.
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS

Perda da consciência;
Perda da sensibilidade;
Abolição da mobilidade e do tônus
muscular;
Cessação da respiração;
Cessação da circulação;
Cessação da atividade cerebral.
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

Desidratação cadavérica;
Esfriamento cadavérico;
Manchas de hipóstase;
Rigidez cadavérica.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS

Destrutivos;
Conservadores.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS
DESTRUTIVOS

Autólise;
Putrefação;
Maceração.
AUTÓLISE
Processo de destruição celular,
caracterizado por um série de fenômenos
fermentativos anaeróbicos que se verifica
na intimidade da célula, motivados pelas
próprias enzimas celulares e que levam à
destruição do corpo humano logo após a
morte. Sem nenhuma interferência
bacteriana, como se a célula estivesse
programada para agir desta forma em
determinado momento e de forma rápida
e intensa.
PUTREFAÇÃO
Consiste na decomposição fermentativa
da matéria orgânica por ação de diversos
germes. Depois da autólise, começa a se
verificar a desordenação do corpo
provocada por germes aeróbicos,
anaeróbicos e facultativos, os quais
produzem certos fenômenos físicos e
bioquímicos que vão decompondo o corpo
em substâncias mais simples.
MACERAÇÃO
É um processo de transformação destrutiva em
que ocorre o amolecimento dos tecidos e órgãos
quando submersos em um meio líquido e nele se
embebem.
Os fetos retirados do útero post mortem sofrem
a maceração asséptica. Os cadáveres mantidos
em meio líquido sob a ação de germes, como os
afogados, marcham para maceração séptica.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES

Mumificação;
Saponificação;
Petrificação;
Coreificação.
MUNIFICAÇÃO

É uma dessecação rápida, seu


aparecimento depende exclusivamente
das condições em que o corpo seja
colocado.
Ambiente seco;
Temperatura elevada;
Abundante ventilação.
SAPONICAÇÃO

Fenômeno cadavérico que depende de


que o corpo, ou parte dele, seja colocado
em um meio que obedeça a duas
exigências:
Ambiente muito úmido;
Ausência de ar ou ventilação escassa.
PETRIFICAÇÃO

Ocorre mais frequentemente nos fetos


mortos e retidos na cavidade uterina,
constituindo-se nos clamados litopédios
(criança de pedra).
O esqueleto começa assimilar uma
grande quantidade de sais de calcários,
tomando essa parte do corpo uma
aparência pétrea.
COREIFICAÇÃO

Ocorre em cadáveres conservados em


urnas metálicas. A pele do cadáver
assume o aspecto, a cor e a consistência
uniforme de couro recentemente curtido.
CRONOTANATOGNOSE

Estimativa do momento da
morte.
ESTIMATIVA DO TEMPO DE
MORTE
Esfriamento do cadáver;
Manchas de hipóstese;
Rigidez cadavérica;
Crescimento dos pêlos;
Gases de putrefação;
Conteúdo gástrico;
Fauna entomológica;
Mancha verde abdominal.
ESFRIAMENTO DO CADÁVER

Sabe-se que o corpo, uma vez


cessadas as funções vitais, passa a perder
calor, por diversos mecanismos
(convecção, condução, irradiação e
evaporação), à razão de 1,0 a 1,5 ºC por
hora, igualando em termos gerais a
temperatura do ambiente, no máximo, até
24 horas após o decesso.
MANCHAS DE HIPÓSTASE
Quanto ao aparecimento – surgem na
primeira meia hora, após o óbito, mas apenas se
tornam evidentes entre a 2ª e 3ª horas, sendo
que podem não aparecer nas regiões
comprimidas;
Quanto à fixação – tornam-se fixas, isto é,
não mudam de localização quando se muda a
posição do cadáver, após decorridas 6 a 15
horas.
RIGIDEZ CADAVÉRICA
Regra de Bonnet: a rigidez se inicia logo após a
morte, atingindo o seu total desenvolvimento até a
15ª hora, e depois desaparece lentamente;

Regra de Fávaro: o processo se inicia logo na


primeira hora e se generaliza entre 2 e 3 horas,
atingindo o seu máximo após 5 a 8 horas;

Regra de Niderkon: rigidez precoce que ocorre


até a 3ª hora; é normal entre 3ª e 6ª horas e
tardia, quando ocorre depois da 9ª hora.
COMPRIMENTO DOS PÊLOS

Mesmo após a morte, alguns fâneros,


como pêlos e unhas, continuam a crescer.
Os primeiros crescem à razão de 21 micra
por hora, daí utilizar-se sua medição para
determinar a hora do óbito;
Os pêlos da barba crescem 0,021 mm/h,
bastaria dividir o comprimento encontrado
depois da morte por esta cifra.
GASES DE PUTREFAÇÃO
Período cromático: tem início com a mancha verde,
entre 18ª e 24ª horas, e a sulfometa-hemoglobina
confere cor verde enegrecida ao corpo todo, até o fim
da primeira semana.
Período enfisematoso: inicia-se por volta da 24ª
hora, sendo certo que o edema de face, genitália e
circulação póstuma de Brouardel aparecem entre as 48 e
72 horas.
Período coligativo: tem início no fim da primeira
semana e se prolonga de maneira diversa, conforme o
local em que se encontra o cadáver.
Período de esqueletização: começa entre a 3ª e 4ª
semanas, podendo ocorrer muito mais rapidamente nos
cadáveres expostos.
CONTEÚDO GÁSTRICO
Verificar em que estado da digestão se
encontram os alimentos;
Os glicídios e carboidratos são os que
apresentam uma permanência mais breve;
As proteínas ocupam um lugar
intermediário;
Os lipídios os que oferecem um trânsito
mais demorado.
FAUNA ENTOMOLÓGICA

O estágio da metamorfose dos dípteros


cujas larvas têm atividade necrofágica
permite estabelecer uma cronologia da
morte.
Existem estudos adaptando as
observações dos autores europeus para o
Brasil, mas são pouco usados.
MANCHA VERDE ABDOMINAL
Quase sempre se localiza na fossa ilíaca direita,
sendo atribuída à sulfoxiemoglobina. Justifica-se
esta região devido ao ceco ser o segmento
intestinal de maior proporção, mais distendido e
mais próximo à parede abdominal e, ainda, pela
maior concentração gasosa nesta parte do
intestino;

Em média surge entre 24 e 36 horas depois da


morte;

Estende-se a todo corpo depois do 3º. Ao 5º.


dia.
NECROPSIA MÉDICO-LEGAL

É a maior de todas as perícias


médico-legais.

“A PERÍCIA DAS PERÍCIAS”

Professor: Oscar Castro.


NECROPSIA FACULTATIVA

A necropsia facultativa depende de


autorização prévia dos representantes
legais do “de cujos” e só deve ser
realizada por médico patologista.
NECROPSIA OBRIGATÓRIA
Não depende da autorização dos
representantes legais do “de cujos”
quando resulta de morte violenta ou
suspeita de crime.
EXAME DO LOCAL DE MORTE

Em caso de morte violenta, ou suspeita.


EXAME DO LOCAL DE MORTE

Morte Suspeita.
FINALIDADES

Identificação do morto;
A causa mortis;
A causa jurídica da morte;
Tempo decorrido da morte.
REQUISIÇÃO

Identificação;
Justificativa do exame;
A história do caso, a hora, o local e as
condições da morte;
O atendimento hospitalar, se houver;
Tudo em subsídio para o médico-legista.
INSPEÇÃO EXTERNA
Exame das vestes;
Elementos de identidade;
Sinais de morte;
Exame da cabeça;
Exame do pescoço;
Exame do tórax;
Exame do abdome;
Exame do ânus;
Exame dos órgãos genitais;
Nos membros superiores;
Exame dos membros inferiores;
Dorso.
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA

Intensa congestão do estômago,


mais escuro que o fígado Feto sanguinolento.
INSPEÇÃO INTERNA
INSPEÇÃO INTERNA
EMBALSAMAMENTO

A prática mais simples de conservação


artificial e permanente do cadáver,
constituindo-se em lavagens e fricções
com substâncias aromáticas ou
balsâmicas.
DESTINOS DO CADÁVER
Inumação simples
Em caixões próprios, é inumado o cadáver
em sepultura comuns de 1,75cm de
profundidade e 0,80cm de largura,
distantes umas das outras de pelo menos
0,60cm em todos os sentidos, ou em
túmulos ou jazigos que obedeçam às
condições do Código Sanitário.
O sepultamento não deve ocorrer antes
de 24h nem depois de 36h, a não ser por
motivos especiais.
DESTINO DO CADÁVER
Cremação
O cadáver é transformado em cinzas, em
fornos elétricos especiais que suportam uma
temperatura de 800 a 1.000 C, constituído de
uma grelha rotatória e de um coletor de cinzas,
operação essa que varia de 1 a 2h o máximo.
Prévia manifestação da vontade do morto ou no
interesse da saúde pública, sendo necessário,
ainda, que o atestado de óbito seja firmado por
dois médicos ou por um médico-legista, e
no caso de morte violenta, após autorização da
autoridade judiciária.
EXUMAÇÃO

“A exumação é a mais árdua e


repulsiva das perícias médico-
legais”

Professor: Genival Veloso de França


CONCEITO
Consiste no desenterramento do
cadáver e geralmente tem como finalidade
atender aos reclamos da Justiça na
averiguação de uma exata causa de
morte passada despercebida, no
esclarecimento de um detalhe, numa
identificação, numa grave contradição ou
na confirmação de um diagnóstico.
EXUMAÇÃO
ADMINISTRATIVOS
Ser transferidos por razões
sanitárias;
Ser transferidos de local de
sepultamento, para uma quadra
diferente;
Ser mudados de urna funerária,
uma vez completada a fase de
esqueletização.
JUDICIÁRIOS
Realizada por ordem judicial,
diretamente, ou através de determinação
da Polícia Judiciária. Visando:
O reconhecimento e identificação;
A realização da necropsia médico-legal;
A apuração de uma grave contradição
entre os fatos;
A confirmação de um diagnóstico;
A recuperação de projéteis não
localizados na necropsia.
PROCEDIMENTO
Solicitação do exame;
Cientificar a administração do cemitério quanto à
hora e data da realização do exame;
A identificação da cova, que será apontada pelo
administrador do cemitério;
Abrir o local de sepultamento;
Retirar o esquife e sua colocação sobre o local
apropriado;
Abrir o ataúde;
Certificar-se de que se trata, verdadeiramente,
do cadáver a que se propõe a perícia requisitada;
Tudo deve ser descrito e fotografado.
QUEM PARTICIPA DE UMA
EXUMAÇÃO?
Autoridade Policial;
Os Peritos;
O Administrador do cemitério público ou
particular para indicar o local da sepultura, sob
pena de responder pelo crime de
desobediência, conforme art. 330 do CP;
Familiares do “de cujos”; e
Testemunhas que estiveram presentes quando
da inumação.
IDENTIFICAÇÃO DA SEPULTURA

Identificação da sepultura pelos familiares.


CERTIFICAR-SE DO CADÁVER
Necropsia pós-exumação
Retira-se o cadáver;
Examina-se com a mesma técnica do exame
cadavérico a céu aberto ou em necrotério anexo ao
cemitério, quando houver;
Deve-se utilizar a fotografia e, quando necessário, os
raios X;
O exame interno deve ser completo, tendo o cuidado
de distinguir com clareza as modificações post-
mortem;
Se necessário retirar material para exame;
Terminada a perícia, o cadáver é novamente dado à
sepultura.
Retirada do material para exames.
CONCLUSÃO
A exumação, por ser uma perícia
extremamente complexa, porquanto não é
apenas um ato médico-legal, mas envolve a
Polícia Científica como um todo, somente
deve ser solicitada em caráter excepcional,
quando exauridos todos os outros meios de
prova, sendo executada, no dizer do Mestre
Genival Veloso de França (2001), “somente
por sérias e imperiosas razões”
OBRIGADO!!

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