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ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA POLÍCIA CIVIL

Lei 10.994/97
(atualizada até a Lei n.º 14.768, de 23 de novembro de 2015)

I. FUNÇÃO E COMPETÊNCIA
Polícia Civil - instituição permanente do Estado.
(art. 144, IV CF/88)
COMPETÊNCIAS:
a) exercer as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares (art. 144, § 4º CF/88 e 4º do
CPP);
b) determinar a realização de exames periciais, colher e
resguardar indícios ou provas da ocorrência de infrações penais
ou a assegurar a execução judicial (art. 6º do CPP);
c) representação e o cumprimento de mandado de prisão, a
realização de diligências requisitadas pelo Poder Judiciário ou
pelo Ministério Público nos autos do inquérito policial e o
fornecimento de informações para a instrução processual (art. 6º
do CPP);
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d) zelar pela ordem e segurança pública, promovendo ou
participando de medidas de proteção à sociedade e ao indivíduo;
e) colaborar para a convivência harmônica da sociedade,
respeitando a dignidade da pessoa humana e protegendo os
direitos coletivos e individuais;
f) adotar as providências necessárias para evitar perigo ou lesões
às pessoas e danos aos bens públicos ou particulares;
g)controle e fiscalização de armas, munições e explosivos, na
forma da legislação pertinente;
OBS.: Desde a edição da Lei 10.826/2003, a competência para
organizar, executar e manter os serviços de registro, cadastro,
controle e fiscalização de armas e munições passou a ser da Polícia
Federal e do Comando do Exército.

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II. PRINCÍPIOS E SÍMBOLOS
São princípios institucionais da Polícia Civil a hierarquia, a
disciplina e a unidade de procedimento.
São símbolos oficiais da Polícia Civil o Hino, a Bandeira, o
Brasão, o Distintivo ou outro capaz de identificar o órgão,
conforme modelos estabelecidos por ato do Chefe do Poder
Executivo.
A data de 3 (três) de dezembro é estabelecida como o dia da
Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, sendo patrono o
Delegado de Polícia Plínio Brasil Milano.

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III- ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA POLÍCIA CIVIL:

I- Órgãos de Direção Superior


II- Órgãos de Assistência e Assessoramento vinculados ao Chefe de
Polícia
III- Órgãos Colegiados
Regionalizada, vinculados ao CH/PC

Especializada, vinculados ao CH/PC


IV- Órgãos de Execução
Direta, vinculados aos de Execução
Regionalizada/Especializada

V-Órgãos de Apoio Administrativo e Recursos Humanos, vinculados ao


CH/PC

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Órgãos de
Direção
Superior

Chefe de
Subchefe COGEPOL
Polícia

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I- ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SUPERIOR

1. CHEFE DE POLÍCIA
- Delegado de Polícia da classe final da carreira,
- Indicado pelo Secretário de Segurança Pública e
- Nomeado pelo Chefe do Poder Executivo.
COMPETÊNCIAS:
a) compete dirigir as atividades da Polícia Civil, bem como
exercer a sua representação, e:
b) auxiliar, imediata e diretamente, o Secretário da Segurança
Pública;
c) planejar, padronizar, supervisionar, coordenar, executar,
fiscalizar e controlar as atividades da Polícia Civil e zelar pela
observância de seus princípios;
d) avocar, excepcionalmente e fundamentadamente, inquéritos
policiais, para exame e redistribuição;

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d) apreciar em grau de recurso, o indeferimento de pedido
de instauração de inquérito policial;
e) submeter ao Conselho de Administração Superior e ao
Conselho Superior de Polícia os assuntos que entender
pertinentes;
f) encaminhar ao Secretário de Segurança Pública a
proposta de orçamento da Polícia Civil;
g) decidir e firmar os atos de remoção de policiais civis, no
âmbito da Polícia Civil;
h) propor atos de promoção e de demissão de policiais
civis, na forma da Lei;
i) indicar ao Secretário da Segurança Pública os servidores
da Polícia Civil para ocupar funções gratificadas ou cargos em
comissão lotados na Polícia Civil; e
j) praticar os demais atos necessários à eficaz
administração da Polícia Civil, nos termos da legislação vigente.

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2. SUBCHEFE DE POLÍCIA

Delegado de Polícia da classe final da carreira, substituto


do Chefe de Polícia em suas ausências e impedimentos
eventuais
- indicado pelo Secretário de Segurança Pública,
- ouvido o Chefe de Polícia, e
- nomeado pelo Governador do Estado.

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3. CORREGEDORIA-GERAL DE POLÍCIA
A Corregedoria-Geral de Polícia exerce o controle interno da
atividade policial
 FUNÇÃO CORRECIONAL:
a) apuração das infrações penais e transgressões disciplinares
atribuídas a servidores da Polícia Civil, podendo aplicar sanções
administrativas correspondentes às transgressões disciplinares por
ela apuradas e dentro de sua competência;
b) proceder a inspeções administrativas nos órgãos da Polícia
Civil;
c) realizar correições, em caráter permanente e extraordinário,
nos procedimentos penais e administrativos de competência da
Polícia Civil;

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 Fica assegurada a legitimidade das autoridades policiais
lotadas nos mais diversos órgãos da Polícia Civil para conhecerem
das infrações penais e disciplinares verificadas nas suas áreas de
atuação, devendo aplicar, quando for o caso, penalidades de sua
competência prevista no artigo 94 da Lei nº 7.366, de 29 de março
de 1980.
 Fica ressalvada a competência originária da Corregedoria-Geral
de Polícia que poderá avocar o feito instaurado.

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 FUNÇÃO NORMATIVA:
a) supervisionar e orientar os procedimentos de polícia
judiciária, baixando provimentos e instruções visando ao
aprimoramento dos serviços policiais, com manifestação prévia do
Conselho de Administração Superior e aprovado pelo Chefe de
Polícia.

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Órgãos de Assistência
e Assessoramento
(vinculados ao Chefe
de Polícia)

Gabinete de
Gabinete do Chefe de
Inteligência e Assuntos
Polícia
Estratégicos

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II- ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA E ASSESSORAMENTO,
VINCULADOS AO CHEFE DE POLÍCIA
a) Gabinete do Chefe de Polícia
- assessoramento e assistência em assuntos de administração
interna, serviços de recepção e telecomunicações, jurídicos, de
planejamento, técnico-policiais, de informações especiais, de
comunicação social e relações comunitárias e institucionais.

b) Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE):


- assessoramento aos órgãos operacionais em matéria de
inteligência policial.

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Órgãos
Colegiados

CAS CSP

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III- ÓRGÃOS COLEGIADOS
 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR (CAS)
É composto pelo Chefe de Polícia (Presidente) e pelos titulares
de todos os Departamentos e órgãos do mesmo nível (ex.:
Academia de Polícia, Gabinete do Chefe de Polícia, GIE...).

COMPETÊNCIA
Assessorar a Chefia de Polícia no exercício de suas
atribuições, bem como deliberar sobre:
a) aprovar atos normativos que definam a atuação da Polícia
Civil;
b) propor medidas de aprimoramento técnico, visando ao
desenvolvimento e à eficiência da Organização Policial Civil;
c) examinar e avaliar as propostas dos órgãos da Polícia Civil,
em função dos planos e programas de trabalho previstos para
cada exercício financeiro;

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d) analisar e avaliar programas e projetos referentes ao
efetivo policial, à aquisição de materiais e equipamentos e às
obras civis;
e) opinar sobre proposições ao Poder Executivo referentes à
criação, modificação ou extinção de cargos ou de órgãos na
Polícia Civil; e
f) zelar pelos princípios, funções, objetivos institucionais
permanentes e pela doutrina de procedimentos da Polícia Civil.
O Conselho de Administração Superior aprovará regimento
interno específico sobre o funcionamento desse órgão
colegiado.
O quórum mínimo de reunião será de 2/3 (dois terços) de
seus membros e das deliberações serão expedidas resoluções
assinadas pelo Presidente e Secretário do Órgão Colegiado.

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 CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA
O Conselho Superior de Polícia será constituído pelos
seguintes membros e respectivos suplentes:
I - Chefe de Polícia, que o presidirá;
II - 1 (um) representante do Conselho Seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil;
III - 1 (um) representante da Procuradoria-Geral do Estado; e
IV - 6 (seis) titulares de cargo de Delegado de Polícia de
última classe.
Nos seus impedimentos e ausências, o Presidente do
Conselho será substituído pelo Vice-Presidente, indicado pelo
Chefe de Polícia, ouvido o Secretário da Segurança Pública e
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo.
OBS: A Lei 14.649 de 18 de dezembro de 2014 excluiu a
participação do MP do CSP, alterando a antiga redação do art. 15
da Lei 10.994/97 que continha essa previsão.

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Os Conselheiros e seus respectivos suplentes serão
designados por ato do Chefe do Poder Executivo
O mandato do Vice-Presidente e dos Conselheiros (titulares e
suplentes) terá duração de 2 (dois) anos, admitida a recondução
O Conselho Superior de Polícia poderá se organizar em
câmaras julgadoras, cuja constituição e funcionamento será
disposto em regimento interno específico, aprovado pelo Plenário,
desde que seja observado na sua composição e designação de
Delegados de Polícia da classe final da carreira.
Os suplentes exercerão as mesmas atribuições dos titulares,
quando ausentes, concorrendo em igualdade de condições na
distribuição de expedientes.
Os Delegados de Polícia que tiverem ocupado função de Chefe
de Polícia por período não inferior a 01 (um) ano, que ainda
estejam no serviço ativo, terão lotação exclusiva no Conselho
Superior de Polícia.

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COMPETÊNCIA DO CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA.
a) pronunciar-se sobre matéria relevante concernente à função,
princípios e conduta funcional ou particular com reflexos no
órgão;
b) deliberar sobre remoção de Delegado de Polícia, no interesse
da disciplina, em grau de recurso;
c) determinar a instauração, providenciar na instrução e realizar o
julgamento de processos administrativo-disciplinares em que
sejam acusados servidores da Polícia Civil, nos termos da
legislação;
d) determinar, fundamentadamente, o afastamento de servidor da
Polícia Civil de suas atividades funcionais, sem perda de
vencimentos, por ocasião da instauração de procedimento, diante
de transgressão que, por sua natureza e configuração, o
incompatibilize para a função pública, quando necessário à
salvaguarda do decoro policial ou do interesse público.

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e) preparar as listas para as promoções do policial civil, e para
outras comendas, conforme dispuser regulamento;
f) deliberar sobre a indenização, promoção, ou pensão especial
decorrente de enfermidade ou morte em razão do serviço ou da
função do servidor da Polícia Civil, incumbindo-lhe também o
reconhecimento de acidente em serviço;
g) deliberar sobre:
g1) a prova de capacitação moral para ingresso nos cursos de
formação na Academia de Polícia Civil, com base no resultado da
sindicância sobre a vida pregressa dos candidatos e outros
subsídios disponíveis; e
g2) o cumprimento dos requisitos relativos ao estágio probatório
dos servidores da Polícia Civil.

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h) decidir sobre outros assuntos que lhe sejam submetidos, nos
termos da legislação vigente;
i) apurar, processar e julgar nas transgressões disciplinares dos
Delegados de Polícia que sejam ou tenham sido membros do
órgão como titulares ou suplentes.

As decisões do Conselho Superior de Polícia serão aprovadas por


maioria simples de votos e constarão de resolução.

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Órgãos de Execução
Regionalizada (vinculados
ao Chefe de Polícia)

DPM DPI

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IV- ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
A) REGIONALIZADA (vinculados ao CH/PC)
Os órgãos de execução regionalizada exercem suas funções no
âmbito de sua respectiva área de atuação:

Departamento de Polícia
Metropolitana - DPM
coordenar, fiscalizar e executar as
atividades de polícia judiciária e de
investigações de infrações, sem
prejuízo da competência dos órgãos
Departamento de Polícia do Interior de execução especializados.
- DPI

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Órgãos de Execução
Especializada (vinculados ao
Chefe de Polícia)

DHPP DENARC DEIC DECA

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b) ESPECIALIZADA (vinculados ao CH/PC):
a)Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa
DHPP – realizar, em cooperação e concorrentemente com outros
órgãos da Polícia Civil, as atividades referentes à polícia judiciária
e às investigações dos crimes dolosos contra a vida e pessoas
desaparecidas, especialmente na apuração daqueles que
demandem investigação de maior complexidade, praticados em
vários municípios ou relacionados com outros Estados, além da
apuração dos delitos de trânsito e infrações correlatas;
b)Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico -
DENARC realizar, em cooperação e concorrentemente com o
Departamento de Polícia Federal, as atividades referentes à
polícia judiciária e às investigações referentes aos delitos de
tráfico e uso indevido de substâncias entorpecentes, ou que
determinem dependência física ou psíquica.

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c) Departamento Estadual de Investigações Criminais - DEIC
- as atividades de polícia judiciária e de investigações, no
território do Rio Grande do Sul, na apuração de infrações penais
que demandem investigação especializada ou decorrente da
ação de associações ou organizações criminosas, bandos ou
quadrilhas, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos
policiais especializados.

d) ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente –


DECA atividades de polícia judiciária e de investigações
referentes às infrações penais onde a criança e o adolescente
sejam infratores ou sujeitos passivos de delitos, providenciando
no auxílio e encaminhamento previstos na legislação própria e
possibilitando o efetivo entrosamento entre os órgãos e
entidades ligadas à proteção da criança e do adolescente.

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Órgãos de Execução Direta,
(vinculados aos de execução
Regionalizada ou Especializada)

DPR DPD DP DPE DPPA

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C) EXECUÇÃO DIRETA, vinculados aos de Execução Regionalizada
ou Especializada:

- Delegacias de Polícia Regionais, as Delegacias de Polícia


Distritais, as Delegacias de Polícia, as Delegacias de Polícia
Especializadas e as Delegacias de Policia de Pronto Atendimento,
vinculadas aos Departamentos de Polícia Metropolitana e do
Interior e instituídas por decreto do Chefe do Poder Executivo,
competindo-lhes, em sua área de atuação, a realização das
atividades de polícia judiciária e de investigação criminal.

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Órgãos de Apoio Administrativo e de
Recursos Humanos (vinculados ao Chefe de
Polícia)

ACADEPOL DAP DTIP

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V- ÓRGÃOS DE APOIO ADMINISTRATIVO E DE RECURSOS
HUMANOS, vinculados ao CH/PC:
Executar as atividades referentes à administração de
pessoal, material, finanças, obras civis, serviços
complementares e capacitação dos recursos humanos.
À Academia de Polícia Civil - ACADEPOL, órgão responsável
pela formação e desenvolvimento dos recursos humanos,
compete:
a) promover concursos públicos e cursos de formação
técnico-profissional, para provimento de cargos de carreiras
da Polícia Civil;
b) realizar cursos de treinamento, de aperfeiçoamento e de
especialização, objetivando a capacitação técnico-
profissional dos servidores da Polícia Civil;
c) realizar estudos e pesquisas sobre a violência,
objetivando subsidiar a formulação de políticas de defesa
social e de tratamento adequado à criminalidade;

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d) manter intercâmbio com a Academia Nacional de Polícia,
congêneres estaduais e outras instituições de ensino e pesquisa,
nacionais e estrangeiras, visando ao aprimoramento das atividades
e dos métodos pedagógicos utilizados; e
e) produzir e difundir conhecimento de interesse policial.
A Academia de Polícia Civil disporá de um corpo docente
selecionado entre profissionais de segurança pública e
especialistas em áreas de interesse da Polícia Civil.

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Ao Departamento de Administração Policial - DAP compete
coordenar, executar e fiscalizar, no âmbito da Polícia Civil, as
atividades referentes à administração de pessoal, material,
transporte, orçamento, finanças, contabilidade, auditoria
interna, serviços gerais e serviços de assistência social.

Ao Departamento de Tecnologia da Informação Policial – DTIP –


compete coordenar, planejar, executar e fiscalizar as atividades
de informática e de comunicações dos órgãos da Polícia Civil,
bem como prestar apoio técnico, distribuir e controlar os
equipamentos pertinentes às suas atribuições. (A criação desse
Departamento importou na fusão do DINP e do DETEL - Esta
alteração foi dada pela Lei 14.768/2015)

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DISPOSIÇÕES DIVERSAS
O detalhamento organizacional da Polícia Civil é estabelecido
por Regimento Interno, editado por decreto do Chefe do Poder
Executivo.
A titularidade de Departamentos, Divisões, Delegacias e
Centros de Operações, na Polícia Civil, é privativa de Delegado de
Polícia.
O inquérito policial, presidido exclusivamente por Delegado de
Polícia, é o instrumento investigatório que reúne a comprovação
cronológica de diligências destinadas à apuração de infração
penal, suas circunstâncias e autoria.
Os atos de Polícia Judiciária e as diligências de investigação
policial serão precedidas de Portaria ou Ordem de Serviço,
respectivamente expedida pela Autoridade Policial.
O Agente Policial responsável pelo cumprimento de diligência
de investigação, após sua conclusão, total ou parcial, fará
Relatório circunstanciado dos fatos, que será parte integrante do
procedimento policial.

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Lei Estadual 7366/80
Estatuto dos Servidores da Polícia Civil do RS.

Aplicação do Estatuto: CF/88, Lei nº 10.098/94 e a legislação


complementar a essa

A quem é destinado o Estatuto ? (art. 2º):


-Policiais Civis
-ocupantes de cargos do Quadro Geral de lotação privativa na
Polícia Civil.
- Servidor Público, lotado ou colocado à disposição da Polícia Civil,
fica submetido ao Estatuto para fins disciplinares e de estágio
probatório.

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Forma de ingresso Concurso Público.

Posse: 15 (quinze) dias, contados da publicação do ato de


nomeação no Diário Oficial do Estado.
Pode ser prorrogado por 15 (quinze) dias

Requisitos para prorrogação da posse: pedido do interessado e


autorização do Chefe de Polícia.

A posse é ato solene e implica no compromisso e na entrega dos


instrumentos de trabalho

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Exercício (Art.12): 15 (quinze) dias, contados da data da posse.
Não há previsão legal de prorrogação. Disposição diferente na LC
10098/94.
No interesse do serviço, o Chefe de Polícia poderá determinar que o
funcionário entre imediatamente no exercício do cargo.

Estágio Probatório (art. 15): 3 (três) anos


Pode ser postergado/prorrogado, caso o servidor – por exemplo –
entre em licença (mandato classista, eletivo) ou se afaste para
realização de curso de formação.

Requisitos para EP, à luz da Lei Estadual 7366/80: Idoneidade


moral, assiduidade, disciplina, dedicação ao serviço e eficiência

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AVALIAÇÃO DO EP
Semestralmente, pelo responsável pela unidade de trabalho em que
tiver exercício e encaminhado ao Conselho Superior de Polícia.
O CSP avaliará, concluindo a favor ou contra a confirmação.
Se confirmado, não dependerá de qualquer ato, bastando a análise
dos boletins semestrais pelo Colegiado e o decurso do prazo legal
de estágio.
Se a Resolução for contrária à confirmação, será dada vista ao
estagiário pelo prazo de 5 (cinco) dias para defesa, que poderá ter
sustentação oral, em sessão reservada do Plenário.
Apresentada a defesa, o Plenário decidirá conclusivamente, e
através de Resolução proporá a exoneração do estagiário que não
satisfizer os requisitos ou se manifestará pela sua confirmação no
cargo.
Ao servidor estável detentor de cargo de provimento efetivo, que
dele se exonerar em razão de sua investidura em estágio probatório
na Polícia Civil, será garantido, se exonerado no novo cargo, o
direito de retornar ao anterior ou, se esse não mais existir, será
colocado em disponibilidade correspondente.

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Remoção (art. 17):
Tipos de remoção:
1. a pedido;
2. “ex officio”, por conveniência dos serviços;
3. por conveniência da disciplina – forma de penalização.

Período de Trânsito: É computado como efetivo serviço, tendo como


duração 15 (quinze) dias contados da percepção da ajuda de custo,
quando esta for devida, ou da publicação do ato, nos demais casos.
Pode ser prorrogado por 15 dias, a critério do Chefe Polícia.

Competentes para remover (art.21 e Lei 10.994/97, art. 10, VII):


Secretário da Segurança Pública e Chefe de Polícia. Portaria
31/2007-CH/PC (inclui os Diretores de Departamento). Delegou aos
diretores de departamentos atribuição para realizarem, e
promoverem a publicação junto ao DAP/PC, as remoções de
servidores “a pedido” e “ex officio”, exceto de Delegados de Polícia,
que não acarretem percepção de ajuda de custo e se derem no
âmbito de seus respectivos Órgãos.

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Direitos em geral (art. 23)
a) Promoções (art.24):
a.1) regulamentares: Critérios: antiguidade e merecimento. O
servidor poderá recusar a promoção à classe final de
carreira por interesse pessoal.
a.2) extraordinárias: “post mortem” , invalidez permanente e
por ato de bravura

Competência para promover: É do Governador do Estado, que


poderá delegá-la, no todo ou em parte, ao Secretário da Justiça e da
Segurança.

b) Prisão Especial:
A prisão de policial civil deverá ser comunicada imediatamente ao
Chefe de Polícia.
Policial civil somente poderá ser conduzido por outro policial civil e
em se tratando de Delegado de Polícia, por outro Delegado de
Polícia.

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c) Recompensas (art.29):
1. Medalha do Mérito Policial;
2. Medalha Tiradentes;
3. Medalha do Serviço Policial, denominada MEDALHA DELEGADO
PLÍNIO BRASIL MILANO;
4. Dispensa do serviço, até 10 (dez) dias;
Competência para concessão:
• Secretário da SSP e Chefe de Polícia: até 10 (dez) dias;
• Diretores de Departamento e Órgãos equivalentes: até 7
(sete) dias;
• Diretores de Divisão / Regionais: até 5 (cinco)dias;
• Titulares de Delegacias de Polícia: até 3 dias;

5. Citações e louvores pela prática de ato que mereça registro


especial e que ultrapasse o cumprimento normal das atribuições
ou revestida de relevância

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d) Porte de arma mesmo na inatividade.
O Chefe de Polícia, com o referendo do Conselho Superior de
Polícia, mediante instauração de sindicância ou inquérito policial,
poderá suspender o porte para o servidor afastado ou suspenso
das funções (ativo ou inativo), cujo comportamento recomendar.

e) Férias (art.33) Lei nº 10.098/94 :


Por necessidade do serviço, a Administração Policial poderá
interromper ou não conceder férias, mas não poderá negar, por
mais de 2 (dois) períodos de férias consecutivos, o direito de
gozá-las.
Para o servidor, a prescrição do direito de gozar férias é de 5
anos, contados do primeiro dia do ano do exercício seguinte ao
daquele em que venceram

e. Licenças: previstas pela Lei Complementar nº 10.098/94.

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f) Aposentadoria:

Os requisitos para a aquisição do direito à aposentadoria do servidor


policial civil estão estabelecidos na Lei Complementar federal nº
51/85, com as alterações promovidas pela LC nº 144/2014.

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Art. 1o O servidor público policial será aposentado: (Redação dada
pela Lei Complementar n° 144, de 2014)
I - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, qualquer que
seja a natureza dos serviços prestados; (Redação dada pela Lei
Complementar n° 144, de 2014)
II - voluntariamente, com proventos integrais, independentemente
da idade:(Redação dada pela Lei Complementar n° 144, de 2014)
a) após 30 (trinta) anos de contribuição, desde que conte, pelo
menos, 20 (vinte) anos de exercício em cargo de natureza
estritamente policial, se homem; (Incluído pela Lei Complementar n°
144, de 2014)
b) após 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que conte,
pelo menos, 15 (quinze) anos de exercício em cargo de natureza
estritamente policial, se mulher. (Incluído pela Lei Complementar n°
144, de 2014)

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g) Assistência médico-hospitalar custeada pelo Estado nos casos
de fato gerador ocorrido em decorrência ao exercício da função.

h) Assistência judiciária custeada pelo Estado e nos mesmos


termos: Exceção: crimes contra o patrimônio público, a paz
pública e a administração pública.

i) Uso de títulos funcionais e desempenho de cargos e funções


correspondentes a sua condição hierárquica.

j) Estabilidade

k) Percepção de proventos na forma da lei.

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Hierarquia (art. 77 e segs):
A hierarquia dos funcionários policiais fica assim constituída:
a) Autoridades Policiais:
- Delegados de Polícia.
b) Agentes da Autoridade:
- Comissário de Polícia,
- Inspetor e Escrivão de Polícia,
- Investigador de Polícia (não existe mais: Lei 14.433/14)

Os policiais de padrão superior têm precedência hierárquica sobre


os de padrão inferior quando exercem funções no mesmo órgão
ou prestem serviço em conjunto.
Igualdade de padrões: prevalecerá a superioridade do mais antigo
na classe.
Dentro da mesma classe de carreira, a hierarquia da função
prevalecerá sobre a do cargo.
Para designação de função de chefia, observar-se-á a ordem de
precedência hierárquica.

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Deveres (art.80)
Além dos deveres comuns dos servidores públicos, o servidor
policial também deve atender a seus deveres específicos:

- conhecer atribuições
- preservar o nome da Polícia Civil
- conduta compatível com a função

- atualização profissional
- portar arma adequada
Deveres (art. 80)

- trajar-se de forma digna com a


função
- atender convocações
- respeito à hierarquia
- espírito de corporação

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Transgressões (art.81)

Classificação das transgressões (art.82):

•Leves: inc. I ao XIII do art.81;


•Médias: inc. XIV ao XXII do art. 81;
•Graves: inc. XXIII ao XLIII do art. 81

•Atenção aos incisos XXXIII ao XLIII: penas graves passíveis de pena


demissória onde pode ser agregada a cláusula “a bem do serviço público”.

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XIX - espancar, torturar ou maltratar preso ou detido sob sua guarda ou
usar de violência desnecessária no exercício da função policial;
LEI COMPLEMENTAR Nº 10.981/1997
Casos de demissão
(art. 1º) - Entende-se que a presente lei revogou “tacitamente” o
inciso XIX do art. 81 da Lei nº 7.366/80.:
Os servidores da PC serão punidos com pena de demissão pela
prática comprovada de espancamento, tortura ou maus-tratos a
preso ou detido sob sua guarda e/ou por uso de violência
desnecessária no exercício de sua função
Classificação das infrações e apuração - (art.2º) – (revoga o inciso
XIX do art. 81 da Lei nº 7.366/80)
A prática das infrações descritas no artigo anterior serão
consideradas faltas graves e apuradas segundo as normas
disciplinares previstas na legislação específica de cada uma das
categorias de servidor público
Remessa ao MP para persecução criminal - (art.2º, §1º):
Concluído o processo disciplinar deverá o mesmo ser remetido de
ofício ao Ministério Público para as providências legais cabíveis na
esfera penal.

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Penas Disciplinares
I-Advertência : falta leve , verbal (não consta nos
assentamentos funcionais)
II-Repreensão : falta leve , escrita
III-Remoção Conveniência da Disciplina: Secretário de
Segurança e Chefe de Polícia
IV-Detenção Disciplinar (inconstitucional – art. 5°, inc. LIV e
LXI, CF/88 e revogada pela Lei 14.828/2016)
V-Suspensão :
- 31 a 90 dias – para os casos de falta grave
- 11 a 30 dias – para os casos de falta média
- 1 a 10 dias - para os casos de falta leve
VI - Demissão : incisos XXXIII a XLIII, do art. 81
VII - Demissão a Bem do Serviço Público : inc. XXXVIII a XLIII,
do art. 81
VIII - Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade: Processo
Administrativo Disciplinar - casos de demissão

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CONVERSÃO DE PENA:
Por conveniência do serviço, a pena de suspensão pode ser
convertida em multa, permanecendo o servidor no exercício do
cargo, com direito à percepção de 2/3 da remuneração. Em regra,
na pena de suspensão o servidor perde os direitos inerentes ao
cargo, como, por exemplo, o porte de arma, a remuneração e o
cômputo do tempo de serviço.

CUMULAÇÃO DE PENAS: Não se pode acumular penas, EXCEÇÃO: a


pena de remoção por conveniência da disciplina é cumulável com
as penas de repreensão e suspensão (art. 83. § 1º).

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RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL: A aplicação de pena não exime o
servidor de eventual indenização pelo prejuízo causado (ex: perda
de arma de fogo)

Obs.: O parágrafo único do art. 81 dispõe que a violação dos


deveres gerais (previstos no art. 80), assim como de outros
preceitos estatutários e ordens de serviço para os quais não exista
uma penalidade específica prevista, poderá ser aplicada uma das
penas cominadas (advertência, repreensão, remoção por
conveniência da disciplina ou suspensão), cabendo à autoridade
classificar a infração cometida.

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Dosagem das penas
Na aplicação das penas disciplinares serão considerados (art. 84)
a. Repercussão do fato;
b. Dano ao serviço público, decorrentes da transgressão;
c. Causas de justificação;
d. Circunstâncias atenuantes;
e. Circunstâncias agravantes.

Causas de justificação (Art.84, §1º) :


•Motivo de força maior;
•Ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória,
no interesse do serviço, da ordem ou da segurança pública;
•Ter sido cometida a transgressão em legítima defesa própria ou
de terceiro, em obediência à ordem superior não manifestamente
ilegal, em estrito cumprimento do dever legal ou quando, pelas
circunstâncias, não for exigível outra conduta.

Obs.: O reconhecimento de causa de justificação impede a


punição (art. 84, § 4°).

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Circunstâncias atenuantes (art.84,§2º):
•Boa conduta funcional;
•Relevância dos serviços prestados;
•Ter sido cometida a infração em defesa de legítimos direitos
próprios ou de terceiros, ou para evitar mal maior;
•Ter a ação sido cometida no interesse da Organização Policial ou
em defesa de seu nome.

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Circunstâncias agravantes (art.84,§3º):
•Má conduta funcional;
•Prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
•Reincidência;
•Ser praticada a transgressão em conluio com duas ou mais
pessoas, durante a execução do serviço, em presença de
subordinados ou em público;
•Ter sido praticada a transgressão com premeditação ou com
abuso de autoridade hierárquica ou funcional.

Obs.: As punições de Delegados serão publicadas em boletim


reservado, exceto as das penas dos incisos VI a VIII, do art. 83
(demissão, demissão a bem do serviço público e cassação da
aposentadoria ou disponibilidade).

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Competência para aplicação das penas (art.94):
Governador do Estado: em qualquer caso;
Secretário da SSP e o Chefe de Polícia: advertência, repreensão,
remoção por conveniência da disciplina, suspensão;
Conselho Superior de Polícia: advertência, repreensão, remoção por
conveniência da disciplina e suspensão, podendo propor a
aplicação da demissão, da demissão a bem do serviço público e da
cassação da aposentadoria ou disponibilidade;
Corregedor-Geral de Polícia: advertência, repreensão e suspensão,
podendo propor a remoção;
Diretores de Departamentos e órgão de mesmo nível: advertência,
repreensão e suspensão ATÉ 45 (Quarenta e cinco) dias , podendo
propor a aplicação de remoção;
Diretores de Divisão: advertência, repreensão e suspensão desde
que a suspensão ATÉ 31 (trinta e um) dias , podendo propor a
aplicação de remoção;
Titulares de DP’s: advertência, repreensão e suspensão ATÉ 30
(trinta) dias, podendo propor a aplicação de remoção;

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Obs.: Será responsabilizada a autoridade que, tendo
competência, deixar de exercer o poder disciplinar, devolvendo o
conhecimento do fato ao superior hierárquico (art. 94, § único).

Prescrição da aplicação das penas disciplinares: (art.95).


•12 (doze) meses: advertência e repreensão;
•24 (vinte e quatro) meses: suspensão e remoção por
conveniência da disciplina;
•5 (cinco) anos: demissão, demissão a bem do serviço público,
cassação de aposentadoria.

OBS,: em caso de comutação da pena pela pena de multa, aplica-


se o mesmo prazo prescricional da pena comutada.

A data do conhecimento do fato por superior hierárquico


constitui o termo inicial dos prazos.
Quando as faltas constituírem, também, fato delituoso, a
prescrição será regulada pela lei penal.

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A prescrição será objeto de: (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 14.828/16)

I - interrupção, recomeçando o prazo a correr por inteiro, a partir:


a) da instauração do processo administrativo-disciplinar; e
b) da emissão do relatório pela autoridade processante;

II - suspensão, continuando o prazo a correr, no seu restante:


a) enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer
natureza, questão de que dependa o reconhecimento da
transgressão; e
b) a partir da instauração de sindicância até a publicação do ato
de decisão final pela autoridade competente.

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Prescrição da execução das penas disciplinares – marco inicial
(art.96).
I - em 1 (um) ano, no caso de advertência, repreensão, remoção
por conveniência da disciplina, suspensão ou multa; (Redação
dada pela Lei Complementar n.º 14.828/16)
II - em 2 (dois) anos, no caso de demissão, demissão a bem do
serviço público, cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.828/16)

OBS.: Fica suspensa a prescrição da execução das penalidades


aplicadas aos servidores cujo vínculo jurídico já tenha sido
extinto em face de anterior aplicação de sanção.

Possibilidades de recurso previstas no artigo 167 e seguintes da


Lei Complementar n.º 10.098/94.

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Sindicância Administrativa:

Na SAD, a autoridade poderá aplicar sanção, desde que competente.


SAD conclusa deverá conter relatório onde conste a data e maneira
pela qual a autoridade teve ciência da irregularidade, versão do fato
em todas as suas circunstâncias indícios e elementos de prova
apurados, depoimentos de denunciante, testemunhas e sindicado,
conclusão e enquadramento legal.
Após elaborar o relatório, expedir portaria punitiva quando for a
autoridade competente para aplicação de sanção, observado o
disposto pelos incisos do art. 94 da Lei em destaque.
Em não sendo a autoridade competente para aplicação de pena,
encaminhar o feito, sem portaria, àquela que o seja, por vias dos
canais hierárquicos.
Antes, cientificar o sindicado ou seu defensor das conclusões do
relatório.

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Inquérito Policial – art. 100
Se a transgressão disciplinar constituir, também, infração penal,
dever-se-á instaurar inquérito policial.
A apuração das transgressões disciplinares sujeitas à pena de
demissão (PAD) será da seguinte forma:
 Quando a transgressão caracterizar-se infração penal
apuração por IP.
 Quando caracterizar-se infração de menor potencial ofensivo
apuração por sindicância administrativa (independe de
instauração de TC).
Se, durante o curso de inquérito policial ou de termo
circunstanciado ficar evidenciada transgressão disciplinar que
NÃO ENSEJA processo-administrativo disciplinar (PAD), deverá
ser instaurada sindicância acusatória – visa garantir a
observância do disposto no inciso LV do art. 5º da Constituição
Federal (art. 37 do Provimento 01/2016/COGEPOL).

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Processo Administrativo-Disciplinar – art. 101

-O Processo Administrativo-Disciplinar poderá ser instaurado


por determinação do Governador do Estado, Secretário de
Segurança Pública, ou por deliberação do Conselho Superior de
Polícia.

-Será preparado por membro do Conselho Superior de Polícia


ou por autoridade designada por portaria. A autoridade
processante (que será, necessariamente, Delegado de Polícia)
não poderá ter hierarquia inferior a do acusado, e nem estar a
ele subordinado por vínculo imediato.

- A autoridade processante e o secretário ficarão vinculados ao


Processo Administrativo Disciplinar, podendo ser dispensados
das atividades habituais.

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-Afastamento preventivo – Sempre fundamentado, sem perda
dos vencimentos, por ocasião da instauração de Processo
Administrativo-Disciplinar, até sua conclusão. A Sindicância
Administrativa também prevê a possibilidade de afastamento
preventivo (art. 38 do Provimento 01/2016 /COGEPOL).

Servidor afastado não será promovido por merecimento, mas


não será retirado da lista da promoção por antiguidade.

Impossibilidade de vedação de aposentadoria do servidor


depois de cumpridos os requisitos constitucionais –
possibilidade de cassação da aposentadoria.

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PROCEDIMENTO:
- A resolução que instaurar PAD conterá a narração do fato,
com todas as suas circunstâncias, o enquadramento
estatutário da transgressão e será instruída pela sindicância
ou IP que lhe der origem.
- A partir do recebimento da portaria (documento em que o
Chefe de Polícia designa o secretário do feito), a autoridade
processante terá dez dias para iniciar o Processo
Administrativo Disciplinar, devendo ser concluído em 60 dias
(prorrogável por mais 60 dias) – art. 108
- O acusado será citado para a audiência inicial (48 hs de
antecedência).
- Não comparecendo o acusado, apesar de regularmente
citado, o feito seguirá a sua revelia, sendo nomeado um
defensor dativo para representá-lo – art. 110, §6º

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Audiência Inicial:
1. Oitiva do denunciante
2. Oitiva da vítima
3. Interrogatório do acusado (indicar defensor)
O defensor do acusado não poderá intervir ou influir de
qualquer modo durante o seu interrogatório.
Ressalte-se que o interrogatório do acusado poderá ser
efetuado em qualquer momento do curso do feito, mas
recomenda-se que deva ocorrer após o depoimento do
denunciante e das testemunhas, para auxiliar nos
questionamentos e esclarecimentos dos fatos.
4. Testemunhas do denunciante, da vítima e da autoridade
processante.
Defesa prévia: 3 (três) dias – tríduo legal, podendo ser
prorrogado por mais 2 (dois) dias, se invocado motivo justo.
O acusado poderá requerer diligência, produzir provas e
arrolar testemunhas. Havendo testemunhas, a autoridade
processante designará audiência para que sejam ouvidas.

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-Encerrada a instrução, o acusado terá vista dos autos pelo
prazo de 10 dias para apresentar alegações finais.

-Relatório: A autoridade processante terá 5 dias para


conclusão do Processo Administrativo-Disciplinar,
oportunidade em que deverá remetê-lo ao Conselho Superior
de Polícia.
Autoridade processante opina pela aplicação ou não da sanção
– decisão é do CSP.

-O acusado deverá ser formalmente notificado das conclusões


finais do relatório, antes da remessa ao Conselho Superior de
Polícia (mediante entrega de cópia do relatório final ao
acusado).

- Julgamento pelo CSP: Possibilidade de sustentação oral no


julgamento.

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-Quando for proposta a aplicação das penas de demissão em
todas as suas formas, o processo será encaminhado ao
Governador do Estado. Neste caso, o Conselho Superior de
Polícia poderá ordenar o afastamento preventivo (art. 98), se o
servidor ainda não estiver afastado.

-O Conselho Superior de Polícia providenciará a instauração de


inquérito policial, se resultar indícios da prática de crime.

- Ao Conselho Superior de Polícia caberá deliberar acerca dos


incidentes processuais que surgirem no decorrer da
instrução/julgamento.

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Cancelamento de Notas – art. 121
As penas impostas serão anotadas nos assentos funcionais,
exceto a advertência – inciso I, art. 83 (art. 121). O cancelamento
se dará ex officio, se o servidor não tiver sofrido nova punição,
nos seguintes prazos:
- 2 anos, no caso de repreensão e remoção;
- 4 anos, no caso de suspensão;
- 5 anos, quando a suspensão exceder a 30 dias.
O termo inicial será o dia imediato ao cumprimento da pena.
No caso de mais de uma pena, a apuração do prazo começará
após o cumprimento da última delas.

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Sindicância – art. 98 – Procedimento estabelecido pelo
Provimento nº 01/2016/COGEPOL
- Novas regras e novos prazos para a apuração de
transgressões disciplinares e para a instrução de sindicâncias
e procedimentos administrativos-disciplinares -
estabelecidos pelo Provimento nº 01/2016/COGEPOL, de 28
de agosto de 2016.
Nova regulamentação interna visa garantir uma apuração
mais célere e eficaz das condutas que possam ser
caracterizadas como transgressão disciplinar, assim como
garantir o respeito aos princípios constitucionais da ampla
defesa e do contraditório.

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PROCEDIMENTO:
A autoridade policial que tiver conhecimento de ocorrência em
que tiver envolvido servidores policiais da Polícia Civil em
infrações penais e administrativas, no exercício das funções ou
em razão dela, deverá:
Comunicar o fato, com maior brevidade possível, à
Corregedoria-Geral de Polícia; (art. 1º)
Será obrigado a apurá-la imediatamente, se tiver essa
atribuição, ou comunicá-la à autoridade competente. (art.4º)
A apuração se dará de acordo com o que preconiza o art. 97 da
Lei 7.366/80
Se as transgressões disciplinares não ensejarem a instauração
de inquérito policial ou de processo administrativo-disciplinar,
a apuração das irregularidades cometidas por servidor da
Polícia Civil será feita mediante sindicância. (art. 97 da Lei nº
7.366/80)

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A sindicância poderá ser classificada como preliminar ou acusatória
(art.3º):
Sindicância preliminar – procedimento sumário, de caráter
sigiloso, destinado à apuração de irregularidades funcionais que não
bem delineadas ou à busca de elementos indicativos de autoria;
Sindicância acusatória – procedimento sumário, de caráter
sigiloso, que poderá ser precedido ou não de sindicância preliminar ou
outro procedimento apuratório, destinados à apuração de
responsabilidade de servidor da Polícia Civil identificado. Indispensável a
observância dos princípios constitucionais do contraditório e ampla
defesa. Também utilizada para apuração de responsabilidade civil.
As transgressões disciplinares que caracterizarem também infração
penal serão apuradas por meio de inquérito policial. Nos casos de delitos
de menor potencial ofensivo, deverá ser instaurada sindicância
administrativa para apuração das transgressões, independentemente da
lavratura de termo circunstanciado.
A sindicância administrativa poderá ser precedida de
procedimento de verificação preliminar (VPI) em caso de denúncia
anônima ou insuficiência de dados (art. 5). O arquivamento deverá ser
analisado pela Corregedoria-Geral de Polícia

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INSTAURAÇÃO
- São competentes para instaurar sindicância as autoridades policiais,
bem como aquelas que exerçam função de correição (art. 6º).
Também são competentes para determinar a instauração de sindicâncias:
Governador do Estado, Secretário de Segurança Pública, ou por
deliberação do Conselho Superior de Polícia (art. 99 da Lei Estadual nº
7.366/80). Essas autoridades poderão, também, determinar o
afastamento preventivo do servidor, quando a falta imputada, por sua
natureza, recomendar essa providência.
De regra, a competência para a apuração dos fatos será da autoridade
policial do órgão a que estiver subordinado o policial civil (art. 7º e §§).
- Se não houver possibilidade de apuração imediata da situação
hierárquica do servidor ou se o servidor estiver cedido para outros órgãos
públicos, a competência para apuração será da autoridade policial
responsável pela circunscrição em que ocorreu o fato.
-Necessidade de observância do princípio da hierarquia – autoridade
sindicante deverá ter hierarquia igual ou superior ao servidor sindicado.
-A autoridade sindicante, se constatar que o fato sob apuração também
caracteriza infração penal e se não for a autoridade com atribuição para a
elaboração do inquérito policial ou do termo circunstanciado, deverá
remeter cópia dos autos da sindicância à autoridade policial que o for (art.
29).
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Procedimento (art. 8º):
- A portaria de instauração deverá conter a narração sucinta do fato e de
suas circunstâncias, o enquadramento legal da transgressão disciplinar,
em tese, cometida e os dados de qualificação, sempre que possível, do
sindicado. Será designado um escrivão para atuar o feito como
secretário.
-A instauração de sindicância deverá ser informada, via canais
hierárquicos, ao Departamento de Administração Policial (DAP), para fins
de publicação no Boletim Regimental e no histórico funcional do
sindicado. Após, os documentos serão enviados à Corregedoria-Geral de
Polícia (COGEPOL), para fins de comunicação e controle (art. 9º).

Instrução (art. 10 e ss):


- Instaurada sindicância preliminar, a autoridade sindicante irá instruí-la
com todos os documentos necessários para o completo esclarecimento
dos fatos, juntando ao procedimento, entre outros elementos
comprobatórios, as informações prestadas por servidores públicos, as
provas técnicas, os autos de apreensões e as oitivas do denunciante e da
vítima, se houver, bem como das testemunhas.

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- Caso o servidor responsável pela transgressão disciplinar não seja
identificado ou caso a autoridade sindicante verifique que o fato não
caracteriza transgressão, deverá propor, justificadamente, o
arquivamento da sindicância preliminar. Esse arquivamento deverá ser
apreciado por instâncias hierárquicas superiores, que poderão
determinar a realização de novas providências. Posteriormente, será
encaminhada à COGEPOL que também poderá determinar à autoridade
sindicante a realização de novas providências.

- Identificado o autor da infração disciplinar, a autoridade competente


deverá instaurar sindicância acusatória. Dar-se-á a citação do
sindicado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 5 dias
(art. 11 e §§).
Salvo hipótese justificável, a audiência de instrução será uma (art. 13).
O sindicado poderá, pessoalmente ou por intermédio de seu advogado,
apresentar documentos que interessem à sua defesa, especificar as
provas pretendidas e arrolar até 5 testemunhas que deseja a inquirição.

Diligências requeridas poderão ser indeferidas pela autoridade


sindicante, através de despacho fundamentado, quando desnecessárias
ou meramente procrastinatórias.

A pedido do sindicado, seu interrogatório Prof.


poderá ser diferido para o
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Audiência de Instrução – as inquirições (nessa ordem) = denunciante
(se houver), vítima (se houver), testemunhas e sindicado. A audiência
seguirá segundo disposto no art. 13 e §§.
- Não há a obrigatoriedade de presença de advogado para o
interrogatório do sindicado (Súmula Vinculante nº 5 do STF: A falta de
defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
não ofende a Constituição).
- Nas sindicâncias em que forem apuradas a responsabilidade civil por
danos ao erário a autoridade sindicante deverá consignar,
expressamente, na inquirição do sindicado se este último deseja
ressarcir os prejuízos à Administração, bem como a forma como será
feito (§ 8º).
- Utilização dos procedimentos previstos no Código de Processo Penal
– possibilidade de oitiva de testemunhas por carta precatória (art. 14),
decretação de revelia do sindicado ausente (art. 15), etc.
- A autoridade sindicante pode realizar, de ofício, diligências que
entenda necessárias ao esclarecimento dos fatos. Também poderá
encerrar a sindicância, mediante relatório fundamentado, quando
restar demonstrada a inexistência de transgressão disciplinar (art. 18).

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- Possibilidade de sobrestamento da sindicância para aguardar
julgamento de questão prejudicial, ocorrendo também a suspensão do
prazo prescricional (art. 95, § 3º, inciso II, alínea “a”, da Lei Estadual
nº 7.366/80) – art. 19.
-Encerrada a instrução, a autoridade sindicante intimará o sindicado
para que apresente alegações finais, no prazo de 10 dias (art. 20) - 2
ou mais indiciados, o prazo para as alegações finais será comum de
20 dias (§1º do art. 244 da LC 10098/94).

CONCLUSÃO:
- Concluída a instrução, a autoridade sindicante deverá elaborar
relatório final, no prazo de até 5 dias, expondo as suas conclusões
gerais. O relatório deverá conter as especificações contidas no § 3º do
art. 98 da Lei Estadual nº 7.366/80 (art. 21).
- O excesso de prazo para conclusão da sindicância deverá ser
justificado pela autoridade sindicante, ficando sujeita à
responsabilização se, por inércia imotivada, der causa à prescrição.

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Aplicação da Pena – A autoridade sindicante deverá, quando for
o caso, aplicar a pena administrativa cabível ou remeter os
autos à autoridade competente para exercer o poder disciplinar
(art. 94 da Lei Estadual nº 7.366/80, com as alterações da Lei
Complementar Estadual nº 14.828/16) – art. 22. Ver também
art. 25
- Concluindo a autoridade sindicante pelo arquivamento da
sindicância, deverá remeter a primeira via à instância superior
para apreciação hierárquica. Os superiores concordando com
as conclusões, a sindicância seguirá para Corregedoria-Geral
de Polícia. Se não houver concordância, os autos serão
devolvidos à autoridade sindicante para novas providências,
que deverão ser especificadas (art. 24).

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- Após concluída a sindicância com resultando em punição
para o servidor, a sindicância administrativa deverá ser
submetida à manifestação do superior hierárquico imediato,
que poderá modificar a decisão apenas quando estiver em
desacordo com a legislação aplicável, for contrária à prova dos
autos, se houver nulidade ou se surgir fato novo, mandando
publicá-la pelo Departamento de Administração Policial (art.
26) - Revisão obrigatória em caso de condenação, que pode
agravar a situação do sindicado (possibilidade de apresentação
de novo recurso).
- Após todas as diligências, a sindicância deverá ser remetida à
Corregedoria-Geral de Polícia, que determinará o saneamento
de eventuais irregularidades (novamente) e poderá ser aplicar
novamente revisar as conclusões adotadas (art. 28).

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Responsabilidade civil - nos feitos administrativos que também
apurarem a responsabilidade civil, deverá haver manifestação de forma
conclusiva a respeito da culpabilidade do sindicado, especialmente
sobre a existência ou não do dever de indenizar o prejuízo causado (art.
27).
RECURSOS:
- Contra a decisão da autoridade que proferiu o ato de punição cabe
pedido de reconsideração Este deverá conter novos argumentos ou
provas capazes de reformar a decisão (art. 31).
- Em última instância administrativa, do indeferimento do pedido de
reconsideração caberá, recurso ao superior hierárquico, dirigido à
autoridade que proferiu a decisão para o devido trâmite administrativo
(art. 32).
PRAZOS (arts. 33 a 36):
-averiguação preliminar prevista no art. 5º será de 7 dias, a contar do
conhecimento do fato pela autoridade competente para apurá-lo.
-sindicância preliminar será de 30 dias, a contar do conhecimento do
fato pelo superior hierárquico.
- sindicância acusatória será de 60 dias, a contar da conclusão da
sindicância preliminar ou do conhecimento do fato pelo superior
hierárquico.

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Prazo recursal:
- Os prazos para interposição do pedido de reconsideração ou do
recurso será de 30 dias, contados da data em que o sindicado tomou
ciência da decisão recorrida.
- Para julgamento dos recursos, o prazo é de 10 dias para o pedido
de reconsideração e de 30 dias para o recurso.
Observações finais:
- A autoridade sindicante deverá juntar aos autos, nas hipóteses em
que se apura a responsabilidade civil, o auto de avaliação dos danos,
que deverá ser baseado em 3 orçamentos (art. 42).
- A Academia de Polícia Civil (ACADEPOL) também possuirá a
atribuição para apurar transgressão disciplinar praticada pelos
docentes durante os cursos de formação ou de aperfeiçoamento (art.
43).
- As sindicâncias administrativas serão sigilosas, sendo assegurado ao
sindicado e seu advogado amplo acesso aos autos (garantia do direito
ao contraditório e à ampla defesa) – era. 46.

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