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Lei 6.830/1980
Ação exacional própria
EXECUÇÃO – GENERALIDADES
• Executar é satisfazer uma prestação devida.
• Existem duas técnicas para viabilizar a execução:
processo autônomo de execução e fase de
execução.
• Toda execução deve fundar-se em título executivo
que represente obrigação líquida, certa e exigível.
• Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
• (...) IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda
Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, correspondente aos créditos
inscritos na forma da lei
LEGITIMIDADE ATIVA
• Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida
Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e respectivas autarquias será regida por
esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de
Processo Civil.
• Art. 2º § 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja
atribuída por lei às entidades de que trata o artigo
1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda
Pública.
• Excluem-se as Sociedades de Economia Mista e
Empresas Públicas.
• Os Conselhos profissionais podem ajuizar execução
fiscal (ADIN 1.717/DF) OAB NÃO!
LEGITIMIDADE PASSIVA
CPC: Art. 568. São sujeitos passivos na execução: V -
o responsável tributário, assim definido na
legislação própria.
LEF: Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida
contra: I - o devedor; II - o fiador; III - o espólio; IV -
a massa; V - o responsável, nos termos da lei, por
dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de direito privado; e VI - os
sucessores a qualquer título.
• Legitimado ordinário primário é o contribuinte (art.
121, parágrafo único, I, do CTN).
• Os arts. 128 a 135 do CTN fixam responsabilidades
tributárias a pessoas diversas.
• §5º, inc. I do art. 2º: lista que os responsáveis devem ser
designados no Termo de Inscrição de Dívida Ativa Se
realmente for inscrito, passa a ser devedor.
• Firmou a 1ª Turma do STF jurisprudência no sentido de que “a
execução fiscal pode incidir contra o devedor ou contra o
responsável tributário, não sendo necessário que conste o
nome deste na certidão da dívida ativa”. RE 96.607-RJ
• LEF: art. 4º; §3º “Os responsáveis, inclusive as pessoas
indicadas no § 1º deste artigo, poderão nomear bens livres e
desembaraçados do devedor, tantos quantos bastem para
pagar a dívida. Os bens dos responsáveis ficarão, porém,
sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à
satisfação da dívida”. – benefício de ordem.
• Súmula 430, STJ
• Súmula 435, STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a
empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente”.
• "TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ART. 135 DO CTN. RESPONSABILIDADE DO
SÓCIO-GERENTE. EXECUÇÃO FUNDADA EM CDA QUE INDICA O NOME DO SÓCIO.
REDIRECIONAMENTO. DISTINÇÃO.
• 1. Iniciada a execução contra a pessoa jurídica e, posteriormente, redirecionada
contra o sócio-gerente, que não constava da CDA, cabe ao Fisco demonstrar a
presença de um dos requisitos do art. 135 do CTN. Se a Fazenda Pública, ao propor
a ação, não visualizava qualquer fato capaz de estender a responsabilidade ao
sócio-gerente e, posteriormente, pretende voltar-se também contra o seu
patrimônio, deverá demonstrar infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos
ou, ainda, dissolução irregular da sociedade.
• 2. Se a execução foi proposta contra a pessoa jurídica e contra o sócio-gerente, a
este compete o ônus da prova, já que a CDA goza de presunção relativa de liquidez
e certeza, nos termos do art. 204 do CTN c⁄c o art. 3º da Lei n.º 6.830⁄80.
• 3. Caso a execução tenha sido proposta somente contra a pessoa jurídica e
havendo indicação do nome do sócio-gerente na CDA como co-responsável
tributário, não se trata de típico redirecionamento. Neste caso, o ônus da prova
compete igualmente ao sócio, tendo em vista a presunção relativa de liquidez e
certeza que milita em favor da Certidão de Dívida Ativa.
• 4. Na hipótese, a execução foi proposta com base em CDA da qual constava o nome
do sócio-gerente como co-responsável tributário, do que se conclui caber a ele o
ônus de provar a ausência dos requisitos do art. 135 do CTN. 5. Embargos de divergência
providos". 1ª Seção, EREsp 702.232/RS.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA? – Art. 133 e ss, NCPC.
• Enunciado 53: “O redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente prescinde do
incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto no artigo 133 do
CPC/2015.”
• Trata-se de pedido de redirecionamento da presente Execução Fiscal contra o
administrador da parte executada, nos termos do art. 135, inciso III, do Código Tributário
Nacional. A exequente alega que houve a dissolução irregular da sociedade (certidão de fl.
163, autos n. 0001030-54.2014.403.6113).(...) De todo modo, não se descarta a
possibilidade de o dirigente da pessoa jurídica anterior também ser responsabilizado pelos
tributos não pagos. Mas, para tanto, tenho por imprescindível a instauração de incidente
processual, a fim de garantir o devido processo legal e a possibilidade de ampla
defesa.Assim, determino a instauração de incidente processual de desconsideração da
personalidade jurídica da executada em desfavor de JAYME SIMON GARCIA, inscrito no
CPF sob n. 594.108.418-87. Os autos do incidente terão como primeira página cópia
desta decisão e como petição inicial o requerimento de fls. 84-85 e os documentos que a
acompanharam; a decisão de fls. 93 e a cota de fls. 94 – todas do processo piloto – e o
documentos de fls. 163 e 174 a 186, do processo 0001030-
54.2014.403.6113.Desentranhem-se as petições acima para formação dos autos do
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, certificando nos autos.Depois
de formados os autos, cite-se o dirigente para se manifestar e requerer as provas que
tiver, no prazo de 15 (quinze) dias.Sem prejuízo, oficie-se a Prefeitura Municipal de São
José da Bela Vista (SP) para, no prazo de 05 (cinco) dias, exibir no incidente a cópia do
convênio celebrado com a executada.Cumpra-se. Intimem-se. Expeça-se o necessário.
(0000123-84.2011.4.03.6113 Disponibilização D.Eletrônico de decisão em 07/04/2016
,pag 173/202) – Justiça Federal de São Paulo.
COMPETÊNCIA
• Juízo do foro do domicílio do devedor, mas é possível que a Fazenda Pública ajuíze
a execução no foro onde se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à
dívida, mesmo que ali não mais resida o executado.
• Se devedor residir no interior, onde não há juízo federal, não pode na vara da
capital, mas sim perante o juiz estadual.
• Súmula 66, STJ: “Compete à justiça federal processar e julgar execução fiscal
promovida por conselho de fiscalização profissional”. (OAB não propõe execução
fiscal, mas a competência também é da justiça federal).
• EC 45/2004: ampliou a competência da Justiça do Trabalho. Multa imposta por
órgão de fiscalização do trabalho, se não for paga, deverá ser cobrada por execução
fiscal perante a Justiça do Trabalho.
• FGTS: Justiça Federal –a obrigação do empregador de recolher FGTS decorre de lei
e não da relação de trabalho. Súmula 349, STJ: “Compete à Justiça Federal ou aos
juízes com competência delegada o julgamento das execuções fiscais de
contribuições devidas pelo empregador ao FGTS”.
• Multa eleitoral – execução fiscal de competência da Justiça Eleitoral.
• Caso execução fiscal seja proposta em foro onde devedor não mantenha domicílio
incompetência relativa que só será reconhecida se executado apresentar
exceção de incompetência. Se não fizer = prorrogação de comp.
LEF: Art. 28 - 0 Juiz, a requerimento das partes, poderá, por
conveniência da unidade da garantia da execução, ordenar a
reunião de processos contra o mesmo devedor.
• Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, os processos serão
redistribuídos ao Juízo da primeira distribuição. juiz pode
rejeitar a reunião de processos. Identidade total de partes.
• A competência para julgar a execução fiscal exclui a de qualquer
outro juízo, inclusive falência ( Art. 5º, LEF). Em caso de falência, a
execução fiscal prossegue normalmente , devendo ser feita a
penhora no rosto dos autos do processo de falência pagar após
a quitação dos débitos de acidentes de trabalho, trabalhistas e
previdenciários (art. 186, CTN).
• S e quando da decretação da quebra já havia penhora na execução
fiscal, o bem constrito fica fora do rol de bens da massa (Súmula
44, TFR: “Ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com
penhora realizada antes desta, não ficam os bens penhorados
sujeitos a arrecadação no Juízo falimentar; proposta a execução
fiscal contra a massa falida, a penhora far-se-á no rosto dos autos
do processo da quebra, citando-se o síndico”)
PROCEDIMENTO
• A Lei 6.830/80 surgiu com o propósito de
tornar a execução fiscal mais célere e segura.
• As regras do CPC aplicam-se subsidiariamente
(art. 1º) quando omissa for a LEF.
• Em caso de antinomia entre o critério de
especialidade e cronológico, vale o
metacritério “lex posterior generallis non
derrogat priori speciali” – prevalece a
especialidade.
PETIÇÃO INICIAL
• Inicia-se com petição inicial simplificada, indicando
o juízo a quem é dirigida; o pedido e o
requerimento para a citação. A produção de provas
pela Fazenda Pública independe de requerimento
na petição inicial e o valor da causa será o da dívida
constante da certidão, com os encargos legais. (art.
6º)
• A inicial deve ser instruída com a CDA, que dela fará
parte integrante, como se estivesse transcrita. A
petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão
constituir um único documento, preparado inclusive
por processo eletrônico.
• Estando em ordem a petição inicial, o juiz
determinará a citação do executado.
NCPC: Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de
plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem
pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias,
o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela
metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por
cento, quando rejeitados os embargos à execução,
podendo a majoração, caso não opostos os embargos,
ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em
conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
(ANTIGO 652-A, CPC REVOGADO)
Aplicável à execução fiscal, mas observado o prazo de
5 dias.
CITAÇÃO
• Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a
dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de
Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública
não a requerer por outra forma;
II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no
endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10
(dez) dias após a entrega da carta à agência postal; (NÃO DA JUNTADA).
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da
entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça
ou por edital;
IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no
órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30
(trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do
devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a
data e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o
endereço da sede do Juízo.
§ 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60 dias.
§ 2º - O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe a prescrição.
• Súmula 414, STJ: “a citação por edital na execução fiscal
é cabível quando frustradas as demais modalidades”.
• Súmula 196, STJ: “ao executado que, citado por edital
ou hora certa, permanecer revel, será nomeado
curador especial, com legitimidade para apresentação
de embargos”.
• Prazo de 5 dias para pagar a dívida com juros e multa
de mora, ou garantir a execução mediante depósito de
dinheiro, fiança bancária ou nomear bens à penhora
(art. 9º, LEF).
• ATENÇÃO! CPC: 3 dias e após a juntada do mandado
cumprido, contam-se 15 dias para oferecimento de
embargos à execução, opostos independente de
penhora (art. 736 e 738, CPC) isso não se aplica à
execução fiscal.
Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e
encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial
de crédito, que assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária;
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda
Pública.
§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à
penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge.
§ 2º - Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária ou da
penhora dos bens do executado ou de terceiros.
§ 3º - A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança
bancária, produz os mesmos efeitos da penhora.
§ 4º - Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a
responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora.
§ 5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições pré-
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 6º - O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa, e
garantir a execução do saldo devedor.
PENHORA
• LEF: Art. 10 - Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de
que trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do
executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
• Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:
I - dinheiro;
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação
em bolsa;
III - pedras e metais preciosos;
• IV - imóveis;
• V - navios e aeronaves;
• VI - veículos;
• VII - móveis ou semoventes; e
• VIII - direitos e ações.
§ 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento
comercial, industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em
construção.
§ 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de que
trata o inciso I do artigo 9º.
§ 3º - O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito judicial,
particular ou da Fazenda Pública exeqüente, sempre que esta o requerer,
em qualquer fase do processo.
Art. 12 - Na execução fiscal, far-se-á a intimação da penhora ao executado, mediante publicação,
no órgão oficial, do ato de juntada do termo ou do auto de penhora.
§ 1º - Nas Comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá ser feita pela remessa de cópia
do termo ou do auto de penhora, pelo correio, na forma estabelecida no artigo 8º, incisos I e
II, para a citação.
§ 2º - Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao cônjuge, observadas as normas
previstas para a citação.
§ 3º - Far-se-á a intimação da penhora pessoalmente ao executado se, na citação feita pelo
correio, o aviso de recepção não contiver a assinatura do próprio executado, ou de seu
representante legal.
Art. 13 - 0 termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens penhorados,
efetuada por quem o lavrar.
§ 1º - Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública, antes de publicado o
edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador oficial para proceder a nova
avaliação dos bens penhorados.
§ 2º - Se não houver, na Comarca, avaliador oficial ou este não puder apresentar o laudo de
avaliação no prazo de 15 (quinze) dias, será nomeada pessoa ou entidade habilitada a
critério do Juiz.
§ 3º - Apresentado o laudo, o Juiz decidirá de plano sobre a avaliação.
Art. 14 - 0 Oficial de Justiça entregará contrafé e cópia do termo ou do auto de penhora ou
arresto, com a ordem de registro de que trata o artigo 7º, inciso IV:
• I - no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado;
• II - na repartição competente para emissão de certificado de registro, se for veículo;
III - na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se forem ações,
debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título, crédito ou direito societário
nominativo.
• Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será
deferida pelo Juiz: I - ao executado, a substituição
da penhora por depósito em dinheiro ou fiança
bancária; e II - à Fazenda Pública, a substituição dos
bens penhorados por outros, independentemente
da ordem enumerada no artigo 11, bem como o
reforço da penhora insuficiente.
“o inciso II do art. 15 da Lei 6.830/80 que
permite à Fazenda Pública, em qualquer fase
do processo, postular a substituição do bem
penhorado, deve ser interpretada com
temperamento, tendo em conta o princípio
contido no art. 620, CPC (...) não convivendo
com exigências caprichosas, nem com
justificativas impertinentes” (STJ 2ª Turma,
REsp 53.652-94/SP).
OBS: 620, CPC EQUIVALE AO ART. 805, NCPC.
STJ: SÚMULA N. 406: A Fazenda Pública pode
recusar a substituição do bem penhorado por
precatório.
• Pode recair sobre o faturamento da empresa
observar o art. 866, DO NOVO CPC.