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Fontes do DIPúblico

O Direito Internacional Público tem suas fontes


sistematizadas no artigo 38 do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça, o principal órgão judiciário da
ONU, que preceitua:

1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito


internacional as controvérsias que lhe forem submetidas,
aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados
litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral
aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações
civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a
doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações,
como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de
decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto
concordarem (quando as partes optam por conferir aos juízes o poder de decidir o conflito com
base em seu leal saber e entender, a questão é resolvida conforme o senso de justiça; conforme o
correto e válido).
Assim, dentro deste artigo estão previstos como fontes de Direito
Internacional Público:

1 – Tratados/Convenções internacionais – fonte cujo maior uso se tem feito no


campo internacional contemporaneamente, tendo todos os seus aspectos e
minúcias abordados em qualquer manual de direito internacional; sejam estas
gerais ou especiais, desde que produzam regras expressamente estabelecidas
pelos estados. Deve ser registrado na ONU para que tenha validade
internacionalmente;
2 – Costume internacional – fonte mais utilizada pela comunidade internacional até
a Segunda Guerra Mundial, é resultado de prova de prática geral entre estados
que passa a ser aceita como direito. O costume serve como norma jurídica para
determinar algumas situações, mas atualmente está sendo de certo modo
abandonado em detrimento dos tratados internacionais.
3 – Princípios gerais de direito – são aqueles aceitos por todos os ordenamentos
jurídicos, como por exemplo a boa-fé, respeito à coisa julgada, princípio do direito
adquirido e o do pacta sunt servanda. Consistem em princípios consagrados nos
sistemas jurídicos dos Estados, bastando que um número suficiente de Estados a
consagrem para que esta seja passível de gerar lei.
Há, ainda, fontes que são consideradas secundárias,
sendo eventualmente creditadas pelo mesmo Estatuto
como fonte geradora de lei, que são as decisões
judiciais e a doutrina dos juristas mais qualificados
das diferentes nações.
São meios auxiliares na construção do ordenamento
jurídico internacional, utilizados de forma secundária,
acessória, ou seja, caso não existam tratados,
costumes ou princípios gerais de direito para produzir
orientação satisfatória. O Estatuto da Corte
Internacional de Justiça ao denominá-los como meio
auxiliar quis deixar claro que não são fontes diretas do
direito internacional, pois deles não nasce o direito, são
apenas meios auxiliares na solução dos litígios
internacionais.
Tratado de Kadesh, um dos primeiros exemplos
de tratado internacional, celebrado no século XIII
a.C. (por volta de 1280 a 1272 a.C),entre Ramsés
II do Egito e Hatusil III, rei dos hititas. Museu de
Arqueologia de Istambul, Turquia.
Nem sempre os tratados foram a fonte mais
importante do DIP. Até pouco tempo, o
costume era a sua fonte principal. O direito
consuetudinário foi o que fez eclodirem as
regras de direito internacional público.
Entretanto, oferecia pouca segurança e a
tendência da sociedade internacional foi a
transformação do costume em norma
positivada, surgindo os tratados, os quais
foram incorporando os antigos costumes.
TRATADOS
Tratado é um termo genérico, do que
as demais expressões são variações
terminológicas (Maristela Basso).
Tratado é o acordo formal concluído
entre sujeitos de DIPúblico, destinado a
produzir efeitos jurídicos na órbita
internacional (C. R. Husek).
 Lembre: o tratado, no DI, é o contrato no
direito interno.
Instrumento normatizador
A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados – CVDT – de
1969 define tratado no seu art. 2°, 1, a, como sendo:
“ um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e
regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento
único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que
seja sua denominação específica”.

A CVDT/1986, estabelece que:


1. Para efeitos da presente Convenção:
a) Por “tratado” entende-se um acordo internacional regido pelo
direito internacional e celebrado por escrito:

i) Entre um ou vários Estados e uma ou várias Organizações


Internacionais; ou
ii) entre Organizações Internacionais, quer esse acordo conste de
um instrumento único ou de dois ou mais instrumentos conexos e
qualquer que seja a sua denominação particular;
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
Institui o Código Civil.
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de
direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei
nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público
externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas
que forem regidas pelo direito internacional público.

Lembre:
1°. ONG não tem personalidade jurídica de
direito internacional público, e seus atos
instituidores são celebrados entre particulares, com
ou sem a interveniência de órgãos públicos.
2°. ONGs são criadas por normas internas,
sendo assim, também são regidas por elas.
Espécies/denominações
1. Convenção: refere-se a atos multilaterais assinados em
conferências internacionais e que versam sobre assuntos de
interesse geral. Ex.: Convenção de Haia de 1980, que versa sobre
o sequestro internacional de crianças e adolescentes. Seu objetivo
é evitar os efeitos prejudiciais provocados pelo deslocamento
ilegal de menores de seu país de residência habitual;
2. Tratado: atos solenes que versam sobre assuntos de interesse
global ou regional; também pode ser denominado Pacto (Pacto de
San José da Costa Rica);
3. Acordos: estabelecem a base institucional que orienta a
cooperação entre dois ou mais países. Os acordos costumam ter
número reduzido de participantes. Um exemplo é o acordo entre
o governo do Brasil e da Dinamarca, em vigor desde março de
2011, para o enfrentamento da pobreza na área de transporte
marítimo e intercâmbio cultural bilateral.;
4. Protocolo: designa acordos bilaterais ou
multilaterais menos formais do que os tratados
ou acordos complementares. O Protocolo de
Quioto, do qual o Brasil é signatário, estabelece
compromissos por parte dos países para a
redução da emissão de gases de efeito estufa;
5. Carta: costuma designar tratados
constitutivos de OI’s (ONU, OEA);
6. Concordata: compromissos firmados entre o
Vaticano/Santa Sé e um Estado.
7. Estatuto: designam a regulamentação de um
Tribunal Internacional. Ex.: Estatuto de Roma,
da CIJ.
8. Acordos em forma simplificada, acordos
executivos ou executive agreements - são os
tratados concluídos pelo chefe do Poder
Executivo, de forma direta, sem aprovação
parlamentar. Não existem no Brasil.
9. Gentlemen´s Agreement - ou Acordo de
Cavalheiros, era um tratado de normas de
efeito moral e não estabelecem uma
obrigação jurídica ente os agentes. É
transitório e provisório, dissipando sua
existência com o simples desaparecimento
de um de seus agentes.
Requisitos/condições de validade
As condições de validade que deve ostentar um
tratado são semelhantes aos requisitos dos
contratos no direito civil, a saber:

1. Capacidade: são capazes para firmar um tratado


os sujeitos do DI, ou seja, Estados e OI’s.
Exceção: O DI admite que membro de federação
possa firmar compromisso no âmbito internacional,
ou seja, o estado do Rio Grande do Sul pode obter
financiamentos internacionais (BM, BID, etc.)
Vide Manual de Financiamento Externo do
Ministério do Planejamento ↓↓↓↓
(http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arqui
vos/seain/manual_financiamento_2013.pdf).
Art. 52. Compete privativamente ao
Senado Federal:
............................................................
V - autorizar operações externas de natureza
financeira, de interesse da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios
2. Habilitação: documento de representação em uma
negociação internacional e assinatura de um Tratado
(equivalente à procuração). São dispensados de habilitação
os:
1. Chefes de Estado e de Governo,
2. Ministros de Relações Exteriores e
3. Embaixadores no país onde será assinado o tratado, eis que já
apresentou suas credenciais.
Os sujeitos de direito internacional concedem uma
autorização formal para que seus agentes negociem e
concluam um tratado, chamada plenos poderes. Os
representantes de um Estado são chamados de
plenipotenciários. Os atos relativos ao tratado, tomados
por pessoa sem plenos poderes, não têm efeito legal, a
não ser que o respectivo Estado os ratifique.
3. Consentimento mútuo - A convergência
das vontades dos contratantes é essencial à
existência do tratado, da mesma forma que
para um contrato em direito civil. A vontade
das partes deve estar livre de qualquer vício,
tais como o erro, o dolo (ocorrido quando
um Estado é levado a concluir um tratado
mediante fraude) e a coação (pela força ou
ameaça de uso da força). Qualquer destes
vícios pode ser invocado como causa de
nulidade de um tratado.
4. Objeto lícito e possível - Como qualquer outro ato jurídico, o
objeto do tratado deve ser lícito e possível, sem o que o tratado é
considerado nulo.
5. Formalidade – deve ter a forma escrita, contendo:
1. Título: serve para designar o tema avençado;
2. Preâmbulo/qualificação: objetiva identificar cada um dos
pactuantes do tratado internacional;
3. Considerandos: introduz as razões, os motivos para a elaboração
do compromisso;
4. Articulado: é como se denomina a parte dispositiva do tratado,
onde os contratantes estabelecem as regras que devem ser
cumpridas. Podem ser artigos ou cláusulas;
5. Fecho: local, data, idioma (s) e número de vias originais.
6. Assinatura: é a expressão da vontade das partes em estabelecer
um vínculo e prosseguir nos procedimentos para a consagração
do tratado.
TRATADO DE ASSUNÇÃO

TRATADO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UM


MERCADO COMUM ENTRE A REPÚBLICA
ARGENTINA, A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,
A REPÚBLICA DO PARAGUAI E A REPÚBLICA DO
URUGUAI

A República Argentina, a República Federativa do Brasil, a


República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai,
doravante denominados "Estados Partes";
di
p
ar
no
tv
eei Considerando que a ampliação das atuais
o
ta
dimensões
am de seus mercados nacionais, através da
integração,
pe constitui condição fundamental para
rnt
acelerar o
seus processos de desenvolvimento
o
econômico vm com justiça social;
ei
ai Entendendo que esse objetivo deve ser
ta
s
alcançado m
ef mediante o aproveitamento mais eficaz
doseic recursos disponíveis, a preservação do meio
na
ambiente, tz o melhoramento das interconexões físicas,
a coordenação o
d de políticas macroeconômica da
m
complementaçãoo
ai
dos diferentes setores da
s
economia, sr com base no princípios de gradualidade,
flexibilidade ef
e e equilíbrio;
ic
c
au
zrs
Feito na cidade de Assunção, aos 26 dias do mês
março de mil novecentos e noventa e um, em um
original, nos idiomas português e espanhol, sendo
ambos os textos igualmente autênticos. O Governo
da República do Paraguai será o depositário do
presente Tratado e enviará cópia devidamente
autenticada do mesmo aos Governos dos demais Estados
Partes signatários e aderentes.
PELO GOVERNO DA REPÚBLICA ARGENTINA:
CARLOS SAUL MENEM - GUIDO DI TELLA
PELO GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL:
FERNANDO COLLOR - FRANCISCO REZEK
PELO GOVERNO DA REPÚBLICA DO PARAGUAI:
ANDRES RODRIGUES - ALEXIS FRUTOS VAESKEN
PELO GOVERNO DA REPÚBLICA ORIENTAL DO
URUGUAI:
LUIS ALBERTO LACALLE HERRERA - HECTOR GROS
ESPEIELL
https://neccint.wordpress.com/legislacao-
internaciona/ - Coletânea de Tratados Internacionais:
1. Organizações Internacionais e Instituições Regionais,
2. Desarmamento e Segurança Coletiva,
3. Relações diplomáticas e consulares,
4. Asilo territorial e diplomático,
5. Direito dos Tratados,
6. Espaços marítimos,
7. Espaço aéreo e cósmico,
8. Zonas polares,
9. Proteção Internacional dos Direitos Humanos,
10. Comércio Internacional,
11. Direito Penal Internacional,
Dentre outros temas.
Classificação
1. Quanto ao número de partes: podem ser
bilaterais, plurilaterais ou multilaterais
(estes envolvem grande quantidade de
Estados);
2. Quanto à natureza do objeto:
a) tratados-lei: geralmente celebrados por
grande número de Estados;
b) tratados-contrato: produzem efeitos
apenas entre as partes contratantes.
Formas de extinção:
1. Por vontade das partes (exemplo: Associação Latino
Americana de Livre Comércio-ALALC, criada em
1960 e extinta em 1980).
2. Por cumprimento do objetivo (exemplo: construção
de uma usina hidrelétrica binacional).
3. Por denúncia - quando um Estado deixa de fazer
parte de um Tratado. Se compromisso for bilateral,
deixara de existir; se for multilateral, deixará de existir
apenas para o Estado que deixar de fazer parte. Ex.:
Inglaterra em relação à União Europeia (Brexit).
4. Guerra superveniente (caso do tratado de não-
agressão firmado entre a Alemanha de Hitler e a
União Soviética, em 1939, declarado extinto com a
invasão alemã ocorrida em 1941).
5. Expiração do termo pactuado - o tratado pode prever
o momento de seu término quando estipular um prazo
determinado para a sua vigência. Existindo termo final
estabelecido, é neste momento que o tratado terminará.
6. Tratado superveniente - trata-se da regra estabelecida
no art. 59, § 1º, da CVDT/1969, onde se lê que considera-
se extinto um tratado se todas as suas partes concluírem
um tratado posterior sobre o mesmo assunto.
7. Condição resolutiva - o texto do tratado pode prever
que certo acontecimento futuro e predeterminado o
extinga.
8. Caducidade – ocorre quando a prática determinada
pelo tratado é abandonada pelas partes, dizendo-se que o
tratado caiu em desuso.
9. Ruptura de relações diplomáticas e
consulares -pode acarretar o término do
tratado se elas forem imprescindíveis para a
sua execução.
10. Impossibilidade de execução - o tratado
termina quando existe uma impossibilidade física
(desaparecimento de uma das partes, extinção
do seu objeto, etc.) ou jurídica (quando o tratado
se torna incompatível com outro que deverá ter
primazia de execução).
Processo de celebração
No Brasil, conforme entendimento do STF, não são
adotados os institutos da aplicabilidade imediata e do efeito
direto para as normas internacionais e, portanto, são
necessárias manifestação e atuação dos Poderes Legislativo e
Executivo para que um tratado produza efeitos em âmbito
interno.
Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais;
...
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.
...
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Primeira fase (externa):
Negociações preliminares e assinatura do
tratado (realizadas por
negociadores/diplomatas).

Segunda fase (interna):


Manifestação do Congresso Nacional.
Exposição de Motivos: elaborada pelo MRE, é
assinada pelo PR e encaminhada ao Congresso
Nacional (Câmara dos Deputados e Senado
Federal), sucessivamente. Antes de ser levado ao
Plenário, o documento é examinado pelas
Comissões de Constituição e Justiça, de Relações
Exteriores e por outras que tenham interesse na
matéria.
Nesta fase o Parlamento aprova ou rejeita o tratado. Caso rejeite, a
decisão é terminativa, não indo para a fase seguinte (terceira
fase-ratificação). O Poder Legislativo possui capacidade para fazer
“reserva”:
CVDT (1969/1986) - Artigo 2, I:
...
d) "reserva" significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação
ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um
tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de
certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado;
O Congresso se manifesta mediante Decreto Legislativo, publicado
no DOU, com quorum de maioria simples. Entretanto, nos casos de
tratados sobre DDHH o quorum, conforme CRFB, art. 5°:
...
A parte que realizar a reserva informará ao outro
contratante que não se considera vinculada a uma
ou mais disposições ou considera que certas
disposições do compromisso firmado lhe são
aplicáveis de uma maneira específica, a qual deve
ser explicada no momento da oposição.
Pode-se dizer que é consequência de pequenos
desacordos sobre o texto do tratado, os quais
não ameaçam sua essência.
Dentre os efeitos das reservas, o principal é o de
fazer com que o Estado formulador se desonere de
cumprir determinada disposição, não trazendo
assim maiores consequências em termos de
responsabilidade internacional.
No âmbito do direito interno, quando da aprovação
de um compromisso internacional pelo Poder
Legislativo, é possível a aposição de reservas ao
tratado pelo Congresso Nacional.
Importante:
CF, art. 5°,§ 3º - Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004).
Terceira fase – ratificação:

- A ratificação é o processo pelo qual os atos são postos em


vigor internacionalmente;
⇨ Ratificação é o ato pelo qual a autoridade nacional
competente informa às autoridades correspondentes dos
Estados cujos plenipotenciários concluíram com os seus um
projeto de tratado, a aprovação que dá a este projeto e que o
faz, doravante um tratado obrigatório para o Estado que esta
autoridade encarna nas relações internacionais. (Mazzuoli)

- Os Estados assumem formalmente, perante a sociedade


internacional um compromisso internacional;
- Trata-se de consentimento expresso e definitivo, por parte do
Estado, confirmando a assinatura da primeira fase;
- A ratificação pode ser operacionalizada por meio
de troca de notas, ou pelo depósito das ratificações;
- Após ratificado, para o Estado poder desvincular-
se de um tratado somente mediante denúncia
(segundo Rezek, a denúncia nada mais é do que um
ato unilateral, no qual o Estado manifesta sua
vontade de deixar de ser parte do acordo
internacional).

⇨ Importante:
O Presidente da República não necessita
autorização do Congresso Nacional para
denunciar um tratado.
O Brasil fez duas reservas em relação à Convenção de Viena
sobre Direito dos Tratados, de 1969, a saber:
Artigo 25
Aplicação Provisória
1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se
provisoriamente enquanto não entra em vigor, se:
a)o próprio tratado assim dispuser; ou
b)os Estados negociadores assim acordarem por outra forma.
2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados
negociadores acordem de outra forma, a aplicação provisória
de um tratado ou parte de um tratado, em relação a um Estado,
termina se esse Estado notificar aos outros Estados, entre os
quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não
se tornar parte no tratado.
Artigo 66
Processo de Solução Judicial, de Arbitragem e de Conciliação
Se, nos termos do parágrafo 3 do artigo 65, nenhuma solução
foi alcançada, nos 12 meses seguintes à data na qual a objeção
foi formulada, o seguinte processo será adotado:
a)qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a
interpretação dos artigos 53 ou 64 poderá, mediante pedido
escrito, submetê-la à decisão da Corte Internacional de Justiça,
salvo se as partes decidirem, de comum acordo, submeter a
controvérsia a arbitragem;
b)qualquer parte na controvérsia sobre a aplicação ou a
interpretação de qualquer um dos outros artigos da Parte V da
presente Convenção poderá iniciar o processo previsto no
Anexo à Convenção, mediante pedido nesse sentido ao
Secretário-Geral das Nações Unidas.
Denúncia, ou Retirada, por parte de um Estado, de um
Tratado que não Contém Disposições sobre Extinção,
Denúncia ou Retirada
Conforme a CVDT/1969, artigo 56:
1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua
extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é
suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que:
a)se estabeleça terem as partes tencionado admitir a
possibilidade da denúncia ou retirada; ou
b)um direito de denúncia ou retirada possa ser
deduzido da natureza do tratado.
2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze
meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou
de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1.
Registro do tratado
O registro é requisito estabelecido pela Carta da ONU e tem
como finalidade fazer com que o Estado que celebrou o tratado
possa invocar para si, junto à organização, os benefícios do acordo
celebrado. O registro deve ser requerido ao secretário-geral da
ONU, que fornece, a cada Estado, um certificado redigido em
inglês e Francês.
Vale registrar a previsão do art. 80, da Convenção de Viena sobre
o Direito dos Tratados e o art. 102 da Carta da ONU:
Art. 80 Registro e Publicação dos Tratados:
1. Após sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao
Secretariado das Nações Unidas para fins de registro ou de
classificação e catalogação, conforme o caso, bem como de publicação
2. A designação de um depositário constitui autorização para este
praticar os atos previstos no parágrafo anterior.
Artigo 102
1.Todo tratado e todo acordo internacional,
concluídos por qualquer Membro das Nações
Unidas depois da entrada em vigor da presente
Carta, deverão, dentro do mais breve prazo
possível, ser registrados e publicados pelo
Secretariado.
2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo
internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1º
deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.
O texto a seguir é uma verdadeira aula sobre
Direito dos Tratados
ADI 1480 / DF – 2.001 – Rel. Min. Celso de Mello

É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária


que antagoniza monistas e dualistas - que se deve buscar a solução
normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao
sistema de direito positivo interno brasileiro. O exame da vigente
Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados
internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no
sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo,
resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso
Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre
tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da
República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional
(CF, art. 84,VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da
competência para promulgá-los mediante decreto.
O iter/caminho procedimental de incorporação
dos tratados internacionais - superadas as fases prévias
da celebração da convenção internacional, de sua
aprovação congressional e da ratificação pelo Chefe de
Estado - conclui-se com a expedição, pelo Presidente da
República, de decreto, de cuja edição derivam três
efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a promulgação
do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu
texto; e (c) a executoriedade do ato internacional, que
passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no
plano do direito positivo interno.
Conflito entre Tratado e direito
interno

O conflito entre Tratado e direito interno tem a


sua solução dada pelo julgamento do RE n°84.004/77,
julgado pelo STF, que resultou na adoção do
CRITÉRIO CRONOLÓGICO, ou seja, lex posterior
derogat priori/lei posterior revoga a anterior.
Este entendimento é válido para o conflito entre uma
norma internacional e outra interna, infraconstitucional.
Os tratados ou convenções internacionais, uma
vez regularmente incorporados ao direito interno,
situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmo
planos de validade, de eficácia e de autoridade em que
se posicionam as leis ordinárias, havendo entre estas e
os atos de direito internacional público, mera relação
de paridade normativa.
As normas internacionais que tratam
de Direitos Humanos, por sua vez, ao
serem incorporadas ao ordenamento
jurídico pátrio possuem o status de
normas constitucionais, eis que são
admitidas como emendas à Constituição.
Vide texto do art. 5°, § 3°, CF .
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL DE 1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Soft Law
Expressão no âmbito do Direito Internacional
Público que designa o texto internacional, não
importando a denominação, desprovido de
caráter jurídico em relação aos signatários, sendo,
portanto, facultativas, ao contrário do que ocorre
com o jus cogens, que são normas cogentes ou
obrigatórias. São também conhecidas como droit
doux (direito flexível) ou mesmo soft norm.
O termo "soft law" refere-se a instrumentos
"quase-legais" que não têm caráter juridicamente
vinculativo, ou cuja força de ligação é um pouco
"mais fraca" do que a força obrigatória das leis
tradicionais, muitas vezes referidas como "hard
law", em contraste com a "soft law".
Segundo Valério de Oliveira Mazzuoli,
“pode-se afirmar que na sua moderna acepção
ela compreende todas as regras cujo valor
normativo é menos constringente que o das
normas jurídicas tradicionais, seja porque os
instrumentos que as abrigam não detêm o
status de 'norma jurídica', seja porque os seus
dispositivos, ainda que insertos no quadro dos
instrumentos vinculantes, não criam obrigações
de direito positivo aos Estados, ou não criam
senão obrigações pouco constringentes.”
No contexto do direito internacional, o termo
"soft law" engloba elementos tais como:
1. A maioria das resoluções e declarações da
Assembléia Geral da ONU;
2. Os planos de ação, a exemplo da Agenda 21;
3. Elementos, tais como declarações e
princípios;
4. Outras obrigações não relacionadas a
Tratados.
Costume Internacional
O Costume Internacional encontra definição no
art. 38 (1) (b) do Estatuto da Corte Internacional de
Justiça. Trata-se de uma espécie de norma formada pela
reiterada prática dos sujeitos do Direito Internacional,
consiste, portanto, numa “prática geral aceita como
sendo o direito”.
Possui dois requisitos:
- Um elemento objetivo/material, e
- Um elemento subjetivo/psicológico.
O elemento objetivo é representado pela prática,
a repetição de determinado ato.
O elemento subjetivo é representado pela crença
de que aquilo que está sendo praticado representa o
direito.
O costume pode ser declarado
extinto:
- Quando é positivado (transformado em
Tratado);
- Quando é substituído por outro
costume.
Sua prova é feita em conformidade com o
direito, ou seja, através de documentos,
testemunhas, etc.

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