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Teoria Literária I: introdução

André Cechinel
Teoria Literária I

Sobretudo numa primeira etapa do seu


desenvolvimento, a teoria literária acentuará a
natureza verbal, o caráter linguístico da literatura,
concentrando seus esforços na análise imanente dos
textos. Desse modo, o texto literário é concebido
como arranjo especial de linguagem, cujo processo
de construção e artesanato interessa, se não
exclusivamente, pelo menos muito mais do que sua
transparência em relação a fatores como as
experiências vividas pelo autor, os condicionamentos
sociais, etc. (SOUZA, 2006, p. 55).
Teoria Literária I

[...] O sentido de literatura é visto não como um dado


simplesmente a ser constatado, mas como construção
conceitual a que só se chega pela via da análise. É
importante assinalar que esse traço da teoria da literatura
foi potenciado pelas experiências da modernidade, que,
contrariando expectativas do senso comum – quer pelo
cultivo do hermetismo, quer pela adoção de recursos cuja
gritante banalidade os afasta do que se considera
convencionalmente como “literatura” – acabam por exigir
uma espécie de intervencionismo analítico, sem o qual a
literatura permanece inacessível à compreensão e não terá
lugar reconhecível na trama dos discursos. (SOUZA 2006,
p. 56)
Teoria Literária I

Enfim, as observações feitas nos conduzem à conclusão


de que, ao se tomar a literatura como objeto de estudo,
de um modo ou de outro haverá uma teorização
implicada. Assim, é insustentável supor que a teoria da
literatura seja uma instância de abstrações destinadas a
aplicações práticas; em vez disso, é necessário começar
por entender que essa disciplina , compondo-se de
ideias diretrizes, generalizações, conceitos, nem por isso
é alienável do concreto, que, nada tendo a ver com a
prática, se faz presente nos currículos universitários sob
o nome das diversas literaturas nacionais e clássicas
(SOUZA, 2006, p. 61).
Teoria Literária I

Todo discurso sobre a literatura assume posição – implicitamente o


mais das vezes, mas algumas vezes explicitamente – em relação a
estas perguntas, cujo conjunto define uma certa ideia de literatura:

O que é literatura?
Qual é a relação entre literatura e autor?
Qual é a relação entre literatura e realidade?
Qual é a relação entre literatura e leitor?
Qual é a relação entre literatura e linguagem?

Quando falo de um livro, construo forçosamente hipóteses sobre essas


definições. Cinco elementos são indispensáveis para que haja
literatura: um autor, um livro, um leitor, uma língua e um referente.
(COMPAGNON, 2010, p. 25).
Teoria Literária I

Referências:

COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria:


literatura e senso comum. Belo Horizonte: Editora da
UFMG, 2010.
SOUZA, Roberto Acízelo de. Introdução aos estudos
literários. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

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