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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

Direito de empresa – concepção, evolução e conceito


de empresa

Contato: adv.andersonss@gmail.com

Natal - 2016
Plano de exposição

1 – Objetivo da aula

2 – Concepção de direito empresarial

3 – Evolução do direito empresarial

4 – Conceito de empresa

5 – Estudo de caso

Referências
1 – Plano de exposição

- O objetivo de nossa aula é fornecer elementos para a


definição do que venha a ser o Direito empresarial e o
surgimento e formação do conceito de empresa;

- O conceito de empresa é elemento central do direito


empresarial brasileiro moderno, a partir do qual vários dos
seus institutos são compreendidos e aplicados;

- Para isso, estudamos a doutrina e a legislação, e ao final


trazemos um caso para o debate acerca da concretização da
empresa no direito brasileiro;
2 – Concepção de direito empresarial

- A concepção de direito empresarial expressa as mudanças


com relação a função social desse ramo do Direito na sua
tarefa de regulação social;

- A primeira coisa que devemos notar é sua nomenclatura:


tradicionalmente conhecido como direito comercial,
atualmente mais conhecido como direito empresarial;

- Contudo, em razão da tradição, não é incomum encontrar


ainda a denominação “direito comercial” para essa área;
2 – Concepção de direito empresarial

- Seja direito empresarial, seja direito comercial, podemos


perceber que a definição desse ramo do direito tem a ver com
a realidade que pretende regular e a maneira pela qual essa
regulação é buscada. A passagem de “comercial’ para
“empresarial” diz muito a respeito disso;

- Podemos assim conceituar esse ramo do direito das seguintes


formas:
2 – Concepção de direito empresarial

- “O Direito Comercial cuida do exercício dessa atividade econômica


organizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada
empresa. Seu objeto é o estudo dos meios socialmente
estruturados de superação de conflitos de interesses envolvendo os
empresários ou relacionados às empresas que o exploram”
(COELHO, 2011, p. );

- “(...) o Direito Comercial, ao menos no Brasil, como complexo


normativo positivo focaliza as relações jurídicas derivadas do
exercício da atividade empresarial. Disciplina a solução de
pendência entre empresários, bem como os institutos conexos à
atividade econômica organizada de produção e circulação de bens
(contratos, títulos de crédito, insolvência etc). Tem por objeto a
empresa, como unidade serviçal do mercado cuja existência está
amarrada ao intuito de lucro” (FAZZIO JUNIOR, 2014, p. 10);
2 – Concepção de direito empresarial

- Nas definições acima, vemos reminiscências do conceito de direito


comercial apesar do objeto de estudo da regulação da empresa: a)
uso de “comercial”; b) foco na relação interempresarial;

- Os autores indicam outros elementos que configuram a definição e


função do direito empresarial: a) é concebido como técnica de
regulação jurídica em virtude da função social que exerce em certo
tempo e espaço; b) é um fator da regulação da atividade
econômica, tendo pontos de contato com outros ramos do direito;
c) é fator de externalidades (positivas e negativas) influenciando
no custo da atividade econômica; d) apesar das críticas sobre a
dicotomia, é classificado como ramo do direito privado; e) tem
como fonte a lei, jurisprudência, costumes e as formas de
integração do direito;
3 – Evolução d0 direito empresarial

- Os autores enfatizam que a história do direito empresarial correm


em paralelo com o próprio desenvolvimento da humanidade. O
desenvolvimento da atividade de comércio, ainda que rudimentar
nos primeiros tempos, sempre trouxe à tona a necessidade de
alguma forma de regulação jurídica;

- Da Antiguidade, constam registros históricos em documentos que


trazem leis sobre o comércio e elementos que gravitam em torno
dele. São citadas: leis de Ur-Nammu (c. 2100 AC), leis de Lipt-
Ishtar (c. 1930 AC), leis de Eshnuma (c. 1770AC) e Leis de
Hamurábi (c. 1750 AC);

- Apesar da existência dessas legislações, muitos doutrinadores


entendem que é na Idade Média que nasce de fato odireito
comercial;
3 – Evolução d0 direito empresarial

- Na Idade Média reúnem-se condições históricas para o nascimento


do direito comercial, especialmente no final da Idade Média para a
Moderna;

- A construção do direito comercial seguia o desenvolvimento do


comércio e sua expansão. Ele nasce como direito corporativo, ou
seja, como direito dos comerciantes, dessa classe específica. A
formulação do direito era mais de caráter consuetudinário,
atendendo as necessidades dos comerciantes;

- O desenvolvimento do direito comercial deu às bases para às


codificações, sendo uma das mais influentes o código comercial
francês de 1808;
3 – Evolução d0 direito empresarial

- O Código comercial francês foi estruturado a partir da teoria dos


atos de comércio, que consistia em regular a atividade comercial a
partir de um elemento objeto, ou seja, a atividade comercial
definida em legislação como tal (ato de comércio);

- O sistema francês ficou conhecido como sistema de ato de


comércio (ou teoria dos atos de comércio) sendo de caráter
objetivo;

- O sistema francês influenciou a primeira legislação codificada


comercial brasileira (Código Comercial 1850; Decreto 737).
Vejamos:
3 – Evolução d0 direito empresarial

- “TITRE Ier : De l'acte de commerce. Article L110-1

- La loi répute actes de commerce :1° Tout achat de biens meubles


pour les revendre, soit en nature, soit après les avoir travaillés et
mis en oeuvre ;2° Tout achat de biens immeubles aux fins de les
revendre, à moins que l'acquéreur n'ait agi en vue d'édifier un ou
plusieurs bâtiments et de les vendre en bloc ou par locaux ;3°
Toutes opérations d'intermédiaire pour l'achat, la souscription ou
la vente d'immeubles, de fonds de commerce, d'actions ou parts de
sociétés immobilières ;4° Toute entreprise de location de meubles;
(..).” (Code de Commerce, vigente ainda na França);
3 – Evolução d0 direito empresarial

- “Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca


de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a
retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o
seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3º As
emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de
expedição, consignação e transporte de mercadorias; de
espectaculos publicos. § 4.º Os seguros, fretamentos, risco, e
quaesquer contratos relativos ao cornmercio maritimo. § 5. º A
armação e expediç1to de navio” (Decreto Imperial 737/1850);

- A teoria da empresa surge no Direito Italiano e passa a ser adotada


em países diversos, como o Brasil, em razão das deficiências da
teoria dos atos de comércio;
4 – Conceito de empresa

- A adoção da empresa como objeto principal de regulação do


direito empresarial é explicada pela limitação que ao longo do
tempo a teoria dos atos de comércio enfrenta como sistema de
regulação da atividade econômica, especialmente a insegurança
jurídica da aplicação dicotômica entre regime civil/regime
empresarial e a dificuldade de acompanhar as mudanças sociais;

- A teoria da empresa é desenvolvida no Direito Italiano, tendo


como referência seu código civil. Apesar de espelhar a ideologia
política da época (fascismo) que considerava a economia
capitalista como relações orgânicas e conciliatórias entre o capital
e o trabalho, a utilidade da construção jurídica sobreviveu sua
razão imediata, uma vez que trouxe para o ramo em estudo
atividades economicamente importantes, mas reguladas pelo
direito civil (Ex.: prestação de serviços);
4 – Conceito de empresa

- Os autores, com base na doutrina italiana, costuma citar os perfis


da empresa: a) perfil subjetivo: a empresa é definida por que a
exerce, ou seja o empresário; b) perfil objetivo: a empresa é
definida pelo conjunto de bens e direitos que possibilitam a
atividade empresarial; c) perfil funcional: a empresa é definida
pelo seu fim, ou seja, a atividade que incorpora fim empresarial; d)
perfil institucional: é a coletividade de pessoas (naturais ou
jurídicas) reunidas para um fim comum;

- O direito brasileiro, inspirado no código civil italiano, define a


empresa ao disciplinar o empresário, sofrendo influência dos
perfis subjetivo, objetivo e funcional da empresa. Vejamos:
4 – Conceito de empresa

- “Articolo 2082 IMPRENDITORE

- E' imprenditore chi esercita professionalmente un' attività


economica organizzata al fine della produzione o dello scambio di
beni o di servizi.” (Codice civile de 1942, ainda vigente na Itália)

- “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços” (Código Civil,
2002)
4 – Conceito de empresa

- A regulação do direito empresarial deve ser compreendida em


consonância com a Constituição (ordem econômica
constitucional);

- São princípios que regem a atividade empresarial: a) livre


iniciativa; b) liberdade contratual; c) livre concorrência; d) função
social da empresa;

- O projeto de Código Comercial continua na trilha de ter a empresa


como conceito chave de regulação do ramo de direito em estudo.
Vejamos:
4 – Conceito de empresa

- "Art. 2º. Empresa é a atividade econômica organizada para a


produção ou circulação
- de bens ou serviços.

- Art. 4º. São princípios gerais informadores das disposições deste


Código: I – Liberdade de iniciativa; II – Liberdade de competição;
e III – Função social da empresa.

- Art. 5º. Decorre do princípio da liberdade de iniciativa o


reconhecimento por este
- Código: I - da imprescindibilidade, no sistema capitalista, da
empresa privada para o atendimento das necessidades de cada um
e de todos; II - do lucro obtido com a exploração regular e lícita de
empresa como o principal fator de motivação da iniciativa privada;
4 – Conceito de empresa

- III - da importância, para toda a sociedade, da proteção jurídica


liberada ao investimento privado feito com vistas ao fornecimento
de produtos e serviços, na criação, consolidação ou ampliação de
mercados consumidores e desenvolvimento econômico do país; e
- IV - da empresa privada como importante pólo gerador de postos
de trabalho e tributos, bem como fomentador de riqueza local,
regional, nacional e global.

- Art. 6º. No âmbito deste Código, a liberdade de iniciativa e de


competição é protegida mediante a coibição da concorrência
desleal e de condutas parasitárias.
4 – Conceito de empresa

- Art. 7º. A empresa cumpre sua função social ao gerar empregos,


tributos e riqueza, ao contribuir para o desenvolvimento
econômico, social e cultural da comunidade em que atua, de sua
região ou do país, ao adotar práticas empresariais sustentáveis
visando à proteção do meio ambiente e ao respeitar os direitos dos
consumidores, desde que com estrita obediência às leis a que se
encontra sujeita." (PL 1572/2011);
5 – Estudo de caso

- REsp 594927 (2003/0171452-1 - 30/06/2004);

- Legislação relevante:

- Código Civil;

- Lei de Recuperação e Falência;

- Novo Código de Processo Civil


Referências

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São Paulo:


Saraiva, 2011.

FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. São Paulo:


Atlas, 2014.

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