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Pessoa ortónimo

Poema
«Isto»
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Camille Corot, Jovem rapariga a ler (1868).


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Dizem que finjo ou minto


Tudo que escrevo.
Não. Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo que sonho ou passo,


O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra cousa ainda.
Essa cousa é que é linda.

Por isso escrevo em meio


Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
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I. O que dizem os outros e a resposta do poeta


RESPOSTA DO POETA

OS OUTROS — Justificação
do fingimento artístico
— Acusam o poeta de fingir ou mentir 
 — O poeta não mente  utiliza
— Defendem uma ideia de poesia a imaginação
confessional ou espontânea — Concebe literariamente
sentimentos e emoções
Conceção platónica
Mundo ideal: mundo das ideias, Vive entre dois mundos:
onde existem os valores e os seres o ideal e o da experiência

numa forma ideal e pura


Mundo sensível: mundo que MUNDO IDEAL = POESIA
------TERRAÇO------
conhecemos, onde existem cópias MUNDO DA EXPERIÊNCIA =
imperfeitas das ideias e dos seres REALIDADE IMPERFEITA
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II. O poeta e o leitor

POETA

— Usa a imaginação
— Liberta-se da dimensão
empírica e real em que
se encontra: aspira ao mundo
das formas ideais e belas

LEITOR

— Sente e vive as emoções


criadas pelo poeta

Camille Corot, A leitora coroada de flores


ou a musa de Virgílio (1845).

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