UAB | UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ÉTICA E CIDADANIA
CHRISTIANE SANTOS DA MOTA SILVEIRA LUNA
FRANCISCA QUITÉRIA DE SOUZA BARBOSA VANESSA CRISTINA LEAL SANTOS CIDADANIA ATRAVÉS DO TEMPO conceito e evolução histórica O tema cidadania é tão precioso e de tamanha relevância, que foi incorporado dentre o rol dos direitos elencados na nossa Constituição de 1988, sendo um princípio presente na Carta Magna como fundamento da República Federativa do Brasil. Sua origem está ligada ao desenvolvimento das póleis gregas, entre os séculos VIII e VII a.C. A partir de então, tornou-se referência aos estudos que enfocam a política e as próprias condições de seu exercício, tanto nas sociedades antigas quanto nas modernas. Por outro lado, as mudanças nas estruturas socioeconômicas, incidiram, igualmente, na evolução do conceito e da prática da cidadania, moldando-os de acordo com as necessidades de cada época. Herkenhoff (2000, p. 71) expressa a Cidadania da seguinte forma: A cidadania vem significar o coroamento de um processo que se desenvolve sobre três pilares: saber, direitos e poder, ou seja, o saber que se tem direitos engendra práticas inovadoras de poder, pois amplia o arco reduzido do poder institucional. Sabedores de seus direitos, e das possibilidades de sua ampliação, os indivíduos tornam-se sujeitos de poder. ANTIGUIDADE CLÁSSICA É difícil datar com precisão o aparecimento do conceito de cidadania. Sabemos que o seu significado clássico associava-se à participação política. O próprio adjetivo ‘político’, por sua vez, já nos remete a ideia de pólis (Cidade-Estado Antiga). Podemos concluir, então, que foi justamente sobre esse tipo de organização urbana que se assentaram as bases do conceito tradicional de cidadania e de uma considerável parte de seu significado atual. IDADE MÉDIA
A ideia de igualdade ficou muito distante da
realidade, pois só era considerado cidadão aquele que detinha riquezas e poder, ou seja, apenas estamentos restritos, ligados ao clero e à nobreza. SÉCULO DAS LUZES E NASCIMENTO DO LIBERALISMO No contexto histórico das Monarquias Absolutistas, a ideia de cidadania estava ligada à concepção de superar a condição de súdito. Onde o cidadão é entendido como um indivíduo livre e não apenas como um ente da comunidade política. Contribuíram para tal avanço histórico os contratualistas (Hobbes, Locke, Rousseau) que sobrevalizaram o indivíduo em relação à sociedade e Benjamin Constant, que através das noções históricas de liberdade, lançou as premissas do Estado Democrático e Liberal. SÉCULO XX – ESTADO SOCIAL O Direito ao trabalho torna-se parte dos Direitos Fundamentais, dando início a um Estado Democrático e uma crescente participação popular no processo de produção, no domínio econômico e consequentemente, na vida política nacional. O cidadão passa a ser, então, o indivíduo portador, não apenas de seus direitos políticos, os quais, paulatinamente, vão-se incrementando, como também detentor de seus direitos individuais e, agora, sociais e econômicos. CONTEMPORANEIDADE
Por cidadão toma-se, então, aquele que possui e
exerce todos estes Direitos Humanos, constitucional e legalmente garantidos. É aquele que não apenas vota, mas participa da construção de seu futuro, com a detenção dos instrumentos de que precisa para se autodeterminar. Ou seja, todo aquele que possui e exerce todos estes direitos constitucional e legalmente garantidos. A evolução do conceito de cidadania revela muitas situações, que vistas como absurdas no passado, se incorporam ao conceito de cidadão com o passar do tempo, ilustram a assertiva: a situação da mulher, da criança, do negro, do portador de deficiência, o acesso ao voto etc. Assim, a compreensão da cidadania requer uma contextualização, e deve se ligar, intrinsecamente, às lutas e reivindicações de cada povo e ao pleno exercício da democracia. Em suma, Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. Fontes MARSHALL, T. H. Cidadania, Classe Social e Status. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1967.
PINSKY, J.; PINSKY, C. B. (org.). História da cidadania. 2. ed.