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AULA 2
CIÊNCIA POLÍTICA
AULA 2
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TEMA: O estudo do discurso político.
Uma problemática do discurso político
como processo de influência social. A
identidade do sujeito político: a questão
da legitimidade.
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OBJETIVOS:
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OBJETIVOS:
Compreender o significado de
legitimidade.
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2. O que é o discurso político?
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2.1. O estudo do discurso político.
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2.2. Uma problemática do discurso político como processo
de influência social.
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A compreensão das formas de dominação legítimas deriva da
sociologia weberiana, que as aponta para três tipos específicos: o
domínio legal, que é de caráter racional e fundamenta-se na
crença da lei; o domínio tradicional, que se baseia na crença da
tradição e costumes; e o domínio carismático, que está no bojo
de um movimento messiânico.
A dominação carismática ocorre quando há o reconhecimento e
confiança, por parte dos súditos, na liderança e nas qualidades
sobrenaturais e excepcionais do senhor, que se prontifica a usá-
las para cumprir uma missão que revoluciona a ordem tradicional
estabelecida.
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A dominação tradicional está ligada à “autoridade do ontem
eterno, isto é, dos mores santificados pelo conhecimento
inimaginavelmente antigo e da orientação habitual para o
conformismo. É o domínio exercido pelo patriarca e pelo príncipe
patrimonial de outrora.”
Finalmente, há o domínio em virtude da legalidade, em virtude da
fé, na validade do estatuto legal e da competência funcional,
baseada em regras racionalmente criadas. Nesse caso, espera-
se obediência no cumprimento das obrigações estatutárias. É o
domínio exercido pelo moderno servidor do estado e por todos os
portadores do poder que, sob esse aspecto, a ele se
assemelham. (WEBER, 2002:56).
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Existe dominação legal quando um sistema de regras, que é
aplicado judicial e administrativamente de acordo com princípios
verificáveis, é válido para todos os membros do grupo associado.
Para Max WEBER as funções de mando são essencialmente
políticas e baseadas na legitimidade. No Estado moderno o poder
político fundamenta-se na legitimação legal relacionando
ordenamentos jurídicos e definição do governante. As bases de
legitimidade, que pontuam efetivas ações governamentais,
servem de categorias para promover a concordância da
sociedade ao poder político instaurado, assim, por exemplo, os
modelos democráticos baseiam-se na legitimidade por sufrágio
universal e do livre consentimento da maioria.
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A reflexão weberiana obrigatoriamente nos leva ao conceito de
Estado.
O que é um estado? Sociologicamente, o estado não pode ser
definido em termos de seus fins. Dificilmente haverá qualquer
tarefa que uma associação política não tenha tomado em suas
mãos, e não há tarefa que não se possa dizer que tenha sido
sempre, exclusivamente e peculiarmente, das associações
designadas como políticas. Hoje o estado, ou, historicamente, as
associações que foram predecessoras do estado moderno. Em
última análise, só podemos definir o estado moderno
sociologicamente em termos dos meios específicos peculiares a
ele, como peculiares a toda associação política, ou seja, o uso da
força física. (...) o estado é uma comunidade humana que
pretende com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física
dentro de um determinado território. (Weber).
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O Estado como detentor da soberania visa operar pelo
monopólio do poder coercitivo, dependendo sua
legitimidade do reconhecimento coletivo. Concretiza-se
a partir do império da lei, onde as ações de governo
estão subordinadas a uma Lei Maior e Suprema, a
Constituição.
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2.5.HABITUS
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Esse modo de pensar específico dos agentes de um
campo de poder é historicamente construído, evoluindo
em novas formas de adaptação e reforço de suas
convicções, sem, contudo serem atingidos seus
princípios essenciais. Ele procura ser maleável aos
anseios dos agentes impedidos de adentrar ao campo,
a fim de que possam se manter as relações de poder
como legítimas.
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2.6. CAMPO DE PODER
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Da soma desses capitais chega-se ao habitus,
cujo sistema significa a estrutura interna do
campo, que garante aos agentes auferir lucro
com o retorno dos investimentos aplicados,
traduzindo a razoável possibilidade de avaliação
das forças envolvidas no campo para se obter
vitórias nas disputas.
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2.7. LUGARES DE PRODUÇÃO DE SENTIDO DO DISCURSO
POLÍTICO
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O segundo lugar caracteriza-se como uma dinâmica de
comunicação dos atores políticos. Refere-se a razão ideológica
de identificação imaginária da “verdade” política. Os atores do
campo político fazem parte das diversas cenas de vozes
comunicantes de um enredo permeado pelo desafio retórico do
reconhecimento social, isto é, o consenso, a rejeição ou a
adesão. Suas ações realizam vários eventos: audiências
públicas, debates, reuniões, e hoje principalmente, a ocupação do
espaço midiático. Os atores precisam de filiações, e por esta
razão, estabelecem organizações, que se sustentam pelo mesmo
sistema de crença política articuladora de ritos e mitos pela via
dos procedimentos retóricos.
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O terceiro topos situa-se nas influências do discurso sobre as
instituições, que formam uma cultura política, isto é, o discurso
político que não se mantém fechado no campo político, mas
influencia todas as instituições culturais. Este lugar da produção
do discurso estabelece as relações entre os atores de dentro do
campo e os de fora, revelando opiniões produtoras de conceitos
que expandem a cultura relacionada a esse tipo de discurso.
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2.8. Caso Concreto
Tema: Discurso Político e Legitimidade
Leia, atentamente, os trechos do texto “O discurso de Bologna” de Benito
Mussolini, traduzido por Rafael Mario Iorio Filho, e responda: Quais são
as estratégias e elementos articulados por Benito Mussolini para tentar
estabelecer o seu discurso como legítimo? Justifique a sua resposta.
(...) Poderia dizer-lhes socraticamente que se alguém deve se conhecer, eu
também conheço e devo conhecer a mim mesmo. Como nasceu este fascismo,
em torno ao qual é assim vasto de paixões, simpatias, de ódios, de rancores e
de incompreensões? Não nasceu somente da minha mente ou do meu
coração: não nasceu somente daquela reunião que no ano de 1919 nós
tivemos em uma pequena sala em Milão. Nasceu de uma profunda, e perene
necessidade desta nossa estirpe ariana e mediterrânea. (...)
(...) Nós sentimos então, nós que não éramos os madalenos pedintes; nós que
tínhamos a coragem de exaltar sempre a intervenção e as razões da jornada
de 1915 (...) nós que quisemos uma paz vitoriosa, nos sentimos de repente,
apenas cessada a exaltação da vitória, que o nosso objetivo não terminara. (...)
Tínhamos vencido, nós tínhamos vencido por todos, tínhamos sacrificado a flor
da nossa juventude, e pois se vinha a nós com as contas dos agiotas. (...)
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(...) Haverá o sangue de um italiano na Itália (...) porque ao final
sentíamos vivos e vitais aqueles vínculos da raça que não liga
somente os italianos de Zara a Raguza e a Cattaro, mas que une
também aos italianos do Canton Ticino (...) a esta grande família
de cinqüenta milhões de homens que nós queremos unificar em
um mesmo orgulho de raça, queremos que entre o espírito e a
matéria, entre o cérebro e o braço se realize a comunhão, a
solidariedade da estirpe. (...)
(...) Havia dado motivos a exasperação e a justas dores de
grande parte do povo italiano. Também agora, nós Fascistas
temos a coragem de defender certas ações que com a medida da
moral corrente não são, talvez, defensáveis.
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(...) Se esqueceria meu espírito tenacíssimo e a minha vontade
algumas vezes indomável. Eu, todo orgulhoso dos meus quatro
mil votos, e quem me viu nestes dias sabia com tanta
desenvoltura aceitasse esta responsabilidade eleitoral, disse: a
batalha continua! Porque eu acreditava firmemente que dia
haveria de chegar em que os italianos se saberiam
envergonhados das eleições de 16 de novembro (...). Mas ainda
não acabou o advento deste Fascismo, desse movimento jovem,
construtor e heróico. Eu sozinho algumas vezes, eu que
reivindico a paternidade desta minha criatura. (...)
(...) Mas a vocês deve se explicar o fenômeno da ira e da
incompreensão dos socialistas. Os socialistas tinham constituído
na Itália um Estado no Estado (...). Nós somos os primeiros a
reconhecer que uma lei do Estado deve dar as oito horas de
trabalho e que deve haver uma legislação social correspondente
às exigências dos novos tempos. (...). AULA 2
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2.9. Sugestão de gabarito do caso concreto:
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