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Pós-graduação Latu Sensu em

Saúde Mental com ênfase em Autismo


Psicologia do Desenvolvimento e da
Aprendizagem
Prof. Ma. Luciana Andrade
Psicologia do Desenvolvimento
• Para entender os conceitos
• Desenvolvimento x maturação x crescimento
• Desenvolvimento: refere-se tanto aos processos relativos ao sistema nervoso
como aos processos psicológicos.
• Maturação: processo orgânico."É o conjunto de transformações que sofrem
os organismos ou algumas de suas células até alcançar a plenitude".
• Crescimento: refere-se ao aspecto físico: altura, peso, esqueleto, etc.
• Objeto de estudo da Psicologia do Desenvolvimento: aspectos biológicos,
físicos, sociais e culturais.
• Enfoque interdisciplinar do desenvolvimento infantil: aspectos estrutural e
instrumental
Interação entre aprendizado e
desenvolvimento (Vygotsky)
• 1ª posição
Os processos de desenvolvimento da criança são independentes do aprendizado. O aprendizado simplesmente se
utilizaria dos avanços do desenvolvimento ao invés de fornecer um impulso para modificar seu curso.
• 2ª posição
Aprendizado é desenvolvimento.
"O desenvolvimento é visto como um domínio dos reflexos condicionados" (VYGOTSKY, 1991, p. 90).
"(...) o processo de aprendizado está completa e inseparavelmente misturado com o processo de desenvolvimento."
(IDEM, p. 91)
• 3ª posição
O aprendizado é, em si, também um processo de desenvolvimento.
• Vygotsky rejeita as 3 posições teóricas
• "o aprendizado das crianças começa muito antes delas frequentarem a escola."
(VYGOTSKY, 1991, p. 94)
• "De fato, aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro
dia de vida da criança." (IDEM, p; 95)
• ZDP: "(...) o aprendizado deve ser combinado de alguma maneira com o nível de
desenvolvimento da criança." (IDEM, p. 95)
• "o 'bom aprendizado' é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento."
(IDEM, p. 101)
O papel do brinquedo no desenvolvimento
(Vygotsky)
• "o brinquedo não é simplesmente uma atividade que causa prazer na criança."
(VYGOTSKY, 1991, p. 105)
• "Se não entendermos o caráter especial dessas necessidades, não podemos entender
a singularidade do brinquedocomo uma forma de atividade." (IDEM, 1991, p. 106)
• "A imaginação é um processo psicológico novo para a criança; representa uma
forma especificamente humana de atividade consciente; não está presente na
consciência de crianças muito pequenas e está totalmente ausente em animais."
(IDEM, 1991, p. 106)
Desenvolvimento e Aprendizagem em
Piaget
• Durante os estágios do desenvolvimento, a ação do sujeito cognoscente será o
instrumento através do qual o organismo entra em contato com o objeto para
conhecê-lo e para construir as estruturas de pensamento.
• Ele abandona a posição comportamentalista do estímulo agindo sobre um sujeito
vazio que se transformaria a partir da ação deste estímulo (leiam-se aqui todas as
terapêuticas centradas na noção de estímulo sem a participação da criança)
• Sendo assim, para Piaget a inteligência é uma adaptação, o que quer dizer que ela é
uma forma de organização com a função de estruturar o universo do sujeito.
• Construção da inteligência: a partir de uma constante alternância entre equilíbrio e
desequilíbrio do sujeito em busca de uma adaptação ao meio. Frente a um novo
conhecimento, as estruturas prévias do sujeito entrarão em desequilíbrio, “ movimentando-
se” em busca de nova adaptação.
• Na adaptação, ocorre sempre assimilação do meio às atividades do sujeito, ou seja,
incorporação da realidade exterior às formas anteriores do sujeito e acomodação destas
atividades às características impostas pelo objeto, ou seja, uma transformação do organismo
como resultado das pressões exercidas pelo meio.
• Para entendermos a assimilação devemos partir da noção de esquema como aquilo que é
generalizável em uma ação, ou seja, aquilo que permite reconhecê-la e diferenciá-la de outras
ações, independente do objeto ao qual se apliquem. Ex. sugar, olhar, puxar, etc.
• Na adaptação veremos os esquemas em constante modificação. Assimilar um objeto
ou conhecimento a um esquema significa que este foi integrado ao campo de
aplicação do esquema, que irá realizar, com êxito, sua ação sobre este objeto ou
conhecimento.
• Os esquemas se adéquam às novas situações através de constante exercício
assimilativo. A esta adequação Piaget denomina acomodação, ou seja, a
possibilidade de variar os comportamentos frente a novas realidades.
• A acomodação não preexiste de forma inata às coisas, necessitando de
assimilações contínuas para que ocorra um equilibro, estado ideal final no
qual o organismo está adaptado, ou seja, acomodado à forma do objeto
apresentado, a partir da série de assimilações que levou a sua transformação.
• A acomodação é o aspecto da atividade cognitiva que modifica os esquemas.
• Sendo assim, só há adaptação quando ocorre equilíbrio entre assimilação e
acomodação.
Os estágios da inteligência
• Piaget postula o desenvolvimento a partir de uma progressão em estágios:
concepção evolutiva do processo de conhecimento.
• Divide o desenvolvimento em três estágios principais (sensório-motor, concreto e
formal), sendo que o segundo estágio é precedido por um longo período
preparatório (pré-operatório). Cada um destes estágios irá se caracterizar,
primeiramente, por um plano de conhecimento particular e em segundo lugar, por
um certo grau de complexidade das atividades intelectuais. Para que se possa falar de
estágio, as seguintes condições devem ser preenchidas:
• 1. Que a sucessão de condutas seja constante, independente das acelerações ou retardos em
relação à idade cronológica.
• 2. Que cada estágio seja definido por uma estrutura de conjunto que caracteriza todas as
condutas novas próprias a este estágio, e não apenas pela presença de uma propriedade
dominante.
• 3. Que essas estruturas apresentem um processo de integração, de tal forma que cada uma
delas seja preparada pela que a antecede e se integre na estrutura seguinte.
• 4. Que comporte um nível de preparação e um nível de finalização.
• 5. Que se distíngua as formas de equilíbrio finais das formas nascentes de um novo estádio.
Estágio sensório-motor
• Subestádio I: exercício dos reflexos (até 1 mês)
• Reflexos hereditários (reflexo de Moro, reflexo de Galant, grasping-reflex,
rooting-reflex, sucção, deglutição)
• O que é de seu corpo e o que é do meio exterior não é distinguido
• Egocentrismo inicial
• Já tem início à ação dos mecanismos de assimilação e acomodação
(confundidos)
• Subestádio II: primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária (1
– 4 ½ meses)
• Assimilação e acomodação começam a se dissociar
• Protusão da língua e sucção do polegar (2º/3º mês)
• Reações circulares (primária)
• Exploração do olhar, balbuciar, agarrar (a criança coordenação a visão e a preensão:
agarra o objeto que ela vê e leva-o à boca)
• Subestádio III: adaptações sensório-motoras intencionais (4 ½ - 8/9 meses)
• Reação circular secundária
• Passagem da atividade reflexa para uma atividade propriamente inteligente
• Reproduz ações exteriores
• Linha divisória entre atos pré-inteligentes e atos intencionais
• Subestádio IV: coordenação dos esquemas secundários e sua aplicação às
situações novas (8/9 meses – 11/12 meses)
• Atos inteligentes começam a se constituir, não se limitando apenas a reproduzir, mas a
atingir os resultados graças a novas combinações.
• As crianças ainda não tem consciência das operações de sua inteligência. Os resultados
de suas ações parecem-lhe impostos pelos próprios atos.
• Tem noção do êxito e não da verdade.
• Subestádio V: reação circular terciária e a descoberta dos meios novos por
experimentação ativa (11/12 – 18 meses)
• Caracteriza-se pela experimentação e busca da novidade
• Não se trata apenas para a criança de aplicar esquemas conhecidos ao objeto novo, mas
de captar o objeto em si mesmo
• Subestádio VI: invenção de meios novos por combinação mental (1 ½ - 2
anos)
• Transição entre a inteligência sensório-motora e a inteligência pré-operatória
• As invenções passam do modo prático ao nível mental
• Superação em direção ao pensamento ou representação
Aspectos estruturais
biológico e neurológico

sujeito psíquico sujeito do conhecimento


(estrutura familiar)

Estrutura orgânica estrutura psíquica subjetiva cognitiva


Aspectos instrumentais
• linguagem/comunicação
• Aprendizagem
• Psicomotricidade
• o brincar-processo social
• hábitos de vida diária
* Os aspectos instrumentais têm efeitos estruturantes *
• Pensar o aspecto estrutural de maneira triádica possibilita dois olhares diante da
clínica: a formação de uma equipe interdisciplinar, ao saber que cada profissional
terá propriedade sobre um dos aspectos.

• Nesta perspectiva - da clínica e da equipe interdisciplinar - todo o trabalho referente


à posição comportamental e à estimulação precoce faz sentido para a criança. Faz
sentido porque ela deixa de responder mecanicamente aos estímulos para adquirir
este conhecimento através da rede de significantes, a rede simbólica que constituio
sujeito de desejo.
• É importante marcar que, o que se desenvolve, a partir do ponto de vista da Psicanálise, são
as funções instrumentais.
• O sujeito, por outro lado, antecipado numa determinada estrutura parental, se organiza,
estruturando-se a partir da apropriação da estrutura da linguagem.
• É assim que podemos pensar que, os aspectos que estruturam a subjetividade antecedem,
ou melhor, propiciam a construção da inteligência proposta por Piaget.
• É importante também levarmos em conta que, estes objetos, que fazem parte do processo
de desenvolvimento da criança, só fazem sentido como objetos do conhecimento, no
momento em que se situam no campo significante do Outro, ou seja, em que fazem parte
da rede de significações parentais apresentadas à criança. Eles são, assim, integrados em
sistemas de significância (Jerusalinsky, 1989).
• “(...) o bebê, ali, fala. Fala na medida em que é falado por Outro. Seu lugar
simbólico na cadeia significante dos pais (ou àqueles que o cuidam) reordena
seu corpo em um sistema que nada tem a ver com o biológico, em um mais
além da mera subsistência.” (JERUSALINSKY, 2010, p. 28)
• “O que marca o ritmo do desenvolvimento é o desejo do Outro que opera
sobre a criança através de seu discurso. O maturativo se mantém
simplesmente como limite, mas não como causa.” (JERUSALINSKY, 2010,
p. 29)

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