É a função estatal destinada a assegurar a eficácia
do direito no caso concreto e em última instância.
COMPETÊNCIA
É o poder-dever de exercer uma parcela dessa
atividade.
Para os órgãos jurisdicionais exercerem essa
atividade têm que praticar uma série de atos tendentes a alcançar essa finalidade, que é a concretização do direito em última instância. PROCESSO
é o meio que o estado utiliza para exercer a atividade
jurisdicional. É o instrumento da jurisdição. É o resultado da soma de diversos fatores, dentre os quais o procedimento, o contraditório e a relação jurídica processual. PROCEDIMENTO
é a sequência de atos com que o processo se
realiza em cada caso concreto, isto é, se instaura, desenvolve e termina. A apresentação da demanda, a citação do réu, o oferecimento da resposta, as audiências, o julgamento nas várias instâncias constituem atos, encadeados logicamente que se voltam para o objetivo de realizar a prestação jurisdicional. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO
• 1ª - Processo como procedimento
• Etimologicamente processo significa “marcha avante”, caminhada, seguir adiante. • fase IMANENTISTA o processo foi confundido com a simples sucessão de atos processuais (PROCEDIMENTO). NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO • 2ª – Processo como contrato – defendida por Pothier. (XVII E XIX) • As partes se submeteriam voluntariamente ao processo e a seus resultados por meio de um verdadeiro negócio jurídico de direito privado. • As obrigações decorrem da própria vontade das partes. • Havia um pacto, uma convenção para o processo
3ª – processo como quase contrato criada por Arnault de
Guényvau. (XIX) As partes se submetem voluntariamente, apenas, à prática dos atos As obrigações jurídicas deles resultantes decorrem da lei. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO
4ª - processo como relação jurídica – Oskar Von Bülow.
1868 • Surge na fase processualista ou científica • O processo seria uma relação jurídica entre as partes e o juiz, não confundindo com a relação jurídica material discutida. • A relação jurídica processual tem seus próprios sujeitos (autor, réu e Estado-juiz), objetos (prestação jurisdicional) e requisitos (denominados de pressupostos processuais), que lhe dão autonomia. • NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO processo como relação jurídica
• forma triangular: Estado e autor / Estado e
réu / autor e réu • forma angular :Autor e Estado / Estado e réu (não há relação direta entre as partes) • forma linear: autor e réu (excluía o estado) Natureza jurídica do processo
• 5ª – Processo como situação jurídica - criada por
James Goldschimit. • O processo seria várias situações jurídicas ativas, criadoras de deveres, poderes, faculdades e ônus para os sujeitos que dele participam.
Enquanto a relação jurídica é considerada “estática” do
direito, a situação é “dinâmica”. Para essa teoria não se trata de uma relação de direitos e deveres subjetivos, mas mera expectativa de praticar atos, possibilidade de praticar atos, ônus, ou seja, necessidade de praticar esses atos, tendo em vista o êxito da ação. Natureza jurídica do processo
• 6ª – processo como instituição jurídica - desenvolvida
por Jaime Guasp • O processo é uma instituição jurídica, submetida ao regime da lei e que regula a condição dos sujeitos, coisas e atos, tendentes à obtenção dos fins da jurisdição. • Se volta a conduta dos sujeitos que são disciplinada por normas.
7ª - processo como procedimento – criada Elio Fazzalari
Processo é o resultado de uma combinação de atos previstos por normas, tendentes a um fim ou um complexo de atividades relacionadas entre si pelo vínculo de uma idéia comum objetiva, ligadas ás diversas vontades individuais dos sujeitos, dos quais procede a referida atividade. Natureza jurídica do processo • 8ª – processo como entidade complexa – principal expoente Cândido Rangel Dinamarco. • O processo é integrado por dois elementos distintos, que, por si sós, não explicariam o processo: • -o procedimento: série de atos interligados e coordenados ao objetivo de produzir a tutela jurisdicional justa, a serem realizados no exercício dos poderes e faculdades ou em cumprimento a deveres e ônus. • - a relação jurídica processual: conjunto de situações jurídicas ativas e passivas que autorizam ou exigem a realização dos atos. • Assim, para essa corrente, processo é, ao mesmo tempo, uma relação entre atos e uma relação entre sujeitos Natureza jurídica do processo processo como entidade complexa
• SUBJETIVAMENTE, se diz que o processo compreende uma
relação jurídica entre autor, juízo e réu, estabelecida segundo as regras do Direito e com produção de efeitos jurídicos • Essa relação é de direito público porque serve á realização de uma função estatal, e além do autor e do réu vincula também um sujeito de direito público. • O processo é autônomo, porque pode ser instaurado independentemente da existência do direito material.
OBJETIVA, o processo compreende uma sequência de atos
procedimentais praticados pelas partes e pelo juiz, de forma conexa e seqüenciada, sempre em observância às regras e princípios democraticamente estabelecidos em lei Tipos de processo De acordo com a atividade desenvolvida pelo juiz e o tipo de pretensão
- de conhecimento declaratória - certeza jurídica constitutiva - criar ou desfazer condenatória- condenação do réu Mandamental – emitir uma ordem
-de execução-satisfação do credor
-cautelar – urgentes e provisórias
processo de conhecimento
• é aquele em que a parte realiza afirmação de
direito, demonstrando sua pretensão de vê-lo reconhecido pelo Poder Judiciário, mediante a formulação de um pedido, cuja solução será ou no sentido positivo ou no sentido negativo, conforme esse pleito da parte seja resolvido por sentença de procedência ou de improcedência processo de conhecimento declaratórias –(meramente declaratórias) são aquelas em que o interesse do autor se limita à obtenção de uma declaração judicial acerca da existência ou inexistência de determinada relação jurídica ou a respeito da autenticidade ou da falsidade de um documento (art. 4.° do CPC)
Ex: A, que foi, no passado, devedor de B, e já pagou o título, extraviou o título de
crédito (duplicata de prestação de serviços, por exemplo) não tendo, agora, como efetuar a comprovação do pagamento. Necessitando fazê-lo, propõe ação declaratória, cujo pedido é limitado à declaração da inexistência da relação débito/crédito entre A e B Processo de conhecimento • constitutivas, por seu turno, não contêm condenação, mas declaração acompanhada da constituição, modificação ou desconstituição de uma situação jurídica
Ex: A propõe contra B, ação de anulação de contrato, alegando
vício de vontade (coação, por exemplo). Se for julgado procedente o pedido, estaremos diante de sentença constitutiva, porque estará desconstituída a relação jurídica entre A e B processo de conhecimento condenatórias - são aquelas em que o autor instaura processo de conhecimento visando, além da declaração (que é a eficácia inicial da sentença), a uma condenação do réu ao cumprimento de obrigação ativa ou omissiva.
A promove ação de reparação de danos contra B, alegando que, em razão
do dano que lhe foi causado por este, sofreu prejuízos materiais e morais que precisam ser ressarcidos e reparados (respectivamente) por B. Se seu pedido for julgado procedente, haverá sentença condenatória, que autorizará posterior execução processo de conhecimento mandamentais - têm por objetivo a obtenção de sentença em que o juiz emite uma ordem cujo descumprimento por quem a receba caracteriza desobediência à autoridade estatal passível de sanções, inclusive de caráter penal (o art. 330 do CP tipifica o crime de desobediência). Exemplos típicos são as sentenças proferidas no mandado de segurança e na ação de nunciação de obra nova (art. 938 do CPC). Retificação de registro público Estrutura do processo conhecimento
Os traços estruturais mais relevantes devem ser os mais aptos
à realização de seu escopo: • alegações das partes em posições contrapostas, de fatos e argumentos jurídicos, indispensáveis para que o julgador formule um julgamento sobre suas pretensões; • os atos probatórios. Como as partes situam-se no processo em posições contrapostas, o julgador tem necessidade de investigar qual das alegações é verdadeira. Daí a necessidade de prova. • O pedido ou os pedidos, tanto o mediato (tipo de pretensão) como o mediato (bem da vida que se deseja obter) Processo DE EXECUÇÃO • As sentenças condenatórias são executadas no próprio processo em que proferida e não se vincula a um novo processo de execução O processo autônoma de execução(612), atualmente, somente para: - documentos firmados entre as partes, aos quais a lei confere a mesma força executiva atribuída à sentença condenatória. títulos executivos extrajudiciais (exs.: nota promissória, cheque, contratos etc.) - títulos extrajudiciais tais como sentenças arbitrais, estrangeiras devidamente homologadas, etc. Processo de execução • Ação de execução – era voltada, em regra, para atuar concretamente o provimento de mérito proferido em processo de conhecimento condenatório anterior. Tratava-se de meio de estabelecer coativamente o cumprimento do comando existente na sentença.
Lei n. 11.232/2005 (Lei do Cumprimento das
sentenças) – art. 475-I e seguintes do CPC – Fim da “execução de título judicial A estrutura do processo de execução depende da natureza do direito a ser realizado.
• No civil, de modo geral, a estrutura do
processo consta de atos tendentes à satisfação do exeqüente • No penal, os atos são destinados a privar o condenado da liberdade, quando a pena é privativa da liberdade, ou, ou atos a expropriar bens em caso de multa (688 CPP) processo Cautelares • Cautelares (796): são ações preventivas e acessórias que visam a providências urgentes e provisórias, tendentes a assegurar os efeitos de um provimento principal, em perigo por eventual demora na solução do processo. Os elementos estruturais mais típicos do processo cautelar são • A provisoriedade e a sumariedade que se manifestam na: • Não exaustividade da cognição do julgador • Na abreviação dos prazos • Na revogabilidade das decisões TIPOS DE PROCEDIMENTO - comum a lei não previu forma especial é comum a todas as causa (271): • comum ordinário são mais extensos 282; • comum sumário, os atos são mais compactos 275; - especial se a forma de encadeamento dos atos foge à regra comum e o legislador determina forma especial. - sumaríssimo Lei nº 9.957/2000 – processo trabalhistas e lei 9.099/95 processo penais que tratam de crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a 2 anos) e de competência dos Juizados Especiais Criminais (JECrim). PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
o processo para se desenvolver regularmente e
o juiz exercer a prestação jurisdicional, deverá observar certos pressupostos que são indispensáveis pra a regularidade do processo.
os pressupostos processuais sãos os elementos
necessários para que a relação processual exista e existindo possa se desenvolver validamente PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS • pressupostos processuais de existência: são necessários para que a relação processual possa se instaurar. A ausência de qualquer deles leva a conclusão de que não existe processo instaurado
pressupostos processuais de validade: são
necessários para o processo se desenvolver regularmente Pressupostos processuais de existência Subjetivos: • Existência de um órgão jurisdicional – Juiz – só pode aplicar a lei ao caso concreto aquele a quem foi investido na função. • Partes - Capacidade de ser parte – aptidão para ser sujeito da relação jurídica processual ou assumir uma situação jurídica processual (autor, réu, assistente ...) (pode ser argüida a qualquer tempo) Objetivos: • Existência de demanda – ato de pedir a tutela jurisdicional (causa de pedir e pedido) ultra, extra e citra pedidos Pressupostos processuais de validade subjetivos • a)- um juiz investido na jurisdição com competência e imparcialidade • b)- Partes – capacidade processual ou estar em juízo (é a aptidão para praticar atos processuais independente de assistência ou representação • capacidade postulatória é a capacidade técnica, diz respeitos aos atos de pedir e responder. Cabe aos advogados regularmente inscritos na OAB e o Ministério Público • Exceção artigo 26 CPCP causas inferiores a vinte salários mínimos que tramitam nos juizados e das causas trabalhistas e no Habeas corpus. objetivos: • c)- uma demanda regularmente formulada (petição inicial observados todos os requisitos) pressupostos processuais negativos negativos: para que o processo seja válido há necessidade da ausência de determinadas situações, daí serem chamados de pressupostos processuais negativos - litispendência (há processo idêntico-301 § 3º - coisa julgada (já houve próximo idêntico decidido por sentença - 301 § 3º, 2ª parte) - perempção (268, §único -por inércia já deu causa a extinção de processo idêntico por três vezes) os pressupostos de existência não se convalescem. A qualquer tempo mesmo superado o prazo para a propositura da ação rescisória (dois anos), o interessado poderá postular a declaração judicial de inexistência, por meio de ação própria.
Quanto aos pressupostos de validade, ainda que
a sentença já transitada em julgado seja inválida, caberá ação rescisória no prazo de dois anos, a contar do trânsito, sob pena de convalescimento. OBS: A invalidade do ato só será decretada quando houver defeito na forma e prejuízo a parte. • Artigos 244, 248 segunda parte, 249, § 1º e 250. CPC Artigo 301 CPC
Os pressupostos processuais tratam-se de
defesa processual e serão analisados como preliminar do mérito.
A defesa processual pode ser classifica como
peremptória – as causas põem fim ao processo ou dilatórias quando as causas apenas retardam o andamento do processo.