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Este documento discute a noção de história das disciplinas escolares como um campo de pesquisa. Apresenta André Chervel, o autor, e explora conceitos como a gênese, função e funcionamento das disciplinas escolares. Defende que este campo historiográfico precisa considerar as finalidades do ensino, os conteúdos ensinados e os efeitos sobre os alunos para entender a evolução das disciplinas e seu papel na escolarização.
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Apresentação
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História das disciplinas escolares - Andre Chervel
Este documento discute a noção de história das disciplinas escolares como um campo de pesquisa. Apresenta André Chervel, o autor, e explora conceitos como a gênese, função e funcionamento das disciplinas escolares. Defende que este campo historiográfico precisa considerar as finalidades do ensino, os conteúdos ensinados e os efeitos sobre os alunos para entender a evolução das disciplinas e seu papel na escolarização.
Este documento discute a noção de história das disciplinas escolares como um campo de pesquisa. Apresenta André Chervel, o autor, e explora conceitos como a gênese, função e funcionamento das disciplinas escolares. Defende que este campo historiográfico precisa considerar as finalidades do ensino, os conteúdos ensinados e os efeitos sobre os alunos para entender a evolução das disciplinas e seu papel na escolarização.
André Chervel, nascido em 5 de novembro de 1931, é
um lingüista, gramático e historiador francês.
Foi graduado em Gramática em 1955 e Doutor em Artes em 1977. Ele lecionou na
Universidade de Provence e na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara de 1964 a 1973. De 1983 a 1997, trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisa Educacional (França).
Ele é creditado com muitos trabalhos relacionados à história da educação na França.
Uma das mais conhecidas, escrita em colaboração com Danièle Manesse, é intitulada O ditado: o francês e a ortografia (1873-1987) (Paris, INRP e Calmann-Lévy, 1989). História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa André Chervel ●A noção de história das disciplinas escolares tem sentido? ● A história das diferentes disciplinas apresenta analogias, traços comuns? ● As observação histórica permite resgatar as regras de funcionamento, ver um ou vários modelos disciplinares ideais, cujo conhecimento e exploração poderiam ser de alguma utilidade nos debates pedagógicos atuais ou no futuro? P. 177 I. A noção de “disciplina escolar” ● A noção de “disciplina”:
MATÉRIAS DISCIPLINA CONTEÚDOS
Significados da expressão “disciplina”:
- Séc. XIX: designava vigilância dos estabelecimentos, repressão de conduta; - Palavras utilizadas, na época para designar o que conhecemos como “disciplinas escolares”: objeto, partes, ramos, matérias de ensino e faculdade; A nova acepção da palavra “disciplinar” vai ocorrer na segunda metade do século XIX, em estreita ligação com a renovação das finalidades do ensino secundário e primário:
DISCIPLINAR = GINÁSTICA INTELECTUAL
“... Disciplinar a inteligência das crianças.”
P. 179 Passa a significar “ matéria de ensino suscetível de servir de exercício intelectual”. Após a Primeira Guerra, “torna-se uma simples rubrica que classifica as matérias de ensino”. P. 180 II. As disciplinas escolares, as ciências de referência e a pedagogia Nessa hipótese, as disciplinas reduzem-se às metodologias DISCIPLINA – VULGARIZAÇÃO PEDAGOGIA – LUBRIFICANTE P. 180 E 181
“A história cultural de um lado, a história da
pedagogia de outro, têm, até o presente, ocupado e esgotado a totalidade do campo”. P. 181 III. O objeto da história das disciplinas escolares A História das Disciplinas Escolares não vem apenas para preencher uma lacuna: trata-se de uma nova categoria historiográfica. Como campo historiográfico precisa dar conta de três problemas: A gênese das disciplinas Sua função Seu funcionamento IV. As finalidades do ensino escolar Finalidades religiosas (sob o antigo Regime); Finalidades sócio-políticas (essas finalidades determinam os conteúdos quanto a sua estrutura); Finalidades de ordem psicológica; Finalidades culturais; Finalidades de socialização;
“O conjunto dessas finalidades consigna à escola sua
função educativa. Uma parte somente entre elas obriga-a a dar uma instrução”. p. 188 “A definição das finalidades reais da escola passa pela resposta à questão ‘por que a escola ensina o que ensina?’, e não pela questão à qual muito frequentemente nos apegamos: ‘que é que a escola deveria ensinar para satisfazer os poderes públicos?’” p. 190 “ O estudo das finalidades não pode, pois, de forma alguma, abstrair os ensinos reais. Deve ser conduzido simultaneamente sobre os dois planos, e utilizar uma dupla documentação, a dos objetivos fixados e a da realidade pedagógica”. P. 191 “No coração do processo que transforma as finalidades em ensino, há a pessoa do docente.” p. 191 V. Os ensinos escolares É a parte da disciplina que põe em ação as finalidades impostas à escola, e provoca a aculturação conveniente. P. 192 DO ENSINO PRESCRITO PARA OS ENSINOS EFETIVAMENTE DISPENSADOS Dois elementos operam no ensino: Professor Aluno No hiato entre o que o professor efetivamente ensina e os alunos efetivamente aprendem é que estará o resultado, o efeito verdadeiro do ensino de uma disciplina escolar. P. 194 e 195 VI. Os constituintes de uma disciplina escolar p. 200 Há traços comuns às diferentes disciplinas? A noção de disciplina implica uma estrutura própria, uma economia interna que a distinguiriam de outras entidades culturais? Haveria um modelo ideal da disciplina em direção ao qual tendem todas as disciplinas em via de constituição? Algumas disciplinas são melhor “resolvidas” do que outras? Há, dito de outro modo, matérias que se prestam mais do que outras a um processo de “disciplinarização”? VII. A aculturação escolar dos alunos p. 208 Constitui o terceiro aspecto da História das Disciplinas Escolares: investigar os efeitos do ensino sobre os alunos, o resultado que o ensino das disciplinas escolares oferece à mesma sociedade que confiou a escola as finalidades educativas e de instrução. Esses resultados podem ser investigados em duas direções: Fracasso escolar Aculturação do alunos VIII. Disciplinas escolares e educação: problemas de distribuição p.212 Trata da distinção entre as matérias de ensino e as fronteiras entre uma e outra disciplina.
“A escola pode ensinar tudo? P. 216
“A natureza “escolar”, ou “disciplinar”, do tratamento ao qual ela submete as aprendizagens lhe impede, por princípio, de pretender jamais anexar certos domínios? Todas as aprendizagens são, ou não, “disciplinarizáveis”? Conclusão “Se é verdade que a sociedade impõe à escola suas finalidades, estando a cargo dessa última buscar naquela apoio para criar suas próprias disciplinas, há toda razão em se pensar que é ao redor dessas finalidades que se elaboram as políticas educacionais, os programas e os planos de estudo, e que se realizam a construção e a transformação históricas da escola. P. 219
“ A História das Disciplinas Escolares (...) mostra (...) que a disciplina
é, por sua evolução, um dos elementos motores da escolarização, e que se encontra sua marca em todos os níveis e em todas as rubricas da história tradicional do ensino, desde a história das construções escolares até a das políticas educacionais ou dos corpos docentes.” p. 220 2018