Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Tema/Problema
• Hibridação cultural
Néstor Gárcia Canclini
• Gêneros impuros
• Descolecionar e Desterritorializar
Leonor Arfuch
• Espaço Biográfico
Autores argentinos.
O “mosaico” ficcional do universo martíneziano
O autor cria um mosaico ficcional através do apagamento de fronteiras de
gêneros discursivos delineados, o que faz o livro parecer muitas vezes com a
utilização do que Canclini chama de “gêneros intercalados”: um exercício de
cartografia, livro de história, literatura de testemunho, narrativa fantástica e
romance policial:
• “numa entrevista a correspondentes japoneses, a enguia teve de dar uma resposta sobre a
epidemia de desaparecimentos [...] “Um desaparecido é uma incógnita, não tem entidade, não
está vivo nem morto, simplesmente não está. É um desaparecido.”
• “Ao acordar, fiquei entusiasmado imaginando a felicidade que aquela mulher mais velha
poderia sentir ao receber o amor e o sexo de um homem bem mais jovem que ela. Tanto fazia
que fosse o seu marido ou não. Parecia-me um ato de justiça literária, pois na maioria das
histórias a equação é invertida” (“admitir” o contar de uma história).
• “Quando a ouvi falando “aquilo que agora é chamado de ditadura”, pensei, por um
momento, que você também tinha sido cúmplice. Desculpe. Como você sabe, o que nós
sofremos foi mesmo uma ditadura, a mais perversa da história argentina, que conheceu tantas
outras antes” (p. 83).
• Diversas metáforas para falar repetidamente, fragmentadamente de
desaparecimentos:
“A copa os deixaria de boca fechada e os apagaria para sempre de todos os
mapas, condenando-os ao desaparecimento eterno.” (p. 181)
• “Cartógrafos, interveio Emilia. Por que não lê com mais atenção o que está nos
nossos crachás ?” (p. 44).