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Direito Administrativo

Aplicado
Improbidade Administrativa

RODRIGO RAGNI
 I – Concepções básicas

 CF/88:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
(...)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública,
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.”

 Inovação trazida pela CF/88;


 Regulamentação: Lei nº 8.429/92;
II – Conceito

 Inexistência de definição legal de improbidade;

 Divergência doutrinária quanto a natureza das sanções;


 “A improbidade administrativa consiste na conduta econômica
eticamente reprovável praticada pelo agente estatal, consistente no
exercício indevido de competências administrativas que acarrete
prejuízo aos cofres públicos, com a frustração de valores
constitucionais fundamentais, visando ou não a obtenção de
vantagem pecuniária indevida para si ou para outrem, que sujeita o
agente a punição complexa e unitária, de natureza penal,
administrativa e civil, tal como definido em lei.” (FILHO,
Marçal Justen, in Curso de Direito Administrativo, 2° ed., Saraiva,
fls. 699)
 Ímprobo:

“Mau, perverso, corrupto, devasso, falso,


enganador. É atributivo da qualidade de todo
homem ou de toda pessoa que procede atentando
contra os princípios ou as regras da lei, da moral,
dos bons costumes, com os propósitos maldosos
ou desonestos. O ímprobo é privado de
idoneidade e de boa fama”. (SILVA, De Plácido e.
Vocabulário Jurídico, 26° ed, Forense, p. 715)
III – Elementos Caracterizadores

Não basta mera irregularidade;

Necessidade de comprovação do elemento volitivo (vontade);

Atos comissivos e omissivos;

Dolo e má-fé (arts. 9º e 11, da LIA); Dolo ou culpa grave e


má-fé (art. 10, da LIA);

Independência de instâncias: civil, criminal, administrativa,


política;
 “A configuração da improbidade depende da consciência e da
intenção de promover as condutas ímprobas. Não há improbidade
culposa, o que não significa exigir dolo específico nem equivale a
negar a diversidade de graus de consciência e reprovabilidade. O
art. 10 alude a ações ou omissões de cunho culposo. Essa hipótese
apenas pode ser admitida como geradora de responsabilidade
limitada, em situação excepcional.” (FILHO, Marçal Justen, op. cit. fls.
700 usque 705). (grifo nosso).

 “O enquadramento na lei de improbidade exige culpa ou dolo por


parte do sujeito ativo. Mesmo quando algum ato ilegal seja
praticado, é preciso verificar se houve culpa ou dolo, se houve um
mínimo de má-fé que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto. A quantidade de leis, decretos,
medidas provisórias, regulamentos, portarias torna praticamente
impossível a aplicação do velho princípio de que todos conhecem a
lei. (...) Sem um mínimo de má-fé, não se pode cogitar da
aplicação de penalidades tão severas como a suspensão dos
direitos políticos e a perda da função pública” (DI PIETRO, Maria
Sylvia Zanella, in Direito Administrativo, 20° ed., Atlas, fls. 762)
IV – Sujeitos

Sujeito ativo:
-Próprio: agente público em sentido amplo (art. 2º, LIA);

-Impróprio: particular que induz, participa ou se beneficia


(art. 3º, LIA);

Sujeito Passivo: União, Estados, Distrito Federal,


Municípios, Autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista, empresas incorporadas, entidades com
participação do Poder Público, entidades que recebam
subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício, de
órgãos ou empresas públicas (art. 1º, LIA).
V – Modalidades
Atos que causam enriquecimento ilícito (art. 9º da LIA);

Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10º da LIA);

Atos que violam os princípios da Administração Pública


(especialmente moralidade e impessoalidade), mesmo que não
haja enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário (art. 11 da
LIA).

Inovação: Atos que concedam ou mantenham benefício


financeiro ou tributário contrário ao disposto na legislação do
ISSQN.
 Art. 9° Constitui ato de improbidade
administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:

 Art. 10. Constitui ato de improbidade


administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta
lei, e notadamente:
 Art. 10-A. Constitui ato de improbidade
administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro
ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o
§ 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de
31 de julho de 2003.

 Art. 11. Constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão
que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente:
Art. 9º - Atos de Improbidade que implicam em
Enriquecimento Ilícito

Elementos caracterizadores:

dolo do agente: vontade livre e consciente de enriquecer-se


ilicitamente. Inexistência da modalidade culposa;

conduta comissiva: só existe enriquecimento ilícito mediante


uma ação indevida do agente;

obtençãode vantagem patrimonial pelo agente: o patrimônio


do agente não precisa necessariamente aumentar, basta que
ele receba uma vantagem pecuniária indevida;
 Ilicitude da vantagem;

 nexo causal entre função e a vantagem indevida


(nexo de oficialidade);

 Rol exemplificativo e tipo legal aberto;

 Inversão do ônus da prova em desfavor do agente


(inciso VII).
Art. 10 - Atos de Improbidade que implicam em
Dano ao Erário

Elementos caracterizadores:

Dolo ou culpa grave do agente;

Conduta comissiva ou omissiva;

Rol exemplificativo e tipo legal aberto;

Prova do Dano;
Art. 11 - Atos de Improbidade que contrariam
Princípios

Elementos caracterizadores:

Dolo do agente. Impossibilidade de culpa;

Conduta comissiva ou omissiva;

Rol exemplificativo e tipo legal aberto;

Desnecessidade de enriquecimento ilícito ou de


dano ao erário.
Art. 10-A - Atos de Improbidade que concedam
isenções ou benefícios fiscais ilegais relativos ao
ISSQN

Elementos caracterizadores:

Dolo do agente. Impossibilidade de culpa;

Conduta comissiva ou omissiva;

Rol taxativo e tipo legal fechado;

Desnecessidade de enriquecimento ilícito e


necessidade de dano ao erário.
VI – Sanções

CF/88, art. 37, § 4º:


Suspensão de direitos políticos;

Perda da função pública;

Indisponibilidade de bens;

Ressarcimento ao Erário.

LIA, art. 12 (em acréscimo):


Multa;

Proibição de contratar com a Administração


Pública;
Aplicação, Gradação e critérios

Aplicação: isolada ou cumulativa (no que toca a


qualidade);

Gradação: mínima até a máxima (no que toca a


quantidade);

Critérios: proporcionalidade e razoabilidade;


gravidade do fato; extensão do dano causado;
proveito patrimonial obtido pelo agente.
 Observações:

 Sanções de perda de função pública e suspensão de direitos


políticos só serão cumpridas após trânsito em julgado (art. 20, da
LIA);

 “Lei da Ficha Limpa” (LC nº 135/2010): inelegibilidade se


condenado por órgão colegiado - “os que forem condenados à
suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso
de improbidade administrativa que importe lesão ao
patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a
condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8
(oito) anos após o cumprimento da pena;

 Vedação ao enriquecimento sem causa da Administração Pública


(dano em contrato executado/superfaturamento).
VII – Ação de Improbidade
Administrativa

Legitimados Ativos: pessoa jurídica interessada e


Ministério Público (art. 17, LIA);

Legitimados Passivos: os que cometeram ato ímprobo;

Intervenção do MP: se não for autor da ação é obrigatória


a intervenção (art. 17, §4º, LIA);

Atuação da Administração Pública: se não for autora,


pode integrar a lide no polo ativo ou passivo, e mudar
entre estes ao longo da lide;
 É vedada a transação ou acordo (art. 17, §1º, LIA);

 Prescrição (art. 23, LIA): a) cinco anos após o fim do


mandato, do cargo em comissão ou da função de
confiança; b) no prazo prescricional previsto em lei para
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego; c) em cinco anos da data da apresentação
da prestação de contas final pelas entidades referidas no
parágrafo único do art. 1º da LIA;
 A condenação em dinheiro reverte para a pessoa jurídica
lesada (art. 18, LIA);

 Competência: 1ª Instância, da Justiça Estadual ou


Federal;

 Imposição de sanções independe de decisão do Tribunal


de Contas ou da efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público (art. 21, LIA).
 Rito:

 Ordinário;

 Ação Própria/Ação Civil Pública: rito próprio, coadjuvado


supletivamente pela Lei da Ação Civil Pública (Lei
nº 7.347/85) e Código de Processo Civil (art. 17, LIA);
Medidas liminares:

– Suspensão do ato ímprobo;

– Indisponibilidade de bens do réu (art. 7, LIA);

– Sequestro de bens em caso de dano ou enriquecimento


ilícito (art. 16, LIA);

– Afastamento do agente público (art. 20, LIA).


Procedimento:

• Prévia notificação do requerido para se manifestar


(defesa preliminar – art. 17, §§ 7º e 8º, LIA);

• Recebida Inicial, é determinada a citação (art. 17, § 9º,


LIA);

• Contestação;

• Instrução; e

• Julgamento.
OBRIGADO!

Rodrigo Oliveira Ragni de Castro Leite


rodrigo@ragni.adv.br
rodrigoragni@uol.com.br

(13) 3453-1005/ (13) 98127-9999

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