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Arnaldo Walter
DE/FEM
awalter@fem.unicamp.br
EM 360
Bibliografia
2
Objetivos
3
Conceitos introdutórios – 1
• Economia é uma ciência social, e empírica, que trata da
alocação de recursos escassos em ambientes
competitivos.
• Microeconomia é o ramo da Economia que trata do
comportamento de indivíduos, tais como consumidores e
empresas. Pode-se fazer análise do comportamento de
todo o mercado, mas sempre tendo como referência o
comportamento de agentes individuais.
• Mercado é o conjunto de compradores e vendedores que
interagem para comercializar bens e serviços. O mercado
pode ser definido por fronteiras geográficas e por
restrições/ características do próprio produto.
Conceitos introdutórios – 2
• Microeconomia – ramo da economia que trata das entidades
individuais, como empresas, os consumidores e os mercados.
Considera-se que Adam Smith tenha sido o “fundador” da
Microeconomia (por exemplo, em “A Riqueza da Nações”,
de 1776, são analisados aspectos tais como determinação de
preços e mecanismos de mercado).
• Macroeconomia – ramo que trata do desempenho geral da
Economia e que, modernamente, aborda questões como
investimento e o consumo total, oferta de moeda e taxa de
juros, crises financeiras internacionais, desenvolvimento das
nações, etc. Segundo Samuelson e Nordhaus (2001), em sua
forma moderna a Macroeconomia não existia até 1935
(quando John Maynard Keynes publicou “Teoria Geral do
Emprego, do Juro e Dinheiro”).
Conceitos introdutórios – 3
• Segundo Samuelson e Nordhaus (2001), “mercado é um
mecanismo por meio do qual compradores e vendedores
interagem para estabelecer e trocar produtos e
serviços”.
• Para os mesmos autores: “Preços coordenam as decisões
dos produtores e consumidores em um mercado. Preços
mais altos têm a tendência de reduzir as compras dos
consumidores e encorajar a produção. Preços mais
baixos encorajam o consumo e desencorajam a
produção. Preços se constituem no mecanismo que
conduz ao equilíbrio de mercado.”
Conceitos introdutórios – 4
• Mercados perfeitamente competitivos (ou de concorrência
perfeita) são aqueles em que consumidores e produtores,
individualmente, não têm condições de influir nos preços.
Nesses mercados, todos os agentes são individualmente muito
pequenos para influir no único “preço de mercado” (que é um
preço de equilíbrio).
• Mercados não competitivos são aqueles nos quais uma
empresa (mercado monopolista) (ou um consumidor –
mercado monopsônico) é suficientemente grande – em relação
ao próprio mercado – para influir nos preços.
• Nos mercados reais, em geral, há vários preços, pois os
consumidores identificam diferenças entre os produtos e/ou
entre os produtores (ou os produtores identificam diferenças
entre os consumidores).
Conceito: concorrência perfeita
• Em Economia, é comum considerar, por simplificação, um mercado de
concorrência perfeita. Tal hipótese serve, por exemplo, para a
determinação do preço de curto prazo de um produto
• A hipótese de concorrência perfeita pressupõe: (i) a existência de um
número infinito de ofertantes (supridores) (ou inexistência de barreiras à
entrada [institucionais - e.g., reservas de mercado - e econômicas - e.g.,
efeitos de economia de escala] - e à saída - de firmas), (ii) a inexistência
de regulação governamental, (iii) que o preço é determinado por
condições de mercado (i.e., equilíbrio entre oferta e demanda), e (iv)
existência de produtos homogêneos.
• Nesse mercado, o nível de produção de um dado supridor é determinado
pela condição de lucro máximo no curto prazo (i.e., o custo marginal de
produção deve ser igual à receita marginal; ver mais a frente).
• Na prática, não há setores da economia em que as condições de
concorrência perfeita sejam observadas.
Modelos econômicos – 1
• Modelos econômicos (relativos a uma abordagem econômica
“matemática”) visam a descrição e a predição do comportamento
econômico através do uso de relações matemáticas (simplificadas)
entre variáveis.
• Os modelos baseiam-se no princípio de que o comportamento dos
agentes é, sempre, racional (i.e., existência de um objetivo,
conhecimento das alternativas e das consequências da escolha).
• As inferências dos modelos econômicos dizem respeito ao
comportamento dos preços, ao comportamento do mercado (i.e.,
de seus agentes), aos padrões de custo, etc.
• A suposição da racionalidade formulação de problemas de
otimização: as funções objetivo estão associadas à minimização de
custos, à maximização de lucros, à maximização da utilidade, etc.
Modelos econômicos – 2
• Modelos Econômicos serão, sempre, simplificações da realidade.
• Primeiro, porque na Economia é difícil – senão impossível –
controlar variáveis tais como preço, oferta, renda, nível de
emprego, etc. Portanto, os modelos não podem refletir
(exatamente) situações reais e a validação dos modelos é sempre
difícil.
• Segundo, por causa da ausência ou da precariedade dos dados
(adequados) que são necessários aos modelos.
• Terceiro, óbvio, porque a realidade é sempre muito complexa.
• Apesar dessas limitações, que implicam imprecisão dos resultados,
os modelos econômicos podem ser bastante úteis na indicação de
tendências e até mesmo na estimativa da magnitude das mudanças
previstas.
Curto e longo prazo
• Conceitos importantes, que são de uso corrente, e muitas vezes
utilizados equivocadamente.
• Políticas e decisões econômicas podem ser classificadas em
função de seus efeitos imediatos e de seus efeitos posteriores.
• No longo prazo (long-term, ou long-run), todos os insumos de um
dado processo produtivo podem variar em resposta a mudanças no
meio operativo.
• Já nas decisões de curto prazo, somente parte dos insumos pode
ser alterada em resposta a mudanças no meio operativo.
Rigorosamente, a capacidade de produção não pode aumentar.
• Curtíssimo prazo extrema inflexibilidade; longuíssimo prazo
extrema flexibilidade.
Curto e longo prazo (Samuelson e Nordhaus)
• Conceitos importantes, que são de uso corrente, e muitas vezes
utilizados equivocadamente.
• Curto prazo: período no qual nem todos os fatores podem ser
completamente ajustados. Na microeconomia, o estoque de capital
e outros insumos “fixos” não podem ser ajustados. Na
macroeconomia, os preços, os contratos salariais, os tributos, etc.,
não podem ser ajustados completamente em curto prazo.
• Curtíssimo prazo: período de tempo com tantas restrições que, em
tese, a produção deve ser considerada fixa.
• Longo prazo: período no qual todos os ajustes podem ser feitos.
Na microeconomia, o estoque de capital pode ser substituído e
uma empresa pode entrar ou sair de um setor. Na macroeconomia,
os preços, os contratos salariais, os tributos e as expectativas
podem ser ajustados por completo.
Conceitos: insumos
• Insumos (recursos e fatores de produção são sinônimos)
são os elementos necessários à produção de bens e à
prestação de serviços. As categorias tradicionais são
terra, trabalho e capital.
• A terra, além da própria terra, inclui todos os bens
naturais (e.g., água, bens minerais, luz solar, etc.).
• O trabalho (capital humano) compreende as capacidades
físicas e intelectuais de produção.
• O capital divide-se entre capital físico (máquinas,
equipamentos, edifícios, etc. – em geral, diz-se ativos) e
capital financeiro (capacidade real de investir).
Conceitos: bens de capital e de consumo
• Bens de capital são todos os bens que são empregados
para produzir outros bens, mas que não se desgastam
totalmente no processo produtivo (máquinas e edificações,
por exemplo).
• Já os bens de consumo são os bens destinados ao consumo
direto (são classificados em bens de consumo duráveis e
não duráveis – por exemplo, ferramentas e combustíveis,
respectivamente).
• Não há classificações rígidas: alguns bens podem ser de
consumo para alguns agentes, e de capital para outros.
• Bens intermediários: aqueles que já passaram por processo
de transformação, mas ainda não atingiram o estágio de
bem finais (e.g., aço, fios de algodão).
Conceitos: investimentos
• Segundo Samuelson e Nordhaus, investimento é a
atividade econômica que visa o aumento da produção no
futuro, com sacrifício do consumo no presente.
• Investimento líquido é o valor após estabelecida a
margem de depreciação. Nas contas comerciais (e
nacionais), depreciação é a estimativa de uso do capital
durante um período.
• O investimento bruto inclui a parcela de investimento
chamada de reposição, que é o investimento necessário
para a simples reposição da capacidade de produção.
Índices de preços – 1
• Índice que indica como o preço médio de uma cesta de bens
mudou ao longo do tempo. O preço médio é calculado por
uma soma ponderada dos diferentes itens da cesta.
• Há diferentes índices de preços, em função da cesta de bens
que é considerada. Algumas organizações têm tradição no
acompanhamento de preços e cálculo de seus índices.
• Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna (IGP-DI), da
FGV: começou a ser divulgado em 1947, mas sua série
histórica retroage a 1944. O IGP-DI é utilizado tanto nas
Contas Nacionais, como deflator do PIB, quanto na
atualização de diferentes operações financeiras, em especial
em reajustes contratuais.
Índices de preços – 2
• Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da FGV: voltado
prioritariamente para a comunidade financeira; estruturado para
captar as variações do poder de compra da moeda. Registra as
alterações de preços ao longo do processo produtivo, desde
matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos produtos
intermediários (semi-elaborados), até os bens e serviços finais
consumidos pelas famílias.
• Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE: indica
a variação de preços da totalidade dos produtos e serviços
disponíveis para o consumo pessoal. A pesquisa é realizada com
uma amostra de famílias com rendimento monetário
compreendido entre 1 e 40 salários mínimos e abrange 9 Regiões
Metropolitanas do país (Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Belo
Horizonte, Fortaleza, Recife, Belém, Salvador, Rio de Janeiro),
além do município de Goiânia e o Distrito Federal.
Índices de preços – 3
• Índice Preços por Atacado – Disponibilidade Interna (IPA-DI); foi
implantado em 1947. Mede o ritmo evolutivo de preços praticados
na comercialização atacadista, nas transações interempresariais,
quer dizer, nas operações de comercialização que antecedem as
vendas no varejo.
• Índice de Preços ao Consumidor, da FIPE (IPC-FIPE): início da
série em 1939, com base em uma pesquisa de padrão de vida
realizada entre fins de 1936 e meados de 1937 (no município de
São Paulo). A hipótese fundamental é que as pessoas se
comportam racionalmente, buscando atingir o máximo nível de
satisfação, decorrente do consumo de bens e serviços, tendo como
restrição a renda disponível para gastos de consumo e os preços
dos vários bens e serviços consumidos, a cada instante de tempo.
A partir da comparação da situação de um consumidor em dois
instantes de tempo, determina-se a variação do índice de preços.
Índices de preços – 4
• Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE)
Produzido pelo IBGE desde março de 1979. É utilizado
como medida de correção do poder de compra dos
salários. Já foi utilizado para reajuste salarial entre 1979
e 1985, e para correção dos aluguéis de 1982 a 1985.
• Índice de Custo de Vida (ICV), do DIEESE: é calculado
para a cidade de São Paulo desde 1959, após sua criação
em 1955 por um grupo de entidades sindicais. Tem por
finalidade conhecer direta e objetivamente a realidade
dos trabalhadores, visto a necessidade do movimento
sindical em contar com estatísticas próprias, em
particular um índice de custo de vida que serve como
parâmetro de comparação com os dados oficiais.
Preços constantes – 1
• A conversão de preços correntes a preços constantes
requer o emprego de um índice de preços, para que sejam
excluídos os efeitos inflacionários. O índice de preços
deve ser escolhido em função da atividade econômica.
• Seja Px,y o preço de um bem no ano x, expresso em valor
da moeda do ano y. Portanto, Px,x é o preço corrente no
ano x. Seja IPx o índice de preços do ano x.
• O processo de conversão é a simples relação:
• Px,x ------- IPx
• Px,y ------- IPy
• Px,y = Px,x .(IPy/IPx)
Preços constantes – 2
• Exemplo 1: comparar, ao longo do tempo, a evolução do
poder de compra de uma pessoa/família que recebe o
salário mínimo nacional.
• Exemplo 2: comparar, ao longo de tempo, a evolução dos
preços internacionais do petróleo.
Oferta e Demanda
e
Equilíbrio de Mercado
Funções e curva de demanda – 1
• A demanda de um bem é definida pelas diversas quantidades
(desse bem) que são tomadas (ou que poderiam ser tomadas) nos
mercados pelos consumidores, em um dado período, a diferentes
preços, desde que mantidos invariáveis os demais fatores que
afetam a demanda (cláusula coeteris paribus: i.e., todos os demais
fatores constantes, exceto o preço).
• Demanda e consumo não são sinônimos! O consumo é uma das
quantidades acima mencionadas, e é aquela que foi efetivamente
demandada em um dado contexto econômico.
• A função demanda [D = f(p, X,Y, Z, ...)] relaciona a demanda de
um bem, ou serviço, aos principais fatores (X,Y,Z,...) que
determinam a evolução desta demanda. Esses fatores incluem o
próprio preço do bem ou serviço, os preços dos bens ou serviços
substitutos ou complementares, a renda da população que adquire
o bem ou serviço, seus gostos, seus demais gastos, etc.
Funções e curva de demanda – 2
• Simplificadamente, diz-se em economia que a função demanda é
função unívoca dos preços e da renda, ou seja, é apenas função
do preço e da renda.
• As funções demanda são homogêneas de grau zero nos preços e
na renda, ou seja, se todos os preços e a renda variam na mesma
proporção, a demanda permanece inalterada (outra
simplificação).
• A função demanda é muito empregada em estudos
econométricos, visando a obtenção de projeções de mercado.
• A representação gráfica da função demanda só como função do
preço do bem é denominada “curva de demanda”.
• Para representação da curva de demanda, assume-se que todos os
fatores que afetam a demanda, exceto o preço do bem, são
constantes (novamente, a cláusula coeteris paribus).
Funções e curva de demanda – 3
• Notar a diferença entre se deslocar sobre a mesma curva de
demanda e se deslocar de uma para outra curva de demanda (o
que, em geral, se entende que está associado a mudança do nível
de renda; outros autores afirmam que nesses casos há alterações
externas ao mercado).
• A curva de demanda do mercado é a soma horizontal das curvas
de demanda dos consumidores individuais. Uma maneira de se
estimar a curva de demanda de um mercado é justamente através
desse procedimento.
• A estimativa da forma matemática da função demanda requer
técnicas estatísticas especiais.
• A curva de demanda tem uma grande importância analítica na
microeconomia. Representa a propensão ao consumo de um
consumidor, ou conjunto de consumidores, para cada nível de
preço de um dado bem ou serviço.
Funções e curvas de demanda – 4
Q0 Q1 Q2 Q
Equilíbrio de mercado em condições de
competição pura – 3
• A mudança de preços ilustrada na figura anterior, de p0 para p2,
não ocorrerá instantaneamente e, talvez, nem mesmo venha a ser
verificada, pois outros fatores podem afetar o comportamento da
demanda e da oferta.
• O modelo oferta-demanda é um modelo analítico simples para
examinar os efeitos de primeira ordem de alterações de fatores
que afetam a oferta e a demanda.
• Fatores que podem afetar a oferta/demanda de energéticos
incluem: (a) racionalização do uso da energia, (b)
desenvolvimento de fontes alternativas, (c) aumento da produção
dos energéticos tradicionais, (d) políticas fiscais, (e) nível de
atividade econômica, (f) acontecimentos (e.g., políticos) em áreas
produtoras (e.g., de petróleo).
Equilíbrio de mercado: considerações
adicionais
• Seja a Figura apresentada anteriormente.
• O que acontece em um dado mercado, em curto prazo, se houver
um aumento da renda sem a alteração das condições de oferta?
• Qual uma estratégia usual para controlar preços no curto prazo,
em um contexto em que há aumento da renda?
• Qual o impacto da restrição ao crédito do ponto de vista do
equilíbrio do mercado?
• Discutiremos em detalhes mais a frente, mas para aproveitar a
oportunidade: qual o impacto de subsídios sobre o equilíbrio de
mercado?
Elasticidades
Elasticidade preço – 1
• Define-se elasticidade preço da demanda de um bem como sendo
a variação percentual da quantidade demandada em resposta a
mudanças de seus preços. Em outras palavras, elasticidade preço
é a alteração percentual da quantia demandada em resposta à
variação de 1% no preço do bem.
• Algebricamente, a elasticidade preço é expressa como:
• E = - (p/Q) . (Q/ p) (1)
• A elasticidade é expressa em valor absoluto e não tem unidade.
• A expressão (1) é a da elasticidade de arco, isto é, da elasticidade
em uma faixa de valores de preço. Se p e Q forem,
respectivamente, o preço e a quantidade demandada no início do
intervalo de variação, a elasticidade assumirá valores distintos
quando do movimento de A para B em relação ao valor da
elasticidade quando do movimento de B para A. Para que esse
problema seja contornado, devem ser tomados os valores médios
de p e Q no intervalo.
Elasticidade preço – 2
• O conceito mais usual é o de elasticidade preço em um
ponto da curva de demanda de um bem ou serviço, que é
definida pela equação (2):
• E = - (p0/Q0) . (dQ/dp) (2)
• Sendo que p e Q representam o preço e a demanda,
respectivamente, do bem ou serviço.
• Para os bens e serviços “normais” a quantidade
demandada e o preço variam inversamente, ou seja, uma
variação positiva no preço será acompanhada por uma
variação negativa na quantidade demandada. Portanto,
para se obter uma elasticidade preço positiva, é
introduzido um sinal negativo nas equações (1) e (2).
Elasticidade preço – 3
• Quando a elasticidade é maior do que 1 (E > 1) diz-se que a
demanda é elástica (a demanda varia consideravelmente em
resposta aos preços). Por sua vez, quando E < 1 diz-se que a
demanda é inelástica (a demanda varia pouco em resposta aos
preços). Quando E = 1, diz-se que a elasticidade é unitária.
• Quando a demanda é elástica, uma redução de preços
implicará um aumento da receita, ou seja, aumento do produto
(p.Q) dado que o crescimento da quantidade demandada deve
ser superior à redução dos preços. O contrário ocorreria se a
demanda fosse inelástica.
• Seja a figura do slide seguinte, na qual representa-se uma
curva de demanda linear AT.
Elasticidade preço – 4
A E>1
No ponto T a elasticidade
G é nula (i.e., a demanda é
B
“completamente
J inelástica”)
C
E<1
O Q
S T
Elasticidade preço – 5
• Notar inicialmente que a elasticidade não é constante na medida em
que há deslocamento sobre a curva de demanda (mesmo que a
curva de demanda seja uma reta).
• Na medida em que se move sobre a curva de demanda de A até J
(faixa em que a demanda é elástica), a elasticidade diminui, mas
ainda é maior do que 1. Assim, a receita aumenta até que o preço
alcance o nível C, condição em que a receita deve ser máxima. A
partir daí, para novas reduções dos preços, a receita irá diminuir.
• Um produtor, com o objetivo de maximizar sua receita, terá grande
interesse em conhecer a elasticidade preço da demanda e em que
ponto está sobre a curva de demanda.
Elasticidade preço – 6
• Os principais fatores que afetam a elasticidade preço da demanda
são: (i) a existência de bens substitutos ao bem considerado (quanto
maior o número de bens substitutos, maior será o valor da
elasticidade preço da demanda de um bem); (ii) o tipo do bem
(bens de primeira necessidade são imprescindíveis, ou quase); (iii)
a relação entre o preço do bem e a renda dos consumidores (quanto
maior for a relação preço/renda, maior será a elasticidade); (iv) se o
preço de mercado está no extremo superior ou inferior da curva de
demanda (em função do próprio valor numérico da elasticidade em
um dado ponto); e (v) o tempo de resposta às variações de preços
(quanto maior o tempo de resposta, maior será a elasticidade; no
curto prazo a elasticidade é menor, em função das poucas
alternativas que tem o consumidor).
Outras elasticidades – 1
• Elasticidade renda (R): permite a estimativa das variações da
demanda de um bem face a variações de 1% da renda do
consumidor. Matematicamente, define-se como:
• ER = (R/Q) . (dQ/dR) (3)
• A elasticidade renda pode assumir valores positivos ou negativos,
maiores ou menores do que 1. Se a elasticidade renda é positiva
(ER > 0) o bem é dito normal (i.e., a demanda aumenta quando a
renda aumenta); se ER < 0, diz-se que o bem é inferior (i.e., a
demanda aumenta quando a renda diminui, e vice-versa). Se ER <
1, diz-se que o bem é necessário; caso contrário, diz-se que trata-se
de um bem de luxo (nesse caso, a demanda de um bem varia mais
que proporcionalmente vis-à-vis as variações de renda do
consumidor).
Outras elasticidades – 2
• Elasticidade preço da oferta é a mudança percentual na
quantidade ofertada em resposta a uma variação de 1% no
preço de mercado de um dado bem. Matematicamente,
define-se como:
• Eo = (p/Qo) . (Qo/ p) (4)
• ou, para a avaliação da elasticidade em um ponto da
curva de oferta:
• Eo = (p/Qo) . (dQo/ dp) (5)
• A elasticidade preço da oferta é positiva. Se Eo > 1, a
curva de oferta é elástica. Por outro lado, se 0 < Eo < 1, a
curva de oferta é inelástica.
Outras elasticidades – 3
R1 X
Crescimento da utilidade - U > U’
R2
R3 Y U
U’
alimentos
A1 A 2 A3
8 R = A.pA + R.pR
R1 R2
4
alimentos R/pA
5 10 20
Todos os pontos sobre a reta R2 são combinações de consumo que resultam em despesa
igual à renda R2. Óbvio, R2 > R1.
Equilíbrio do consumidor
U1 e U2 são curvas de indiferença entre o consumo de roupas e
de alimentos. As linhas retas, inclinadas, refletem diferentes
combinações de compra para um dado nível de renda. Os pontos
A e B indicam as cestas máximas para os níveis de renda U1 e
roupas U2.
16
C Curva renda-consumo
B
8
U2
A D
4
U1
alimentos
5 10 20
Um consumidor racional, que tem renda que lhe permite adquirir a cesta B, não escolheria as
cestas C ou D, que resultam na mesma despesa mensal, mas que lhe trazem menor satisfação.
Efeito da renda sobre a demanda
A curva de Engel é definida segundo a
hipótese de que os preços são constantes. A
Renda curva da figura é para um bem normal em
$/mês toda a faixa apresentada.
Curva de Engel
200
100
alimentos
5 10 unidades/mês
Efeitos de comportamento sobre a demanda
• A demanda do consumidor de um determinado bem é
influenciada por outros fatores além dos preços e sua
renda. O efeito bandwagon (poderia ser entendido como
modismo) corresponde ao aumento da demanda de um
bem em resposta ao aumento de consumo daquele mesmo
bem por outras pessoas. Nesse caso, a curva de demanda
desloca-se para a direita.
• Por outro lado, o efeito snob corresponde ao deslocamento
da curva de demanda de um bem (e.g., de um grupo
social) para a esquerda quando a demanda de outros
grupos de consumidores aumenta. Nesse caso, o desejo de
alguns consumidores é diferenciar-se da tendência geral.
Comportamento da empresa
• As empresas possuem objetivos de curto e de longo prazo. Esses
objetivos podem ser tangíveis ou intangíveis.
• Entre os objetivos tangíveis pode-se mencionar a maximização
dos lucros a curto prazo, a maximização da receita e a
maximização da parcela de mercado suprida pela empresa.
• Entre os objetivos intangíveis frequentemente estão a promoção
da confiança dos clientes, o aumento da propriedade de recursos
naturais e a eliminação de competidores.
• Supondo o objetivo de maximização do lucro (L), que é igual a
diferença entre receita (R) e custos (C), ou seja, L = R – C.
• Mas, R = p.Q (preço.quantidade) e C = C(Q). Então, L(Q) =
p.Q – C(Q), ou seja, o lucro é função da quantidade vendida.
Curvas de isoprodução
X, Y e Z são curvas de isoprodução, e a
produção em Z é maior do que em X, que
Capital por sua vez é maior do que em Y.
Y A
D C B
K1 Z
E X
L1 Trabalho
Os pontos A e B, sobre a mesma curva Z, representam diferentes combinações
de capital e trabalho para que a mesma produção seja alcançada.
Minimização dos custos de produção
C1, C2 e C3 são curvas de custos
Capital constantes de produção; C1<C2<C3.
Curva de isoprodução, em
A
amarelo. Os pontos A, E e
B correspondem à
produções iguais.
E
K1
B
C1 X
C2 C3
L1 Trabalho
O menor custo de produção de X unidades é C2, e corresponde à
combinação “E” entre capital e trabalho.
Objetivos de uma empresa
• O objetivo fundamental de uma empresa é maximizar seus lucros.
Em um mercado de concorrência perfeita uma empresa não
influencia nos preços de equilíbrio e, portanto, sua alternativa é a
minimização de seus custos.
• Para tanto, a empresa deve buscar a combinação dos fatores de
produção que permite a máxima produção ao mínimo custo. Uma
empresa deve observar os “preços relativos” dos fatores de
produção, que são seus custos.
• Exemplos comuns são as empresas se instalarem onde os custos de
mão de obra são mais baixos, onde os custos de energia são mais
baixos, onde as restrições ambientais são menores (e, portanto, os
custos de mitigação são menores).
Diferenciação de produtos
• Por outro lado, muitas empresas têm condições de variar os preços
que podem obter por seus produtos, bem como negociar os preços
dos insumos que compram.
• Em particular, empresas podem diferenciar seus produtos de forma a
que os consumidores se disponham a pagar preços diferenciados por
produtos similares.
• Na teoria econômica, denomina-se “diferenciação de produtos”
quando há preços diferentes para produtos similares. Isso ocorre
por conta de imagens diferenciadas, junto aos clientes, no que diz
respeito ao controle de qualidade, confiabilidade do suprimento, etc.
A busca dessa “diferenciação” é, usualmente, a principal meta das
campanhas publicitárias.
Custos
Custos no curto prazo – custos fixos e
variáveis – 1
• Para estudar custos no curto prazo, faz-se a hipótese de que o
“nível” de capital é fixo e que o trabalho é variável.
• Os custos de operação de instalações (e.g., industriais) podem ser
divididos em custos fixos e variáveis.
• Custos fixos são aqueles que, no curto prazo, não dependem da
magnitude da produção e incorrem mesmo quando não se produz
(e.g., aluguéis, parcelas de empréstimos, juros sobre as dívidas,
salários da gerência e da engenharia, seguros).
• Custos variáveis dependem do nível de produção. Exemplos:
materiais, energia, salários de operários na linha de montagem.
Frequentemente assume-se que os custos variáveis são
proporcionais à produção, o que é uma boa hipótese para níveis de
produção próximos da capacidade nominal. Por definição, os custos
variáveis são nulos quando a produção é nula.
Custos no curto prazo – custos fixos e
variáveis – 2
4500
4000
3500 Exemplo A: custos totais, fixos
3000
e variáveis
Custos ($)
variaveis
2500
fixos
2000
totais
1500
1000
500
0 14000
0 5 10 15 20
12000
Producao (tons)
10000
rendimentos
Custos ($)
variaveis
8000 decrescentes
fixos
6000
totais
4000
Exemplo B: custos totais, fixos 2000
e variáveis; notar as zonas de
rendimentos
crescentes
0
rendimentos crescentes e 0 5 10 15 20 25
350
300
curva de custos médios
250
Variaveis
Totais
variáveis, tipicamente, tem a
200
150 forma de “U”.
100
50
4500
0
4 9 14 4000
400 70
100
80
CV
250
40 CT medida em que aumenta a
200
150
30
CM
produção, caem os custos
100 20 marginais. Na passagem da
50 10
concavidade para a convexidade
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0
da curva de custos variáveis, o
Produção (unidades) custo marginal é mínimo.
Acima da produção de cinco unidades, no caso da figura acima, os
custos marginais crescem, porque os custos médios também
crescem. O crescimento dos custos marginais está associado aos
rendimentos decrescentes dos fatores de produção variáveis.
Custos marginais – 4
• O caso ao qual corresponde as figuras ao
lado é o da produção agrícola de um bem,
em que a terra é um fator fixo, e a mão de
obra é um fator variável (caso apresentado
em Samuelson e Nordhaus).
• A figura acima mostra a produção marginal
por trabalhador (t/trabalhador); observam-se
retornos decrescentes em quase toda
extensão.
• A figura abaixo mostra a evolução dos
custos médios (em azul) e marginais de
produção (em vermelho).
• A partir do momento em que os retornos do
fator variável são decrescentes, o custo
marginal é crescente.
Custos marginais de curto prazo
(síntese)
• Os custos marginais correspondem à inclinação da função C(X) = f(X).
Como no curto prazo os custos fixos são invariáveis, a variação dos
custos na medida em que varia a produção corresponde à variação da
parcela “variável” dos custos.
• A curva de custos marginais (CM) começa no mesmo ponto em que
começa a curva de custos médios variáveis (CMV). Os custos marginais
decrescem até o ponto de inflexão da curva de custos totais.
• A curva de custos marginais corta a curva de custos médios (totais ou
variáveis) no ponto em que os valores mínimos são alcançados.
• Custos marginais são úteis na comparação dos custos de expansão de
diferentes unidades de produção. É um conceito útil também na definição
de políticas de preços: se o preço for fixado abaixo do custo marginal,
perde-se a cada nova unidade produzida e vendida.
Exemplo 1: custos de produção de aço
Produção Custos Custos Custos Custos Custos Custos
fixos variáveis totais médios médios marginais
totais variáveis
Q (t) CF ($) CV ($) CT ($) CMT ($/t) CMV ($/t) CM ($/t)
14 1120
15 1275
16 90
Minimização dos custos de produção – 1
• Como uma empresa define a combinação de fatores que resulta a
minimização dos custos para um determinado nível de produção?
• Seja, por simplicidade, a consideração de só dois fatores de
produção: capital (K) e trabalho (L). Como visto, a representação
gráfica da função de produção é uma curva de “isoprodução”, que
representa a combinação dos fatores produtivos para que se
mantenha o mesmo nível de produção.
• Seja w o custo unitário do trabalho e r o custo unitário do capital.
Os custos de produção são calculados pela função:
• C = w.L + r.K
• E o termo K (capital) pode ser isolado na seguinte equação:
• K = (C/r) – (w/r).L
• que é a equação de uma reta que representa custos constantes.
Minimização dos custos de produção – 2
30000 30000
25000 25000
Custos totais ($)
10000 10000
5000 5000
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
Producao Producao
160
CM Conhecida a curva de
140
120
custos de longo prazo,
Custos ($/ton)
100
pode-se calcular a curva
80
CMT
de custos médios e a curva
60 de custos marginais.
40
Como visto
20
0
anteriormente, em um
0 5 10 15 20 dado ponto o custo
Producao
marginal é igual ao custo
médio mínimo.
Como a curva de custos totais de longo prazo é a envolvente das
curvas de custos totais de curto prazo, a curva de custos médios de
longo prazo também é a envolvente das curvas de custos médios de
curto prazo.
A curva de oferta de um produto
Curva de
oferta
Preço
CMT
CM
Quantidade
• Curva de
oferta de
medidas de
racionalização
do uso de
energia.
Exemplos de curvas de oferta – 5
Fonte: MacKinsey
(2009)
• Curva de
custos
marginais de
mitigação
das emissões
de GEE (no
Mundo?; em
2030?)
O chamado “ótimo” coletivo – 1
180
160
CM • Aceitos os pressupostos da
140
concorrência perfeita, o chamado
“ótimo” coletivo no curto prazo é
120
definido pela soma dos
100 excedentes dos produtores (área
80
p0MAB) e dos excedentes dos
M
p0 CMT consumidores (área do triângulo
60
cuja base é p0M).
40
B
A D • O excedente coletivo é máximo
20 se o preço de mercado for
0 definido em p0 (preço de mercado
10 q0
0 5 15 20
= custo marginal).
• Entende-se que o “ótimo
coletivo” é o ótimo social.
O chamado “ótimo” coletivo – 2
180
CM
160 Se o equilíbrio de mercado, sobre
140 a curva de demanda (D), estiver
120
mais à direita do que é mostrado,
haveria remuneração abaixo do
100 custo marginal de produção;
80
M
deslocamentos à esquerda, por
p0
60
CMT outro lado, implicam a perda de
oportunidade de venda a preços
40
B A D ao menos iguais aos custos
20 marginais de produção.
0
0 5 10 q0 15 20
1100
100 constant (in a new plant, being i =
Ethanol cost (R$/m3)
900
60
= 100%).
800
700 40
• The oil break-even price is shown
600
20
in the right side.
500
400 0
• Typical ethanol cost in a existing
mill would be R$ 620/m3 (240-280
270
540
2.250
6.000
1.125
3.375
3.500
4.500
5.000
7.000