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Profa.

Jacyara Farias Souza Marques


 Hermenêutica constitucional – ciência que
tem o objetivo de desenvolver métodos,
princípios e técnicas científicas de exegese
das constituições;
 Interpretação ou exegese constitucional –
ato de descortinar o sentido, significado e
alcance das normas constitucionais,
tomando como base métodos, princípios e
técnicas científicas de exegese
desenvolvidas pela hermenêutica (por em
prática as criações hermenêuticas).
 O PAPEL DO HERMENEUTA;
 O HERMEUTA SÓ IRÁ ATUAR ONDE EXISTIR DÚVIDA;
 QUEM É O HERMENÊUTA: todos aqueles integrantes
da sociedade e do Poder Público, àqueles que
vivem sob a égide de uma Carta Magna são os seus
legítimos intérpretes, segundo Haberle em “ A
sociedade Aberta dos intérpretes da Constituição”.
 EM CASO DE CONTRADIÇÕES SE BUSCARÁ A
SOLUÇÃO DO APARENTE CONFLITO ATRAVÉS DA
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS;
 Interpretar é extrair o significado das
expressões e no ramo do direito não é
diferente da interpretação que se opera nas
outras áreas. Assim, se utiliza os mesmos
métodos de interpretação das demais
normas jurídicas (gramatical, teleológico,
semântico, histórico, etc.) ressalvados
alguns princípios que lhe são próprios.
 Todavia, não existe um critério pronto,
acabado, matemático para levar o intérprete
a dar relevância jurídica a alguns eventos e
ignorar a outros;
 Romper a distância, aparentemente
intransponível, entre a disciplina fria das
normas constitucionais e a singularidade do
caso a decidir; Ex: disposição do nepotismo,
art. 37 caput da Constituição.
 Desvendar o conteúdo dos enunciados
constitucionais (buscar a vontade da
Constituição);
 Encontrar o espaço de decisão das normas
constitucionais ( permite saber se um preceito
constitucional pode ter seu sentido ampliado
ou diminuído) Ex: art. 205 e o direito à
educação.
 A atividade interpretativa engloba momentos
complementares, que equivalem a estágios
componentes de uma mesma operação mental:
a) construção: enseja as mutações constitucionais;
b) Concretização (ou desmistificação) permite o
preenchimento do campo da exegese da norma
constitucional, de modo a tornar possível a
resolução de problemas concretos;
c) Aplicação: último estágio do processo
interpretativo.
 Também é chamado de vicissitudes
(alterações)constitucionais;
 Tema foi introduzido pela Profa. da USP Anna
Cândida da Cunha Ferraz buscando
diferenciar reformas de mutações
constitucionais;
 REFORMA MUTAÇÃO
CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL
É a modificação do É a alteração no sentido
texto constitucional da norma, (na sua
através de mecanismos interpretação) seu
próprios definidos na significado, sem alterar
própria Constituição fisicamente o texto
(Emendas) alterando, constitucional. A
suprimindo ou transformação é
acrescentando artigos verificada na
ao texto original, interpretação da regra,
especialmente na o texto permanece
redação. inalterado.
 A mutação constitucional é assim um processo dinâmico, informal e
prospectivo das normas jurídicas.
 Exemplos:
a) CP (Lei nº11.106/2005) onde foi alterada o conceito de “mulher honesta”;
b) Súmula 394 do STF - Cometido o crime durante o exercício funcional,
prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que
o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele
exercício. (Cancelada)
c) Quarentena de entrada (93, I);
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
“I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto,
mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação

d) A anencefalia;
e) A competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações decorrentes de
indenização oriundas dos acidentes de trabalho.
• A Súmula 394 do STF enunciava que "cometido o crime durante o
exercício funcional, prevalece a competência especial por
prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam
iniciados após a cessação daquele exercício".

• Depois de vigorar por mais de 35 (trinta e cinco) anos, a sobredita


Súmula foi cancelada, por unanimidade, em sessão plenária do STF,
realizada em virtude do julgamento de uma Questão de Ordem
suscitada no Inquérito 687-SP, iniciado em 30/04/1997, em que
figurava como indiciado um ex-deputado federal.

• Nossa Corte Suprema impingiu interpretação restritiva aos


dispositivos constitucionais e, por via oblíqua, infraconstitucionais
no que tange à competência por prerrogativa de função, entendendo
que desta somente podem se beneficiar aqueles que se encontrarem
desempenhando cargo ou mandato que lhe garanta o foro especial.
 Conceito de Método:
Segundo Canotilho a interpretação das normas
constitucionais é formada por um conjunto de
métodos desenvolvidos pela doutrina e pela
jurisprudência com bases em critérios (ou
premissas filosóficas, metodológicas ou
epistemológicas) diferentes,mas em geral,
reciprocamente complementares.
Existem métodos clássicos e os modernos, todos
devem ser utilizados no manejo da interpretação
constitucional.
A maioria dos métodos clássicos foi criada por
Savigny no fim do século XIX;
A Constituição deve ser encarada com uma “lei”,
valendo-se portanto dos métodos
tradicionais dos hermeneutas.
a) Elemento genético (origem);
b) Elemento gramatical ou filológico;
c) Elemento lógico;
d) Elemento sistemático (controle);
e) Elemento histórico;
f) Elemento teleológico ou sociológico (fim);
g) Elemento popular;
h) Elemento doutrinário;
i) Elemento evolutivo (mutação constitucional).

ATRAVÉS DESTE MÉTODO BUSCA-SE O


VERDADEIRO SENTIDO DA NORMA, TODAVIA,
AS INTERPRETAÇÕES SEMPRE TRILHAM
CAMINHOS PARA OS CASOS CONCRETOS.
2.2 MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO- Se
enxerga a Constituição como um sistema
aberto de regras e princípios. Parte-se de um
problema concreto para a norma, atribuindo-
se à interpretação um caráter prático.
(Theodor Viehwg)
(Específico para o geral)
Parte da Constituição para o problema (do
geral para o específico). Devendo o
intérprete se valer dos seguintes
pressupostos interpretativos:
a) Pressuposto subjetivo(partes);
b) Pressuposto objetivo (caso concreto);
c) Círculo hermenêutico (intérprete);
Por esse método não existe identidade entre
a norma jurídica e o texto normativo. Isto
porque o teor literal da norma, deve ser
analisado à luz da concretização da norma
em sua realidade social.
A interpretação da Constituição se concretiza
mediante comparação dos vários
ordenamentos jurídicos. Segundo Savigny, tal
processo se integraliza por meio dos seus
quatro métodos (gramatical, lógico, histórico
e sistemático).
 Definição de Princípio;
 Nem sempre precisam ser expressos;
 Função dos Princípios:
a) Critérios de integração
b) Critérios de interpretação
c) Ofertam coerência ao sistema
 O texto constitucional deve ser interpretado
de forma a evitar contradições ou
antinomias entre suas normas e os
princípios pré-estabelecidos. Assim, a
Constituição deve ser vista como um todo,
de modo que os conceitos são integrados
num sistema unitário.
 O STF já reconhece expressamente esse
princípio (STF, RE 159.103-0/SP, Rel. Min.
Celso de Mello).
a) todas as normas contidas numa
Constituição formal têm igual dignidade,
não há hierarquia dentro da Constituição,
especialmente quanto as normas
constitucionais originárias;
b) não existem normas constitucionais
originárias inconstitucionais
(diferentemente da teoria alemã);
c) não existem interpretações contraditórias
dentro do Texto constitucional, ele deve ser
lido e interpretado de forma a evitar as
eventuais discordâncias na interpretação.
Significa dizer que na resolução de problemas
jurídico-constitucionais, deve-se dar
primazia aos critérios ou pontos de vista que
favoreçam a integração política e social.
 Proclama que a norma constitucional deve
ser interpretada com um sentido que lhe dê
maior eficiência. Nasceu ligado às normas
programáticas, entretanto, hoje é princípio
operativo em todas as normas
constitucionais.
 Hoje é invocado sobretudo no âmbito dos
direitos fundamentais.
 O órgão encarregado de interpretar a
Constituição não pode chegar a um
resultado que subverta ou perturbe o
esquema organizatório-funcional
estabelecido pelo legislador constituinte.
Assim, não pode o intérprete modificar o
sentido estabelecido pelo legislador
constituinte.
 O STF como órgão máximo da interpretação
constitucional será responsável por imbuir
de força normativa à Constituição.
Também chamado de concordância prática,
impõe a coordenação e a combinação
prática de bens jurídicos em conflito ou em
concorrência, bem como o sacrifício total
ou parcial de uns em relação aos outros.
 O fundamento da idéia de concordância
decorre da inexistência de hierarquia entre
os princípios.
 O intérprete deve valorizar as soluções que
possibilitem a atualização normativa, a
eficácia e a permanência da Constituição;
 O intérprete deve oferecer máxima
efetividade às normas constitucionais,
respeitando-se a vontade da Constituição
(Wille zur Macht);
Quando da existência de normas polissêmicas
ou plurissignificativas (as que admitem mais
de uma interpretação) se dê preferência à
interpretação que lhes dê um sentido em
conformidade com a Constituição.
a)devem existir vários campos de interpretação e um
deles deve levar à interpretação conforme a
Constituição;
b) a regra é a conservação das leis e não a declaração
de inconstitucionalidade.
c) exclusão da interpretação contra legem;
d) existência de um espaço interpretativo que leve ao
sentido da Constituição;
e) Rejeição ou não aplicação das normas
inconstitucionais;
f) O intérprete não pode atuar como legislador
positivo.
 No Brasil, esse princípio é utilizado no controle de
constitucionalidade das leis.
 É mecanismo de aferição de legitimidade das
restrições de direitos e garantia de equilíbrio
na concessão dos poderes.
 É utilizado como sinônimo de bom senso,
equidade, justiça, prudência, moderação,
proibição de excessos, direito justo e valores
afins;
 É bastante utilizado na colisão dos valores
constitucionalizados;
 Pode-se destacar três importantes
elementos:
a) Necessidade (exigibilidade);
b) Adequação (pertinência ou equidade);
c) Proporcionalidade em sentido estrito
(máxima efetividade e mínima restrição);
 Tal princípio não está expresso no plano constitucional, mas
decorre do devido processo legal, em acepção substantiva –
art. 5º, LVI);
 Art. 2º, V da Lei nº 9.784/99:
“ A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os
princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único: Nos processos administrativos serão
observados, dentre outros, os critérios de:
VI – adequação entre os meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público.
 Art. 156 do CPP: “ a prova de alegação
incumbirá a quem a fizer, sendo porém
facultado ao juiz de ofício:
I- ordenar, mesmo antes de iniciada a ação
penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida.
 Técnica da ponderação de valores (ou interesses): o intérprete
deve avaliar qual o bem que deve ser priorizado;
 Técnica da otimização dos princípios: procura tornar ótimo o
conteúdo dos princípios, ampliando, reduzindo,harmonizando
e compatibilizando os interesses em disputa;
 Técnica da filtragem constitucional: (Santoro, 1938): sob essa
técnica, toda a ordem jurídica deve ser lida e apreendida sob a
lente da Constituição;
 Na CF/88:
(i) Evita incompatibilidades entre o velho ordenamento e o novo
texto maior;
(ii) Possibilita saber se o direito infraconstitucional posterior ao
advento de uma nova Constituição está em consonância com
ela;
(iii) Faculta a interpretação e reinterpretação dos institutos dos
diversos ramos do Direito à luz da Constituição;
(iv) Possibilita combater a inconstitucionalidade das leis e dos atos
normativos;
(v) Realizar a tábua de valores depositada nas Constituições.
 Tem-se alguns parâmetros:
a) A argumentação deve ser jurídica; (decisões
jurídicas)
b) A argumentação deve ser universal; (busca da
coerência)
c) A argumentação deve ser principialista; (recorre a
princípios implícitos e explícitos)
d) A argumentação deve recorrer às técnicas da
retórica: (i) argumento ab absurdum – se o exame
de uma tese conduzir ao absurdo, um conclusão
inaceitável, resta ao exegeta mudar o seu
entendimento de uma proposição tida como
verdadeira; (ii) argumento de autoridade –
analisam a qualidade e quantidade do
pensamento defendido.
 A interpretação inconstitucional de normas
constitucionais;
 A interpretação constitucional de leis
inconstitucionais;
 A interpretação conforme a Constituição:
a) Realizar a vontade da Constituição (rejeição ou
não aplicação de normas inconstitucionais);
b) Harmonizar as leis ou os atos normativos com a
Constituição (conservação das normas);
c) Buscar o sentido profundo das norma
constitucionais (prevalência da Constituição);
d) Escolher o melhor significado das leis ou atos
normativos em meio a tanto outros que eles
possam apresentar ( espaço da interpretação).
 Teoria norte-americana que se fundamenta
na idéia de que, para cada poder outorgado
pela Constituição a certo órgão, são
explicitamente conferidos amplos poderes
para a execução desse poder. Se a
Constituição pretende os fins, subentende-se
que ela tenha conferido os meios para esse
fim.
 Decorre da razoabilidade e da proporcionalidade;
 Exemplos na jurisprudência pátria:
a) O STF reconheceu o poder implícito do TCU na
concessão de medidas cautelares.
b) O STF reconheceu o poder implícito do TJ
estadual em conhecer e julgar a reclamação para
preservar a competência e a autoridade das suas
decisões;
c) Dentro do âmbito dos poderes investigatórios do
MP , o Parquet pode fundamentar a Denúncia em
peças de informações obtidas pelo ele próprio.
FIM.

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