Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
I. Qualificação
II. Interpretação da lei
III. Integração de lacunas
1
I. Qualificação
Referência de uma situação de facto à(s) norma(s) do direito
Finalidade – encontrar o regime jurídico aplicável à situação de
facto
2
Pergunta em causa
Análise jurídica
Arrumação das matérias jurídicas em ramos e sub-ramos
Direito Privado
Direito Civil
Institutos transversais: propriedade, dano, culpa
Gestão de negócios
3
Situação da vida
introdução da propriedade
alheia
Aspectos juridicamente relevantes para reparar um mal
(elementos de conexão) danos
Orientação bem intencionado
Deve ou não ser pouco diligente com seus
responsabilizado? assuntos
Círculo hermenêutico
um juízo sobre a pertença das duas situações (a da vida e a da hipótese) a uma
mesma categoria ou género,
sob o ponto de vista relevante para a questão jurídica posta.
“Mediante a interpretação «faz-se falar» este sentido, quer dizer, ele é enunciado
com outras palavras, expressado de modo mais claro e preciso, e tornado
comunicável” (Karl Larenz)
Significado Significante
Coisa Sinal (palavras)
Problema da interpretação
Qualificação jurídica dos factos (na perspectiva da pergunta jurídica)
Interpretação dos textos
9
Importância e significado da interpretação
Especial importância:
10
De entre os sentidos possíveis do texto, extrai-se um que valha para
todas as pessoas (generalidade) e para todos os casos (abstracção) –
garantia de um mínimo de uniformidade de soluções
11
Metodologias da interpretação:
orientação subjectivista
destinada a captar o sentido imprimido à norma pelo legislador
(mens legislatoris)
orientação objectivista
destinada a captar o sentido da lei (mens legis)
Orientação geral:
A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir dos
textos o pensamento legislativo (n.º 1) – texto da lei = apenas um
elemento da interpretação
Responsabilidade do intérprete – encontrar soluções mais
adequadas
Presume-se “que o legislador consagrou as soluções mais acertadas e soube
exprimir o seu pensamento em termos adequados” (n.º 3) – não dispensa a
tarefa de interpretação e o recurso a outros elementos
13
Dupla função da letra da lei:
Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que não
tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda
que imperfeitamente expresso
A letra é um elemento irremovível da interpretação, ou um “limite da
busca do espírito”.
“(...) há-de ser um sentido (uma motivação, um conjunto de objectivos) que caiba
razoavelmente no sentido literal da declaração do legislador. Sob pena de, se isto
não acontecer, se estar a criar uma nova norma, em vez de interpretar uma
norma já existente” (Hespanha) 14
Interpretação doutrinal / interpretação autêntica
15
Elementos de interpretação
– doutrina tradicional –
Elemento gramatical
Elementos lógicos:
16
sistemático – unidade do sistema jurídico (9.º/1 CC):
17
histórico – consideração dos dados e circunstâncias históricas que
rodearam o aparecimento da lei
• circunstâncias [económicas, sociais, políticas] em que a lei foi elaborada
- occasio legis – 9.º/1 CC
• história do instituto ou do regime jurídico, precedentes
normativos;
• fontes da lei (doutrina, direitos estrangeiros);
• trabalhos preparatórios (perspectiva objectivista – como
elementos auxiliares da interpretação e não como meio de
apuramento da mens legislatoris).
interpretação declarativa:
O sentido da lei cabe dentro da sua letra; letra da lei está conforme
com o seu espírito.
interpretação extensiva:
interpretação ab-rogante:
22
Interpretação em sentido amplo
Equidade
Solução conforme às circunstâncias do
caso concreto (relevância para além do
plano da existência de lacunas)
24
Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas
Analogia legis
• Analogia – aplicação de um processo geral de
pensamentoparticular no domínio da integração
• Fundamento: tratamento igual de casos semelhantes (princípio
da igualdade e certeza do direito – obtenção da uniformidade de
soluções)
Art. 10.º/1 CC– “Os casos que a lei não preveja são regulados segundo a
norma aplicável aos casos análogos”
• Casos análogos: não basta semelhança na descrição exterior da
situação, é necessário que exista um conflito de interesses paralelo
ou semelhante e que o critério valorativo adoptado pelo legislador
para compor esse conflito no caso previsto possa ser aplicável
também no caso análogo (art. 10.º/2 CC – é necessário que
“procedam as razões justificativas da regulamentação do caso previsto na
lei”)
25
Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas
Analogia iuris
26
Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas