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O garoto selvagem e o

Dr. Jean Itard

O projeto científico de educação do


selvagem do Aveyron: perspectiva
histórica e reflexões para o presente
(Luci Banks-Leite)

Grupo:
Claudio Caus Rosa Lopes Nº USP 3500577
Marcos Vinicius de Ponte Nº USP 8570620
Maria da Graça N. Cabral Nº USP 1239996
Introdução

Algumas perguntas recorrentes:

- De onde surgiu o interesse em instruir um menino


com características tão preliminares?
- Por que o professor Itard perseguiu, insistentemente,
metas preciosas?
- O que o levou a escolher tais objetivos e a elaborar
estratégias para atingi-los, no decorrer desse
empreendimento?
- Não haveria modos mais adequados para integrar o
jovem à sociedade e torná-lo “civilizado”?
Contexto político e filosófico

- Condorcet: instrução pública como tarefa e dever do


Estado;

- Crianças abandonadas com direitos semelhantes às


demais;

- Motivação de Itard marcada por princípios políticos e


éticos.
Propostas do texto

“(...) sublinhar algumas ideias que prevaleciam no seio


da comunidade científica no momento em que este ser
extraordinário surgiu, bem como os fundamentos
teóricos e os procedimentos pedagógicos deles
decorrentes, tais como abordados na proposta do
professor Itard.” (p. 43)
A observação do selvagem pelos sábios
do Iluminismo tardio: três abordagens

- O verbete Observação da Encyclopédie;


- Abade Bonnaterre e a observação naturalista: não
preocupação em modificar o modo de vida do
selvagem;
- Sicard (INSM) – Sociedade dos Observadores dos
Homens;
- Pinel e comparação com outros casos: “idiotismo”;
- Itard e as “marcas” de abandono: imbecil aparente;
- Duas questões: expectativas ingênuas (homem
natural) e os modos de observação (Bonnaterre:
observação neutra; Pinel: observação médica; Itard:
intervenção educativa).
O projeto educacional de Itard: sua
crença na ciência

- Conhecimento de outros casos semelhantes,


mencionados e classificados por Lineu;
- “Marcha defeituosa do estudo da ciência”,
“preconceito das ideias inatas” e trabalho exclusivo de
gabinete”;
- Dirige suas ações, observações e experiências
sempre á luz da ciência: Metafísica e medicina.
- Objetivos: “despertar a sensibilidade nervosa” e “levá-
lo ao uso da fala”.
A educação dos sentidos e das
“operações do espírito”

Por que o desenvolvimento da “sensibilidade nervosa”


merece, da parte de Itard, um cuidado prioritário?

Condillac: Tratado das Sensações:

- “todos os nossos conhecimentos vêm dos sentidos


(...), das sensações”;
- Ideias não são inatas: derivam da sensação ou
reflexão;
- Necessidade de aprender a tocar, a ver, a ouvir, etc.
A educação dos sentidos e das
“operações do espírito”

Itard: promover uma melhor sensibilidade nervosa,


através de vários exercícios

- Sensibilizar a pele;
- Estimular o tato;
- Desenvolvimento do olfato e aprimoramento do
paladar;
- Aprimorar a audição;
- Ensiná-lo a falar.
O ensino-aprendizagem da fala

Em que e por que a linguagem de Victor era adjetivada


como ”primitiva” e considerada um entrave para o seu
avanço no projeto de educação?

Condillac:

- linguagem de ação constituída por gritos, movimentos


e sons, teria evoluído para os sons articulados (signos
arbitrários ou artificiais);
- Uso de signos permite comparar as ideias e leva à
descoberta das relações entre elas;
Modos/momentos do trabalho de Itard

- O ensino de algumas palavras, a partir da


discriminação de sons – vogais e consoantes;

- Uma abordagem da linguagem escrita, a partir de


exercícios de discriminação visual;

- O ensino da linguagem oral por meio de exercícios de


imitação.
A cientificidade do projeto de Itard e seus
desdobramentos

- Professor Bento Prado Jr.: “Há acertos triviais e


malogros que são esclarecedores.”

- Duas ilusões psicopedagógicas:


1- práticas pedagógicas, sustentadas por projetos
baseados em conhecimentos científicos, levam a
bons resultados e impedem erros e equívocos;
2 – a ênfase no método, como meio de resolver
questões pedagógicas.
A cientificidade do projeto de Itard e seus
desdobramentos

- Imitação natural e espontânea surgia em horas de


“recreação”;
- Itard desdenhou dos momentos em que Victor dava
sinais claros de apropriação/aquisição da língua
falada pelas pessoas de seu entorno;
- Só aprende a falar de fato – e também a escrever – a
quem se é concedido um “lugar de enunciação”
(Lajonquière);
- Itard procedeu a um adestramento;
- Experiência de Sicard em ensinar língua francesa a
um surdo: “escuta” se seu aluno.
Referências

BANKS-LEITE, L. O projeto científico de educação do


selvagem do Aveyron: perspectiva histórica e reflexões
para o presente. In: BANKS-LEITE, L.; GALVÃO, I.;
DAINEZ, D. (orgs.). O garoto selvagem e o Dr. Jean
Itard: história e diálogos contemporâneos. Campinas:
Mercado de Letras. p. 41-63, 2017.

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