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1993
1986
1975
1965
1947
Fundamentos e valores dos Códigos
de Ética (1947 – 1975)
• Para compreender a ruptura efetuada pelos
Códigos de Ética a partir de 1986 é fundamental
compreender os fundamentos éticos e filosóficos
dos Códigos anteriores, que datam de 1947, 1965
e 1975.
• Até a formulação do Código de Ética de 1986, os
Códigos se apoiaram nos pressupostos do
neotomismo e do positivismo, com uma pequena
alteração no Código de Ética de 1975, que incluiu
referências ao personalismo, mantendo as demais
referencias tradicional, e acentuou a herança
conservadora do Serviço Social.
Fundamentos e valores dos Códigos
de Ética (1947 – 1975)
• No Serviço Social tradicional os pressupostos do
neotomismo podem coexistir com o positivismo e o
funcionalismo, oferecendo suporte para a afirmação de
uma ética profissional aparentemente “neutra”.
Partindo do entendimento de que as contradições
derivadas da desigualdade e a luta de classes são
“disfunções”, cabendo as expressões da questão social
como “desvios” de conduta moral, o Serviço Social
tradicional dirigia sua ação para a sua “correção”,
objetivando idealmente o bem comum e a justiça,
como podemos verificar nos Códigos de 1947, 1965 e
1975.
Fundamentos e valores dos Códigos
de Ética (1947 – 1975)
Solidariedade
Sigilo
profissional
Código e respeito
crítico
de Ética
Direção
Compromisso Política e
com o usuário pluralismo
Princípios
• Na parte introdutória do Código de Ética encontra-se a
explicitação do seu significado histórico, sua concepção
ética, seus valores e finalidades. Em seguida apresenta-
se a parte dedicada à introdução dos Princípios
Fundamentais: 11 prescrições constituídas por valores
éticos e políticos e por suas formas de viabilização.
• Alguns princípios referem-se a valores essenciais, ou
seja, fundantes de outros valores presentes no Código
de Ética. Se algum princípio ou valor for analisado
isoladamente, a partir de referencias estranhas ao
Código de Ética, a compreensão da totalidade será
atingida.
Princípios
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central
e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia,
emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do
arbítrio e do autoritarismo;
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada
tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia
dos direitos civis sociais e políticos das classes
trabalhadoras;
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto
socialização da participação política e da riqueza
socialmente produzida;
Princípios
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que
assegure universalidade de acesso aos bens e serviços
relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua
gestão democrática;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de
preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à
participação de grupos socialmente discriminados e à
discussão das diferenças;
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes
profissionais democráticas existentes e suas expressões
teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento
intelectual;
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo
de construção de uma nova ordem societária, sem
dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
Princípios
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias
profissionais que partilhem dos princípios deste Código e
com a luta geral dos/as trabalhadores/as;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados
à população e com o aprimoramento intelectual, na
perspectiva da competência profissional;
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a,
nem discriminar, por questões de inserção de classe
social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação
sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
A defesa dos direitos humanas
• Remete a compreensão histórica dos Direitos
Humanos e à necessidade de entender os seus
limites e possibilidades na sociedade capitalista.
• As lutas por Direitos Humanos evidenciam a sua
ausência e a esfera do direito, como parte
constitutiva do modo de produção capitalista,
confere estabilidade e controle a suas lutas.
• As lutas por Direitos Humanos revelam
conquistas históricas das lutas gerias dos
trabalhadores e setores sociais oprimidos.
A defesa dos direitos humanos
• Sua inserção no interior dos princípios
fundamentais revela sua importância como
estratégia de viabilização das necessidades e
interesses dos usuários.
• Os Direitos Humanos são simultaneamente:
objeto de ação profissional, valor ético-
político e forma histórica de realização dos
valores e de necessidades
Direção Política e pluralismo
• De acordo com o Código de Ética,
manifestações que representam atos de
violência, de desrespeito aos direitos
humanos, à liberdade, não podem ser aceitas
e devem ser enfrentadas de forma
democrática.
• Nesse sentido está em pauta a questão da
tolerância, da diversidade e do pluralismo no
campo democrático (Barroco, 2004).
Consciência ética e responsabilidade
• Entender o profissional como sujeito ético-moral
é trata-lo como um sujeito dotado de certos
atributos que lhe permitem agir eticamente:
vontade, racionalidade, consciência, senso moral
ou capacidade de responder por seus atos e
discernir entre valores morais.
• A omissão em face de situações antiéticas é uma
posição de valor que também produz
consequências: contribui a reprodução das
situações de violações.
Consciência ética e responsabilidade
• A articulação política com a população
usuária, produto do exercício profissional,
permite o adensamento do trabalho na
direção do atendimento das necessidades e
interesses dela, ao mesmo tempo que
fortalece o posicionamento da equipe
profissional na instituição, a partir do respaldo
dado pela reinvindicação dos movimentos
sociais em relação aos programas e serviços.
O compromisso ético-político com os
usuários
• O Código de Ética objetivou responder os
direitos e necessidades do usuário,
constituindo-se num instrumento para a sua
reinvindicação, no caso de ele não ser
atendido adequadamente por um assistente
social.
• Supõe uma postura responsável e respeitosa
em relação as escolhas dos usuários, mesmo
que elas expressem valores diversos dos
valores pessoais do profissional.
Sigilo profissional
Art. 15 Constitui direito do/a assistente social manter o sigilo
profissional.
Art. 16 O sigilo protegerá o/a usuário/a em tudo aquilo de que
o/a assistente social tome conhecimento, como decorrência do
exercício da atividade profissional.
Parágrafo único Em trabalho multidisciplinar só poderão ser
prestadas informações dentro dos limites do estritamente
necessário.
Art. 17 É vedado ao/à assistente social revelar sigilo profissional.
Art. 18 A quebra do sigilo só é admissível quando se tratarem de
situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato
delituoso, trazer prejuízo aos interesses do/a usuário/a, de
terceiros/as e da coletividade.
Parágrafo único A revelação será feita dentro do estritamente
necessário, quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e
número de pessoas que dele devam tomar conhecimento.
Solidariedade e respeito crítico
• As relações profissionais, seja com colegas, outros
profissionais, seja com usuários, são pautadas pelos
mesmos princípios – autonomia, respeito,
responsabilidade, não discriminação, não autoritarismo
– e deve mediar o comportamento do assistente social
em todas as situações.
• Ser solidário implica considerar o outro como
companheiro de trabalho, não exclui-lo das decisões, o
que vale principalmente para as relações de hierarquia
institucional: relações de poder podem ser exercidas
de forma democráticas ou autoritárias.
CÓDIGO DE ÉTICA
Art.1º Compete ao Conselho Federal de Serviço
Social:
a- zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste
Código, fiscalizando as ações dos Conselhos Regionais e a
prática exercida pelos profissionais, instituições e
organizações na área do Serviço Social;
b- introduzir alteração neste Código, através de uma ampla
participação da categoria, num processo desenvolvido em
ação conjunta com os Conselhos Regionais;
c- como Tribunal Superior de Ética Profissional, firmar
jurisprudência na observância deste Código e nos casos
omissos.