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ALMEIDA GARRETT

Frei Luís de Sousa

SÍNTESE DA UNIDADE
FREI LUÍS DE SOUSA: SÍNTESE DA UNIDADE

FRISO CRONOLÓGICO
Séc. XIX
Séc. XVII Séc. XIX
BARROCO
ROMANTISMO REALISMO

Almeida Garrett (1799-1854)


Frei Luís de Sousa (1843)
FREI LUÍS DE SOUSA: SÍNTESE DA UNIDADE

1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

2. A DIMENSÃO PATRIÓTICA E A SUA EXPRESSÃO SIMBÓLICA

3. O SEBASTIANISMO: HISTÓRIA E FICÇÃO

4. RECORTE DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

5. LINGUAGEM, ESTILOEESIMBÓLICA
DIMENSÃO TRÁGICA ESTRUTURA

6. LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

7. VERIFICA SE SABES

8. EM SÍNTESE
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
1799 – Nascimento de Almeida Garrett
1807 – Primeira invasão francesa
Deslocação da corte para o Rio de Janeiro
1809 – Segunda invasão francesa
1810 – Terceira invasão francesa
1811 – Retirada dos franceses
1816 – Morte de D. Maria I / Início do reinado de D. João VI
1820 – Revolução liberal no Porto
1821 – Extinção do Tribunal do Santo Ofício
Regresso de D. João VI a Portugal
1823 – Vila-Francada (sublevação de D. Miguel)
1824 – Abrilada / Exílio de D. Miguel para Viena de Áustria
1825 – Publicação de «Camões» por Almeida Garrett
(início do Romantismo em Portugal)
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
1807 – Primeira invasão francesa
1826 – Morte de D. João VI / Abdicação por D. Pedro IV, da
coroa de Portugal em favor da sua filha D. Maria da
Glória
Casamento, por procuração, de D. Maria II com o seu
tio, o infante D. Miguel
1827 – Regência do reino de Portugal por D. Miguel
1828 – Golpe de Estado Absolutista
Reinado de D. Miguel (D. Miguel, rei absoluto)
1832 – Regência de D. Pedro, em nome de D. Maria II
Desembarque da expedição liberal no Porto
Cerco do Porto
1834 – Morte de D. Pedro IV / Início do reinado de D. Maria II
1854 – Morte de Almeida Garrett
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
CONTEXTO LITERÁRIO E ARTÍSTICO

ROMANTISMO
Movimento artístico que se manifestou
ao longo da primeira metade do século
XIX e que se caracteriza, entre outros
aspetos, pela aceitação de uma esté-
tica que valoriza a liberdade criadora,
a subjetividade e o sonho, que exprime
as tensões ideológicas e sociais do ar-
tista no seio da sociedade burguesa e
que advoga o regresso às tradições me-
Gaspar David Friedrich, c. 1818 dievais.
O Viajante sobre o Mar de Névoa
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

• Arte fundada no instinto, no sentimento. ROMANTISMO


• Afirma a total liberdade de criação, recusa regras, cria
géneros mistos: prosa poética, drama, romance; consegue a
libertação da linguagem, que se torna coloquial; mistura
níveis de língua; digressões; pontuação expressiva.
• Apresenta uma natureza triste,
escura, tempestuosa, outonal,
crepuscular («locus horrendus»).
• Arte de inspiração cristã;
• Introduz mitologias nacionais.
• Arte que reabilita e celebra a
Idade Média. William Turner, Castelo Caernarvon, 1799
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

• O herói é desequilibrado, impetuoso, ROMANTISMO


insatisfeito, melancólico, revoltado;
herói que procura evadir-se no sonho,
no tempo e no espaço; herói fatal que
traz a perdição a quem o ama; por ve-
zes, suicida.
• Apresenta uma nova visão da mulher:
anjo redentor ou demónio que leva à
perdição (mulher fatal); quase sempre
vítima do herói fatal.
Thomas Lawrence,
Lady Maria Conyngham
(1824-25)
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A DIMENSÃO PATRIÓTICA E A SUA EXPRESSÃO SIMBÓLICA

DIMENSÃO PATRIÓTICA

• Mito do sebastianismo cujos porta-


-vozes são Maria e Telmo.
• Retratos de D. Sebastião, Camões,
D. João de Portugal.
• Incêndio do palácio por D. Manuel
de Sousa Coutinho, como forma de
resistência aos governadores de Lis-
boa / à ocupação espanhola.
A DIMENSÃO PATRIÓTICA E A SUA EXPRESSÃO SIMBÓLICA

EXPRESSÃO SIMBÓLICA
(situação nacional, sentido de ser português)

• D. João de Portugal: símbolo da Pátria humilhada


e cativa.
• Atitude de D. Manuel (incêndio do palácio):
patriotismo e nacionalismo.
• Maria: ideologias políticas nacionalistas (combate
à tirania dos governantes).
• Valor simbólico dos retratos.
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SEBASTIANISMO: HISTÓRIA E FICÇÃO

DADOS HISTÓRICOS
• Morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir.
• Anexação de Portugal pela Espanha em
1580 / perda da independência.

SEBASTIANISMO EM FREI LUÍS DE SOUSA


(FICÇÃO)
• Tema decorrente do contexto histórico da
ação (ocupação espanhola).
• Com implicações na intriga (regresso de D.
Sebastião ↔ regresso de D. João).

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CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

D. MADALENA DE VILHENA
• Pertencente à nobreza, casada com D.
João de Portugal (primeiro casamento) e
com D. Manuel (segundo casamento).
• Sentimental, pecadora (apaixonou-se por
D. Manuel quando ainda estava casada
com D. João de Portugal), atormentada
pelo passado, com pressentimentos.
• Ligada à lenda dos amores infelizes de
Inês de Castro.
CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

MANUEL DE SOUSA COUTINHO


• Pertencente à nobreza (cavaleiro de
Malta), casado com D. Madalena.
• Racional, sensível, corajoso, decidido,
patriota, honrado, desapegado de bens
materiais e da própria vida.
• Encarna o amor à pátria e à liberdade e
o mito do escritor romântico.
CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

MARIA
• De origem nobre, filha de D. Manuel e de
D. Madalena, com 13 anos.
• Bela, frágil (doente de tuberculose),
perspicaz, inteligente, meiga, bondosa.
• Contemplativa e propensa ao sonho.
• Com o dom da intuição e da profecia.
• Ativa, com desejo de agir (combater, ter
um irmão, ver a tia Joana).
• Ligada ao culto de Camões e de D.
Sebastião.
CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

TELMO
• Escudeiro, servidor das famílias de D.
João de Portugal (passado) e de D. Ma-
nuel de Sousa Coutinho (presente).
• Confidente de D. Madalena, mas crítico
do seu comportamento, e protetor de
Maria.
• Dividido/dilacerado entre a afeição anti-
ga (D. João de Portugal) e a afeição mais
recente (Maria).
CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS

D. JOÃO DE PORTUGAL / ROMEIRO


• Pertencente à nobreza (cavaleiro), casa-
do com D. Madalena de Vilhena.
• Patriota, austero, mas cavalheiresco, ín-
tegro.
• Ligado à lenda de D. Sebastião, símbolo
da Pátria humilhada e cativa.
• Permanentemente em cena através das
evocações de D. Madalena e do sebastia-
nismo de Maria e Telmo.
• Reduzido ao anonimato («— Ninguém!»).

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DIMENSÃO TRÁGICA E SIMBÓLICA

Apesar de ser classificada como drama romântico, a obra Frei


Luís de Sousa apresenta características da tragédia clássica.

• Subordinação ao Destino inexorável.

• Protagonista como pessoa justa, sem culpa, que cai num


estado de infelicidade.

• Desenvolvimento da ação com base num crescendo de


intensidade, que culmina com a catástrofe final.

• Reminiscência do coro na personagem Telmo (que


comenta ou anuncia o desenrolar dos acontecimentos).

• Concentração do espaço e do tempo.


DIMENSÃO TRÁGICA E SIMBÓLICA

ELEMENTOS DA TRAGÉDIA CLÁSSICA


• D. Madalena apaixona-se por D. Manuel sendo ainda
casada com D. João de Portugal (desafio − hybris);
D. Manuel incendeia o palácio (desafio − hybris).
• Conflito (agón) interior de D. Madalena, que se
intensifica ao longo da ação.
• Chegada do Romeiro (peripécia) e reconhecimento
(anagnórise) da sua identidade.
• Morte de Maria e entrada de D. Madalena e D.
Manuel no convento (catástrofe).
CONCENTRAÇÃO DO TEMPO

Casamento de D. Madalena com D. João de Portugal


(sexta-feira)

Paixão de D. Madalena por D. Manuel de Sousa Coutinho


(sexta-feira)

Batalha de Alcácer Quibir


(sexta-feira, 4 de agosto de 1578)

Casamento de D. Madalena e D. Manuel


(1585 – 7 anos após a Batalha de Alcácer Quibir)

Regresso de D. João de Portugal


(4 de agosto de 1599)
HOJE
CONCENTRAÇÃO DO ESPAÇO
FINAL DE TARDE ATO I PRESENTE
PALÁCIO DE D. MANUEL DE SOUSA COUTINHO
Espaço luxuoso, elegante, luminoso
Retrato de D. Manuel de Sousa Coutinho

ANOITECER ATO II P
(OITO DIAS DEPOIS) PALÁCIO DE D. JOÃO DE PORTUGAL
A
Sala dos retratos: espaço antigo, melancólico,
sem luz; quadros de D. João de Portugal, S
Camões e D. Sebastião S

A
ALTA NOITE ATO III
D
PARTE BAIXA DO PALÁCIO DE D. JOÃO DE PORTUGAL
Espaço amplo, sem ornato algum O
DIMENSÃO TRÁGICA E SIMBÓLICA

INDÍCIOS TRÁGICOS (EXEMPLOS)


• Coincidências temporais; referências à sexta-feira
(dia aziago);
• simbologia dos números (mistério e fatalidade).
• Presságios/agouros e pressentimentos.
• Sebastianismo de Telmo e de Maria.
• Doença de Maria (tuberculose).
• Perda do retrato de D. Manuel vs. preponderância
do retrato de D. João.
• Referências à vida conventual (exemplo de D. Joana
de Castro) e à morte.
SIMBOLOGIA DOS NÚMEROS
• A numerologia foi escolhida intencionalmente: VOLTAR
• D. Madalena casou 7 anos depois de D. João de Portugal ter
desaparecido na batalha de Alcácer Quibir;
• Há 14 anos que ela casou com Manuel: 7 + 7;
• A desgraça, com o aparecimento do Romeiro, sucede 21 anos
depois da batalha: 3 X 7 = 21 (perfeição + fim de um ciclo =
tragédia).
• O número 7 associa-se ao ciclo lunar e representa o descan-
so no fim da criação (final de um ciclo – fim da vida social,
mundana, de Manuel e Madalena).
• O número 3 é o número da criação, representa o círculo
perfeito e exprime o percurso da vida: nascimento, cres-
cimento e morte.
• O número 13, na crença popular, indicia azar. Maria vive
apenas 13 anos.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Frei Luís de Sousa


Representado pela primeira vez
em 4 de julho de 1843

Modo literário Género literário


Modo dramático Drama romântico
Modo em que a ação é Drama principalmente histórico,
representada pelas per- que reflete o culto dos sentimen-
sonagens. tos fortes, mesmo violentos, pró-
prio do Romantismo.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Frei Luís de Sousa ELEMENTOS CONSTITUTIVOS


(1843) • Estrutura externa: três atos,
subdivididos em cenas.
Modo dramático
• Texto principal: falas/répli-
cas das personagens diálogos,
monólogos, apartes.

• Texto secundário: didascálias


(ou indicações cénicas).
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Frei Luís de Sousa DRAMA ROMÂNTICO


(1843) • Três atos, em prosa.
Género literário • Tema de influência nacional.
• Atribuição de sentimentos violentos
às personagens (culto da honra, pa-
triotismo, terror provocado sobretu-
do pela crença no sobrenatural, efei-
tos trágicos dos sentimentos).
• Características românticas: crença
no sebastianismo, patriotismo e na-
cionalismo, crenças, religiosidade,
individualismo, tema da morte, mito
do escritor romântico.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

ESTRUTURA DA OBRA

EXPOSIÇÃO ANTECEDENTES
ATO I, CENAS I A IV DA AÇÃO

CONFLITO
ATO I, CENA V DESENVOLVIMENTO
A DA AÇÃO
ATO III, CENA VIII

DESENLACE DESFECHO
ATO III, CENAS IX A XII DA AÇÃO
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

EXPOSIÇÃO – ATO I, CENAS I A IV

Antecedentes da ação
• D. Madalena casa com D. João de Portugal.
• D. João de Portugal desaparece na Batalha de Alcácer Quibir.
• D. Madalena procura D. João de Portugal durante sete anos.
• D. Madalena casa com D. Manuel de Sousa Coutinho.
• Nasce Maria.
• Telmo, antigo escudeiro de
D. João de Portugal, serve
a família de D. Madalena.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

CONFLITO – ATO I, CENA V A ATO III, CENA VIII

Desenvolvimento da ação
• Os governadores decidem ir para o palácio de D. Manuel
para se afastarem da peste que há em Lisboa.
• D. Manuel incendeia o próprio palácio e muda-se com a
família para o palácio de D. João.
• D. Manuel e Maria vão a Lisboa, deixando D. Madalena
sozinha com Frei Jorge.
• Chega o Romeiro, que transmite a D. Madalena o recado de
que D. João de Portugal – o seu primeiro marido – está vivo.
• Conhecendo a verdade, D. Manuel e D. Madalena decidem
professar votos religiosos.
• Dilacerado por um conflito interior, Telmo conversa com o
Romeiro e reconhece a sua verdadeira identidade.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

DESENLACE – ATO III, CENAS IX A XII

Desfecho da ação
• Dá-se início à cerimónia da tomada de hábito por
D. Manuel e D. Madalena (morte social/simbó-
lica).
• Maria morre (morte física).

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EM SÍNTESE
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa
• Contextualização histórico-literária
• A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica
• O Sebastianismo: história e ficção
• Recorte das personagens principais
• A dimensão trágica
• Linguagem, estilo e estrutura:
 Características do texto dramático
 A estrutura da obra
 O drama romântico: características

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