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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM EDUCAÇÃO:
HISTÓRIA, POLÍTICA, SOCIEDADE

Seminário – Unidade III

A CULTURA ESCOLAR
COMO OBJETO HISTÓRICO
Dominique Julia

Denise de Amorim Ramos


Viviane Ferrareto
Dominique Julia
Um pouco sobre Dominique Julia
• Historiador francês, nascido em 1940, especialista em história religiosa e
história da educação na época moderna. Suas pesquisas concentram-se
principalmente em períodos do Antigo Regime e Revolução Francesa.
• Graduado da École Normale Superieure, em Paris.
• Foi professor do Instituto Universitário Europeu (Florença) de 1990 a
1994.
• Foi diretor de pesquisas do CNRS – Centre National de la Recherche
Scientifique (Centro Nacional de Investigação Científica) o maior órgão
público de pesquisa científica da França e uma das mais importantes
instituições de pesquisa do mundo.
• Atualmente, é diretor de estudos do Centro de Pesquisas Historiques de
EHESS (École des hautes études en sciences sociales -Escola de
Estudos Avançados em Ciências Sociais).
• Em 2013, publicou um de seus principais artigos, um estudo de
antropologia religiosa com o título Réforme catholique, religião et des
prêtres 'foi des simples' (Reforma, sacerdotes religiosos e “fé simples”).
Gizele de Souza
Um pouco sobre Gizele de Souza
• Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná.
• Mestrado e Doutorado em Educação: História, Política, Sociedade pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com Estágio Bolsa
Sanduíche /Capes em História da Infância na Università Degli Studi Di
Pavia (Itália)
• Pós-Doutora pela Università degli Studi di Firenze, com bolsa
Sênior/CAPES.
• Professora Doutora do setor de Educação e do programa de Pós-
Graduação em Educação, na linha de historia e historiografia da educação
da Universidade Federal do Paraná.
• Coordenadora do Núcleo de Estudos e pesquisas em Infância e Educação
infantil (NEPIE)
• Desenvolve pesquisas sobre história da educação, história da infância,
história da educação infantil, política e avaliação em educação infantil.
• Participa como parecista de vários periódicos brasileiros da área de
educação.
• Atua no comitê científico da Editora Franco Angeli em Milão/Itália, da
Edizione Junior em Bérgamo/Itália e na Revista Digital Infância Latino-
americana, Barcelona/Espanha.
Artigo : A CULTURA ESCOLAR COMO OBJETO HISTÓRICO

Objetivo do artigo:
A cultura escolar como objeto histórico

Contextualização:
Texto proferido no XV ISCHE, realizada em Lisboa em 1993
Proposta do trabalho abrange : Período Moderno e Contemporâneo
(séculos XVI e XIX).

As razões da escolha :
1. De competências
2. E, também por 3 razões de plano epistemológico

1ª - sec XVI – realização de um espaço escolar á parte ( edifício ,


mobiliários e matérias específicos ( a ) ( ver pag. 13 e 19 )
-
2ª - o período moderno e contemporâneo mudança dos cursos em
classes separadas ( b) ( ver pag.14)
3ª- a partir séc. XVI nascem os corpos profissionais ,
especializados em educação ( c) pag 14
Esses elementos : espaço escolar , cursos graduados em niveis e corpo profissional
específico são essenciais a constituição de uma cultura escolar.

Fontes utilizadas pelos historiadores :??


Quais elementos podemos examinar a cultura escolar de maneira rigorosa?

- Autor : recontextualizar as fontes (d)


- Nem sempre conservadas e arquivadas ( d )
- Conveniente fazer coleta de documentos similares de locais diferentes
- Práticas (de escritas) realizadas ( d)

Desenvolvimento e organização do texto em 3 eixos para entendimento


do objeto:
1- análise das normas e finalidades que regem a escola.
2- avaliar o papel desempenhado pela profissionalização do trabalho do educador.
3- interessar pela análise dos conteúdos ensinados e práticas escolares.
Principal argumento do autor
Acrescentar ao excessivo peso das normas a atenção às
praticas.
“ Não existe na historia da educação estudo mais tradicional
que o das normas que regem as escolas ou os colégios ,
pois nós atingimos mais facilmente os textos reguladores e os
projetos pedagógicos que as próprias realidades.” (pag.19)

Crítica do autor
As análises que, na esteira de Bourdieu e Passeron,
pretendiam ver na escola apenas o lugar de reprodução social
ao invés de pensar nas praticas sociais

Intenção do autor
Convite aos historiadores da educação a se interrogarem
sobre as práticas cotidianas, sobre o funcionamento interno da
escola.
A metáfora aeronáutica da “caixa preta” adquire valor de
argumentação.
Cultura escolar
Para ser breve, poder-se-ia descrever a cultura escolar como um conjunto de normas
que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas
que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses
comportamentos; normas e práticas coordenadas e finalidades que podem variar
segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de
socialização). Normas e práticas não podem ser analisadas sem se levar em conta o
corpo profissional dos agentes que são chamados a obedecer a essas ordens e,
portanto, a utilizar dispositivos pedagógicos encarregados de facilitar sua aplicação, a
saber, os professores primários e os demais professores. Mas, para além dos limites da
escola, pode-se buscar identificar um sentido mais amplo, modos de pensar e agir
largamente difundidos no interior de nossas sociedades, modos que não concebem a
aquisição de conhecimentos e habilidades senão por intermédio de processos formais de
escolarização: aqui se encontra a escalada dos dispositivos propostos pela schooled
society que seria preciso analisar; nova religião com seus mitos e ritos contra a qual Ivan
Illich se levantou com vigor a mais de 20 anos. Enfim, por cultura escolar é conveniente
compreender também, quando é possível, as culturas infantis (no sentido antropológico
do termo), que se desenvolvem nos pátios de recreio e o afastamento que apresentam
em relação as culturas familiares (p.10-11).
Provocação do autor :
dispomos hoje
de instrumentos próprios
para analisar historicamente
esta cultura escolar?
1º eixo
Análise das normas e das finalidades que
regem a escola
Dois pontos principais:
1- Textos normativos sempre nos reenviam às práticas
2- Funcionamento real - em tempos de crises e conflitos

Reflexão para entendimento – evidências que o colégio não é um local


somente de aprendizagem, mas um local de inculcação de
comportamentos e de habitus que exige uma ciência de governo.
Cultura escolar – remodelamento dos comportamentos; necessidade de
conhecimento sobre as crianças.
Nova diretriz redefine as finalidades, entretanto, os antigos valores somam-
se aos novos. (pag. 21 e 22)
2º eixo
Avaliar o papel desempenhado pela
profissionalização do trabalho do educador
Destaque de 2 etapas sobre os saberes e habitus requeridos de um futuro
professor.
1ª identificação das capacidades e qualidades para oferecer
“competências apropriadas” ao ensino (além do caráter, da piedade e dos
costumes). A competência dependia do nível de exigências das
municipalidades que os remuneravam e da importância dos honorários. Não
havia formação inicial comum, portanto, o grupo era heterogêneo. Nas
escolas protestantes – “perfil profissional” impulsionado pelo controle das
autoridades laicas.
2ª Os Estado substituem as Igrejas e as corporações municipais no
controle do ensino (fim do séc. XVIII). Transição de uma seleção “livre de
condições” para exame ou concurso, introduzindo visibilidade em provas
escritas e orais (limites do pensável autorizado). Definem, dessa forma, base
mínima de cultura profissional.
3º eixo
Conteúdos ensinados e práticas escolares

É um produto específico da escola.


Disciplinas escolares são inseparáveis da finalidades
educativas (Chervel).
Professores dispõem de liberdade de manobra,
podem questionar a natureza do ensino.
Única restrição – grupos de alunos que os saberes
dos alunos (.pag 33 e 34)
Mudança de público impõem a mudança de conteúdo.
Evolução das disciplinas que asseguram o controle
das aquisições: conteúdos, exercícios, motivação e
estimulação, provas e outros. pag.34
Conclusões:

O pesquisador aponta três lacunas do artigo:


1ª inculcação de habitus e como foi produzida no
espaço escolar;
2ª análise de transferências culturais que foram
produzidas da escola para outros setores da
sociedade e vice-versa;
3ª O que sobra da escola após a escola?
Finalizando....
• Para Dominique Julia, a cultura escolar compreende
"um conjunto de normas que definem saberes a
ensinar e condutas a inculcar e um conjunto de práticas
que permitem a transmissão desses saberes e a
incorporação desses comportamentos, normas e
práticas ordenadas de acordo com finalidades que
podem variar segundo as épocas (finalidades religiosas,
sociopolíticas ou simplesmente de socialização).
Normas e práticas não podem ser analisadas sem que
se leve em conta o corpo profissional dos agentes que
são chamados a obedecer a essas normas e, portanto,
a pôr em ação dispositivos pedagógicos encarregados
de facilitar sua aplicação, a saber, os professores".
Antônio Vinão Frago
Um pouco sobre Antônio Vinão Frago

• Formado em Direito.
• Catedrático de Teoria e História da Educação na Faculdade de
Educação da Universidade de Múrcia (1969 – 1982).
• Actualmente, é presidente da Sociedade Espanhola de História
da Educação.
• Suas principais linhas de investigação são os processos de
alfabetização (a leitura e a escrita enquanto práticas sociais e
culturais), escolarização e profissionalização docente, a história
do currículo (o espaço e o tempo escolares, os manuais
escolares) e o ensino secundário, assim como a análise das
políticas e reformas educativas nas suas relações com as
culturas escolares.
• Foi Decano das Faculdades de Filosofia, Psicologia e Ciências
da Educação e de Filosofia e Ciências da Educação da
Universidade de Múrcia, bem como membro do Comité
Executivo da International Standing Conference for the History
of Education entre os anos de 1994 e 2000.
Sistemas Educativos, culturas
escolares y reformas

Cap- IV: Las culturas escolares

Objetivo:
Relação entre a cultura escolar e as
reformas educativas
Cultura escolar :
• Não é uma consequência ou um produto
específico do processo de configurações dos
sistemas educativos.
• Ressalva:
• Sua origem esta ligada as mesmas origens da
escola como instituição.
Origem da expressão “Cultura escolar”:

Metade dos anos 90, por historiadores da educação, em geral europeus ,


que trabalham no campo da historia cultural e do currículo, entretanto, nem
sempre com os mesmos propósitos e significados.

Outros usos pelos historiadores:


• Conjunto de teorias e práticas consolidadas ao longo do tempo dentro da
instituição escolar;

• Forma de cultura acessível somente por meio de escola, uma criação


específica da escola;

• O caráter básico da cultura escolar, concepção etnográfica, seria sua


continuidade;

• Não dar atenção a existência de culturas escolares e tradições formadas


por regularidades que regem a prática e organização do ensino e
aprendizagem, constituindo um produto histórico.

• Contraste, a oposição e as relações entre cultura e o conhecimento


empírico dos professores no exercício de sua profissão, transmitida
através cotidiano escolar e na cultura do conhecimento científico gerada
nas universidades.
Características e elementos
Apesar das diferenças e objetivos apontados é
possível afirmar que:

A cultura escolar estaria constituída por um conjunto de teorias,


ideias, princípios, normas, regras, rituais, inércia (falta de
movimento), hábitos e práticas sedimentadas ao longo do tempo
em forma de tradições, regularidades e regras não questionadas
por seus atores, dentro das instituições educacionais e passadas
de geração para geração. pag73
Aspectos que compõem a cultura
• Os agentes ( são os pais , alunos e o pessoal adm e de
serviços);
• Os discursos, linguagens, conceitos e modo de comunicação;
• Os aspectos organizativos e institucionais ( praticas e graduação
• A cultura material da escola ( materias objetos etc .
A cultura escolar e as disciplinas
escolares
• Criação legítima da cultura escolar
• Referências de poder e exclusão profissional e social
• Campos sociais que são definidas dentro dos sistemas
educacionais
• Tradições e culturas variadas dos professores definem o papel
do professor e constituem um elemento fundamental de sua
integração .( pag.76)
Utilidade, limites e perigos da
expressão cultura escolar

Análise da cultura escolar pode ser útil


para compreender a mistura de
continuidade e mudança, tradições e
inovações, das instituições de ensino, além
de fornecer um conjunto de
esclarecimentos para análise. Entretanto
deve estar atenta para outros aspectos
como contextos sociais, políticos e outros
e mudanças em longo e médio prazo da
mesma cultura escolar.
Antonio Viñao Frago adota uma ênfase
antropológica ao entender o que pode ser a
cultura escolar :

• "o conjunto dos aspectos institucionalizados que


caracterizam a escola como organização", o que
inclui "práticas e condutas, modos de vida, hábitos
e ritos – a história cotidiana do fazer escolar –,
objetos materiais – função, uso, distribuição no
espaço, materialidade física, simbologia,
introdução, transformação, desaparecimento ... –,
e modos de pensar, bem como significados e idéias
compartilhadas".
Indicações de leituras
• O caderno CEDES vol.20 n.52 Campinas ,Nov.200
• uma publicação sobre Cultura escolar.A introdução deixa claro os objetivos
dos vários autores.

• VINAO,Antonio.Fracasan lãs reformas educativas?La respuesta de um
historiador.IN:Educação no Brasil :história e historiografia.Sociedade
Brasileira de Historia da Educação.(org.).Campinas SP:Autores Associados
:São Paulo:SBHE,2001,p.21-52.

• Historia de la educacion y historia cultural:Possibilidades, problemas
,cuestiones.Revista Brasileira de Educação Set/out/Nov/Dez,1995,n.0,
p.63-82.

• VINAO,Antonio.çA historia das disciplinas escolares.Tradução de Marina
Fernandes Braga.Revista Brasileira de Historia da
Educação,n.18,set/dez,2008,p173-215.

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