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Prof. Dr.

Fábio Leonardo Castelo Branco Brito


Universidade Federal do Piauí
GT “História, Cultura e Subjetividade” (DGP/CNPq)
 “O fato é que ninguém determinou, até agora, o que pode o corpo, isto é,
a experiência a ninguém ensinou, até agora, o que o corpo – exclusivamente pelas
leis da natureza enquanto considerada apenas corporalmente, sem que seja
determinado pela mente – pode e o que não pode fazer” – Espinosa – Ética III,
Prop. 2

 Professor, pop filósofo pernambucano, marcado pelo desejo de produzir sobre si


mesmo sua própria fama, possuindo uma tendência por narrar a si mesmo ou
tentar delinear a forma de narrativa dos outros sobre si mesmo.
 Nascido no bairro recifense do São José, filho de um paraibano com uma
pernambucana, considera-se um “híbrido de nascença”.

 Participante de iniciativas culturais tais como o Teatro Popular do Nordeste, o


Movimento de Educação de Base e a Tropicália, investe em diferentes signos
culturais no Brasil dos anos 1960 e 1970.

 Produção em formato super-8 e VHS delineiam possibilidades diferentes de leitura


de Jomard Muniz de Britto, entre as tentativas de detonação dos ideais de cultura
brasileira e as potências do corpo.
 A experiência superoitista pernambucana e paraibana – a produção de novos
regimes de signos, capazes de colocar em xeque o corpo e suas potências.

 A dimensão do corpo na produção experimental pernambucana: Vivencial I (1974),


Uma experiência didática, o corpo humano (1974), Toques (1975) e Jogos Frutais
Frugais (1979).

 A operação discursiva de Jomard busca, nesses filmes, apontar a dimensão da


pansexualidade, do corpo estranho, andrógino, a potência do corpo não apenas
como instrumento militante, mas como instrumento de desejo, o corpo odara, como
outrora dissera Caetano Veloso.
 Esperando João (1981), primeiro filme da trilogia paraibana de Jomard Muniz de
Britto, usa como pretexto a relação trágica entre João Dantas e a professora Anayde
Beriz, caso que é desnudado a público pelo então governador da Paraíba e inimigo
político de João Dantas, João Pessoa.

 “Anayde Beiriz, com o diploma na mão de professora, foi uma das primeiras
mulheres a andar desacompanhada nas ruas, usando o cabelo curto à la garçonne,
e abandonar saias que se arrastavam pelo chão – símbolo da subordinação
feminina.” (JOFFILY, 1980, p.36).

 A própria figura de Anayde Beriz nos filmes é interpretada por homens, que se
espalham pela capital paraibana com posturas andróginas.
 Não parece haver nos experimentalismos jormardianos nenhum desejo de
militância por visibilidade com relação às políticas de corpo e gênero, e sim uma
tentativa de atentar contra as tentativas de definição do corpo e das sexualidades.

 Jomard, em experimentos fílmicos tais como os super-8 Toques e Esperando João,


bem como na trilogia em VHS Madame Bayeux, parece levar às últimas
consequências a pergunta de Espinoza: o que pode o corpo?

 A possível resposta do pop filósofo, ainda em metamorfose, como o próprio corpo


de Jomard Muniz de Britto, esbanja o sorriso de Mona Lisa que outrora ostentou o
palhaço degolado: o corpo é festa, é bailarino, é pulsação do possível, é máquina
desejante.

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