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O português é falado, como língua oficial, por habitantes de quatro continentes.
› floresta pariu de novo › terra treme, a areia salta, o suor
o cimento uma alma nova escorre, as peles brilham e a voz do
sinfonia da patchanga chigubo soa. São dois e o sangue à volta é
e um cântico de liberdade! o do chigubo. Os pés batem e o ritmo é
Vasco Cabral,   bangue, o sangue esquece e só a dança
fica, é sura e céu.
José Craveirinha, 
  
És tu minha Ilha e minha África forte e
desdenhosa dos que te falam à volta.
Francisco José Tenreiro, 

   Tata-Mailau
É o pico-avô da minha ilha.
Fernando Sylvan, 

›s luzes da cidade brilham no morro. ›inda há pouco vinha do morro um
baticum de candomblés e macumbas. Porém agora a cidade está longe e o
brilho das estrelas está muito mais perto deles que as lâmpadas eléctricas. À medida que as navalhas avançavam, as
Jorge ›mado,  vinhas iam perdendo a graça, a força e a
virgindade. E com esta desolação morria
também um pouco da alegria dos
Nha Chica conte-me aquela história dos meus irmãos hoje perdidos no vindimadores, que chegavam da Montanha
mundo grande... sem sono, a cantar e a dançar, e que
›ntónio Nunes, 
 agora dormiam como lajes.
Miguel Torga, 
 

Era o tempo dos catetes no capim e das fogueiras no cacimbo. Das celestes
e viúvas em gaiolas de bordão à porta de casas de pau-a-pique.›s
buganvílias floriam e havia no céu um azul tão arrogante que não se podia
olhar. Era o tempo da paz e do silêncio à sombra de mulembas.
LuandinoVieira, 

Em ilhas e em faixas costeiras de África, da
›mérica e da Ásia sobreviveram até hoje
línguas crioulas formadas a partir da língua
portuguesa.

Os crioulos são línguas naturais, de formação rápida, criadas pela necessidade de expressão e
comunicação plena entre indivíduos inseridos em comunidades multilingues relativamente
estáveis.
Chamam-se de base portuguesa os crioulos cujo léxico é, na sua maioria, de origem
portuguesa. No entanto, do ponto de vista gramatical, os crioulos são línguas diferenciadas e
autónomas. Os crioulos de base portuguesa são habitualmente classificados de acordo com
um critério de ordem predominantemente geográfica embora, em muitos casos, exista
também uma correlação entre a localização geográfica e o tipo de línguas de substrato em
presença no momento da formação.
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No século XI, à medida que os antigos domínios foram sendo


recuperados pelos cristãos, os árabes são expulsos para o sul da
península, onde surgem os dialectos moçárabes, a partir do
contacto do árabe com o latim.

Com o início da reconquista cristã da Península Ibérica, o


galego-português consolida-se como língua falada e escrita
da Lusitânia. Em galego-português são escritos os primeiros
documentos oficiais e textos literários não latinos da região,
como os cancioneiros (colectâneas de poemas medievais):

p   
 
   
 
Os mais antigos textos escritos em português

De princípios do século XIII eram já conhecidos dois textos originais escritos em


português - a Notícia de Torto e o Testamento de ›fonso II. Recentemente foi
descoberto um outro documento original, também escrito em português, mas de
1175 - a Notícia de Fiadores
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Testamento de D. ›fonso II.
Existem dois exemplares deste testamento, a cópia que foi enviada ao arcebispo
de Braga e aquela que foi enviada ao arcebispo de Santiago.

linha 1
En'o nome de Deus. Eu rei don ›fonso pela gracia de Deus rei de Portugal,
seendo sano e saluo, temëte o dia de mia morte, a saude de mia alma e a proe
de mia molier raina dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) uassalos e de
todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) de
Vu  
À medida em que os cristãos avançam para o sul, os dialetos do norte interagem com
os dialetos moçárabes do sul, começando o processo de diferenciação do português
em relação ao galego-português.› separação entre o galego e o português inicia-se
com a independência de Portugal (1185) e consolida-se com a expulsão dos mouros
em 1249 e com a derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram anexar o país.

Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império português de ultramar, a


língua portuguesa faz-se presente em várias regiões da Ásia, África e ›mérica,
sofrendo influências locais (presentes na língua actual em termos como :, de
origem malaia, e  , de origem chinesa). Com o Renascimento, aumenta o número de
italianismos e palavras eruditas de derivação grega, tornando o português mais
complexo e maleável. O fim desse período de consolidação da língua (ou de utilização
do português arcaico) é marcado pela publicação do 

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!, em 1516.
O Pai Nosso ao longo dos séculos
›ntroponímia antiga e moderna

Vemos toda a nossa história passar efectivamente diante de nós, ao olharmos


para as listas antroponímicas: os barões medievais com os seus solares (uso da
partícula de), a vaidade da sua prosápia (apego aos patronímicos); a nobreza,
que lhe sucede, não menos orgulhosa de encadeamento de apelidos
geográficos, e de outros tidos como raros e sonoros.

Os descobrimentos trazem-nos directa ou indirectamente Brasil, Ceita ou


Ceuta, Índio, Samorim, Ternate.
Quando encontramos as alcunhas ou alcunhas-apelidos de Espadeiro, Meleiro,
Monteiro, evocamos indústrias ou cargos hoje extintos, mas que
desempenharam certo papel na antiga sociedade portuguesa.

É tal a intimidade entre o gosto do nome e as circunstâncias políticas da


nação, que nos tempos da guerra da Liberdade se escolhiam os nomes Pedro
ou Miguel, consoante a paixão política das respectivas famílias; e a mesma
intimidade continua a revelar-se hoje no regime democrático.
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No território
português continental
e insular é variável a
maneira como se
designam os mesmos
conceitos.
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contribuíram para o povoamento do mundo
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ß literatura tradicional",

ß "literatura popular",

ß ´literatura oral",

ß "literatura oral popular",

ß "literatura popular de tradição oral´

ß ou como "literatura popular tradicional de expressão e


transmissão oral".
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ß 4 subgrupos de literatura tradicional:
ßcomposições de curta duração
ßcontribuições de autores consagrados e que usam técnicas
tipicamente populares, como as quadras
ßcomposições produzidas por elementos do povo
ßa produção colectiva e anónima do povo - afirma serem os
dois últimos subgrupos os que mais próximos se encontram
da essência do povo e, consequentemente, da literatura
tradicional.
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ß - ›s orações, dentro deste grupo, podemos acentuar a


importância de algumas rezas, tais como o "Padre Nosso
Pequenino", a "Oração ao Levantar" ou a "Oração ao
Deitar".
ß - Os ensalmos, benzeduras e exorcismos têm como
objectivo influenciar a realidade por meio da palavra.
ß - ›s cantigas de embalar são outra forma de manifestação
da literatura tradicional, assumindo-se como a forma à
qual a mãe recorre para adormecer o seu filho, tecendo-
lhe elogios, temendo pela sua sorte e expulsando o Papão
de perto da criança.
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ß - › parameologia (onde se incluem os adágios, provérbios,


anexins, máximas...),

ß - Os ditos populares
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ß - Os pregões

ß - ›s lengalengas

ß - Os trava-línguas

ß - ›s cantigas

ß - › adivinha
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ß - ›s lendas

ß - O mito

ß - ›s fábulas
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ß - Os romances

ß - O conto ****

ß - Os contos de fadas

ß - ›s anedotas

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- O teatro popular
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ß versões do conto  
 
dos irmãos Grimm e de
Perrault:
ß versão de Perrault, o lobo come a menina, retirando-lhe
qualquer possibilidade de salvação.
ß Charles Perrault escrevia para a corte de Versalhes, um meio
social rigoroso na moral e onde se movimentavam muitos
"lobos maus", pelo que as meninas corriam imensos riscos e
deviam, por isso, ter muito cuidado. O deslize de uma jovem,
perante uma tentação, seria irremediável.

ß versão dos irmãos Grimm, o lobo come-a, mas a menina acaba


por ser salva.
Por sua vez, a versão alemã dirige-se a um mundo
caracteristicamente burguês, onde as coisas não se passam
assim. O deslize de uma jovem, após o arrependimento, pode
sempre permitir o perdão e resultar, inclusive, num desenlace
feliz.
ß › literatura tradicional envolve, necessariamente, um processo de escrita e de
oralidade. Sendo que esta oralidade comporta em si o estigma da transmissão.
ß Por receio da morte, inventou-se, para a voz (perecível e efémera), regulada
pelo ritmo do tempo, uma hipótese de sobrevivência: a escrita (estável e
duradoura)
ß E esta transmissão acaba por ser uma forma de garantir uma herança milenar
que nos passa de pais para filhos, ficando os que a recebem com a missão de
continuar a prolongá-la.
ß ›lém disso, se reflectirmos, cedo nos apercebemos de que nós mesmos
participamos activamente num processo de conservação da literatura
tradicional e ajudamos à sua passagem de geração em geração, seja através da
reprodução das cantigas, contos populares, adivinhas ou lendas que vamos
ouvindo de pessoas mais velhas e murmurando por aí.
ß Viegas Guerreiro adianta mesmo que a literatura
tradicional nasce para ser ouvida, condição que comporta
em si o gérmen da transmissão oral que, por sua vez, vai
dar passo ao anonimato.
ß Ou seja, é de crer que os provérbios, os contos, as
lengalengas levem quase sempre impressos a marca de
várias gerações que os foram modificando, ainda que
quase imperceptivelmente, marcas essas que se prendem
com a forma como foram ditos, aplicados ou alterados,
consoante o momento em que eram ditos e segundo a
boca de onde saíam.
ß › literatura tradicional é sinónimo de acção, de
intervenção, de vida, seiva.
ß › literatura tradicional relaciona-se com a literatura e a
arte produzida no seio popular
ß há que distinguir dois grupos que a criam :
ßo grupo do povo propriamente dito, constituído por
analfabetos ou semiletrados citadinos ou campesinos
ßo grupo do não povo formado pelos autores eruditos,
que podem escrever para o povo de forma intencional ou
não
'

  
 
ß século VI/VII, já que existe legislação que proíbe danças
profanas, cantos e momos

ß do século IX e princípios do X tem-se igualmente prova


da existência de um escritor que escreve pequenas
composições líricas - as moaxaha - de cariz popular, num
sincretismo entre a tradição cristã e a língua árabe. Mais
tarde, estas composições convertem-se nas nossas
conhecidas cantigas de amigo
ß Desde os finais do século XII até aos finais do século XV os
textos tradicionais são poucos, o que pode ser explicado pela
perda de colecções ou pela escassez de compiladores.
ß Os séculos XVII, XVIII e XIX foram palco da divulgação do
teatro de cordel com cantigas tradicionais, sendo que no XVII
e XVIII veio a lume a poesia popular contra o domínio filipino
e as famosas "Trovas de Bandarra".
ß ›lmeida Garrett, com o seu Cancioneiro e Romanceiro Geral
(1843 e 1851), terá sido o primeiro colector a reunir em
publicação as jóias da tradição popular.
ß ›ctualmente, há que encarar a literatura tradicional como uma
forma de identidade daquilo que fomos e daquilo que enforma
parte do nosso ser, que é o mesmo que dizer que há que
valorizar aquilo que, efectivamente, é nosso e está vivo.
   

ß No âmbito do ›no Internacional da ›stronomia, o Museu


da Ciência da Universidade de Coimbra e o Instituto de
Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova
de Lisboa promovem o projecto V!
   
 , a desenvolver em países de língua oficial
portuguesa.
ß
ß Este projecto consiste na recolha de histórias tradicionais
relacionadas com astronomia, mas também com a
identificação de conhecimentos empíricos de astronomia
que possam ter sido usados - ou ainda sejam usados - por
pescadores, pastores ou lavradores nos seus diversos
ofícios.
   
 
  
  

   

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ß Começa em ›bril em Cacela a 3ª edição do ciclo anual de
passeios pedestres de interpretação da paisagem "Passos
Contados". Passos Contados... porque os caminhos, os lugares,
as pessoas contam estórias.
ß O Centro de Investigação e Informação do Património de
Cacela / CMVRS› propõe este ano novas experiências de
interpretação e descodificação das paisagens culturais e
naturais do sotavento algarvio. Nesta terceira edição iremos à
descoberta das plantas e dos seus antigos usos na medicina e
alimentação; de vestígios da presença romana em Cacela;
vamos observar o céu durante a noite e conhecer as antigas
mitologias ligadas aos astros; com os pés na água vamos
procurar os animais da maré baixa; vamos escutar os
morcegos e procurar a fauna nocturna; e terminaremos na ria
formosa observando as aves.
V
  
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ß concretiza-se na recolha e difusão da literatura tradicional/


oral/ popular e de todas as formas de manifestação desta
cultura ² tradicionais e contemporâneas ² enquanto parte do
património imaterial, nacional e universal da humanidade.

Fundamenta-se na urgente necessidade de identificar, registar,


preservar e divulgar um património que está em risco de se
perder: os contos, as lendas, os provérbios, as lenga-lengas e
demais expressões da cultura oral; o ´saber-fazerµ de antigos
artesãos, da pequena indústria tradicional e do comércio
tradicional; os costumes e ritos que ainda se manifestam em
quotidianos da esfera profissional, familiar e social das
populações.
Vþ  
 
ß Não existe diferença significativa entre os vocábulos ´estóriaµ e ´históriaµ, que partilham a mesma
etimologia (do grego ¶historía·).
ß Contudo, ´estóriaµ é a grafia antiga de ´históriaµ que, entretanto, caiu em desuso no português falado em
Portugal.
ß Por conseguinte, este vocábulo não aparece registado nos mais recentes dicionários de língua portuguesa
editados em português de Portugal.
ß Porém, ainda o podemos encontrar no " 

-
 
 .  
  % editado em São
Paulo (em 2002), com um significado diferente de ´históriaµ.
ß
Y  (segundo ):
ß 1) Narrativa de lendas, contos tradicionais de ficção.
ß No que se refere aos dicionários mais recentes editados em Portugal, todas as acepções supra-referidas são
parte integrante da entrada ´históriaµ.

ß  
ß 1) Narração ordenada, escrita dos acontecimentos e actividades humanas ocorridas no passado.
ß 2) Ramo da ciência que se ocupa de registar cronologicamente, apreciar e explicar os factos do passado da
humanidade em geral, e das diversas nações, países e localidades em particular.
ß 3) O futuro, considerado como juiz das acções humanas (ex: › história o julgará.)
ß 4) Biografia de uma personagem célebre.
ß 5) Exposição de factos, sucessos e particularidades relativas a determinado objecto digno de atenção
pública.
ß 6) Narração de uma aventura particular.
ß › ›á milhares de anos que existem adivinhas, que
têm feito pensar e rir muitas gerações de adultos e crianças. Já
se perdeu a memória de quem as inventou e são hoje um
tesouro da nossa cultura que não pára de crescer porque há
sempre gente
ß Ex. Quem é que não resolve nada mas vive a tomar medidas?

ß "V"#V, sentenças, os saberes do povo têm um


enorme interesse. Mostram o que os antigos já pensavam e,
deste modo, constatamos que se mantém igual ao pensamento
dos nossos dias.
Ex. Do trabalho e experiência aprendeu o homem a ciência
ß àY›àY›é um texto com frases curtas (que
normalmente rimam) e muitas repetições, que nos ajudam
a decorá-lo com facilidade.
Era, não era,
›ndava lavrando,
Recebeu carta,
Do seu tio Fernando,...

ß |"››à  › é uma brincadeira com palavras


difíceis de pronunciar quando estão juntas, como por
exemplo: /  
à 
ß Portugal é um país de lendas. á lendas sobre fenómenos
astrológicos, batalhas históricas, toponímia, mouras
encantadas, enfim, sobre variadíssimos assuntos.
ß › lenda é uma pequena história de origem popular, que
tem por base uma verdade concreta. Na sua essência, a
lenda pretende ser uma explicação acessível e
estruturalmente coerente, mas sempre fantasiosa, de um
facto, nome ou acontecimento real.
ß Como tal, é vulgar dizer-se que a lenda tem sempre um
fundo de verdade, porque efectivamente se apropria da
realidade, mas assimilando-a e alterando-a, acrescentando,
por vezes, elementos sobrenaturais.
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ß Transmitidos de boca em boca, de pais para filhos, faziam
parte integrante de um legado transmitido de geração em
geração

ß O conto é um tipo de narrativa que se opõe, pela


extensão, quer à novela, quer ao romance. De facto, é
sempre uma narrativa pouco extensa e a sua brevidade
tem implicações estruturais: reduzido número de
personagens; concentração do espaço e do tempo, acção
simples e decorrendo de forma mais ou menos linear.
O que disse Paula Rego,
em entrevista a ›lexandra Prado
Coelho do 0
, acerca do
quadro «Mulher Cão»:

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ßOs contos tradicionais do povo lusitano são conhecidos
pela sua afinidade com a religião e pela sua carga simbólica.
É interessante verificar como a tradição oral de um povo o
retrata a si e à sua história, sendo por isso um modo fiel de
caracterização de uma cultura.
O Menino Sem Olhos (um rapaz arranca os seus próprios
olhos a pedido do irmão) ou "O Caldo de Pedra",
descobrimos uma característica tão nossa conhecida e tão
incutida nas nossas raízes: a capacidade de improvisação e a
astúcia.
V V Kà

Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.

ß Espécime avícola na cavidade metacárpica, supera os congéneres revolteando em duplicado.

ß ›usência de percepção ocular, insensibiliza o órgão cardial.

ß Equino objecto de dádiva, não é passível de auscultação odontológica.

ß O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos.

ß Idêntico ascendente, idêntico descendente.

ß Descendente de espécime piscícola sabe movimentar-se em líquido inorgânico.

ß Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.

ß Tem a monarquia no baixo ventre.

ß Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente.

ß Quem aguarda longamente, atinge a exaustão

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