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Faculdade Estácio de Sá - FAL

Disciplina: Direito Processual Civil II


Docente: Ana Ketsia B. M. Pinheiro
Aula 10
Da audiência de Instrução e
Julgamento
6) DA PROVA PERICIAL

 Há muitas situações que envolvem um litígio, em


que o juiz não possui entendimento suficiente
para resolver a questão e que somente uma
pessoa qualificada ou especializada sobre o
assunto poderá dizer ou atestar algo, sobre o
assunto envolvido, que auxiliará o magistrado a
resolver a complexidade do caso concreto.

Novo CPC, art. 464. A prova pericial consiste em exame,


vistoria ou avaliação.
Para Didier Jr. a Prova Pericial:
É aquela pela qual a elucidação do fato se dá com o
auxílio de um perito, especialista em determinado
campo do saber, devidamente nomeado pelo juiz,
que deve registrar sua opinião técnica e científica
no chamado laudo pericial – que poderá ser objeto
de discussão pelas partes e seus assistentes
técnicos.
O assistente técnico é aquele perito nomeado
pelas partes, sendo que estas últimas devem indicar
em juízo seus assistentes, dentro do prazo de cinco
dias, contados do despacho que nomeou o perito.
(art. 465, § 1º do NCPC).
Admissibilidade da prova pericial

Rege o parágrafo primeiro do art. 464 do NCPC:


O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender de conhecimento


especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas
produzidas;
III - a verificação for impraticável.
Destarte, se a prova dos fatos puder ser atestada
de outra forma menos onerosa, a perícia será
indeferida.
Procedimento

• O requerimento da prova pericial será, em regra


e ressalvada a hipótese de prova de fato novo –
feito na fase postulatória, com a petição inicial
ou com a resposta do réu.

• Se o requerimento não for formulado nesse


momento, haverá preclusão, mas isso não
impedirá o juiz, se entender necessário, de
determinar a produção da Prova de ofício.
• O juiz nomeará o perito, indicando prazo para
entrega do laudo, sendo as partes intimadas
para arguir o impedimento ou a suspeição do
perito, se for o caso, bem como para
apresentarem quesitos e assistente técnico, no
prazo de 15 dias a partir deste despacho. (art.
464 do NCPC § 1° ).

• Após a nomeação do perito, este será intimado


para aceitar ou não a nomeação, com a devida
proposta de honorários. Ato contínuo a parte
que requereu a perícia deverá manifestar-se.
§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários
para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5
(cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor,
intimando-se as partes para os fins do art. 95.
§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até
cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do
perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente
ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e
prestados todos os esclarecimentos necessários.
§ 5o Quando a perícia for inconclusiva ou
deficiente, o juiz poderá reduzir a
remuneração inicialmente arbitrada para o
trabalho.
§ 6o Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á
proceder à nomeação de perito e à indicação de
assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a
perícia.

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o


perito, indicando-o mediante requerimento, desde que:
I - sejam plenamente capazes;
II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos,
a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando
as partes, na inicial e na contestação, apresentarem,
sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou
documentos elucidativos que considerar suficientes.

Art. 474. As partes terão ciência da data e do local


designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter
início a produção da prova.

Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que


abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e
a parte, indicar mais de um assistente técnico.
O art. 474 visa resguardar a garantia constitucional
do contraditório, ficando as partes cientes da data e
local da perícia para poderem acompanhar os
trabalhos, além da garantia que a perícia foi mesmo
realizada.
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo
fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da
audiência de instrução e julgamento.
§ 1o As partes serão intimadas para, querendo,
manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo
comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico
de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu
respectivo parecer.
Atenção!
O laudo do perito judicial deve ser apresentado
antes da audiência de instrução e julgamento, para
dar possibilidade da convocação do perito e dos
assistentes para nela prestarem esclarecimentos,
desde que intimados com quinze dias de
antecedência. (CPC, art. 435).

E por fim, ressalte-se que o juiz não fica sujeito ao


Laudo Pericial, se houver outras provas que o
convençam do contrário. (art. 479, NCPC)
7) INSPEÇÃO JUDICIAL
De forma geral, o juiz conhece os fatos em conflito
indiretamente por meio das partes, perito
testemunhas, documentos, etc., no entanto, muitas
vezes é insuficiente, tendo em vista que pode haver
alguma influência quando da transmissão da
informação. Assim, o contato direto com a situação
em litígio visa sanar dúvidas existentes, auxiliando o
magistrado na resolução do mérito. (Wambier).
Para Gonçalves a Inspeção Judicial “Consiste no
exame, feito direta e pessoalmente pelo juiz, em
pessoas ou coisas, destinado a aclarar fatos que
interessam à causa”.
Procedimento

• O juiz a requerimento da parte ou de ofício em


qualquer fase do processo poderá fazer a
Inspeção Judicial de coisas ou pessoas, com a
finalidade de esclarecer sobre os fatos em litígio
(art. 481, NCPC).

• O juiz tem ampla liberdade de fazer ou não a


Inspeção Judicial, por isso, caso indefira, tal fato
não constitui cerceamento de defesa.
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser
assistido por um ou mais peritos.

Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa


ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou
interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem
consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir
à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo
observações que considerem de interesse para a causa.
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar
auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for
útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com
desenho, gráfico ou fotografia.

• Sobre o fato litigioso, a ideia inicial é a de que já


deverão existir provas nos autos, mas que não
foram suficientes para o convencimento do juiz;
assim, a Inspeção Judicial é uma diligência
posterior à prova já produzida pela parte
interessada.
• A Inspeção Judicial, no sistema brasileiro é prova
complementar, pois objetiva a elucidação dos
fatos que não restaram totalmente esclarecidos
por outro meio de Prova.

• No entanto, nada impede que a inspeção seja


realizada anteriormente à proposição de outras
provas se o juiz constatar que a inspeção torne
dispensável outra prova mais demorada ou
dispendiosa para a solução do caso litigioso.
Audiência de Instrução e
Julgamento

 A AIJ ocorrerrá seguindo o que dispõem os arts.


358 a 368 do NCPC.
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará
aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará
apregoar as partes e os respectivos advogados, bem
como outras pessoas que dela devam participar.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as
partes, independentemente do emprego anterior de
outros métodos de solução consensual de conflitos, como
a mediação e a arbitragem.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência,
ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos
quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na
forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por
escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão
depoimentos pessoais;
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que
serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os
assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não
poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou
apartear, sem licença do juiz.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado,
qualquer pessoa que dela deva necessariamente
participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo
superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a
abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à
instrução.
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas
requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público
não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a
mesma regra ao Ministério Público.
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas
despesas acrescidas.

Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao


advogado do autor e do réu, bem como ao membro do
Ministério Público, se for o caso de sua intervenção,
sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para
cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
juiz.
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o
prazo, que formará com o da prorrogação um só todo,
dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não
convencionarem de modo diverso.
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas
de fato ou de direito, o debate oral poderá ser
substituído por razões finais escritas, que serão
apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo
Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em
prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista
dos autos.

Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser


excepcional e justificadamente cindida na ausência de
perito ou de testemunha, desde que haja concordância
das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de
realização da instrução, do debate e do julgamento no
mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a
datamais próxima possível, em pauta preferencial.
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões
finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo
de 30 (trinta) dias.

Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que


conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem
como, por extenso, os despachos, as decisões e a
sentença, se proferida no ato.
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em
imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde
que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos
julgadores, observada a legislação específica.

§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser


realizada diretamente por qualquer das partes,
independentemente de autorização judicial.

Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as


exceções legais.
SENTENÇA

 O CPC definia sentença como "o ato pelo qual o


juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o
mérito da causa". Tal disposição estava prevista
em seu artigo 162, §1º.

 O referido conceito estava baseado somente nos


efeitos do ato decisório. Assim, bastava o ato
judicial dar fim ao processo para que
estivéssemos diante de uma sentença.
 Com o advento da Lei 8.952/94, o cumprimento
das sentenças que versam sobre as obrigações de
fazer e não fazer se submeteu a uma nova
sistemática: julgada procedente a ação, o
adimplemento forçado (ou fase
executiva) dessas obrigações passa a
integrar o mesmo processo.

 Iniciava-se aqui uma nova fase para o direito


instrumental: o sincretismo processual.
 A partir da Lei 11.232/05 o conceito de sentença
no processo civil passa a ser o seguinte:
“Sentença é o ato do juiz que implica alguma das
situações previstas nos arts. 267 e 269 desta
Lei.”

 Desta forma, as decisões judiciais proferidas com


ou sem resolução de mérito, que tenham por
conteúdo as hipóteses previstas nos artigos 267 e
269 do CPC/73, são classificadas como sentenças,
independentemente de porem termo ao
processo.
 A finalidade da referida alteração, certamente, foi
de salientar que a sentença não mais extingue o
processo, tendo em vista que após a prolação da
sentença o juiz não mais encerra sua atividade
jurisdicional, pois deverá continuar a atuar na
fase executiva no mesmo processo.

 Atualmente, os dispositivos que versam sobre a


extinção do processo SEM ou COM resolução de
mérito estão, respectivamente no NCPC, art. 485
e 487.
 Segundo Didier Jr., “a sentença é um ato jurídico
que contém uma norma jurídica individualizada,
ou simplesmente norma individual, definida pelo
Poder Judiciário, que se diferencia das demais
normas jurídicas”

 Marinoni diz que “se nas teorias clássicas o juiz


apenas declarava a lei ou criava a norma
individual a partir da norma geral, agora ele
constrói a norma jurídica a partir da
interpretação de acordo com a Constituição”.
 Desta feita, percebe-se que o conceito jurídico e
fático de sentença tem evoluído através do
tempo e que apesar da tentativa legislativa em
tentar acompanhar tais mudanças ainda há
necessidade de melhores adequações na
conceituação para evitar confusões na hora de
escolher o instrumento de recurso cabível.

REQUISITOS DA SENTENÇA
Para que a sentença seja válida, é necessário que
sejam atendidos os requisitos determinados pelo
art. 489 do NCPC. São eles:
1. RELATÓRIO

• Trata-se de síntese onde constará o registro das


principais ocorrências durante a tramitação do
processo, tais como qualificação das partes; suma
do pedido constante da petição inicial; resposta
do réu; parecer do Ministério Público, se for o
caso; e os demais fatos relevantes que ocorreram
no processo.
Atenção! Esta regra comporta exceções, nesse
sentido encontra-se a dispensa de relatório, contida
no art. 38 da Lei 9.099/95, concernente aos Juizados
Especiais Cíveis.
• Admite-se, também, a validade das decisões em
que o magistrado se reporta ao relatório feito em
outra decisão do processo, desde que isso,
igualmente, não gere nenhum prejuízo às partes
– é o chamado relatório per relationem.

2. FUNDAMENTAÇÃO
Esta é uma garantia constitucional, insculpida no
art. 93, IX da CF, que estabelece que toda decisão
judicial deve ser motivada, sendo sua ausência
penalizada pela nulidade, pois trata-se de vício
gravíssimo, que pode ser conhecido de ofício ou
através de ajuizamento de ação rescisória.
• A exigência de motivação das decisões judiciais
decorre da necessidade de as partes
conhecerem os motivos que levaram o
magistrado a formar o seu convencimento.

• É nesta etapa que o magistrado resolve


inicialmente as questões de fato postas que
ainda não foram resolvidas em momento
pretérito, tais como as provas produzidas no
processo por iniciativa das partes ou do próprio
julgador, e em seguida passa à análise das
questões jurídicas de mérito.
• Ainda é nesta fase que o magistrado deve
analisar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de ato normativo, por
requerimento das partes ou de ofício, por tratar-
se de questão de direito, o que produzirá efeitos
apenas entre as partes.

• Por outro lado, é importante lembrar que o teor


constante da fundamentação, bem como os
motivos da sentença, não fazem coisa julgada,
nos termos do art. 469 do CPC. Desta forma,
todo este conteúdo pode ser revisto em outros
processos sem configurar litispendência.
3. DISPOSITIVO

• Trata-se de elemento conclusivo e fundamental


da sentença, em que o órgão jurisdicional
estabelece um preceito em resposta ao pedido
formulado pelo autor da demanda. É o fecho da
sentença, a decisão da causa. Não existe
sentença judicial sem dispositivo.

• Diferentemente do relatório e da fundamentação


o dispositivo é a parte da sentença em que incide
diretamente a coisa julgada e os respectivos
efeitos, que serão tratados posteriormente.
• De acordo com o princípio da demanda, o juiz só
pode prestar a tutela jurisdicional quando
requerida pela parte. Assim, o pedido formulado
pelo autor na inicial é a condição para legitimar o
exercício da jurisdição.

• Este princípio se inspira na exigência de


imparcialidade do juiz, que estaria comprometida
caso pudesse a autoridade judiciária agir por
iniciativa própria na abertura do processo e na
determinação do objeto da prestação
jurisdicional.
• Pelo princípio da congruência, disposto no art.
492 do NCPC, o juiz não poderá proferir sentença
a favor do autor, de natureza diversa da pedida.
A sentença só pode versar sobre o que pleiteia o
demandante. Esse princípio impede o
julgamento fora ou além do pedido, visando a
maior garantia do devido processo legal.
• O pedido é a condição e o limite da prestação
jurisdicional, de maneira que a sentença como
resposta ao pedido, não pode ficar aquém das
questões por ele suscitadas (decisão citra petita)
, nem se situar fora delas (decisão extra petita),
nem tampouco ir além delas (decisão ultra
petita).
Chama-se de ultra petita a decisão que
concede ao autor além do que foi pedido
pelo autor, ou seja, o juiz excede os limites
constantes da petição inicial, o que não se
confunde com a decisão chamada extra
petita, pois neste caso o magistrado
concede pretensão divergente do pedido
não formulado.
Quanto à decisão citra petita é aquela que
deixa de analisar o pedido formulado pelo
autor na petição inicial, ou seja, há uma
omissão quanto ao exame da questão.
Nulidade da sentença
A sentença extra petita é nula porque soluciona
causa diversa da que foi proposta através do
pedido.
Observação!
O CPC determina que o juiz aprecie, de ofício, as
questões relativas às condições da ação e aos
pressupostos processuais. Do mesmo modo, o
Código Civil ordena que as nulidade absolutas
sejam pronunciadas pelo juiz, independentemente
de requerimento da parte. Portanto, essas matérias
e todas as demais de ordem pública, quando
examinadas de ofício, não causam nenhuma
nulidade à sentença.
ATENÇÃO!
O defeito da sentença ultra petita não é totalmente
igual ao do extra petita. Nesta última, o juiz decide
o pedido, mas vai além, dando ao autor mais do
que foi pleiteado.

A nulidade então, é parcial, não indo além do


excesso praticado. Ex.: o requerente pediu danos
materiais e o juiz concedeu danos morais e
materiais. Ao julgar o recurso da parte prejudicada,
o tribunal não anulará todo o decisório, mas
apenas mandará retirar aquilo que ultrapassou o
pedido.
Já a sentença citra petita é aquela onde o juiz fez um
julgamento imperfeito e incompleto, o que não induz
nulidade da sentença, porque o tribunal tem o poder
de, na apelação, completar tal exame.

CONTEÚDO DAS SENTENÇAS


As sentenças de procedência podem ter em seu
conteúdo disposições condenatórias, constitutivas ou
meramente declaratórias (Classificação TRINÁRIA)
 As sentenças condenatórias reconhecem a
existência da relação jurídica afirmada pelo autor e
apontam a sanção que incidirá sobre o demandado
caso se recuse a cumprir a sentença.
• Esta sanção nada mais é do que a possibilidade
de autorizar o demandante a iniciar, com fulcro
na sentença prolatada e não cumprida, o
processo de execução, a fim de satisfazer o
direito reconhecido e declarado na decisão.
• Desta forma, a sentença condenatória possui
dupla função: a primeira é declarar o direito
existente - função declaratória; outra, que lhe é
própria, consistente na aplicação da sanção -
função sancionadora. Como é esta função que a
distingue das demais sentenças e a caracteriza,
tem-se que a sentença condenatória formula a
especificação da sanção prevista na lei.
Quanto às sentenças meramente declaratórias,
encontram fundamento legal nos arts. 19 e 20 do
NCPC:

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à


declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser
de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Art. 20. É admissível a ação declaratória, ainda que


tenha ocorrido a violação do direito.
• Pode-se dizer, ainda, que a sentença declaratória
satisfaz, por si só, os desejos do requerente,
uma vez que independe de outros atos para
compor o conflito de interesses deduzido em
juízo e entregar, a quem tenha razão, o objeto
almejado, qual seja, a certeza acerca do
documento ou da relação jurídica.

• Dessa forma, se o demandante desejar a


satisfação de seu direito deverá mover uma nova
ação, agora de natureza condenatória.
• É possível, ainda, afirmar que as sentenças
declaratórias gozam de efeito ex tunc, ou seja,
retroagem à data em que a relação jurídica
declarada se formou, ou à data em que a
falsificação do documento se consumou.

 As sentenças constitutivas embora tenham


conteúdo semelhante às sentenças declaratórias,
apresentam um elemento a mais, um traço
diferenciador, pois criam, modificam ou
extinguem uma relação jurídica.
A declaração, portanto, de existência ou inexistência
de uma relação jurídica é antecedente lógico para
que se possa processar a modificação ou mesmo a
extinção de uma relação jurídica anteriormente
existente para que se justifique a criação de uma
nova relação jurídica.

Importante!
Ao lado da teoria clássica da tripartição das ações -
também conhecida como classificação trinária - a
doutrina (minoritária), encabeçada por Pontes de
Miranda, coloca as ações mandamentais e as
executivas lato sensu.
• Para parte da doutrina não trata-se de uma nova
teoria, mas mero desdobramento das ações
condenatórias, sendo assim, apenas uma nova
classificação das tutelas.

• Doutrinadores favoráveis à DIVISÃO QUINÁRIA


defendem que não há dúvidas de que existem
peculiaridades próprias para as novas categorias,
visto que a ação mandamental e a executiva lato
sensu não demandam de nova ação de execução,
uma vez que a atuação concreta do comando da
sentença são autuadas no próprio processo de
conhecimento.
 As ações mandamentais, tem por
objetivo principal a busca de uma ordem
do juízo para que se faça ou deixe de
fazer alguma coisa, de acordo com o
sentido da pretensão deduzida.

 São exemplos clássicos de ação


mandamental: mandado de segurança e
a ação de modificação de registro
público.
 Por seu turno, a ação executiva lato
sensu, representa a possibilidade de
ações que tragam embutidas no
processo de conhecimento capacidade
executória, possibilitando ao juízo
determinar, desde logo, e
independentemente de qualquer outra
providência, a entrega do bem da vida
objeto da lide, isto porque o provimento
jurisdicional tem caráter executório.
Segundo Pontes de Miranda toda ação ou sentença
carrega em si mesma, no bojo do projeto de
provimento jurisdicional esperado por quem pede
ao Estado, a satisfação de seu interesse ofendido,
existe uma carga maior, uma eficácia maior,
preponderante, sobre as demais provisões
satisfativas de direito material contidas na
sentença.
Desta forma, em toda ação:
 Declaratória a eficácia maior é a de declarar;
 Constitutiva, é a de constituir;
 Condenatória, a de condenar;
 Mandamental, a de mandar e,
 Executiva, a de executar.

Eis os cinco verbos que emprestam à cada ação ou


sentença sua força ou eficácia preponderante.
A doutrina, no que se relaciona com o
conteúdo processual das sentenças,
classifica-as como terminativas ou
definitivas.

As sentenças terminativas extinguem o


processo, sem resolução do mérito, a
exemplo das que reconhecem a falta pressupostos
processuais, condições da ação, ou que homologa o
requerimento de desistência.

As definitivas, por sua vez, respondem o


pedido do autor, solucionando a lide.
Conhecimento de fatos posteriores à
propositura da ação na prolação da
sentença:

Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-


la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte,
inexatidões materiais ou erros de cálculo;

II - por meio de embargos de declaração.


Atenção!

Ao publicar a sentença de mérito, o juiz cumpre o


ofício jurisdicional. Com a sentença se esgota a
atividade do juiz na 4ª fase procedimental (a
decisória), não podendo mais modificá-la, por
exemplo, retratando-se, ainda que razões
posteriores possam, até, demonstrar a injustiça da
decisão.

Somente por meio do RECURSO é que a


parte pode obter o reexame da causa.
Hipoteca Judiciária
Pelo NCPC, art. 495, a sentença que condenar o Réu
ao pagamento de uma prestação consistente em
dinheiro e a que determinar a conversão de prestação
de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca
judiciária, cuja inscrição se dará conforme a Lei de
Registros Públicos (Lei n. 6.015/73, art. 167, I, 2).
Incide sobre imóveis do vencido. Decorre
imediatamente da sentença condenatória, sendo
irrelevante a interposição ou não de recurso contra
ela - é um meio preventivo de fraude. A inscrição
depende de requerimento do interessado.
Importante!

O efeito de hipoteca judiciária decorre da própria


sentença condenatória, mas para que possa valer
contra terceiros, é preciso que seja especializada
(individualizados os bens) e inscrita no Registro
Imobiliário. (INSCRIÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO)

Inscrita a hipoteca, os bens do devedor (imóveis)


passam a garantir, de forma privilegiada, a futura
execução.
REMESSA NECESSÁRIA
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os
embargos à execução fiscal.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a
apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos
autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do
respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal
julgará a remessa necessária.
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a
condenação ou o proveito econômico obtido na causa for
de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as
respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o
Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações
de direito público e os Municípios que constituam
capitais dos Estados;
III - 100 salários-mínimos para todos os demais Municípios
e respectivas autarquias e fundações de direito público.
Atenção – Nunca Esqueça!
 O reexame necessário possui natureza jurídica
de condição de eficácia da sentença.
 Na ação que tiver por objeto cumprimento de
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou,
determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
 A obrigação só se converterá em perdas e danos
se o autor o requerer ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção de resultado prático
correspondente.
Sentenças de emissão de declaração de vontade:

Novo CPC, art. 501. Na ação que tenha por objeto a


emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar
procedente o pedido, uma vez transitada em julgado,
produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
 Nestes casos, não há necessidade de fixação de
prazo para que o devedor cumpra a obrigação,
diferentemente das demais obrigações de fazer,
porque a própria sentença produz, com o trânsito
em julgado, os efeitos que o contrato ou a
declaração de vontade produziriam.
Homologação de Sentença Estrangeira

Uma sentença estrangeira só terá eficácia no Brasil


quando for homologada (concessão de exequatur)
pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

QUESTÃO: Suponha que, numa hipótese de


competência concorrente, foi proposta uma ação na
justiça brasileira e a mesma ação na justiça
estrangeira; a ação da justiça estrangeira iniciou
primeiro e já tem sentença com trânsito em julgado,
enquanto a ação na justiça brasileira ainda está em
andamento. Qual das sentenças será válida?
Atenção!

Na homologação de sentença estrangeira, existe


apenas juízo de delibação, isto é, de verificação
a respeito legalidade e constitucionalidade material
e formal do título. Em outras palavras, se a lei
material e processual existe no Brasil e tem
compatibilidade com nossos valores
constitucionais. (arts. 960 a 965 do NCPC).

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