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ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA JUDICIÁRIA

MARINA F. PALMA

Medidas Protetivas

Alunas: Amanda Machado; Camilla Maciel; Ellen Rodrigues; Gabriella Lopes; Laura Ferreira; Layse Batista;
Marilia Ribeiro; Tainara Nogueira.
O que são medidas protetivas, pensando em como elas surgem (se são por meio de
denuncias ou não)? Como são tomadas essas medidas, quem as garante, efetiva,
coordena e fiscaliza?

As medidas de proteção à criança e ao adolescente são providências a serem tomadas em situações de


ameaça de ou de violação de direitos destes (Art. 98, ECA). Os exemplos de tais medidas podem ser
encontras no artigo 101 do ECA. No Juizado da Infância e da Juventude, temos um tipo de processo que se
chama Medida Protetiva, nele verificamos se os direitos da e interesses das crianças e adolescentes estão
sendo atendidos. Na maioria das vezes, este tipo de processo é iniciado pelos Conselhos Tutelares, mas
também pode ser feito pelo Ministério Público. No entanto, medidas de proteção também são determinadas
pelo juiz em processos de outras naturezas, como adoção, guarda, apuração de ato infracional, entre outros.
Após ser determinada judicialmente, por meio de encaminhamentos, se faz um trabalho em rede com
Saúde, Educação, Conselho Tutelar e Assistência Social para que tais medidas sejam efetuadas, como o
processo ainda estará em tramitação na Justiça da Infância e da Juventude, o Poder Judiciário, Ministério
Público e, quando presente, a Defensoria Pública estarão acompanhando a execução das medidas de
proteção. Cabe ressaltar que minha prática tem como parâmetro a ação do Pode Judiciário, mas algumas
medidas de proteção podem ser tomadas diretamente pelo Conselho Tutelar ou Ministério Público.
Como são identificados atos ou comportamentos que são caracterizados como
ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente sendo necessária adesão de
medidas protetivas? Quanto tempo se gasta para implantá-la?

Qualquer uma das previstas como direito no Título II do ECA. Não há como precisar um
tempo específico, algumas das medidas de proteção aplicadas pelo Conselho Tutelar e
nem precisam virar um processo judicial, outras necessitam.
Quais são as necessidades dessas crianças e adolescentes que são levadas em
consideração na instalação da medida, o que é preservado na vida desta? É resguardado o
convívio familiar assistido aos genitores?

Essa pergunta não ficou muito clara, parece que estão falando de uma situação
específica que eu não sei se consegui compreender. Mas, como falado anteriormente,
são levados em consideração todos os direitos previstos no Título II do ECA, pela
pergunta me deu a impressão de que vocês se referiram à medida de proteção de
acolhimento instituição, nesse caso, é dada atenção inclusive ao direito ao convívio
familiar da criança/adolescente. Se eu entendi certo, quando vocês mencionam o
"convívio familiar assistido aos genitores" querem questionar se há um contato
supervisionado entre a criança/adolescente e a família enquanto estes estão acolhidos.
Nos casos em que esse contato não oferece malefícios para eles, existe sim o contato.
Para onde essa criança ou adolescente é levado? Por quanto tempo ela permanece na
instituição?

Depende da medida de proteção a que se refere a pergunta. Se for em caso de


acolhimento institucional, o infante/adolescente vai para a unidade de acolhimento.
Caso isso ocorra, obrigatoriamente será iniciado processo judicial do tipo Medida
Protetiva. O tempo de permanência na unidade de acolhimento dependerá das
peculiaridades de cada caso. A identificação de membros da família extensa, por
exemplo, que reúnam condições de assumir a guarda do infante/adolescente é um
aspecto que diminui a permanência destes na unidade de acolhimento.
Quem participa dessa decisão? A opinião dos genitores é ouvida? Esses genitores
recebem informações sobre seus filhos?

A criança ou adolescente está sob a tutela do Estado, mais especificamente, da Unidade


de Acolhimento. Uma vez que o infante/adolescente acolhido terá processo tramitando
na Justiça da Infância e da Juventude, o juiz, ouvido o Ministério Público, tomará as
decisões considerando sempre o princípio do Melhor Interesse da Criança. E, no
decorrer do processo (por meio de audiências, estudos interprofissionais, ou
simplesmente no comparecimento no protocolo do Juizado) os genitores são ouvidos,
orientados e, por vezes, encaminhamos para serviços da rede socioassistencial.
Quando a criança/adolescente chega a instituição, é feito um plano individual? Se
sim, como ele é feito?

Sim. A legislação exige que um PIA (Plano Individual de Atendimento) seja elaborado
na chegada do infante/adolescente na unidade de acolhimento.
Qual sua compreensão sobre o uso de técnica coercitiva entre membros da família?

Eu desconheço tal técnica.


Na sua experiência, como você percebe a visão dos jovens institucionalizados sobre
família?

Os adolescentes, em geral, relatam o desejo de voltar pra casa.


Quais as principais mudanças propostas através da substituição de instituições de
abrigo com características totais, para a proposta de acolhimento institucional?

A partir da Lei 12010/2009 (Nova Lei da Adoção) a noção de “abrigamento”,


anteriormente prevista no ECA, passou para “acolhimento” com a perspectiva de ser
uma medida provisória e excepcional, que serve de transição para a reintegração familiar
ou colocação em família substituta
No que se refere ao funcionamento das instituições brasileiras de acolhimento, pode
se considerar sucesso na proporção de um ambiente afetivo e de proteção?

Na minha rede de trabalho, temos duas unidades de acolhimento municipais (uma para
crianças e outra para adolescentes) e ambas apresentam tais características.
Com relação ao trabalho exercido nas instituições de acolhimento, quais são as
barreiras enfrentadas para um bom funcionamento assistencialista?

Como não atuo diretamente nesta instituições, fico impossibilitada de responder.


Para você qual é a importância da convivência familiar e comunitária na vida das
crianças e adolescentes?

É fundamental, pois é a “placenta social” do sujeito, na qual ele se desenvolve


encontrando afeto, limites, entre outros.
Qual a sua opinião em relação aos serviços de acolhimento para crianças e
adolescentes?

No que se refere a minha realidade de trabalho, as unidades de acolhimento são


parceiros próximos que estão sempre atentos às nossas sugestões.
A Instituição proporciona um ambiente acolhedor para as crianças/ adolescentes?

Acredito que sim.


De que forma os participantes conseguem lidar com questões como desamparado,
saudade, raiva e medo ?

Aceitação, afeto, regras, atenção, compartilhamento, entre outros.


Qual é o direito da criança/adolescente mais recorrentemente violado nos processos de
medidas protetivas?

O Direito ao respeito (Art. 17, ECA).


O que você acredita que poderia ser modificado para que a criança/adolescente pudesse ter
sua vida reestruturada após ter passado por uma medida protetiva?

A manutenção da atenção do Estado sobre eles, não de uma maneira vigilante, mas por
meio de serviços efetivos que promovam o cuidado integral da família.

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