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ADMINISTRATIVO II

UEMA

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PROGRAMA

I – Licitações e Contratos Administrativos: Conceito e Finalidade, Princípios, Regras sobre


Licitação, Modalidades de Licitação, Etapas da Licitação.

II – Serviços Públicos: execução direta, indireta, concessão, permissão e autorização, parcerias


público-privadas

III – Bens Públicos: Aquisição, classificação, regime jurídico dos bens públicos, alienação, bens
públicos em espécie.

IV – Responsabilidade Civil do Estado

V – Controle da Administração Pública: controle interno, externo.

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LICITAÇÕES - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Poder Público não tem a liberdade que possuem os particulares para


contratar, seja para atender as suas necessidades ou as da coletividade. Ao
celebrar contratos o Poder Público deve preservar o interesse público,
observando dois valores distintos:
isonomia: o administrador público deve tratar igualmente os
administrados e, em especial, os que tenham interesse em contratar;
probidade: o Poder Público deve sempre escolher a melhor alternativa
para a garantia dos interesses públicos, seja em razão do preço ou da
técnica necessária.
Desenvolvimento sustentável nacional

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FINALIDADES DA LICITAÇÃO

Extraímos, desses valores que a licitação possui duas finalidades:


permitir a melhor contratação possível (seleção da proposta mais
vantajosa);
b) possibilitar que qualquer interessado possa validamente
participar da disputa pelas contratações.

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CONCEITO
Licitação é o procedimento administrativo por meio do qual o Poder
Público, mediante critérios preestabelecidos, isonômicos e públicos,
busca escolher a melhor alternativa para a celebração de um ato
jurídico (conceito amplo, que envolve tanto os atos administrativos
quanto os contratos). Prof. Márcio Fernando Elias Rosa
Procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas
entidades governamentais, em que, observada a igualdade entre os
participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as
apresentadas pelos interessados em com elas travar determinadas
relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos
mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que elas
se propõem. Profs. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo 5
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OBJETO

De acordo com o artigo 1.º da Lei n. 8.666/93, constituem objeto possível


para o certame licitatório obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações, locações, concessões e permissões, quando
contratadas pela Administração.

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COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR EM MATÉRIA DE LICITAÇÃO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 22, inciso XXVII, estabelece


que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais em matéria
de licitações.

A União não possui competência privativa para legislar sobre normas


específicas.

Assim, temos que, a competência para legislar em matéria de licitação é


concorrente.

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FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA
LICITAÇÃO
 O inciso XXI, do artigo 37, da Constituição Federal, consagra o
dever de licitar. A Administração direta ou indireta tem o dever de
efetivar a licitação, para contratar regularmente.

 O artigo 173, § 1.º, inciso III, da Constituição Federal, impõe sobre


o dever de licitar para as sociedades de economia mista e empresas
públicas que exploram atividades econômicas.

 O caput do artigo 175 da Constituição Federal afirma que as


concessões e as permissões de serviços públicos devem ser
antecedidas de licitação.

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LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL DA LICITAÇÃO
O Decreto-Lei n. 200/67, conhecido como a Reforma Administrativa
Federal, foi baixado na época da ditadura e até hoje continua em
vigor. Porém, a parte que dispunha sobre licitação foi revogada pelo
Decreto-Lei n. 2.300/86. Este, por sua vez, foi revogado pela Lei n.
8.666/93 que disciplina as normas gerais da licitação.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
A Lei é que ela é centrada em licitações de obras públicas e
serviços de engenharia tratando, superficialmente, de obras não
públicas e serviço que não de engenharia.

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PERGUNTA: A QUEM SE APLICA ESSA LEI
(LEI N. 8.666/93)?
RESPOSTA: O ARTIGO 1.º DA LEI N.
8.666/93 DISPÕE QUE A LEI ESTABELECE
NORMAS GERAIS QUE SE APLICAM NO
ÂMBITO DOS PODERES DA UNIÃO, DOS
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
MUNICÍPIOS.

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LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL DA
LICITAÇÃO
As normas gerais são as de conteúdo amplo, como as que indicam o procedimento,
as modalidades, os tipos de licitação, as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade,
as regras contratuais, dentre outras.

As normas específicas, no entanto, são dirigidas apenas à Administração Federal.


Assim, o Estado-membro não pode legislar para ampliar as hipóteses de contratações
diretas, mas poderá legislar para restringi-las. A regra é licitar, a exceção é contratar.

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PRINCÍPIOS GERAIS DA LICITAÇÃO
 O artigo 3.º da Lei n. 8.666/93 estabelece os princípios da
licitação (legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,
publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento
convocatório e julgamento objetivo) e termina sua redação
observando: “... e dos princípios que lhe são correlatos”. Verifica-
se que o rol de princípios previstos nesse dispositivo não é
exaustivo.

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, DA IMPESSOALIDADE, DA
PUBLICIDADE E DA MORALIDADE
 O artigo 3.º, caput, da Lei n. 8.666/93 faz referência aos princípios
da legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade, não
relacionando o princípio da eficiência porque, quando do
surgimento da lei, em 1993, ainda não existia no caput do artigo 37
da Constituição Federal a sua menção, que somente apareceu em
1998, com a Emenda Constitucional n. 19. O que não implica dizer
que tal princípio não deva ser observado.

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PRINCÍPIO DA ISONOMIA (IGUALDADE FORMAL,
OU IGUALDADE)
Previsto no caput do artigo 5.º da Constituição Federal.

O fato de se exigir licitação para a celebração de negócios com


particulares não representa simplesmente o anseio estatal de alcançar
o melhor serviço ou produto com menores ônus, mas também, na
obrigação de conceder aos particulares a oportunidade de disputar em
igualdade de condições

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INSONOMIA
 Para o Professor Celso Antonio Bandeira de Mello, é errado
imaginar que o princípio da isonomia veda todas as discriminações.
Discriminar (retirando seu sentido pejorativo) é separar um grupo
de pessoas para lhes atribuir tratamento diferenciado do restante,
assim assevera: “Isonomia é igualdade entre os iguais, isto é, entre
os que preencham as mesmas condições ou se encontram em
situações comparáveis”

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ISONOMIA
 Pergunta: Quando a discriminação da norma é compatível com o
princípio da isonomia?

 Resposta: Deve-se confrontar o fato, discriminado pela norma, com


a razão jurídica pela qual a discriminação é feita, a fim de
verificar se há ou não correspondência lógica e respeito ao
princípio da isonomia.

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ISONOMIA

 Exemplos didáticos:
 Abertura de concurso público para o preenchimento de vagas
no quadro feminino da polícia militar. Qual é o fato discriminado
pela norma? É o sexo feminino. Qual é a razão jurídica pela qual a
discriminação é feita? A razão jurídica da discriminação é o fato de
que, em determinadas circunstâncias, algumas atividades policiais
são exercidas de forma mais adequada por mulheres. Há, portanto,
correspondência lógica entre o fato discriminado e a razão pela qual
a discriminação é feita, tornando a norma compatível com o
princípio da isonomia.
 Uma licitação é aberta, exigindo de seus participantes um
determinado equipamento. Qual é o fato discriminado pela
norma? É o determinado equipamento. Qual é a razão jurídica pela
qual a discriminação é feita? Responde-se com outra indagação: o
equipamento é indispensável para o exercício do contrato? Se for, a
discriminação é compatível com o princípio da isonomia.
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PRINCÍPIO DA PROBIDADE
 Veicula o princípio da moralidade administrativa e obriga a todos: o
administrador que necessita contratar e o particular que quer ou
pretender ser contratado. Ser probo nas licitações é escolher
objetivamente a melhor alternativa para os interesses públicos,
não gerando prejuízo ou não se aproveitando da incúria do
administrador. Por isso, a lei também reprime o ajuste entre os
participantes da licitação, a fraude ou devassa das propostas etc. A
probidade, como dito, obriga a todos.

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PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
 O instrumento convocatório é o ato administrativo que chama os
interessados a participarem da licitação; é o ato que fixa os requisitos
da licitação. É nomeado, por alguns autores, de “lei daquela
licitação”, ou de “diploma legal que rege aquela licitação”.
Geralmente vem sob a forma de edital (princípio da vinculação ao
edital - artigo 41 da Lei n. 8.666/93), exceção é o convite.

 O processamento de uma licitação deve estar rigorosamente de


acordo com o estabelecido no instrumento convocatório. Os
participantes da licitação têm a obrigação de respeitá-lo.

 Geralmente vem sob a forma de edital, contudo, há uma exceção: o


convite (uma das modalidades de licitação que é diferente).

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PRINCÍPIO DO JULGAMENTO
OBJETIVO DA PROPOSTA
 Esse princípio afirma que as licitações não podem ser julgadas por
critérios subjetivos e discricionários. Os critérios de julgamento da
licitação devem ser objetivos e uniformes para as pessoas
participantes (v. artigo 45 da Lei n. 8.666/93). Exemplo: em uma
licitação é estabelecido o critério do menor preço. A definição do
que seja o menor preço deve atender a critérios técnicos, objetivos e
capazes de serem alcançados por todos os participantes.

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PRINCÍPIO DO PROCEDIMENTO FORMAL
Estabelece que as formalidades prescritas para os atos que integram
as licitações devem ser rigorosamente obedecidas. Constitui direito
público subjetivo a sua fiel observância. A realização do certame
segundo as regras legais não interessa apenas à Administração ou
aos participantes, mas a qualquer cidadão

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PRINCÍPIO DA ADJUDICAÇÃO
COMPULSÓRIA
Afirma que, se em uma licitação houver a adjudicação, esta deverá
ser realizada em favor do vencedor do procedimento (artigo 50 da
Lei n. 8.666/93).
Esse princípio tem denominação inadequada!!
A impropriedade da nomenclatura encontra-se no fato de que nem
sempre a licitação leva à adjudicação, na medida em que pode o
contrato não vir a ser celebrado. Afinal, o licitante vencedor não tem
direito adquirido à futura contratação, possui apenas uma expectativa
de direito em relação a ela.

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PRINCÍPIO DO SIGILO DAS PROPOSTAS
 Estabelece que as propostas de uma licitação devem ser
apresentadas de modo sigiloso, sem que se dê acesso público aos
seus conteúdos. Devassar conteúdo de proposta apresentada é
crime (Lei n. 8.666/93, artigo 94) e, ainda, prática de ato de
improbidade administrativa (Lei n. 8.429/92, artigo 10, inciso VIII).
O princípio está diretamente relacionado a outro (o da probidade)
e quer evitar a fraude realizada pelos participantes com ou sem o
conluio de agentes públicos.

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PRINCÍPIO DA COMPETIÇÃO OU COMPETITIVIDADE
Trata da impossibilidade de serem colocadas cláusulas e regras em
uma licitação com o intuito de eliminar ou reduzir o âmbito normal de
competição de um procedimento licitatório.

Quanto maior a competição melhor para a Administração


Pública.

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PRINCÍPIO DA AMPLA FISCALIZAÇÃO DA
LICITAÇÃO
A fiscalização é essencial para a garantia de todos os princípios
expostos, e pode ser feita não apenas pelos participantes da licitação
como por qualquer cidadão ou órgão público.
A manutenção de respeito ao procedimento formal (visto
anteriormente) constitui direito público de todos, e admite toda forma
de fiscalização. Assim, qualquer pessoa que demonstrar legítimo
interesse poderá examinar os autos do procedimento administrativo
em que se realiza a licitação e, eventualmente, impugnar os atos
praticados.

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LICITAÇÃO- PRESSUPOSTOS
 A doutrina[1]aponta a existência de, ao menos, três pressupostos
da licitação:
 pressuposto lógico;
 pressuposto jurídico;
 pressuposto fático.

[1] MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.


14ª ed. Editora Malheiros, 2002. p.479.

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PRESSUPOSTO LÓGICO DA LICITAÇÃO
o pressuposto lógico da licitação é a possibilidade de sua ocorrência;
seja porque há diversos interessados, seja porque o objeto pretendido
pela Administração pode ser fornecido por todos ou por quase todos
os interessados.

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PRESSUPOSTO JURÍDICO
A licitação viabiliza a realização de algo efetivamente necessário ou
indispensável. A Administração Pública identifica a necessidade de
certa contratação, comprova ou justifica tal situação e, somente a
partir daí, realiza ou não a licitação (casos de dispensa e
inexigibilidade). Jamais poderá ordenar a licitação apenas para
servir ao desejo dos interessados.
A licitação pressupõe a necessidade de atender ao interesse público
e deve ser o meio apto para isso; demonstrando, assim, seu
pressuposto jurídico.

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PRESSUPOSTO FÁTICO
 Entende-se por pressuposto fático a possibilidade de participação
de mais de um interessado a ser contratado, fornecedor ou
prestador de serviços, na licitação. Se for certo que não haverá
oportunidade para a confrontação de propostas, já que apenas
determinada contratação atenderia eficazmente o interesse
público, não deverá ser realizada a licitação.

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EXCEÇÕES AO DEVER DE LICITAR
Dispensa de licitação: é a situação que se verifica sempre que, embora
viável a competição em torno do objeto licitado, a lei faculte a
realização direta do ato. Os casos de dispensa devem estar
expressamente previstos em lei - rol taxativo. Na Lei n. 8.666/93, há
dois artigos que se referem aos casos de dispensa (artigos 17 e 24).

Inexigibilidade de licitação: quando é inviável a competição em torno


do objeto que a Administração quer adquirir ou porque há apenas
uma pessoa que atende as necessidades da Administração (artigo 25
da Lei n. 8.666/93). O artigo 25 traz um rol exemplificativo, havendo
a possibilidade de ampliação dos casos em concreto

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HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
 O artigo 17, incisos I e II, da Lei n. 8.666/93 cuida das hipóteses
de dispensa de licitação em casos de alienação de bens
públicos.
 dação em pagamento - se o Poder Público tem dívida e quer
dar um bem em pagamento, não haverá necessidade de
licitação;
 doação de bens - desde que seja feita exclusivamente para
entes da Administração Pública;

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HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
 permuta (troca) - o bem da permuta deve possuir características
que o torne único para a hipótese que a Administração necessita.
A avaliação deve ser prévia e o preço compatível com o valor
de mercado;
 investidura;
 venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de
qualquer esfera do governo;

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HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
alienação, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais
de interesse social, por órgãos ou entidades da Administração
Pública, especificamente, criados para esse fim.

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HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
 O inciso II trata das hipóteses de dispensa de licitações destinadas à
alienação de bens móveis:
 “a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
 permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública;
 venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada
a legislação específica;
 venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

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HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas
finalidades;
venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por
quem deles dispõe.
§1.º - Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste
artigo, cessadas as ações que justificaram a sua doação,
reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora.(...)”

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LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
Nesse caso, a Administração pode dispensar a competição. A
contratação direta existirá porque a competição, embora possível,
não ocorrerá, por opção da Administração.
O artigo 24 da Lei n. 8.666/93 trata de todos os outros casos de
dispensa que não se refiram à alienação de bens públicos

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DISPENSA DE LICITAÇÃO
Inciso I: dispensa a licitação para obras e serviços de engenharia de
valor até 10 % do limite previsto para a execução dessas atividades
na modalidade de convite (artigo 23, inciso I, alínea “a”).
Inciso II: dispensa a licitação para outros serviços e compras de valor
até 10 % do limite previsto para a sua aquisição na modalidade de
convite e para alienações nos casos estabelecidos na lei (artigo 23,
inciso II).
Inciso III: dispensa de licitação em casos de guerra e de grave
perturbação da ordem. Apenas podem ser dispensados da licitação
os contratos que tenham relação com esses eventos.

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DISPENSA DE LICITAÇÃO
Inciso IV: dispensa de licitação em casos de emergência ou calamidade
pública. A lei dispõe que, nos casos em que o Estado estiver
emergencialmente necessitando contratar, poderá firmar um contrato sem
licitação. Situação emergencial é aquela em que o decurso de tempo
poderá ocasionar prejuízo ou dano (por esse motivo, a licitação poderá
ser dispensada). Os contratos firmados por emergência não podem ter
prazo de vigência por mais de 180 dias.

Inciso V: dispensa de licitação no caso de desinteresse pela licitação


anterior. O desinteresse se demonstra na licitação deserta (aquela em que
não aparecem interessados) e na licitação fracassada (caracterizada
quando todos os licitantes são desqualificados ou nenhuma proposta é
classificada).

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DISPENSA DE LICITAÇÃO
A dispensa da licitação, tendo em vista o artigo e seus incisos acima
descritos, poderá ser caracterizada segundo 4 (quatro) critérios:
em razão do valor (Lei n. 8.666/93, artigo 24, parágrafo único);
em razão da pessoa a ser contratada (como, por exemplo,
associações de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e
de comprovada idoneidade);
em razão da situação (guerra, grave perturbação da ordem,
emergência ou calamidade);
em razão do objeto (gêneros perecíveis, materiais usados pelas Forças
Armadas).

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HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
É inexigível licitação quando inviável a competição em torno do objeto
pretendido pela Administração. Nesse caso, contrata-se diretamente.
O que diferencia dispensa e inexigibilidade é que, na primeira,
a competição é possível, mas a Administração poderá dispensá-la,
enquanto a inexigibilidade é a possibilidade de contratação sem
licitação, por ser a competição inviável.

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HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
O artigo 25 da Lei n. 8.666/93 enumera algumas das
hipóteses de inexigibilidade de licitação.

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ARTIGO 25 DA LEI N. 8.666/93
 Inciso I: “para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes”. (itálico nosso)
 Inciso II: trata de contratação direta quando o serviço for de natureza singular
e desenvolvido por profissional notoriamente especializado. São necessários,
portanto, dois requisitos: serviço de natureza singular (artigo 13, incisos I a VIII)
e realizado por profissional notoriamente especializado (no próprio artigo 25,
§ 1.º, a lei dispõe quem é o profissional notoriamente especializado).
 Observação: é vedada a inexigibilidade para os serviços de publicidade e
divulgação.
 Inciso III: contratação de profissional do setor artístico, desde que reconhecido
pela crítica ou pela população.
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HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
O § 2.º do artigo 25 dispõe sobre a responsabilidade solidária do
fornecedor ou prestador de serviços e o agente público responsável
pelos danos causados à Fazenda Pública, se comprovado
superfaturamento, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
O artigo 26 refere-se tanto à dispensa como à inexigibilidade, sendo
necessária a motivação, ou seja, tanto uma como a outra devem ser
necessariamente justificadas.

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MODALIDADES DE LICITAÇÃO
A licitação pode ser processada de diversas maneiras. As
modalidades de licitação estão dispostas no artigo 22 da Lei n.
8.666/93, que prescreve cinco modalidades de licitação:
Concorrência
Tomada de preços
Convite
Concurso
Leilão

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MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Há uma modalidade de licitação que não consta no artigo citado
acima, instituída inicialmente por Medida Provisória, ora
transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002: é a licitação
por Pregão. Assim, hoje subsistem seis modalidades, já que o PREGÃO
passou definitivamente a integrar o rol de modalidades.

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CONCORRÊNCIA
A concorrência está prevista no artigo 22, § 1.º, da Lei n. 8.666/93 e
pode ser definida como “modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto”.
A Lei prevê, no artigo 23, a tabela de valores para cada
modalidade de licitação. A concorrência é a modalidade obrigatória
para os valores determinados nos incisos deste artigo.

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CONCORRÊNCIA
Temos, ainda, casos em que a lei manda que seja adotada a
modalidade concorrência, independentemente de “valores”, a saber:
nos casos de alienação;
licitações internacionais;
licitações de concessões e permissões de serviços públicos.

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TOMADA DE PREÇOS
Prevista no artigo 22, § 2.º, da Lei n. 8.666/93, pode ser definida
como “modalidade de licitação entre interessados previamente
cadastrados no ramo do objeto licitado ou entre pessoas que
previamente, no prazo legal, atenderem a todas as condições
exigidas para cadastramento” (até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação).

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TOMADA DE PREÇOS
 É uma modalidade mais simplificada, mais célere que a concorrência
e, por esse motivo, não está voltada a contratos de grande valor
econômico, e sim aos de vulto médio.
 A tomada de preços, portanto, destina-se a dois grupos de pessoas
previamente definidos:
 Cadastrados: para que a empresa tenha seu cadastro, deverá
demonstrar sua idoneidade. Uma vez cadastrada, a empresa estará
autorizada a participar de todas as tomadas de preço.
 Não cadastrados: se no prazo legal – três dias antes da
apresentação das propostas – demonstrarem atender aos requisitos
exigidos para o cadastramento, poderão participar da tomada de
preço.

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CONVITE
O convite está previsto no artigo 22, § 3.º, da Lei n. 8.666/93, e
pode ser definido como “modalidade de licitação entre interessados
do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa,
a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas”.

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CONVITE
É a modalidade mais simplificada de licitação e, por isso, é destinada a contratos
de pequeno valor. Além de prazos mais reduzidos, o convite tem uma convocação
restrita. Pela lei, somente dois grupos podem participar do convite:
Convidados: a Administração escolhe no mínimo três interessados para participar
da licitação e envia-lhes uma carta-convite, que é o instrumento convocatório da
licitação nesta modalidade.
Cadastrados, no ramo do objeto licitado, mas não convidados: todos os
cadastrados no ramo do objeto licitado poderão participar da licitação, desde
que, no prazo de até 24h antes da apresentação das propostas, manifestem seu
interesse em participar da licitação. Observação: Alguns autores têm sustentado
que essa exigência de manifestação dos cadastrados até 24h antes da
apresentação das propostas seria inconstitucional, tendo em vista que fere o
princípio da isonomia.

51
CONVITE
 De acordo com a liberalidade da lei, esses são os dois grupos que
podem participar do convite. Há, entretanto, uma construção
interpretativa da doutrina que entende que um terceiro grupo
poderia participar da licitação:
 Não cadastrados, não convidados, que demonstrem atender
previamente aos requisitos exigidos para o cadastramento: se para a
tomada de preços, que é uma modalidade mais rigorosa, admite-se
a participação dos não cadastrados que demonstrem atender
previamente os requisitos exigidos para o cadastramento, não
haveria lógica em não se autorizar os não cadastrados, nesta
situação, a participarem do convite.

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CONCURSO
O artigo 22, § 4.º, da Lei n. 8.666/93 prevê o concurso, que pode ser
definido como “modalidade de licitação aberta entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias”.

53
LEILÃO
Previsto no artigo 22, § 5.º, da Lei n. 8.666/93, pode ser definido
como “modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis prevista no artigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avaliação”. (itálico nosso)
Observação: “bens móveis inservíveis não são, necessariamente, bens
deteriorados, mas sim bens que não têm utilidade para a
Administração.” [1]

[1] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo.

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PREGÃO
Modalidade licitatória inicialmente inserida pela Medida Provisória n.
2.026, de maio de 2000, reeditada na Medida Provisória n. 2.182-
16 de 28.6.2001, transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de
2002.
É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens e serviços
comuns, assim considerados: os com padrões de desempenho e
qualidade que possam ser objetivamente definidos no edital por meio
de especificações do mercado.

55
TIPOS DE LICITAÇÃO
 A Lei n. 8.666/93 define os tipos de licitação no art. 45, § 1.º, ou seja,
a maneira de julgamento de um procedimento licitatório. Nada impede,
entretanto, que leis especiais disponham de forma diversa, trazendo
regras específicas a esse procedimento.
 Há a previsão de quatro tipos diferentes de licitação que podem ser
aplicados a todas as modalidades (salvo a modalidade concurso, que
pode adotar outros tipos de procedimento):
 Menor preço: o proponente vencedor será aquele que apresentar
proposta com o menor valor nominal.
 Melhor técnica: será vitorioso o proponente que apresentar a proposta
de melhor técnica dentro das especificações da Administração. É o
instrumento convocatório aquele que define qual a melhor técnica e
quais os critérios a serem observados.

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TIPOS DE LICITAÇÃO
 Técnica e preço: de acordo com os preceitos do instrumento
convocatório, a Administração conjuga a melhor técnica e o menor
preço (a proposta deverá apresentar técnica satisfatória e preço
mais vantajoso).

 Maior lance ou oferta: será aplicado nos casos de alienação de


bens ou concessão de direito real de uso.

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FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
 Os autores dividem a licitação em duas fases: interna e externa.
 A fase interna tem início com a decisão de realizar o procedimento licitatório. Reúne
todos os atos que, pela lei, devem anteceder o momento da publicação do instrumento
convocatório.
 Não há uma definição da seqüência dos atos que devem ser praticados na fase interna, o
que fica a critério de cada Administração. Com a publicação do instrumento
convocatório, encerra-se a fase interna.
 A fase externa é iniciada com a publicação do instrumento convocatório, que se destina
aos interessados em contratar com a Administração.
 Nessa fase, as etapas do processo são perfeitamente definidas e a seqüência deve ser
obrigatoriamente observada:
 edital;
 apresentação da documentação e das propostas;
 habilitação;
 classificação;
 adjudicação;
 homologação.
 Para alguns autores, a homologação estaria antes da adjudicação.
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EDITAL
O edital reflete a lei interna das licitações e obriga as partes
envolvidas às suas regras, decorrência do princípio da vinculação ao
edital, que deve ser respeitado tanto pela Administração quanto
pelos participantes

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CONTEÚDO DO EDITAL
 O art. 40 da lei em estudo dispõe sobre o conteúdo do edital:
 objeto da licitação, que não poderá ser descrito genericamente;
 prazos e condições para a assinatura do contrato ou para a
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64;
 garantias para a execução do contrato;
 sanções para o caso de inadimplemento;
 local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
 critério de julgamento das propostas;
 condições de pagamento.

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APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS
As propostas são as ofertas feitas pelos licitantes. A lei exige um prazo
mínimo a ser observado entre o momento da publicação do instrumento
convocatório e o da apresentação das propostas. Esse prazo variará de
acordo com a modalidade, o tipo e a natureza do contrato (art. 21 da
Lei n. 8.666/93).

A proposta deve ser apresentada em envelope lacrado, por força do


princípio do sigilo das propostas, diverso do envelope referente aos
documentos necessários para habilitação. Devassar o conteúdo de uma
proposta é crime previsto pela Lei das Licitações. Assim, o licitante deve
apresentar no mínimo dois envelopes: o primeiro contendo a
documentação relativa à capacitação do licitante, condições técnicas,
econômicas, jurídicas e fiscais, e o segundo, a proposta propriamente
dita.

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HABILITAÇÃO
 Nessa fase, o objetivo da Administração Pública é o conhecimento das
condições pessoais de cada licitante. O órgão competente examinará a
documentação apresentada, habilitando-a ou não.
 O art. 27 dispõe sobre a documentação exigida dos interessados:
 habilitação jurídica;
 qualificação técnica;
 qualificação econômico-financeira;
 regularidade fiscal;
 cumprimento ao inc. XXXIII, art. 7.º, da Constituição Federal.

 O art. 28 trata da documentação relativa à habilitação jurídica,


documentos que demonstrarão que o licitante estará apto a exercer
direitos e a contrair obrigações.
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HABILITAÇÃO
O art. 29 refere-se à habilitação fiscal. Serão analisadas a existência de débitos
do licitante com a Administração Pública e sua regularidade com a Seguridade
Social (art. 195, § 3.º, da Constituição Federal).
Quanto à qualificação técnica, as exigências encontram-se relacionadas no art.
30 da lei em estudo, “Demonstração da capacidade para executar o contrato”.
Ex.: possuir equipamento, material e mão-de-obra suficientes para a execução do
contrato.
O art. 31 dispõe sobre a habilitação financeira. A documentação exigida
possibilita a análise da saúde financeira do licitante em suportar o cumprimento
do contrato.
O licitante deverá, ainda, demonstrar que tem qualificação trabalhista e cumpre
a proibição imposta pelo art. 7.º, inc. XXXIII, da Constituição Federal.
Se o licitante demonstrar possuir as condições necessárias, será considerado
habilitado e poderá passar para a fase seguinte. Os inabilitados, ao contrário,
serão excluídos da licitação, recebendo os seus envelopes com as propostas
devidamente lacradas.

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CLASSIFICAÇÃO
É a etapa do procedimento licitatório em que são apreciadas e
julgadas as propostas dos licitantes habilitados. Nesse momento, serão
abertos os envelopes das propostas comerciais.
O processamento da fase de classificação variará de acordo com o
tipo de procedimento (tipificado no art. 45 da lei em estudo).

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DESCLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS
A desclassificação das propostas está disciplinada no art. 48, caput, da
Lei n. 8.666/93:
 Inc. I – serão desclassificadas “as propostas que não atendam às
exigências do ato convocatório da licitação”.
 Inc. II – “propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou
com preços manifestamente inexeqüíveis, assim considerados aqueles
que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes
com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são
compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas
necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação”.
O inc. II dispõe sobre duas situações distintas:
o licitante apresenta proposta com valor superior ao limite máximo
previsto no instrumento convocatório;
falta de seriedade econômica da proposta.

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DESCLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS – OBSERVAÇÕES
RELEVANTES
 Admite-se que o instrumento convocatório contenha um parâmetro relativo ao
valor do objeto. O licitante que apresentar uma proposta abaixo do parâmetro
mínimo especificado deverá demonstrar como executará o contrato. Caso
demonstre, a proposta poderá ser classificada; se não demonstrar, será
desclassificada.
 Há certas hipóteses em que a estipulação do valor mínimo é obrigatória (art. 48,
§ 1.º, da Lei n. 8.666/93), como nos contratos que envolvem serviços de
engenharia; nesses casos, sempre que a proposta estiver abaixo do percentual
que a lei prescreve, o licitante deverá demonstrar como cumprirá o contrato (é um
parâmetro legal que independe da vontade do administrador).
 Se uma proposta trouxer uma vantagem extraordinária que não esteja explícita
no instrumento convocatório, a Administração deve desconsiderá-la, como se não
estivesse escrita, e julgar apenas a parte que está em conformidade com o
instrumento convocatório (art. 44, § 2.º, da Lei n. 8.666/93).
 Se todas as propostas forem inabilitadas ou desclassificadas, verifica-se o que se
chama de “licitação fracassada”. Nesse caso, a lei faculta à Administração tentar
“salvar” a licitação (art. 48, § 3.º, da Lei n. 8.666/93), permitindo que todos os
inabilitados apresentem nova documentação ou todos os desclassificados
apresentem nova proposta (o prazo para apresentação de documentos ou
propostas é de oito dias).

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CURIOSIDADES PRÁTICAS
 Quando o tipo de licitação for o de melhor técnica, processa-se de
acordo com o regulado pelo art. 46, §1.º, da Lei n. 8.666/93. Deverão
ser apresentados dois envelopes. Os da proposta técnica deverão ser
abertos primeiro. Com o resultado do julgamento técnico, abrem-se os
envelopes da proposta preço. O administrador deverá comparar o
preço apresentado pelo licitante vencedor do julgamento técnico com o
menor preço apresentado pelos demais licitantes. Se o preço do
vencedor estiver muito acima, pode-se fazer uma tentativa de acordo
para diminuição do valor; se não houver acordo a Administração,
poderá ser afastado o primeiro colocado e iniciar-se-á uma negociação
com o segundo, e assim por diante.
 Quando o tipo for técnica e preço, em primeiro lugar serão abertos os
envelopes da proposta técnica. Concluído o julgamento, abrem-se os
envelopes da proposta preço, havendo o julgamento deste. Encerrado,
combinam-se as propostas conforme o critério determinado no
instrumento convocatório. Nesse tipo de licitação, não se faz acordo
como no anterior.

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HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
Homologação é o ato administrativo pelo qual a autoridade superior
manifesta sua concordância com a legalidade e conveniência do
procedimento licitatório.
Adjudicação é o ato administrativo pelo qual se declara como
satisfatória a proposta vencedora do procedimento e se afirma a
intenção de celebrar o contrato com o seu ofertante.

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ADJUDICAÇÃO
O primeiro classificado não tem direito subjetivo à adjudicação.
O adjudicatário não tem direito subjetivo ao contrato, visto que a
Administração poderá revogar a licitação antes da assinatura do
contrato.
São efeitos da adjudicação:
direito do adjudicatório de assinar o contrato, na hipótese de ele vir a ser
celebrado;
liberação dos demais proponentes em relação às propostas
apresentadas;
direito da Administração de, no prazo de validade da proposta, exigir
do adjudicatário o aperfeiçoamento do contrato nos termos resultantes
do procedimento licitatório.

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ANULAÇÃO
Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos em razão de sua
ilegalidade. Quando se fala, portanto, em anulação de uma licitação,
pressupõe-se a ilegalidade da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo.
A licitação poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via
judiciária.
A anulação de uma licitação pode ser total (se o vício atingir a origem
dos atos licitatórios) ou parcial (se o vício atingir parte dos atos
licitatórios).

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REVOGAÇÃO
Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconveniente ou
inoportuna. Desde o momento em que a licitação foi aberta até o final
da mesma, pode-se falar em revogação. Após a assinatura do
contrato, entretanto, não poderá haver a revogação da licitação.
A revogação também está disciplinada no art. 49 da Lei n. 8.666/93,
que restringiu o campo discricionário da Administração: para uma
licitação ser revogada, é necessário um fato superveniente,
comprovado, pertinente e suficiente para justificá-lo.

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DESISTÊNCIA DO PROPONENTE
Até o final da fase de habilitação, o licitante pode, legitimamente,
desistir da licitação, visto que sua proposta ainda não foi conhecida.
Abertos os envelopes na fase de classificação, porém, o licitante não
poderá desistir, salvo nos casos de fato superveniente que justifique a
sua desistência (a justificação deve ser aceita pela Comissão de
Licitação).

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SANÇÕES PENAIS
Os arts. 89 a 98 da Lei n. 8.666/93 tipificam as condutas criminosas
e as respectivas penas, que serão de detenção (variável de seis meses
a dois anos) ou de multa (fixada entre 2% e 5% do valor do contrato,
revertendo-se à Fazenda da entidade licitante).

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LICITAÇÕES – RECURSOS
A Lei n. 8.666/93 prevê, no Cap. V – art. 109, três tipos de recursos
possíveis no processo licitatório:
recurso hierárquico;
representação;
pedido de reconsideração.
Os três recursos aperfeiçoam o sistema de controle interno da licitação,
por serem conhecidos e processados pela própria Administração Pública,
não se confundindo com o direito de petição (art. 5.º, inc. XXXIV, da CF)
nem com a possibilidade de representação, seja ao Ministério Público ou
ao Tribunal de Contas. Tais instrumentos (petição e representação) podem
ser exercitados por qualquer pessoa e serão ou não atendidos além dos
limites da Administração-licitante.

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RECURSO HIERÁRQUICO
O recurso hierárquico (ou recurso administrativo em sentido estrito) é
cabível contra:
habilitação ou inabilitação do licitante;
julgamento das propostas;
anulação ou revogação da licitação;
indeferimento, alteração ou cancelamento de inscrição no registro
cadastral.
O prazo para a interposição será de 5 dias, salvo se a modalidade
for a do convite e o recurso dirigido contra a habilitação, ou
inabilitação, e contra o julgamento, hipóteses em que será de 2 dias
úteis. O prazo é contado a partir da intimação ou da lavratura do
termo (para os que estiverem presentes).

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REPRESENTAÇÃO
Cabe a representação contra decisões havidas no processo licitatório
e que não comportam recurso hierárquico. É dirigida à autoridade
superior para que se altere decisão emanada da autoridade inferior
(Ex.: modificação do objeto da licitação).

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PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
O pedido de reconsideração é cabível contra decisão que impôs as
sanções de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. É
dirigido ao ministro de Estado ou ao secretário estadual ou municipal,
no prazo de 10 dias úteis.

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EFEITOS E PROCESSAMENTO
 Os recursos operam efeitos devolutivos, salvo nos casos de habilitação ou
inabilitação e julgamento das propostas, que sempre produzirão efeitos
suspensivos, conforme dispõe o § 2.º do art. 109 da Lei n. 8.666/93.
 Os demais apenas produzirão efeitos suspensivos por decisão da autoridade
destinatária do recurso. A decisão, que concede ou não o aludido efeito, é
discricionária. Para conceder o referido efeito, porém, deverá a autoridade
motivar o ato, indicando o interesse público presente.

 A interposição dos recursos hierárquico e de representação deve ser


comunicada aos demais licitantes, que poderão impugná-los no prazo de 5 dias
úteis.

 Se não ocorrer a interposição de recursos, ou seja, se os licitantes não


impugnarem as decisões no curso do processo licitatório, decaindo do direito de
recorrer, aqueles atos passarão a ser definitivos, operando-se a preclusão
administrativa, ou coisa julgada administrativa.

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