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CANTOS E ENCANTOS: DIANTE DE UMA

ESTÉTICA DA REPETIÇÃO NOS ERENKON DO


CIRCUM-RORAIMA

Devair Antônio Fiorotti


UERR / PPGL-UFRR /
PPGE-UERR e IFRR / CNPq
O projeto Panton Pia’
 Iniciado em 2007, primeiro registrou 29 narradores indígenas
de 17 comunidades da TI São Marcos.
 Depois, concluiu em 2014 as entrevistas de mais 10
narradores, de seis comunidades, na TI Raposa Serra do Sol.
 Método de registro oriundo da História Oral.
 Os narradores estão assim distribuídos: 27 homens e 12
mulheres, sendo por etnia: 24 macuxi; 6 taurepang; 6
wapishana; 1 indeterminada. Entre esses merece menção uma
etnia cuja tribo enquanto tal não mais existe: uma sapará-
macuxi; e outro que menciona wapichana e sua relação com o
nome karapiwa.
 Na terceira fase, iniciada em 2015, o projeto está registrando e
analisando cantos, rezas e supertições de indígenas dessas
duas terras.
 Até o momento há registro de uns 110 cantos.
 Parixara, tukui, aleluia, marapá.
Manaaka e Yauyo
 Terêncio Luiz Silva e Zenita de Lima.
 Primeiro contato se deu no dia 21 de fevereiro de 2013.
 Nos dias 25 a 27 do mesmo mês estavam sendo gravadas as
músicas.
 Foram gravadas 81 músicas, assim distribuídas: 23 parixaras,
40 tukuis, 6 marapás e 12 areruias.
 Bento Luiz, seu pai; Alfredo Giron, da comunidade indígena
Manakrü, em Santa Elena de Uiarén, na Venezuela; avô Luiz,
da comunidade indígena Lago Verde, no Uiramutã; e avô
Simplício, da comunidade indígena Santa Isabel, Pacaraima.
Pariisara/parixara
 O parixara esta relacionado em geral à fartura das colheitas,
chegada da caça ou pesca com fartura e a datas
comemorativas.
 Grünberg diz que o "parischerá é a dança dos porcos e de
todos os quadrúpedes. (1996:79)".
 Há referência ainda, por exemplo, a sapos (Kunawa) e além
de pássaros (Yei-Yei [ferreiro], kîrî-kîrî [periquito]).
 Diz im Thurn que, além da dança mais coletiva, em geral em
círculo ocasionalmente se dançava separado imitando animais
(1883: 324).
 Instrumentos: Kewei, xiri-xirimauya (chocalho): chocalhos de
vários formatos, feitos de sementes, conchas e unhas de
animais.
parixara 6
mîirirî mîirirî nekokomamîi
mîirirî mîirirî nekokomamîi
upono pîrenmapî’pî nekokomamîi
upono pîrenmapî’pî nekokomamîi

mîirirî mîirirî nekokomamîi


mîirirî mîirirî nekokomamîi
upono pîrenmapî’pî nekokomamîi
mariipa pîrenmapî’pî nekokomamîi

mîirirî mîirirî nekokomamîi


mîirirî mîirirî nekokomamîi
upono pîrenmapî’pî nekokomamîi
upono pîrenmapî’pî nekokomamîi
parixara 6

assim estou vivendo


estou vivendo
com minha roupa estou vivendo

amanhecido com minha roupa


vestido de inajá
estou vivendo
parixara 3

em cima da casa
canta o passarinho
passarinho
meu passarinho
passarinho corrupião
Tukui/tukuxi
 Significa beija-flor, e são cantos em geral relacionados à
sabedoria dos pajés, para se fazer intervenções na
natureza, como chamar chuva, acalmar trovões, e que
também eram dançados coletivamente.
 Também refere-se à flora, à floração, e pertencia
principalmente aos guerreiros e pajés sua dança.
 40 de um total de 81 cantos.
 Usavam além de saias de fibras, como buriti, beija-flores
dessecados como ornamentos, mesmo outros pássaros.
 Diante da presença das religiões fundamentalistas, foi o
ritmo mais atacado, pois relaciona-se ao pajé e seus
conhecimentos.
Koch-Grünberg diz que o tukui é a dança de todos os pássaros,
principalmente beija-flor, e de todos os peixes:

usam somente a tanga e estão pintados com motivos


artísticos ou simplesmente besuntados com argila
branca, no cabelo também, o que dá a muitos uma
aparência extremamente selvagem. Em grupo de dois
ou de três, parte deles de braços dados, andam um
atrás do outro, dobrando os joelhos, batendo com o pé
direito no chão. Os homens acompanham sempre o
mesmo som de madeira estridente num curto pedaço de
taquara (2006: 78-9)

[Marreca banha, paturi banha, estou dizendo


Tabatinga, tabatinga, estou dizendo]

[Venho como Garça


Venho com ombros pintados de tabatinga, de tabatinga]
tukui 18

tuna
a cor d'água
com tabatinga eu pinto
eu pinto a água
tawake
Marapá
 estilo de música praticamente desconhecido em Roraima, já
que parixara, tukui e areruia são palavras de uso comum.
 Segundo Terêncio Luiz Silva, o marapá significaria morcego.
Armellada fala de marakpa, marapa e mesmo sapará como
uma dança pertencente aos espíritos mawaríes (1988).
 Os mawaríes seriam seres fabulosos que habitariam as
montanhas e cascatas, águas profundas e cristalinas, além de
alguns animais também poderem sê-los. Depois de dançarem
dias com as esposas de uma aldeia, enquanto os maridos
estavam caçando, os mawaríes teriam levado uma moça
recém-púber. Os marapás teriam sido trazidos aos homens
por essa moça que teria sido engravidada: ela e seu filho
ensinaram a dança e os cantos aprendidos com os mawaríes
(Armellada 1988)
Marapá 3
kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
waitupiri’ kuratiki’ye’ waitupiri’

kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’


kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
waitupiri’ waitupiri’ waitupiri’

kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’


kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
waitupiri’ kuratiki’ye’ waitupiri’ Marapá 3

kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’ em cima do caimbé sempre passeia o waitupiri’


kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’ o waitupiri’
waitupiri’ waitupiri’ waitupiri’
o waitupiri’
kuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
wuratiki’ye’ ponkon waitupiri’
waitupiri’ kuratiki’ye’ waitupiri’
 A repetição é um procedimento básico da língua, relacionada
à coesão e à coerência textual (Micheletti 1997; Kock 2005).

 Três seriam os níveis da repetição: fonológico (aliteração e


assonâncias), morfológico (morfemas, palavras) e sintático
(paralelismos) (Micheletti 1997).

A partir da retórica, a repetição seria uma característica


fundamental da linguagem poética, reforçando sua
expressividade, pelo princípio da recorrência (Reyzábal 1998).

A repetição seria bem mais que uma figura de linguagem,


pois abarcaria diferentes modalidades estilísticas (Machesse e
Forradela 2007).
 É na igualdade que reside o caráter essencial da repetição;
sem alguma espécie de igualdade, a repetição não existe.
 Pelo menos dois tipos de repetição: de igualdade total e a de
igualdade relaxada.
 Para Zumthor, o traço constante, "e talvez universalmente
definidor" da poesia oral seria a repetição ou o paralelismo,
apesar de não ser exclusividade da poesia oral (1997: 241)
 Esse aspecto é identificado também no texto de Finnegan:
"Repetition - whether as parallelism, or en phrases called
'formulae' - has great literary and aesthettic effect" (1977: 131).
Para este trabalho, qualquer paralelismo é uma repetição. A
palavra repetição e mesmo paralelismo são hiperônimos em
relação a palavras como anáfora, catáfora. Uma anáfora é uma
espécie de paralelismo e uma repetição.
Repetição e ritmo
 Maiakovski dirá: "o ritmo pode ser produzido tanto pelo barulho
repetido do mar quanto pela criada que faz bater a porta" (1991:
41; que "o ritmo é a força essencial, a energia essencial, do
verso" (: 42)
 Haveria ritmo sem repetição, mesmo que não idêntica?
 Os paralelismos, as repetições são produtores de efeitos
rítmicos.
 Para esse trabalho, paralelismo é uma típica divisão textual em
linha e versos balanceados, podendo estar ligadas por
correspondências sobrepostas em três níveis: semântico, de
estrutura sintática e de número de palavras e/ou acentos e/ou
sílabas (Polak 2002: 16)
Finnegan diz que a repetição muitas vezes se apresenta como
parte da natureza primeva dos homens originários (1977: 131) e
que o significado da repetição nestes textos não é claro (: 132). Isso
saltou aos olhos quando me aproximei dos cantos oriundos do
circum-Roraima. A repetição destaca-se, em estruturas
paralelísticas, criando um efeito estético não muito claro. Tenho
dificuldade em definir esse efeito, em traduzi-lo em palavras,
principalmente porque sou um estranho. Mas, com ele, a frase
geradora é intensificada e essa intensificação deve ser pensada
junto com a dança, junto com a música. Esses poemas são
originados e integrantes dessa complexa estrutura estética.
Os poemas apresentam forte isometria, que influencia
diretamente no ritmo, principalmente pela repetição
predominantemente idêntica. Tinianov dirá que quanto mais perto
estão as repetições, tanto mais clara é sua função rítmica (1972:
108). E mais, que a repetição de um só som estrutura menos o
discurso do que a repetição de grupos de sons e diz que "es de
gran importancia desde el punto de vista semántico qué tipo de
grupos se repiten",
e acrescenta que a variedade e monotonia acústica ou articulatória
das . repetições determina também a coloração da poesia (: 109).
Penso que é um caminho para pensar a repetição, essa relação dela
com o ritmo. A partir disso, ela contribui na coloração, naquilo que
mais o identifica enquanto tal, na sua especificidade
Gilles Deleuze fala que a repetição relaciona-se a uma
semelhança extrema ou a uma equivalência perfeita, "mas passar
gradativamente de uma coisa a outra não impede que haja diferença
de natureza entre as duas coisas" (1988: 23). Por mais que pareçam
idênticos, versos postos em paralelismo, a priori idênticos, se
resignificam a cada novo acionamento. Na voz do cantor isso é mais
evidente, mas também no estabelecimento do texto poético, pois a
repetição em si estabelece-se como um significante possibilitador de
significados, gera novos efeitos de significados principalmente
relacionados ao ritmo e à intensificação, à resignificação do efeito da
frase geradora.
Deleuze vai além e relaciona a repetição a uma transgressão.
"Sob todos aspectos, a repetição é uma transgressão" e estaria
relacionada a uma "realidade mais profunda e mais artística" (: 25),
para mais adiante relacionar a repetição à liberdade, uma tarefa de
liberdade (: 28). Em diálogo com Deleuze, a repetição dos cantos
indígenas do circum-Roraima, a meu ver, está intimamente ligada à
transgressão, à liberdade, à festa com dança, música e muito consumo
de pawari, bebida alcoólica feita principalmente de mandioca, como
tanto destacou Im Thurn. Pawari feasts, nomeou ele (1883: 329; ver
também Grünberg: 2006). O consumo de paiwa era em excesso, se
aproximando bastante da descrita por Viveiros de Castro entre os
tupinambá, em "O mármore e a murta" (2011). Im Thurn diz que o
paiwa era feito em canoas e servido abundantemente, "the actual
quantity of liquour consumed by each individual is tremendous" diz ele,
numa festa de dias (1883: 323-325).
A dança, a música, a poesia e sua constituição pela repetição
promovida na festa está relacionada a esse ambiente transgressor,
para o ponto de vista ocidental. Transgressor pois era excessivo no
tempo (dias de festa), na quantidade de consumo de álcool e
principalmente por permitir uma liberdade de expressão
intercomunitária interligada pela arte. A repetição dos cantos está
ligada a esse ambiente em que se concretizava a expressão artística,
ouso dizer, mais completa entre os indígenas do circum-Roraima, pois
envolvia dança, música e poesia.
Imantî pî pona’
Maroko watarikuma
[Lá na subida da cachoeira
Os peixes se enfeitam]
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