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INTERPRETAÇÃO
FILOSÓFICA DO DIREITO
POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA DO DIREITO?
• A expressão filosofia do Pode-se mesmo datar o uso do
direito surgiu somente, termo, quando da publicação
no início do século XIX, dos Princípios da Filosofia do
ainda que a temática
Direito, de autoria de Hegel, em
deite as suas raízes nas
origens da cultura jurídica 1821. Hegel inicia o seu texto,
e política do Ocidente. destinado a servir para o curso
por ele dado de filosofia do
direito, referindo-se à “ciência
filosófica do direito”
• Kant, por sua vez, Puffendorf, Burlamaqui ou
tratou da temática
da filosofia do
Wolf utilizaram outros termos,
direito, mas usou como
outros termos para a “teoria do direito natural”,
ela referir-se: “princípios de direito natural”,
“doutrina do direito”
ou “metafísica do
ou ainda, “ciência do direito
direito”. natural” para tratarem dos
temas próprios da filosofia do
direito.
•A filosofia do direito, que se
constitui num ramo da filosofia
pura, consiste numa reflexão
filosófica sobre o fenômeno
jurídico.
FILOSOFIA DO DIREITO x CIÊNCIA DO DIREITO
x DIREITO POSITIVO
A área de conhecimento da
FILOSOFIA DO
filosofia do direito situa-se em DIREITO -refere-se CIÊNCIA DO DIREITO
patamar diferenciado da ao tema de
investigação
- A segunda tem a
ver como essa ideia
ciência do direito ou da privilegiada nessa irá ser transformada
área de estudos em conhecimento
doutrina do direito positivo. filosóficos, qual seja objetivo e que tenha
a análise da ideia do repercussão no
direito e de sua universo jurídico
realização.
A filosofia do direito, que se
constitui num ramo da filosofia
pura, consiste numa reflexão
filosófica sobre o fenômeno
jurídico
Para que a filosofia do direito possa preencher essa
dupla função, ela trabalha com conceitos abstratos,
necessários para o estabelecimento de um discurso
racional comum entre a filosofia e o direito.
se atribui ao direito
uma função crítica face
ao poder constituído O direito na tradição sempre nas sociedades liberais, o
às injustiças sociais exerceu de uma forma ou de direito serviu como
outra uma função crítica, que instrumento de correção dos
se manifestou contra a abusos e contradições
injustiça do chamado fato implícitos no uso das
totalitário, representando o liberdades individuais.
direito um instrumento de
crítica e de combate
FUNÇÃO NORMATIVA DO DIREITO
• O direito deixa, então, de ser um sistema de normas
fechado, e passa a ser um sistema de normas que tem
a dupla função de regular conflitos e, também,
estabelecer critérios valorativos sobre a ordem
vigente.
O direito contemporâneo encontra-se no paradoxo
provocado pela convivência de duas heranças entre
Juristas e filósofos do sec. XX
Por esta Razão KELSEN
ciência do Filosofia contrapõe Teoria Geral do
Direito com a Filosofia do
direito Direito
O afastamento do Direito
Historicismo Natural do Direito tinha-lhe
A influência marcante do retirado a sua função crítica.
positivismo A ciência do direito reduz-se,
como na perspetiva
kelseniana, a uma análise da
estrutura interna do direito
positivo, ela não pode integrar
em suas considerações as
ideias do justo e do injusto
negação última da função crítica por Kelsen:
• “é totalmente sem sentido a afirmação de que no despotismo não
existe uma ordem jurídica, mas que prevalece a vontade do
déspota....quando o estado despoticamente governado também tiver
qualquer ordem de comportamento humano...essa ordem é
precisamente a ordem jurídica. Negar-lhe o caráter de direito é
simplesmente uma ingenuidade ou arrogância do direito
natural...Aquilo que é apontado como sendo vontade, é somente a
possibilidade jurídica do Aristocrata chamar cada decisão a si... Tal
situação é uma situação de direito, ainda quando for considerada
desvantajosa. Mas também ela tem seus aspetos positivos. O clamor
a favor da ditadura, que não é raro no estado de direito moderno,
demonstra isso claramente”. Theory of Law and State (1949).
Quais as razões para tal rejeição?
• Podemos distinguir duas razões: a primeira origina-se
numa conceção da filosofia do direito, considerada
como uma “razão ordenadora”, que regularia através
de máximas morais a vida na sociedade democrática;