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TERAPIA FAMILIAR E

ACONSELHAMENTO PASTORAL
Uma experiência com famílias de baixos recursos
(STRECK, Valburga Schmied; Terapia familiar e
aconselhamento pastoral: uma perspectiva com famílias
de baixos recursos. São Leopoldo: Sinodal, 1999. 384 p.
(Teses e Dissertações).
Valburga Schmiedt Streck
Possui graduação em Letras pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1972),
graduação em Curso Superior de Estudos Teológicos pela Escola Superior de
Teologia (1972), mestrado em Teologia Prática - Princeton Theological Seminary
(1975), mestrado em Humanidades - Rider University (1977) e doutorado em
Teologia Prática pela Escola Superior de Teologia (1998). É membro da
Academia Internacional de Teologia Prática e co-moderadora da Comissão de
Faith and Order do Conselho Mundial de Igrejas. Professora pesquisadora do
Programa de Pós-Graduação em Teologia da Escola Superior de Teologia. Tem
experiência na área práticas sociais e aconselhamento (counseling) atuando
principalmente nos seguintes temas: redes sociais, família, juventude, gênero,
políticas sociais e suas interfaces com a Teologia Prática. (Texto informado pelo
autor)
As diferentes teorias que estudam a
família
A perspectiva “estrutural funcional”;

*Pensa acerca da estrutura da família, como


esta tenta manter seu equilíbrio funcional;
*Estrutura familiar e a complexidade da
sociedade estão relacionadas;
As diferentes teorias que estudam a
família
O grupo de teorias sistêmicas;

*Se baseia no estudo dos sistemas familiares, na ecologia


bem como no desenvolvimento humano;
*Enfatiza o sistema ao invés do indivíduo;
*A família é um sistema orgânico que tenta manter um
equilíbrio quando é pressionado por forças exteriores;
*Busca entender como a família interage com o meio
ambiente e busca examinar a família nos diferentes
estágios do seu ciclo vital;
As diferentes teorias que estudam a
família
As terias do individualismo e da interação;

*Entende que o senso de identidade da pessoa


é derivado das interações sociais;
*Pressupõe que o indivíduo alinha seu
comportamento em uma situação particular
para adequar as perspectivas culturais;
*Cria-se um mundo simbólico que dão forma ao
comportamento humano;
As diferentes teorias que estudam a
família
Teorias da diferenciação e diversidade

*Inclui a perspectiva feminista e a fenomenológica;


*A perspectiva feminista vê a família como um lugar
de relações afetivas, mas também como um lugar
de subordinação da mulher;
*Entende que a família não pode ser monolítica,
mas que é necessário repensar as formas de
arranjos domésticos;
As diferentes teorias que estudam a
família
Teorias da diferenciação e diversidade

*A noção de família nuclear como norma básica


foi rejeitada e mostrou que os indivíduos
possuem interesses diferentes;
*As feministas apontam à importância com
relação à questão de gênero existente no
contexto que oprimem as mulheres;
As diferentes teorias que estudam a
família
Teorias da diferenciação e diversidade

*Na perspectiva fenomenológica a família é


concebida não como uma estrutura, mas sim como
as interpretações que as pessoas fazem dela;
*Essas interpretações variam de pessoa para
pessoa (subjetiva), e a família não é algo concreto,
mas uma forma de dar sentido às relações
interpessoais;
*A fenomenologia enfatiza a construção social e os
conteúdos da vida diária;
Definição de família
• Conforme Lévi-Strauss, citado por Valburga
Schmiedt Streck (p.25), serve para designar
um grupo social que tem as seguintes
características:
1- Tem a sua origem no casamento;
2 – É formado pelo marido, esposa e pelos filhos
(as) nascidos do casamento, ainda que seja
concebível que outros parentes encontre o seu
lugar junto ao grupo nuclear;
Definição de família
3- Os membros da família estão unidos por:
A- laços legais;
B- direitos e obrigações econômicas, religiosas e
de outro tipo;
C- uma rede precisa de direitos e proibições
sexuais, além duma quantidade variável e
diversificada de sentimentos psicológicos tais
como amor, afeto, respeito, temor, etc.
Definição de família
O parentesco
*Parentesco e família não são a mesma coisa,
apesar de terem o mesmo enfoque: nascimento,
casamento e morte;
*Conforme Lévi-Strauss (apud, STRECK, Valburga
Schimiedt, p.25), “os sistemas de parentesco são, do
ponto de vista antropológico, considerados como
estruturas formais, que resultam da combinação de
três tipos de relações básicas:
Definição de família
O parentesco
* “a-) a relação de descendência, que é a relação
entre pai e filho e mãe e filho; b-) a relação de
consanguinidade, que é a relação entre irmãos;
c-) a relação de afinidade, ou seja, a que se dá
através do casamento, pela aliança.”
Definição de família
O parentesco
* “Estas três relações são básicas e o estudo do
parentesco é o estudo da sua combinação. Essas
relações são a estrutura formal universal.
Qualquer sociedade forma-se pela combinação
dessas três relações. A variabilidade está em
como se faz essa combinação.”
Definição de família
O parentesco
*Nota importante: A condição para a existência
de uma família é a existência de uma outra
família que esteja disposta a dar um homem ou
uma mulher. Assim pode nascer uma nova
família, e na formação das famílias há a
possibilidade de se formar a sociedade.
*A questão do incesto;
Definição de família
O parentesco
* A questão dos “clãs”, que operaram até a idade
média. Max Weber, diz que: “houve uma sociedade
de “clã”, onde o parentesco era supremo e a
unidade econômica, social e religiosa básica era o
grande grupo de parentesco” (apud, STRECK,
Valburga Schimiedt, p.27). Aos poucos isso foi se
dissolvendo, dando lugar a segunda fase (família
básica, pais e filhos) e a terceira fase (separação
entre famílias e negócios);
Definição de família
O parentesco
* A ética protestante em que se estabelece a
perspectiva da comunhão entre homem e
mulher;
* A industrialização (sec XIX) trazem mudanças
radicais para as famílias;
* No Brasil, a família patriarcal;
Definição de família
A descendência
* Entendida como uma ligação biológica entre
pais e filhos;
* Existe o entendimento cultural – pai biológico
ou genitor e o pai cultural. Isto também ocorre
em relação à mãe;
* A descendência significa muitas vezes que a
pessoa é responsável por regras, aspectos da
vida social, privilégios e direitos;
Definição de família
A descendência
* Existem dois tipos de descendência: a cognata e a
unilinear.
*A cognata – aquele que entende em que o lado
materno e paterno são igualmente importantes e
influentes;
* A unilinear – As relações são apenas comum em
um dos dois lados, materno ou paterno (patrilinear
e matrilinear);
Obs: Não confundir com matriarcado e patriarcado
– que são formas de organização politica;
Formas de organização familiar
A família nuclear
* Formada por um homem, uma mulher e seus
filhos;
A família troncal
* É composta normalmente por três gerações.
Um casal que vive com seus pais (dele ou dela) e
seus filhos sob o mesmo teto. Geralmente
encontrada em zonas rurais;
Formas de organização familiar
A família comunitária
* É o tipo de família onde vários grupos de
famílias moram juntos e um ou dois adultos são
os responsáveis, como líderes. Muito comum na
Rússia e Polônia;
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
 Família patriarcal
*Aquela que é gerida e administrada pelo pai, como sendo o
“chefe” da casa;
Família matrifocal
*Aquela que possui o foco de sustento e administração em
torno da figura da mãe;

Casa grande e senzala (Gilberto Freyre)  exemplifica como


se desenhou o modelo de família brasileiro, como se constitui
os seus traços de identidade. Aponta o “machismo”, “o culto
ao pai” e o “maternismo” como uma constante.
**Negro, Índio e Branco (colonizador);
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
Aspectos da família de baixos recursos
*Geralmente liderada por um cônjuge, geralmente
a mãe;
* “Familismo” ou “familiarismo”, entendem que os
interesses da família se tornam mais importantes
do que os interesses e necessidades pessoais;
* “Machismo”, que provém do sistema patriarcal
em que o homem precisa mostrar que é forte física
e sexualmente;
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
Aspectos da família de baixos recursos
*Moreno e Sartri, apontam para um
“Matricentrado”, onde é marcado por uma relação
afetiva via materna entre os membros da família.
“Debaixo de um patriarcado formalmente forte e
realmente débil, funciona um matriado totalizador
de portas adentro”;
*Para Moreno, este vínculo é que estabelece a
identidade dos filhos, principalmente do homem. A
ausência paterna pode causar sérios problemas na
identidade do varão;
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
Aspectos da família de baixos recursos
* O modelo de família que prevalece é o de
“família popular”, em que não há lugar para a
família nuclear. É caracteriza “por um vínculo
forte e estável” e também por “múltiplos
vínculos frágeis e transitórios”. O vínculo forte
circula por via feminina, através de sucessivas
gerações de mulheres que compartilham o
papel materno;
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
Aspectos da família de baixos recursos
* Devido a diversos fatores externos, dos quais não
se tem controle, o homem facilmente deixa de
desempenhar o seu papel de provedor e busca
refúgio no alcoolismo, abandono do lar e outros.
Neste momento ocorre a matrilinearidade, ou seja,
a mãe assume o papel de provedora;
* O homem perde a moral dentro da casa quando
deixa de exercer seu papel de provedor;
Aspectos da família de baixos
recursos: da família patriarcal à
família matrifocal
Aspectos característicos das famílias
descendentes de alemães;
Mitos da cultura teuto-brasileira que
influenciam o sistema familiar;
*A importância de um “Keim” forte;
Considerações Finais
Nesta aula conhecemos as diferentes teorias
que estudam a família bem como o seu conceito
e todas as suas características de constituição
(parentesco e descendência), assim como sua
forma de organização (nuclear, troncal e
comunitária).
Considerações Finais
Observamos também como tem se constituído a família
brasileira, principalmente as de baixos recursos. Sua
transitoriedade de patriarcal a matrifocal e também os
aspectos constituintes das famílias de baixos recursos. Dentre
os aspectos apresentados, destacam-se:

 Matrifocalidade;
 A rede de parentesco;
 A solidariedade;
 A complementariedade entre pais e filhos;
 O homo convivialis em contraste com o homo oeconomicus
e faber;
Aspectos teóricos da Terapia
Estrutural de Famílias e da Terapia
Narrativa
Aspectos teóricos
*Dois modelos de terapia de família:

Modelo de Terapia Narrativa permitiu que as


pessoas narrassem suas histórias;

Modelo de Terapia Estrutural de Famílias que


ajuda a entender a estrutura das famílias, seus
subsistemas e limites e sua hierarquia;
Aspectos teóricos
A Terapia Estrutural teve início entre famílias
de baixos recursos feita na Escola de Wiltwyck
nos Estados Unidos, por esta razão se adapta a
pessoas que vêm de um contexto de opressão e
baixa escolaridade. É um modelo claro e fácil de
entender. Além disso, é voltado à problemática
apresentada e visa objetivos específicos que a
família quer atingir.
Aspectos teóricos
Ao mesmo tempo, ajuda as famílias a
lidarem com os seus problemas através do
diálogo com o terapeuta, que assume uma
postura diretiva e ativa. É um dos modelos
considerados mais eficazes para o uso
terapêutico com famílias de baixos
recursos e o mais recomendado.
Aspectos teóricos
A Terapia Narrativa é um modelo de
terapia de família que se situa entre os
modelos construtivistas de terapia de
família. Usando as ideias de Michel
Foucault sobre saber/poder, tenta separar
o problema das pessoas através da
narrativa.
Aspectos teóricos
Permite o contar e o recontar da história
com o objetivo de assim obter uma nova
história para a vida da pessoa. É um
modelo de terapia utilizado em todas as
classes sociais.
Aspectos históricos da terapia de
famílias
Nasceram a partir das observações de: práticas
clinicas, terapias de grupo (Jakob Moreno e Kurt Lewin),
serviços de orientação infantil (Alfred Adler) e
aconselhamentos de famílias;

Seus influentes: Freud e Carl Rogers. Estes


reconheceram os problemas das pessoas como
provenientes de interações conflituosas nas relações do
passado das pessoas;

***No entanto , a relação terapêutica era mantida na


privacidade e longe do contexto conflituoso.
Aspectos históricos da terapia de
famílias
Outros movimentos que influenciaram o surgimento
da terapia de família foram: o aconselhamento
matrimonial, o movimento de serviço social e a terapia
sexual;

 São pioneiros da terapia de famílias: Jhon Bell, Don


Jackson, Nathan Ackerman, Murray Bowen, Virginia
Sartir e outros. Estes pensaram que o comportamento
do indivíduo pode ser compreendido se se conhece o
seu contexto;
Aspectos históricos da terapia de
famílias
O grupo de Palo Alto na Califórnia, possui forte
influência no surgimento de terapia de famílias.
Desenvolvem um estudo sobre esquizofrenia, em que
se percebe que quando há uma perturbação no
sistema familiar, ela tende a promover um
desequilíbrio, afetando assim sua homeostase.

A teoria de sistemas e a teoria da comunicação


foram usadas por esse grupo para explicar a sequência
de comunicação existente nas famílias. Bateson,
compreende uma metacomunicação (expressões não
verbais, como gestos, postura, expressões faciais,
entonação de voz);
Aspectos históricos da terapia de
famílias
Tenta-se a partir daí explicar que o
comportamento psicótico não é uma ruptura
com a realidade, mas provém da necessidade
que alguém tem de conseguir lidar com um
contexto onde a comunicação é problemática. A
teoria do duplo vínculo (é o conceito que implica
que toda a mensagem possui dois níveis de
comunicação. O que eu falo não condiz com a
minha postura, com meu tom de voz) exerce
forte influência.
Aspectos históricos da terapia de
famílias

***Era importante entender os níveis


das mensagens que eram colocadas, eles
precisavam compreender a interação que
existia entre as famílias.
Aspectos históricos da terapia de
famílias
Na década de 70 a Terapia Estrutural de Famílias se
tornou popular e Salvador Minuchin era o mais
influente líder desta corrente.
Na década de 80 entra em evidência o Grupo de
Milão, liderado por Mara Silvini Palazzoli, G. Cecchin,
Luigi Boscolo e Giuliana Prata.
Na década de 90 a atenção se volta para o
construtivismo social, em que questões políticas e
sociais como violência na família, raça, sexismo,
ecologia são consideradas. O interesse é por um maior
insight e uma maior integração de diferentes
perspectivas.
Aspectos históricos da terapia de
famílias
No Brasil a introdução da terapia de famílias possui
um início semelhante ao dos Estados Unidos. Houve
um trabalho com famílias carentes, no Rio de Janeiro.

O movimento de terapia de famílias no Brasil tem o


seu início efetivo a partir da década de 80 e ganha força
na década de 90.

Aos poucos as universidades foram tomando


interesse por esta nova abordagem terapêutica. Há de
se considerar também a influência da igreja Católica
com as pastorais de família;
Aspectos históricos da terapia de
famílias
No Brasil a introdução da terapia de famílias possui
um início semelhante ao dos Estados Unidos. Houve
um trabalho com famílias carentes, no Rio de Janeiro.

O movimento de terapia de famílias no Brasil tem o


seu início efetivo a partir da década de 80 e ganha força
na década de 90.

Aos poucos as universidades foram tomando


interesse por esta nova abordagem terapêutica. Há de
se considerar também a influência da igreja Católica
com as pastorais de família;
Conceitos teóricos que influenciaram
a terapia de famílias
Enquanto a psicanálise procurava investigar o
passado histórico da pessoa, os terapeutas familiares
olhavam a perspectiva sistêmica, observando o sistema
familiar e o presente;

É observado que um mesmo comportamento


problemático serve para proteger a família;

EX: Um conflito entre os pais pode ser encoberto pela


dependência de drogas do filho adolescente. Os pais
não se divorciam pois estão envolvidos com o filho.
Conceitos teóricos que influenciaram
a terapia de famílias
Talcott Parsons, um sociólogo funcionalista, aborda a
ideia da “função apropriada da mãe na família é a
expressiva (apoio emocional, manejo de tensões,
cuidado e apoio dos filhos), e do pai instrumental
(decisões administrativas, solução de tarefas grupais e
disciplina dos filhos).

Teoria dos sistemas: subsistemas; homeostase


(feedback positivo e negativo); regras da família; as
fronteiras;
Conceitos teóricos que influenciaram
a terapia de famílias

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