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UTFPR | DADIN
Tecnologia em Design Gráfico
Teoria do Design
Profa. Maureen Schaefer França.
profa.maureen@gmail.com
AI-1 (1964) dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, Eleições indiretas e Desativação do Pluripartidarismo:
suspender direitos políticos por dez anos e demitir qualquer pessoa que ARENA (Aliança Renovadora nacional) X MDB (Movimento
tivesse atentado contra a segurança do país. Democrático Brasileiro).
Cenário político
A fim de evitar uma guerra civil, Jango deixa o país e refugia-se no Uruguai.
GONÇALVES, Emily; NASCIMENTO, Manoel. A DITADURA MILITAR CONTADA PELO OLHAR DO FOTÓGRAFO EVANDRO TEIXEIRA.
http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Pesquisa/pibic/publicacoes/2011/pdf/jor/emily_goncalves.pdf
No entanto, não aconteceu qualquer resistência significativa e o golpe político-militar se consumou em menos de 48 horas.
A guarnição do forte de
Copacabana não aderiu ao
movimento militar e
acabou sendo tomada por
forças comandadas pelo
coronel César Montagna, que
golpeou com as mãos o
sentinela do portão,
invadindo o forte sem
utilizar armas – fato que
ficou conhecido como
“episódio da bofetada” –.
Durante o Regime, o local
foi utilizado como presídio
político. Evandro Teixeira foi
o único fotógrafo a registrar
esse momento
Ditadura militar nos anos 70: período
mais repressivo.
AI-5
Cenário político: movimentos contra a ditadura
Capitalismo X Socialismo.
Caetano Veloso:
“é proibido proibir”.
Fogo na Rural do Exército – Movimento Estudantil.
Rio de Janeiro parou no dia do enterro. Para expressar seu protesto, os
cinemas da Cinelândia amanheceram anunciando três filmes: A noite
dos Generais, À queima roupa e Coração de Luto. Centenas de cartazes
foram colados na Cinelândia com frases como "Bala mata fome?", "Os
velhos no poder, os jovens no caixão" e "Mataram um estudante. E se
fosse seu filho?” Edson Luis foi enterrado ao som do Hino Nacional
Brasileiro, cantado pela multidão.
1968: AI-5 – decretou o fim das liberdades civis e de
expressão: repressão policial, prisões, torturas,
execuções secretas: práticas comuns.
Swinging London
A década de 70, ainda embriagada na inquietação dos anos 60, é marcada por contradições: provocação e repressão, conservadorismo e
liberalismo, contestação e conformação, crescimento macroeconômico e arrocho salarial (MELO e RAMOS, 2011).
Influência
estadunidense
Dias (2004) comenta que o milagre econômico no Brasil (68-73) fortaleceu a
rebeldia dos jovens das classes médias.
Assuntos esotéricos em voga: viagem dos Beatles à Índia, difusão do movimento Hare
Krishna, meditação transcedental.
Cenário cultural: Música
Os festivais de música tiveram início em 1965 na Tv Excelsior. A partir de 1966, estes festivais passaram a acontecer pela Tv
Record, revelando artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Então naquela altura, com o “Fino da Bossa”, depois com a subida do programa Jovem
Guarda, havia um interesse do público de televisão, por música popular, e um misto de
torcida de futebol (...) com partidos políticos. E o dono da televisão manipulando
aquilo, combinando com a gente “Então vocês fazem um grupo, todo mundo
acreditando que era nacionalista, fazem um grupo contra o iê-iê-iê”. (...) pra dar
audiência na televisão, (...) e os festivais surgiram, durante essa época que a música na
televisão tinha essa importância tão grande.
Caetano Veloso
Contexto sociocultural
Jovem Guarda
O Programa Jovem
Guarda inaugurou o
pop/rock nacional,
acertando em cheio uma
juventude sedenta por
integrar-se às novidades
do exterior.
Mobilização da juventude como jamais ocorrera. Roberto Carlos, Wanderléa, Erasmo Carlos, Ronnie Von
O Programa Jovem Guarda difundiu e
instigou um modo de vida jovem: roupas,
cortes de cabelo, desejo pelos “possantes"...
Ronnie Von
1966
Marcas Calhembeque, Tremendão, Ternurinha: bonecas, calças e blusas.
Kenneth Noland Frank Stella
1965
Paixões por carros, solidão nas metrópoles, amores Erasmo Carlos: A Tropicália é uma Jovem Guarda com
impossíveis. consciência das coisas e nos deixou num branco total.
-Contestação ideológica.
Autoritarismo, desigualdades sociais.
-Produções engajadas.
O nome “Tropicália” vem de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica em abril de 1967, onde apresenta uma nova visão artística, com
características tropicais tipicamente brasileiras, que ao se apropriar do espaço coloca o espectador dentro da obra.
Universalizar a linguagem da MPB, incorporando
Tropicália (1967-1968) elementos da cultura jovem mundial.
Extravagante e escandalosa:
som transgressor, roupas
psicodélicas, performances
coreografadas.
Sua atuação quebrou as rígidas dicotomias que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda.
Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.
Oswald de Andrade ironizava a submissão da elite brasileira aos países desenvolvidos. Propunha a "Devoração cultural das técnicas
importadas para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produto de exportação".
Influências
-Movimento Antropofágico.
-Concretismo.
-Kitsch.
-Pop.
-Psicodelismo.
-Ritmos regionais e
estrangeiros
Bolero, Samba-canção, Beatles, Bob
Dylan, Hendrix (guitarra elétrica)
E etc...
Capas de Discos
http://www.youtube.com/watch?v=pObbaUIqlQU
Oiticica, 1968 – Marginália criada a partir do Tropicalismo em 1967. Valorização da cultura marginal em contraposição aos valores
burgueses e elitistas associados à Ditadura Militar. Cinema marginal + Imprensa marginal (Pasquim, Flor do Mal) + Músico maldito
(Jorge Mautner, Luiz Melodia)
Tropicália
-Experimentalismo.
Característico das vanguardas com o tom de crítica social.
-Cultura marginal.
-Protesto comportamental.
Instâncias culturais
Artes: Hélio Oiticica.
Cinema: Glauber Rocha.
Teatro: Grupo Oficina.
Música: Cateano Veloso,
Gilberto Gil, Mutantes.
A relação não-conflituosa da Tropicália com a
propaganda e a tecnologia revela-se um
interessante objeto de estudo.
http://www.labcult.uff.br/tribunal-do-feicibuqui/
-Rogério Duarte
-Luciano Figueiredo
-Oscar Ramos
-Aldo Luiz
-Kélio Rodrigues
-Alegoria.
-Complexidade, referências
múltiplas.
-Liberdade.
-Estética pop.
manifesto musical
http://virgula.uol.com.br/album/musica/quem-e-quem-na-capa-de-sgt-peppers-lonely-hearts-club-band#
capas de livros, cartazes,
logotipos, capas de discos.
-Considerado um dos
mentores intelectuais do
movimento tropicalista.
-Trabalhou no escritório de
Aloísio Magalhães.
As capas são uma salada
de referências assim como
é a Tropicália.
Superbacana (1968)
-Pop Art.
-Ready-made: apropria-se de
algo que já está pronto
(ilustração).
-Estética dos quadrinhos.
-Kitsch: surrealismo barato.
-Serpente: sexo.
-Bananas: subdesenvolvimento.
-Rosto: claro x escuro enigma.
Tudo aquilo que não tinha status
estético de “bom desenho”,
interessava à Tropicália.
Gilberto Gil (1969) – Rogério Duarte. Londres (1971) Capa: Linda Glover. Caetano demonstra uma estética europeia,
com direito a um casaco de pele de carneiro. Um modo de o artista registrar a
saudade do calor brasileiro.
Tom Zé, Todos os olhos (1973). Décio Pignatari, Marcos Pedro Ferreira,
Francisco Eduardo de Andrade. A mais maldita capa do design fonográfico
brasileiro.
Cantar (1974). Capa: Rogério Duarte. Gal Costa. Jorge Mautner (1974). Capa: Rogério Duarte e Caetano Veloso. A capa é
uma mandala, composta de fotos de músicos e amigos. Uroboro - cíclico,
autorreflexão. Enforcado do tarô.
Qualquer Coisa (1975). Capa: Rogério Duarte e Caetano Veloso. Uma homenagem aos Beatles. Versão do álbum Let it be do grupo inglês e, no lugar das quatro fotos
dos integrantes, Caetano aparece em imagens borradas e deslocadas.
Gráfico
Emergência do fragmento.
Aspectos Gráficos
Estilhaçamento da imagem.
Marcas gráficas Art Déco, Mid-Century Modern, Script.
Eugênio Hirsch. Uso de fotografia em alto-contraste. Pop Art. Desconstrução, carimbo, tipos como imagens, colagem, tensão.
Eugênio Hirsch (Viena, 1923-2001): Pintor e artista
gráfico. Capas concebidas como cartazes no ponto-
de-venda. Empenhado na venda do livro.
Prenúncio do design pós-
moderno.
Versatilidade, impacto
visual, liberdade.
Eugênio Hirsch.
Legibilidade, clareza, fidelidade ao conteúdo do livro, nada disso o mobilizava. Ele está muito mais empenhado em surpreender o leitor.
Livros
Bea Feitler, 1962. Arara vermelha. Jayme Cortez. Ziraldo, 1969. Marco na narrativa infantil, na
1969. qual os personagens são cores.
Psicodelismo reprocessado
para o consumo de massa.
Rogério Duarte não
Cartazes vê oposição entre o
racionalismo e a
fantasia, procura
incorporar tudo.
Rogério Duarte
Rogério Duarte: Terra em transe (1967) Glauber Rocha. Rogério Duarte: Meteorango Kid (1969) André Luiz Oliveira.
Desconstrução da imagem. Apropriação da estética psicodélica.
Osvaldo Vanni, 1961. A concisão e a limpeza modernista, que O assalto ao trem pagador, Ziraldo. Lança mão da visualidade dos jornais
vinham dando o tom nas bienais anteriores, são colocadas em populares, dos quais se dizia “se espremermos, sai sangue”.
xeque por meio da desordem escondida sob o aparente sistema de
ordem do padrão de retículas.
Bandido da Luz Vermelha, 1968. Miécio Caffé. Cinema marginal. Citação Benício: tradição da ilustração popular americana, marcada pela pintura
das tradicionais ilustrações realistas de filmes populares. realista.
Benício. Benício: de capas de romances até cartazes das pornochanchadas.
Ziraldo Ziraldo
1969. O anjo nasceu. Thereza Simões. Cinema Marginal. 1969. Matou a família e foi ao cinema. Thereza Simões.
Revistas
Veja (1968). Depois de anos iniciais difíceis, torna-se líder de vendas a partir da década seguinte.
Mercado Editorial
Segmentação do mercado:
diversificação. Revistas de massa.
Revistas de “cultura”.
Público Masculino
Quatro Rodas. Placar.
Público Feminino
-Comportamento feminino: Claudia,
Desfile, Ele Ela e Pais & Filhos.
Público Adolescente
Geração Pop (70`s)
Revistas Concorrentes
Anos 50: Manchete.
Anos 60: Fatos e Fotos.
Cruzeiro (1928)
-Valorização da fotografia.
Civilização Brasileira (ciências humanas)
Invenção (literatura)
Valorização do profissional
artista-designer.
Senhor (1959-1964)
n. 30. Glauco Rodrigues. Cavalinho formado por apostas n. 23. Glauco Rodrigues.
do Jóquei Clube.
Revistas Miolo quase todo impresso em uma
cor. Ás vezes, acrescentados
cadernos em 4 cores, ou cadernos
com acréscimo de uma segunda cor.
Revistas Propagandas da revista Senhor.
Revistas Inovação editorial e gráfica.
Realidade (1966-1976)
Dimensão temporal.
Ângulos diferenciados, borrões,
baixa definição.
Design de Produto e Interiores
No quarto da menina tudo deveria ser “exuberante e movimentado” Nele, “a jovem estudante ouve seus discos, prega recortes na parede,
cartazes do cinema-nôvo, tem coisinhas de estimação, bichinhos, livros de sociologia e política, tudo num ambiente alegre e colorido”. Casa
Claudia.
Jogo de sala de estar em papelão e
almofadas insufláveis da loja
Ah! Se eu pudesse... Casa & Jardim,
vol. 175, agosto de 1969, p. 34-35.
Acervo da Biblioteca Pública do
Paraná. (SANTOS, 2010, p.185)
Capa de janeiro de 1970,
estampando o showroom da
Forma. Casa & Jardim, vol. 180,
janeiro de 1970, p.1. Acervo da
Biblioteca Pública do Paraná.
(SANTOS, 2010)
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
CARDOSO, R. (org.). O design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: Cosac
& Naify, 2005. 358 p. ISBN 85-7503-428-6
MELO, Francisco Homem de.; COIMBRA, Elaine Ramos (Coord). Linha do tempo do design gráfico no Brasil. São
Paulo, SP: Cosac Naify, c2011. 741 p.
MELO, C.H. de (Org.) O design gráfico brasileiro: Anos 60. 2 ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
SANTOS, Marinês Ribeiro dos. O design pop no Brasil dos anos 1970 : domesticidades e relações de gênero na
revista Casa & Jardim. Florianópolis, SC, 2010. 307 p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
REFERÊNCIAS
Links:
Tropicália - http://www.youtube.com/watch?v=SS8uhFa0MYg
Tropicália - http://tropicalia.com.br/
http://tropicalia.com.br/en/leituras-complementares/antimoda-2
http://jeocaz.wordpress.com/2009/02/16/tropicalia-ou-panis-et-
circencis-o-album-manifesto/
http://vitruvius.com.br/jornal/agenda/read/3476
http://www.itaucultural.org.br/jovemguarda/
REFERÊNCIAS
Filmes:
-Jango
-Cidadão Boilesen
-Hércules 56
-O Bom Burguês
-Batismo de Sangue
-Zuzu Angel