Sie sind auf Seite 1von 52

A Nossa Língua

Professora Vanda Barreto


Conceitos: Linguagem e Língua
• Linguagem
• meio e processo de comunicação entre seres humanos, animais ou máquinas.

• Língua Verbal
• meio de comunicação através do qual os seres humanos partilham informação,
saúdam, perguntam, prometem, etc., de uma forma sistemática e convencional,
recorrendo a sinais sonoros ou gráficos.

• Língua
• sistema de representação constituído por palavras e pelas regras que as
combinam em frases, usado pelos falantes de uma comunidade linguística como
principal meio de comunicação oral ou escrito.

Professora Vanda Barreto 2


Conceitos: Comunidade e Falante
• Falante
• utilizador de uma língua.
• Comunidade Linguística
• conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua para comunicarem
entre si;
• a comunidade linguística dos falantes de língua portuguesa é hoje
composta por mais de 250 milhões de pessoas. Mapa da Lusofonia
• Competência Linguística
• é a capacidade intuitiva que o falante tem para usar a sua língua e que
decorre do processo natural de aquisição da linguagem.
• Competência Comunicativa
• capacidade que um falante tem de produzir e receber mensagens e de
adequar o seu discurso aos diferentes contextos.
• Competência Metalinguística
• capacidade que um falante tem para refletir sobre os mecanismos da
gramática da língua que habitualmente usa de modo intuitivo.

Professora Vanda Barreto 3


Mapa da Lusofonia

Professora Vanda Barreto 4


Conceitos: Estatuto das Línguas
• Língua Oficial
• aquela que é usada obrigatoriamente pelos cidadãos no contactos com a
administração do país onde residem;
• a língua oficial nem sempre coincide com a língua nacional.
• Língua Materna
• aquela com que um recém-nascido entra primeiramente em contacto, no
seu ambiente familiar e com a qual faz a aprendizagem da fala.
• Língua Segunda (=não materna)
• é aquela que, depois da sua língua materna, o falante aprende e usa na
comunidade em que está inserido;
• o português é a língua segunda dos imigrantes radicados em Portugal e
de muitos habitantes de países africanos de língua oficial portuguesa
que têm outras línguas maternas.
• Língua Estrangeira
• é a língua não materna, habitualmente aprendida em contexto escolar.

Professora Vanda Barreto 5


Variação Linguística
• Uma língua pode apresentar variação em função de diversos
fatores:

• do espaço: Variação diatópica

• do meio social: Variação diastrática

• da situação discursiva: Variação diafásica

• do tempo: Variação diacrónica

Professora Vanda Barreto 6


Variação Diatópica do Português
• dia (grego dia = através de)
• tópica (grego tópos = lugar)

• Todas as línguas incorporam margens de variação. Estas


variações são maiores quanto maior for o número de falantes e mais
alargada a sua dispersão geográfica.

• O português falado em Portugal apresenta variações no Minho,


no Algarve, no Alentejo, na Madeira e nos Açores, por exemplo.
• Por outro lado, o português de Portugal não é exatamente igual
ao Português do Brasil.

Professora Vanda Barreto 7


Variação Diatópica do Português
• A língua apresenta variedades geográficas que diferem de região para
região, dentro do mesmo país. As suas especificidades podem
manifestar-se ao nível da pronúncia, da entoação, do vocabulário e da
sintaxe.

Região do país Exemplo Significado

Norte fino copo de cerveja

Centro bica café

Madeira lambeca sorvete

Açores trincar o pé pisar o pé

Professora Vanda Barreto 8


Normalização Linguística
“É o processo segundo o qual uma variedade da língua é
adotada como língua padrão, tornando-se a variedade
aconselhada em situações institucionais de uso da língua.
A padronização de uma língua é implementada pelos governos
através da oficialização de normas ortográficas, lexicais e
sintáticas, visando promover uma língua tendencialmente
nivelada e unificada.
O sistema de ensino é o veículo de transmissão e controlo da
língua padrão, também difundida pelos meios de comunicação.”

DOMÍNIOS, Gramática da Língua Portuguesa

Professora Vanda Barreto 9


Variedades do Português

• Ao longo da sua história, os falantes do português entraram em


contacto com outras línguas, daí resultando diferentes
variedades da nossa língua:

• variedade europeia
• variedade brasileira
• variedades africanas
• variedade timorense

Professora Vanda Barreto 10


Mapa dos Descobrimentos Portugueses

Professora Vanda Barreto 11


Variedade Europeia
• É o português falado em Portugal continental e nos
arquipélagos da Madeira e dos Açores.

• Considera a variedade dos falantes cultos de Lisboa, como


língua padrão.

• O português europeu é regulado pela Academia de Ciências de


Lisboa.

Professora Vanda Barreto 12


Características do Português Europeu

Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal depois do verbo Ele disse-me a verdade.

Uso da preposição “a” + infinito Ela está a ler um livro.

Uso de preposições O João foi ao médico.

Uso da 2ª pessoa do singular em registo


Tu queres lanchar cá?
informal (tu)

Vocabulário e expressões próprios Autocarro

Ortografia cómico

Professora Vanda Barreto 13


Dialetos de Portugal
• 1. Dialetos portugueses insulares
açorianos.
• 8. Dialetos portugueses insulares
madeirenses.
• 4. e 10. Dialetos portugueses
setentrionais: dialetos transmontanos e
alto-minhoto.
• 9. 6. 5. Dialetos portugueses
setentrionais: dialetos baixo-minhotos-
durienses-beirões.
• 7. Dialetos portugueses centro-
meridionais: dialetos do centro litoral.
• 2. e 3. Dialetos portugueses centro-
meridionais: dialetos do centro interior e
do centro interior e do sul.

Professora Vanda Barreto 14


Variedade Brasileira

• É o português falado no
Brasil.

• Considera a variedade dos


falantes cultos do Rio de
Janeiro e de S, Paulo como
língua padrão.

Professora Vanda Barreto 15


Características do Português do Brasil

Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal antes do verbo Ele me disse a verdade.

Uso frequente do gerúndio Ele está lendo um livro.

Uso de preposições O João foi no médico.

Uso da 3ª pessoa do singular em registo informal


Você quer lanchar cá?
(você)

Vocabulário e expressões próprios Ônibus (=autocarro)

Ortografia cômico

Professora Vanda Barreto 16


Variedades Africanas
Características Exemplos

Colocação do pronome pessoal antes do verbo Ele me disse a verdade.

Não concordância do sujeito com predicado Você foste sozinha?

Uso de preposições O João foi no médico.

Pronome pessoal “lhe” como CD A avó viu-lhe na praça.

Marca do plural nos determinantes Ele magoou os pé.

Vocabulário e expressões próprios Machimbombo (=autocarro)

Professora Vanda Barreto 17


Variação Diastrática
• dia (grego dia = através de)
• estrática (grego stratu = estrato)

• Quando as diferenças na comunicação resultam de fatores


como a classe social, a idade, a origem étnica ou o nível de
instrução, designam-se por variedades sociais ou variação
diastrática.
Uso de terminologia específica e rigorosa relativa a
Registo técnico
determinada profissão e usada nesse contexto.
Uso de vocabulário e expressões próprios de
Gíria
determinados grupos.
Uso de termos grosseiros, normalmente
Calão provenientes de uma população com um nível
sociocultural inferior.

Professora Vanda Barreto 18


Variação Diafásica

• dia (grego dia = através de)


• fásica (grego phásis = expressão)

• Quando as diferenças na comunicação resultam da


situação em que se encontra o falante, diz-se que as
variações são situacionais ou diafásicas.
• Um falante proficiente deve ser capaz de adequar o seu
registo de língua às diferentes situações de comunicação
em que interage:
• situação formal: implica um registo cuidado, de acordo com a
exigências dos diversos interlocutores;
• situação informal: admite um registo de língua mais espontâneo,
menos controlado.

Professora Vanda Barreto 19


Variação Diafásica
Caracteriza-se por um vocabulário cuidado e frases bem
Registo cuidado construídas. É mais usado em situações formais
(discursos, conferências, crónicas...).

Caracteriza-se por um vocabulário de fácil


Registo corrente compreensão, claro e correto. É o mais usado
diariamente (rádio. TV, conversas...).

Caracteriza-se por um vocabulário menos variado, mas


Registo familiar de fácil compreensão, claro e espontâneo. É o mais
usado diariamente entre a família e os amigos.

Caracteriza-se por um vocabulário mais pobre, simples


Registo popular e espontâneo, denotando muitas vezes pouca instrução
por parte dos seus falantes. É, porém, muito expressivo.

É utilizado principalmente pelos poetas e escritores que


empregam ao seu registo musicalidade, rima e palavras
Registo literário
com diferentes sentidos.
Ex.: “Ervas trémulas dançavam à menor brisa.”
(Sophia Andresen)

Professora Vanda Barreto 20


Variação Diacrónica do Português

• dia (grego dia = através de)


• crónica (grego kronos = tempo)

• A variação diacrónica ou histórica é o conjunto de mudanças


verificadas numa língua ao longo da sua história.

Uma língua muda através dos tempos garantindo uma


continuidade e, ao mesmo tempo, uma inovação, que permita
preencher novas necessidades comunicativas dos falantes.

Professora Vanda Barreto 21


Cronologia do Português
Período de Galaico- Português Português Português
Pré- românico Românico transição português Antigo Clássico Contemporâneo

Séc.
Séc.II ac/ I ac Séc. I ac/ IX Séc. IX/XI Séc. XI/XII Séc. XII/XV XVI/XVIII Séc. XIX/XXI
Com a
Reconquista
Grandes 218 ac: Alguns termos Cristã (1000- Época em que Surgem as
migrações de romanos galaico- 1249), o o português se primeiras
povos indo- 409/711 portugueses Galaico- “independiza” gramáticas
europeus de germânicos. surgem nos português do galaico- da língua
leste para 711mouros textos latinos, consolida-se português. portuguesa e Fase do
oeste. mas o galaico- como língua 1296, D.Dinis o primeiro português
Durante 10 português é falada e escrita decreta que os dicionário europeu, escrito e
Um destes séculos fala-se sobretudo na Lusitânia. documentos português- falado, a partir do
povos, os o romance. falado na Desta época oficiais latim e latim- século XIX até à
Celtas, região da são os passassem a português. atualidade.
estabelece-se O romance é Lusitânia. cancioneiros ser escritos em Camões
na PI. uma variante medievais. português e António
do latim, Diapositivo 9 não em latim. Ferreira
A sua língua e a introduzido Sá de
sua cultura pelos romanos. Miranda
entram em Padre
contacto com António
Professora Vanda Barreto 22
as já existentes: Vieira
As primeiras manifestações da literatura portuguesa são em verso, datam do séc.
XII e estão reunidas em três coletâneas: o Cancioneiro da Ajuda (séc. XIII),
o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (sendo estes
cópias de textos mais tardios).

No mundo nom me sei parelha


mentre me for como me vai,
ca ja moiro por vós e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia.
Mao dia me levantei
que vos entom non vi fea!

Paio Soares de Taveirós, «Cantiga da


Garvaia» - (1.ª estrofe)
Professora Vanda Barreto 23
Contacto entre Línguas

Línguas de Língua de Língua de


substrato Língua de estrato superstrato adstrato
Línguas dos povos Latim popular Língua dos Língua árabe
que habitavam a PI (a nossa língua deriva visigodos- séc.V
antes da invasão (língua que
fundamentalmente do (língua que veio
romana (iberos, coexistiu com a
latim popular, trazido depois, mas que existente)
celtas, fenícios e pelos romanos- séc. III) não se sobrepôs à
gregos) existente)

elmo, estribo, guerra,


Braga, Viseu, Tejo, luva, orgulho, raça, Algumas palavras de
bruxa, chaparro, Ricardo, ... e os pontos origem árabe
esquerdo, sapo, ... cardeais (200 palavras)

Professora Vanda Barreto 24


Algumas palavras de origem árabe
• Açafrão (azzafaran, amarelo) Almanaque (almanakh) Persa limun)
Achaque (ashshaka, Almofada (almukhadda de Masmorra (matmura, celeiro
enfermidade) khadd, face) subterrâneo)
Açoite (assaut) Almoxarife Matraca (mitraka)
Açougue (assok) Azeite Nora (na'ûra)
Açude (assudd) Azeitona Oxalá (in sha allah ou
Açúcar (assukar deriva do Azulejo inshallah, se Deus quiser)
Sanscrito çarkara, grãos de Café Safra (safaria, estação da
areia) Cáfila colheita)
Alcachofra (Alkharshof, fruto Califa Tambor (tanbur deriva do
do cardo manso) Califado Persa dänbära, cítara)
Alcalóide (palavra composta: Ceifa Xadrez (xatranj deriva do
Árab.alcali + Grego eîdos, Ceroulas Sânscrito xaturanga, que
forma) Chafariz consta de quatro membros)
Alcateia (alkataia, rebanho) Cherne Xarope (sharab, bebida,
Álcool (alkohul, coisa subtil) Chifra poção)
Alcorão (Alkuran, a leitura) Cifra Xaveco (xabbak, pequeno
Alcova (al-qabu, quarto Damasco navio de três mastros e velas
lateral) Garrafa (garrafâ, frasco latinas)
Alecrim (aliklil) bojudo) Xeque
Alface: al-khaç Javali (jabali)
Alfaiate: al-khayyât Laranja (naranj deriva do São cerca de 1000,
Alfândega: alfunduq Persa naräng)
Alfazema: al-khuzâma Laranjeira (naranj deriva do as palavras de origem árabe.
Algarismo Persa naräng)
Álgebra Limão (laimun deriva do
Algodão (alkutun) Persa limun)
Alicate (allikkát, tenaz) Limoeiro (laimun deriva do
Professora Vanda Barreto 25
Etimologia
• Disciplina que estuda a evolução de cada palavra, ao longo das
diversas fases da história da língua, até chegar ao seu étimo, ou
seja, à palavra que lhe deu origem.
• Étimo é a forma mais antiga de uma palavra:
• palatiu > paaço > paço
• palatiu é a palavra latina para,
primeiramente, monte palatino,
depois, palácio dos césares
e, mais tarde, palácio.
• A base etimológica do português é, sobretudo; o latim. Contudo´,
a nossa língua tem também outras origens, ou seja, incorpora
étimos celtas, germânicos, árabes, entre outros.

Professora Vanda Barreto 26


Genealogia Linguística
• Família de Línguas
• grupos de línguas que provêm da mesma língua-mãe.

• Indo-Europeu
• língua que deu origem a vários ramos linguísticos
• o itálico, o grego, o germânico, o celta, o eslavo, ...

• que, por sua vez, deram origem a novas famílias.

Professora Vanda Barreto 27


Professora Vanda Barreto 28
Família Indo-Europeia

Professora Vanda Barreto 29


Parentescos...
Professora Vanda Barreto 30
Família das Línguas Românicas

Ao conjunto das línguas derivadas do latim vulgar dá-se o


nome de família das línguas românicas.
O latim vulgar era o latim falado pelo povo, soldados,
comerciantes e colonos romanos, misturado com os diferentes
falares locais.
Fazem parte desta família de línguas o português, o
galego, o castelhano, o catalão, o francês, o provençal, o
italiano, o sardo e o romeno.

Professora Vanda Barreto 31


Palavras divergentes/convergentes
• Palavras divergentes
• aquelas que têm formas diferentes, mas um étimo comum:

Étimo latino Formas populares Formas eruditas


macula > mancha, mágoa, malha mácula
palatiu > paço palácio
solitariu > solteiro solitário
parabola > palavra parábola

O mesmo étimo deu origem a


palavras diferentes na nossa
língua.
Professora Vanda Barreto 32
Palavras divergentes/convergentes
• Palavras convergentes
• aquelas que têm a mesma forma, mas étimos diferentes:

Étimo
Palavras convergentes
latino Étimo Palavras
sanum > são (adjetivo = saudável) latino convergentes
sanctu > são (nome/adjetivo = santo) vão (nome/adjetivo =
vanu >
sunt > são (verbo ser) vazio/oco)
vadunt > vão (verbo ir)

Étimo Palavras
Étimo Palavras
latino convergentes
latino convergentes
rivu > rio (nome)
filu > fio (nome)
rideo > rio (verbo rir)
fido > fio (verbo fiar)

Professora Vanda Barreto 33


Sons, Fonemas e Grafemas
• Fonema = som
• Grafema = letra
• Nem sempre há uma relação direta entre grafema e
fonema.
• Por vezes,
• um fonema é representado por duas letras: ch;
• um mesmo fonema corresponde a diferentes grafemas: ch/x;
• um grafema corresponde a mais do que um fonema: s (casa/ saco).

Professora Vanda Barreto 34


Alfabeto Fonético Internacional
“Na grafia de qualquer língua, a uma letra não corresponde sempre o mesmo
som e um som não é representado sempre pela mesma letra.
Por outro lado, num determinado alfabeto (como o latino que é o utilizado por
muitas línguas, como as românicas e as germânicas) a mesma letra pode
corresponder a sons diferentes em diferentes línguas.
Esta variação levou à criação de alfabetos fonéticos que permitem descrever de
forma não ambígua cada fonema e possibilitam, a quem não conheça determinada
língua, saber como se pronunciam os sons de uma palavra quando transcritos
foneticamente.
O sistema de transcrição fonética mais usado é o Alfabeto Fonético
Internacional (AFI), criado em 1888 pela Associação Internacional de Fonética. ”

Professora Vanda Barreto 35


Alfabeto Fonético Internacional
Vogais Orais

[i] vi ['vi]

[e] vê ['ve]

[ɛ] pé ['pɛ]

[a] pá ['pa]

[ɐ] para [pɐɾɐ]

[ɛ] de

[ɔ] sol ['sɔl]

[o] pôr, sou ['poɾ, 'so]

[u] tu ['tu]

Professora Vanda Barreto 36


Alfabeto Fonético Internacional
Vogais Nasais

[ĩ] sim ['sĩ]

[e͂] pente

[ɐ͂] romã, banco [ʀu'mɐ͂, 'bɐ͂ku]

[õ] põe, ponte

[ũ] atum [ɐ'tũ]

Semivogais ou glides orais e nasais


[j] pai ['paj] mãe
[w] pau ['paw] [w̃] cão ['kɐ͂w̃]

Professora Vanda Barreto 37


Alfabeto Fonético Internacional
Consoantes
[p] pá ['pa]
[b] bem
[t] tu ['tu]
[d] dou ['do]
[k] cacto ['katu]
[g] gato ['gatu]
[f] fé ['fɛ]
[v] vê ['ve]
[s] sabe, passo, caça ['sabɨ, 'pasu, 'kasɐ]
[z] casa, azar ['kazɐ, ɐ'zaɾ]
[ʃ] chave
[ʒ] já ['ʒa]
[m] mão ['mɐ͂w̃]
[n] não ['nɐ͂w̃]
[ɲ] venho ['vɐɲu]
[l] lá ['la]
[ʎ] valha ['vaʎɐ]
[ɾ] caro ['kaɾu]
[ʀ] carro ['kaʀu]
Professora Vanda Barreto 38
Aparelho Fonador Humano

Professora Vanda Barreto 39


Fonética Articulatória
Modo de Articulação
Ponto de Articulação Oclusivas
Fricativas Laterais Vibrantes
Orais Nasais
Vozeada b m
Bilabiais
Não-Vozeada p

Vozeada v
Labio-Dentais
Não-Vozeada f

Vozeada d z
Apico-Dentais
Não-Vozeada t s

Vozeada n l ɾ
Alveolares
Não-Vozeada

Vozeada ɲ ʒ ʎ
Palatais
Não-Vozeada ʃ

Vozeada g ʀ
Velares
Vozeada Não-Vozeada k
Professora Vanda Barreto 40
Processos Fonológicos
• São as modificações sofridas pelos fonemas ao longo da história de
uma língua.
• No caso português, as causas para estas modificações podem ter sido
a influência das línguas de substrato e de superstrato.
• Poe exemplo:
• do latim para o galaico-português, ocorreram duas transformações
fonológicas, que ainda hoje diferenciam o português de outras línguas
românicas:
• a queda do /n/ e do /l/ intervocálicos latinos
luna > lua
malu > mau
• a transformação dos grupos iniciais latinos /pl/, /cl/ e /fl/ em [ʃ]
pluvia > chuva
clave > chave
flagare > cheirar

Professora Vanda Barreto 41


Processos Fonológicos
• Podemos distinguir três tipos de processos fonológicos:
• por inserção de segmentos
• em posição inicial da palavra - PROTESE
• em posição medial da palavra - EPÊNTESE
• em posição final da palavra – PARAGOGE

• por supressão de segmentos


• em posição inicial da palavra - AFÉRESE
• em posição medial da palavra - SÍNCOPE
• em posição final da palavra – APÓCOPE

• por alteração de segmentos


• ASSIMILAÇÃO
• DISSIMILAÇÃO
• NASALIZAÇÃO
• DITONGAÇÃO
• REDUÇÃO VOCÁLICA
• CRASE
• METÁTESE
Professora Vanda Barreto 42
Processos Fonológicos por Inserção de Segmentos

Quando um novo som passa a ser articulado numa palavra:

• em posição inicial da palavra – PROTESE


• speculu > espelho

• calacare > calcar > acalcar

• em posição medial da palavra – EPÊNTESE


• humile > humilde

• vino > vio > vinho

• Em posição final da palavra – PARAGOGE


• ante > antes

Professora Vanda Barreto 43


Processos Fonológicos por Supressão de Segmentos
Quando um novo som deixa de ser articulado numa palavra:

• em posição inicial da palavra – AFÉRESE


• acumen > gume

• atonitu > tonto

• em posição medial da palavra – SÍNCOPE


• generu > genro

• veritate > verdade

• atonitu > tonto

• Em posição final da palavra – APÓCOPE


• crudele > cruel

• cruce > cruz

Professora Vanda Barreto 44


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• ASSIMILAÇÃO
• um fonema torna igual a si um outro que lhe está próximo (assimilação total)

nostru > nosso ipse > esse


Neste caso a assimilação é Assimilação regressiva, da
progressiva, porque ocorre da direita para a esquerda.
esquerda para a direita.

• um fonema torna semelhante a si um outro que lhe está próximo (assimilação


parcial)
chamam-lo > chamam-no
Assimilação parcial progressiva: o /m/ tornou o /l/ também som nasal.

Professora Vanda Barreto 45


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• DISSIMILAÇÃO
• um fonema é alterado, para evitar a semelhança com outro que lhe é contíguo
ou não.

calamellu > caramelo anima > an’ma > alma

memorare > nembrar > lembrar

Professora Vanda Barreto 46


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• NASALIZAÇÃO
• processo no qual uma vogal oral adquire nasalidade.

manum > manu > mão fine > fim

mihi > mim

Professora Vanda Barreto 47


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• DITONGAÇÃO
• processo no qual uma vogal origina, antes ou depois dela, o aparecimento de
uma semivogal, formando um ditongo.

arena > area > areia vena > vea > veia

sinu > seo > seio

Professora Vanda Barreto 48


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• REDUÇÃO VOCÁLICA
• processo no qual uma vogal enfraquece em posição átona.

bolo > bolinho medo > medroso

mata > matagal

Professora Vanda Barreto 49


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• CRASE
• contração ou fusão de duas vogais numa só.

a +a = à legere > leer > ler

sedere > seer > ser

Professora Vanda Barreto 50


Processos Fonológicos por Alteração de Segmentos
Quando um fonema sofre uma alteração por influência de outros que
lhe estão próximos.

• METÁTESE
• troca de lugares entre fonemas ou de sílabas no interior de uma palavra.

semper > sempre merulu > melro

Professora Vanda Barreto 51


Bibliografia

• DOMÌNIOS, Gramática da Língua Portuguesa, 3º ciclo e


secundário, Plátano Editora

• www.escolavirtual.pt

• Alfabeto Fonético Internacional. In Infopédia [Em linha]. Porto:


Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-12-03].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$alfabeto-
fonetico-internacional>.

• http://cvc.instituto-
camoes.pt/cpp/acessibilidade/capitulo2_1.html

Professora Vanda Barreto 52

Das könnte Ihnen auch gefallen