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QUÍMICA DE CARBOIDRATOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS


INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS

Profa. Dra. IZA MARINEVES ALMEIDA DA ROCHA

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CARBOIDRATOS

1. Introdução

-Biomoléculas mais abundantes da face da Terra;

-Anualmente a fotossíntese realizada pelas plantas e


pelas algas converte mais de 100 bilhões/toneladas de
CO2 e H2O em celulose e outros produtos vegetais;

- Uma das classes de biomoléculas mais utilizadas na


obtenção de energia por parte dos seres vivos;
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-Polímeros insolúveis de carboidratos formam elementos
estruturais (paredes);

- Outros polímeros: lubrificantes, participam do


reconhecimento e da coesão entre células;

- Glicose e amido: base da nutrição humana;

- Oxidação dos carboidratos: principal via metabólica


geradora de energia em células não-fotossintéticas;

- Glicoconjugados – moléculas híbridas de carboidratos


com lipídeos, proteínas (determinação do destino ou
localização
4 celular)
2. Definição

Carboidrato: poliidroxialdeído ou poliidroxicetonas, ou


substâncias que liberam esses compostos por hidrólise.
Fórmula empírica (CH2O)n, existe exceções (nitrogênio,
fósforo e enxofre);

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3. Funções

Fonte de energia (principal) - glicose;

Elementos estruturais de vários organismos - celulose;

Lubrificantes das articulações esqueléticas;

Coesão celular;

Sinalizadores na determinação da localização


intracelular;
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Reconhecimento imune (interação célula-célula).
4. Principais Classes de Carboidratos

4.1. Monossacarídeos;

4.2. Oligossacarídeos;

4.3. Polissacarídeos.

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4.1. Monossacarídeos

Açúcares simples (1 unidade de poliidroxialdeído ou


cetona);

D-glicose (+ abundante) tem 6 átomos de cabono e 5


hidroxilas (centros quirais);

Constituem os dissacarídeos, oligossacarídeos e os


polissacarídeos;

São sólidos, incolores, cristalinos, solúveis em água e


insolúveis nos solventes não-polares;
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Existem dois tipos:

Aldose: a carbonila está na extremidade da cadeia


carbônica, formando um aldeído;
Cetose: a carbonila está em qualquer outra posição na
cadeia carbônica, forma uma cetona;

Monossacarídeos mais simples:

Gliceraldeído (Aldose), apenas 1 carbono assimétrico;


Diidroxiacetona (Cetona);

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Monossacarídeos mais comuns: 6 átomos de carbono

D-Glicose, uma aldohexose;


D-Frutose, uma cetohexose;

Monossacarídeos de 5 átomos de carbono


(Aldopentoses) - D-Ribose (Constituinte do RNA) e
2-Desoxi-D-Ribose (Constituinte do DNA).

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4.2. Os monossacarídeos têm centros
assimétricos

Todos têm carbono quiral (assimétrico): exceto a


diidroxicetona

Gliceraldeído contém um 1 centro quiral:


enantiômeros (D-gliceraldeído e L-gliceraldeído);

Molécula com n centros quirais, terá 2n


estereoisômeros.

A maioria das hexoses encontradas nos organismos


vivos
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C = carbono quiral; □ açúcares mais abundantes na natureza
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C = carbono quiral; □ açúcares mais abundantes na natureza
Os átomos de carbono de um açúcar são numerados
começando-se pela extremidade da cadeia mais próxima
do grupo carbonila;

Epímeros: quando dois açúcares diferem na


configuração ao redor de um único átomo de carbono.
Ex: D-glicose e D-manose; D-glicose e D-galactose.

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Açúcares de ocorrência natural na forma L:
L-arabinose e L-isômeros de alguns derivados de
açúcares componentes comuns das glicoproteínas.

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4.3. Formas Cíclicas

Os açúcares, especialmente os de 5 átomos de carbono,


existem como moléculas cíclicas

Ciclização:

Interação entre grupos funcionais em carbonos distantes


(C1 e C5) para formar um anel (aldohexoses);

Interação entre C2 e C5 para formar um anel (nas


cetohexoses);

Carbono anomérico: átomo de carbono da carbonila


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após ciclização.
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O açúcar cíclico pode assumir duas formas diferentes:
Anômeros =  e 

Mutarrotação: propriedade das formas  e 


interconverterem-se em solução aquosa;

Ex: D-glicose: -D-glicose (1/3) + -D-glicose (2/3) +


pequena quantidade de estrutura linear.

Aldohexoses:
Anéis Piranosídicos: piranose (+ estável);
Anéis Furanosídicos: furanose (- estável).

Cetohexoses:
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Formam  e  e anéis furanosídicos.
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5. Derivados das Hexoses
Glicosamina, galactosamina,
manosamina: OH do C2 é
substituída por grupo
amino;

N-acetilglicosamina: grupo
amino pode condensar-se
com Ácido Acético
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(polímeros estruturais)
5. Derivados das Hexoses
Ácido N-acetilmurâmico:
ácido láctico está ligado ao
C3 do N-acetilglicosamina
(parede de células
bacterianas)

Ácido N-acetilneuramínico
(ácido siálico): componente
de glicoproteínas e
glicolipídeos (animais
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superiores).
6. Açúcares Redutores

Os monossacarídeos podem ser oxidados por agentes


oxidantes como íons férrico (Fe+3) ou íons cúprico (Cu+2);
Carbono da carbonila: oxidado a Ácidos carboxílico.

Açúcares redutores: açúcares capazes de reduzir os íons


férrico (Fe+3) ou os íons cúprico (Cu+2):

Propriedade muito útil na análise de açúcares  Base


da reação de Fehling.

Durante muitos anos, o conteúdo de glicose no


sangue e na urina foi determinado dessa maneira.
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Reação da Glicose Oxidase.
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Outros reagentes usados em laboratório:

Reagente de Tollen: usa o complexo iônico prata


amônia (AgNH3)2, como agente oxidante.

Um espelho de prata será depositado na parede do


tubo de ensaio se um açúcar redutor estiver presente,
como resultado do íon Ag+ do complexo iônico ser
reduzido ao metal prata livre.

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7. Ligação Glicosídica

Ligação entre 2 Monossacarídeos;


Ligação O-glicosídica: formada quando um grupo OH
de açúcar reage com o átomo de carbono anomérico de
outra molécula de açúcar;

Carbono anomérico envolvido na ligação glicosídica:


não pode mais ser oxidado por íons férrico ou cúprico
(não é mais agente redutor);
Extremidade redutora: carbono anomérico livre;

Ligação glicosídica: sofrem hidrólise na presença de


ácido ou base;
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8. Polissacarídeos e Proteoglicanos

Polissacarídeos: polímeros de alta massa molecular,


também chamado de glicanos;

Unidades monossacarídeos, tipos de ligação,


comprimento da cadeia e grau de ramificação: diferencia
os polissacarídeos;

Homopolissacarídeos: única unidade monomérica;

Heteropolissacarídeos: 2 ou mais tipos diferentes de


unidades monoméricas.
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8.1. Homopolissacarídeos

Dois Tipos:

Homopolissacarídeos de Armazenamento:
Forma de armazenamento:
Intracelularmente ocorrem como grandes
aglomerados ou grânulos;
Empregado como combustível pelas células (amido e
glicogênio);

Homopolissacarídeos Estruturais:
Formas estruturais das paredes de células vegetais e
de exoesqueleto de animais (celulose e quitina);
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Polissacarídeo Monômero Ligação Função Origem

Glicogênio Glicose α-14 Armazenamento Animal

Amido Glicose α-14 Armazenamento Vegetal

Celulose Glicose β-14 Estrutural Vegetal

Quitina N- acetil- β-14 Estrutural Animal


glicosamina
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Por que não armazenar glicose na forma monomérica?

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Osmolaridade do Citosol 0,01µM, Osmolaridade extracelular 5mM.
Glicogênio ~ 0,4M de glicose.

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8.2. Heteropolissacarídeos

Suporte extracelular nos organismos (peptideoglicano


nas bactérias);

Matriz espaço extracelular (mantém células unidas);

Ácido Hialurônico: resistência e flexibilidade das


cartilagens dos tendões;

Proteoglicanos: propriedades lubrificantes e elevada


viscosidade de algumas secreções extracelulares.
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8.3. Paredes celulares bacterianas contêm
peptideoglicanos

-é um heteropolímero constituído de unidades


alternadas de N-acetilglicosamina e ácido N-
acetilmurâmico (ligações β-14);

Lisozima – mata bactérias, pois quebra esta ligação. Esta


enzima está presente na lágrima e em certos vírus
bacterianos;

Penicilina e outros antibióticos – matam bactérias


impedindo a síntese de ligações cruzadas o que torna a
parede
53 celular muito fraca.
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8.4. Os glicosaminoglicanos são componentes da
matriz celular

Presente no espaço extracelular, é composta por


heteropolissacarídeos (compostos de unidades
repetitivas de dissacarídeos) e proteínas fibrosas
interconectadas (colágeno, elastina, fibronectina e
laminina).

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a) Ácido Hialurônico (Hialuronato) – unidades alternadas de
ácido D-glucurônico e N-acetilglucosamina tendo até 50.000
unidades. Formam soluções altamente viscosas e claras, que
funcionam como lubrificantes: humor vítreo, líquido sinovial,
matriz extracelular de cartilagens e tendões.

Hialuronidase – enzima secretada por bactérias patogênicas.

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b) Condroitina sulfato – cartilagem, tendões e parede da
aorta.

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c) Queratina sulfato – cartilagens, ossos, chifres, unhas,
garras, etc.

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8.5. Glicoconjugados: portadores de informações,
indicadores de endereçamento de algumas proteínas,
mediadores para interações específicas (célula-célula e
célula-matriz).

Exemplos: migração celular durante o desenvolvimento,


resposta imune, cicatrização, etc.

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8.5.1. Proteoglicanos – consiste de uma “proteína
central” ligada covalentemente a glicosaminoglicanos.
Podem ainda formar agregados de proteoglicanos.

Exemplos: proteína agrecana que possui cadeias


múltiplas de condroitina e queratana sulfato.
Favorecem também interações entre as células e a matriz
extracelular.

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8.5.2. Glicoproteínas – são conjugados de carboidratos-
proteína no qual a parte carboidrato é menor e mais
diversificada.

Os carboidratos podem estar ligados:


(1) O-ligados = ligados com o grupo hidroxila de Ser ou
Thr.

(2) N-ligados = ligados com o N da função amina de


Asn.

Exemplos: imunoglobulinas, hormônios (estimulante do


folículo, luteinizante e estimulante da tireóide),
lactoalbumina, ribonuclease, etc.
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8.5.3. Lipopolissacarídeos – componentes principais de
membranas externas de bactérias gram-negativas como
E. coli e Salmonella typhimurium.

São alvos primários de anticorpos produzidos pelo


sistema imune em resposta a infecções bacteriana, e
alguns são tóxicos para o homem.

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INTERAÇÕES OLIGOSSACARÍDEO-LECTINA MEDEIAM MUITOS PROCESSOS
BIOLÓGICOS

Células de Helicobacter pylori aderidas a superfície gástrica.


Essa bactéria causa úlcera pelas interações específicas entre a lectina da superfície da
bactéria e o oligossacarídeo Leb (um antígeno de grupo sanguíneo O) do epitélio
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gástrico.
Administração oral do análogo do oligossacarídeo Leb pode ser um tratamento útil.
Carboidratos

1. Defina:
Carboidrato;
Aldose;
Cetose;
Monossacarídeos;
Dissacarídeos
Polissacarídeos.

2. Escreva a fórmula de Fischer para uma D-aldopentose e D-cetohexose qualquer.


Indique quais são os carbonos assimétricos de cada monossacarídeo e o número de
estereoisômeros possíveis.

3. Descreva as características (função, unidade monomérica, tipo de ligações, estrutura


da molécula e origem) dos polissacarídeos Amido, Glicogênio, Celulose e Quitina.

4. O glicogênio é altamente ramificado. Que vantagem, se houver alguma, isso


apresenta para um animal?

5. Nenhum animal vertebrado é capaz de digerir celulose. Concilie essa afirmação com
o fato72de que muitos animais são herbívoros e dependem da celulose como fonte
alimentar. Explique bioquimicamente.
Carboidratos

6. Por que um hepatócito não armazena glicose livre no seu citosol e sim na forma de
glicogênio ?

6. Qual a função biológica da sacarose dentro de um organismo vegetal? Ela é um


açúcar redutor? Justifique sua resposta.

7. O que é carbono anomérico? Por que um monossacarídeo na forma cíclica possui


dois outros isômeros, o  e o ?

8. Diferencie Homopolissacarídeos de Heteropolissacarídeos. Dê exemplos.

9. Cite as principais funções dos carboidratos.

10. Defina e dê exemplos de epímeros.

11. O que são açucares redutores e como eles podem ser identificados? Exemplifique.

12. Qual o tipo de ligação entre os monossacarídeos? Defina e exemplifique.


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