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LETRAMENTOS SOCIAIS: A

PERSPECTIVA DOS NOVOS


ESTUDOS DO LETRAMENTO
OS NOVOS ESTUDOS DO LETRAMENTO (NEW
LITERACY STUDIES
(...) a rejeição por vários autores da visão dominante do
letramento como uma habilidade “neutra”, técnica, e a
conceitualização do letramento, ao contrário, como uma
prática ideológica, envolvida em relações de poder e
incrustada em significados e práticas culturais específicos –
o que eu tenho descrito como “Novos Estudos do
Letramento” (STREET, 2014).
New Literacy Studies

Letramentos Sociais

SOCIAL MÚLTIPLAS PRÁTICAS


LETRADAS
RELAÇÕES ENTRE FALA E ESCRITA
“As relações estruturadas de língua falada e escrita
devem ser explicadas em termos de contexto social de
oralidade e letramento em diferentes tradições letradas,
em vez de exigências cognitivas de produção de
linguagem ou aspectos estruturais isolados (universais) das
modalidades falada e escrita. (...) Se, (...), partirmos da
língua e do discurso como práticas sociais e então
perguntarmos de que modo convenções particulares são
criadas e reproduzidas em contextos específicos, talvez
descubramos que existem situações em que o foco nas
diferenças entre fala e escrita não é relevante para nosso
entendimento da situação” (STREET, 2014).
OS MODELOS “AUTÔNOMO” E “IDEOLÓGICO”
EVENTOS E PRÁTICAS DE LETRAMENTO
O conceito “evento de letramento” foi proposto por
Heath (1982), que o descreveu como uma situação em
que o texto escrito está presente e é em torno dele que as
interações acontecem. Os eventos de letramento
representam ocasiões concretas nas quais a língua escrita
medeia as interações e os processos interpretativos dos
participantes. (...) No entanto, ele é insuficiente por
apenas descrever, sem buscar os significados que são
atribuídos à leitura e à escrita nessa situação. Por essa
razão, ele propôs o conceito de “prática de letramento”,
como complementação, para dar conta das formas de
pensar, agir, conceber a leitura e a escrita nos diferentes
eventos de letramento.” (FIAD, 2015, p. 26-27)
PRÁTICAS
DE
LETRAMENT
O
EVENTOS DE
LETRAMENTO
Convenções que as
pessoas interiorizam.

Condições controladas

Modelos culturalmente
construídos do evento de
letramento
Práticas de letramento

Concepções do processo de leitura e


escrita que as pessoas sustêm quando
engajadas no evento.
TRAZER OS LETRAMENTOS PARA A AGENDA
POLÍTICA

O estigma do “analfabetismo”;
Imagem ocidentalizada do “letramento”;
Os NLS e o Ano Internacional da
Alfabetização (1990):
“A década de 80 assistiu também a outros desenvolvimentos da
teoria da alfabetização, que tomavam o método de Freire como
ponto de partida. Foi estabelecida uma distinção entre alfabetização
"autônoma" e "ideológica" – autônoma significando uma capacidade
independente de valores e de contexto, e ideológica na acepção
de uma prática necessariamente definida pelo contexto político e
social. A alfabetização é uma das maneiras pelas quais o poder
opera na sociedade, sendo institucionalizada em modos de
escolarização e em outros padrões estabelecidos de transmissão de
conhecimento. A UNESCO não tomou partido nesse debate. Como
mostra uma análise dos Prêmios Internacionais de Alfabetização, os
esforços no sentido de promover a alfabetização continuaram tanto
assumindo a forma de sistemas padronizados de transmissão, que
faziam lembrar as abordagens autônomas, quanto tentando
alcançar, de forma mais ou menos inconsciente, novos modelos mais
flexíveis, mas ainda sem um reconhecimento claro de suas
implicações sociais e políticas.” (UNESCO, 2003, p. 34-35)
“O fato de que, até
os dias de hoje, um
em cada cinco dos
indivíduos que vivem
neste planeta sequer
tem acesso à
alfabetização é um
escândalo e uma
mácula para a
humanidade.”
(UNESCO, 2003, p. 27)
 Congresso Mundial de Ministros da Educação sobre a Erradicação
do Analfabetismo, Teerã, 1965: Levou em consideração “o
conceito de que a alfabetização era um aspecto fundamental do
treinamento para o trabalho e para o aumento da produtividade”
(UNESCO, 2003 p. 31) para a criação do Programa Experimental
de Alfabetização Social.
 Simpósio Internacional sobre Alfabetização – Perseópolis, 1975:
“Embora reiterando a preocupação de que a alfabetização
mantivesse vínculos estreitos com o desenvolvimento econômico,
a Declaração acrescentou a ela dimensões políticas e
econômicas, reafirmando a alfabetização como um direito
humano fundamental.” (UNESCO, 2003, p. 31)
 Ano Internacional da Alfabetização, 1990: “O objetivo dessa
iniciativa foi a defesa e a mobilização de parceiros na luta por
uma sociedade plenamente alfabetizada.” (UNESCO, 2003, p.31)
 Conferência Mundial sobre Educação para Todos (WCEFA), Jomtien, 1990: “a
alfabetização e a aritmética básica como os instrumentos essenciais de
aprendizagem, para que ‘cada pessoa – criança, jovem e adulto – possam se
beneficiar das oportunidades de ensino oferecidas para o atendimento de suas
necessidades educacionais básicas’”.
 Quinta Conferência Internacional sobre Educação de Adultos, Hamburgo, 1997:
“A Declaração de Hamburgo daí resultante definiu a alfabetização em termos
amplos, como consistindo "no conhecimento e nas habilidades básicas
necessários a todos num mundo em rápida transformação", como "um direito
humano fundamental" e como uma capacidade necessária em si mesma, e "um
dos alicerces das demais habilidades necessárias para a vida.”
 Fórum Mundial de Educação, Dacar, 2000: “O Relatório de Acompanhamento
Global da Educação para Todos de 2002 ressaltou o fato de que, entre as metas
de Dacar, a alfabetização é a que menor possibilidade apresenta de ser atingida
na maioria dos países – 79 países encontram-se em situação de risco, 40 deles em
risco grave, quanto a não atingir as metas de Dacar para a alfabetização.”
O jogo político: as taxas de alfabetização e o
grau de desenvolvimento de um país;

Outro jogo político: o desemprego e a suposta


“culpa” dos “iletrados”;

Os múltiplos letramentos;

As campanhas de alfabetização e os


letramentos já existentes nas sociedades;
Questões sociais complexas e o modelo autônomo: o
falante de duas ou mais línguas;

Os letramentos variam de acordo com o contexto social;

O Reino Unido: o Rose Report e o Cambridge Primary


Review (STREET, 2013);

A prevalência da “grande divisão”.


LETRAMENTO E MUDANÇA
SOCIAL
A dominação do modelo “autônomo”
na UNESCO e em agências que se
ocupam com a alfabetização;
A necessidade da abordagem
etnográfica;
O impacto da cultura sobre as
sociedades é maior que o impacto de
aspectos técnicos de leitura e escrita.
O letramento Colonial
 Inglaterra Medieval:
- Mudanças rumo a uma “mentalidade letrada”;
- A aceitação de uma nova mentalidade de forma gradual;
- A “mescla” de elementos velhos e novos.

 Madagascar:
- A produção da “bíblia” dos merinas;
- Os merinas usaram a escrita para a reafirmação de sua história.

Nem a Inglaterra Medieval nem Madagascar foram sociedades


passivas em relação ao letramento.
O letramento dominante

O governo nacional e especialistas locais são, em


muitos casos, as agências de transmissão de
letramento, em consonância com as características
da cultura e do estilo ocidentais;

Grau de “dominação interna”: urbano/rural;


homens/mulheres; elites centrais/populações locais.
O Irã

Educação das mulheres = avanço da nação;


Uma ambivalência: professores rurais x
professores urbanos;
Prosseguimento nos estudos: meninos x meninas;
O letramento “moderno” x educação na
maktab;
Os aldeões não poderiam ser tachados de
“iletrados”
REFERÊNCIAS
Fiad, R. S. (2015). Algumas considerações sobre os letramentos acadêmicos no contexto brasileiro. In:
Pensares Em Revista, 0(6), 23–34. http://doi.org/10.12957/pr.2015.18424
Gee, J. P. (2013). The New Literacy Studies: From “Socially Situated” to the Work of Social. In: Educacion,
53(9), 266–276. Disponível em <http://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004>
Prinsloo, M. (2005). The new literacies as placed resources. Perspectives in Education, 23(4), 87–98.
SB NATION. Disponível em < http://www.sbnation.com/2015/9/4/9213521/floyd-mayweather-reading-
berto-fight-rousey>. Acesso em 19 de setembro de 2016.
Street, B. (2003). What’s “new” in New Literacy Studies?: Critical approaches to literacy in theory and
practice. Current Issues in Comparative Education, 5(2), 77–91. Disponível em
<http://doi.org/10.1016/j.socscimed.2011.02.026>
Street, Brian V. (2010). “Autonomous and Ideological Models of Literacy: Approaches from New Literacy
Studies.” In: Media Anthropology Network (Jan. 2006). Web. 12 Feb. 2010.
Street, B. V. (2013). Políticas e práticas de letramento na Inglaterra: uma perspectiva de letramentos
sociais como base para uma comparação com o Brasil. In: Cadernos CEDES, 33(89), 51–71. Disponível
em <http://doi.org/10.1590/S0101-32622013000100004>
UNESCO; MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (2003). Alfabetização como Liberdade. Edições Unesco Brasil:
Brasília.

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