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Espiritualidade

e prática
clínica.
TATIANE DE ARAÚJO E PATRÍCIA MEDEIROS ROMANSINI
RELIGIÃO ESPIRITUALIDADE
Diferença: Um sistema organizado Uma busca pessoal de
de crenças, práticas, respostas sobre o significado
rituais e símbolos da vida e o relacionamento
espiritualidade projetados para auxiliar com o sagrado e/ou
x a proximidade do
indivíduo com o sagrado
transcendente.

religião e/ou transcendente.


Buscas e práticas subjetivas,
individuais e não-
Institucionalmente institucionais
socializada, vinculada a
uma doutrina
coletivamente
compartilhada e/ou
praticada.
(PERES; SIMÃO; NASELLO, 2007)
Já religiosidade é o quanto
Religiosidade um indivíduo acredita, segue
e pratica uma religião. Pode
ser organizacional
(participação na igreja ou
templo religioso) ou não
organizacional (rezar, ler
livros, assistir programas
religiosos na televisão).

(LUCCHETTI, 2010)
A espiritualidade
está para a
religião assim
como a justiça está
para a lei.
RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
Relação: A crença religiosa constitui uma parte importante da cultura,
dos princípios e dos valores utilizados pelos clientes para
dar forma a julgamentos e ao processamento de
espiritualidade informações.
e A confirmação de suas crenças e inclinações perceptivas
pode fornecer ordem e compreensão de eventos dolorosos,
religião caóticos e imprevisíveis.
De 225 estudos investigando a relação com saúde física, a
maioria verificou resultados benéficos do envolvimento
religioso em relação a dor, debilidade física, doenças do
coração, pressão sangüínea, infarto, funções imune e
neuroendócrina, doenças infecciosas, câncer e mortalidade.

https://www.youtube.com/watch?v=UTgRWahKp-I

(PANZINI; BANDEIRA, 2007)


Histórico e O termo psicologia, no qual reside a raiz etimológica psiché
(alma) mais o sufixo logos (razão, estudo).
filosofia
das A proposta original da psicologia foi estudar e compreender
o espírito – do latin spiritus –, que significa literalmente
pesquisas respiração.

Os limitados métodos científicos dos séculos passados


favoreceram o distanciamento da psicologia em relação ao
estudo do “não-palpável”, enquanto a medicina desenvolvia
métodos para investigações do corpo (do latim corpus:
parte essencial).

(PERES; SIMÃO; NASELLO, 2007)


Histórico e Da Idade Média ao século passado, ordens religiosas
criaram e mantiveram a grande maioria dos hospitais.
filosofia
das O primeiro hospital destinado aos cuidados de enfermos
mentais foi construído em Valência, na Espanha, em 1409,
pesquisas dirigido por religiosos.

Grupos religiosos fundaram e mantiveram hospitais


psiquiátricos nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na
Alemanha e nos Países Baixos, entre outros.

No Brasil, várias das primeiras instituições de tratamento


psiquiátrico também foram construídas e mantidas por
grupos religiosos católicos e espíritas
(ALMEIDA, 2010)
A partir do século XIX, alguns médicos como Charcot e
Maudsley desenvolveram críticas e tomaram como
Histórico e patológicas várias experiências religiosas.

filosofia
Freud, ao adotar uma postura de desvalorização da religião e
das espiritualidade, teve grande influência sobre a comunidade
pesquisas médica e psicológica. Ele enfatizou a influência irracional e
neurótica da religiosidade sobre a psique humana.

Mesmo no final dos anos 1980, o psicólogo Albert Ellis,


fundador da terapia racional emotiva, que teve grande
influência sobre a terapia cognitivo-comportamental, afirmou
que religiosidade “é, em muitos aspectos, equivalente a
pensamento irracional e distúrbios emocionais”.
(ALMEIDA, 2010)
A partir do século XIX, alguns médicos como Charcot e
Maudsley desenvolveram críticas e tomaram como
patológicas várias experiências religiosas.
Histórico e
filosofia Freud, ao adotar uma postura de desvalorização da religião e
das espiritualidade, teve grande influência sobre a comunidade
médica e psicológica. Ele enfatizou a influência irracional e
pesquisas neurótica da religiosidade sobre a psique humana.

Mesmo no final dos anos 1980, o psicólogo Albert Ellis,


fundador da terapia racional emotiva, que teve grande
influência sobre a terapia cognitivo-comportamental, afirmou
que religiosidade “é, em muitos aspectos, equivalente a
pensamento irracional e distúrbios emocionais”.
(ALMEIDA 2010)
Psiquiatras e psicólogos tendem a ser menos religiosos que
a população em geral e não recebem treinamento
Histórico e adequado para lidar com questões religiosas na prática
clínica.
filosofia
das Por esse motivo, têm frequentemente grandes dificuldades
de entender pacientes com comportamentos e crenças
pesquisas religiosas.

Religiosidade e espiritualidade eram habitualmente


consideradas como associadas com neurose, repressão,
imaturidade psicológica, intolerância, baixa adesão aos
tratamentos médicos e baixo nível intelectual.

(ALMEIDA, 2010)
O debate sobre as relações entre religião, espiritualidade e
saúde é habitualmente permeado de preconceitos, de
opiniões pré-formadas, tanto a favor quanto contrárias à
Histórico e espiritualidade.
filosofia
das É fácil deslizar, por um lado, para um ceticismo intolerante e
uma negação dogmática ou, por outro, para uma aceitação
pesquisas ingênua de afirmações pouco fundamentadas.

Não importa se possuímos crenças materialistas ou


espirituais, atitudes religiosas ou antirreligiosas,
necessitamos explorar a relação entre espiritualidade e
saúde para aprimorar nosso conhecimento sobre o ser
humano e nossas abordagens terapêuticas.

(ALMEIDA, 2010)
Relevância clínica
da religiosidade e
espiritualidade
A espiritualidade permanece importante para a vida da
maioria absoluta da população mundial e tem-se mostrado
A importância que o envolvimento religioso é geralmente relacionado com
da melhores indicadores de saúde mental e bem-estar.

espiritualidade A ampla maioria dos estudos de boa qualidade, realizados


na prática até o momento, aponta que maiores níveis de envolvimento
clínica religioso estão associados positivamente a indicadores de
bem-estar psicológico, como satisfação com a vida,
felicidade, afeto positivo e moral elevado, melhor saúde
física e mental.

Habitualmente, o impacto positivo do envolvimento religioso


na saúde mental é mais intenso entre pessoas sob estresse
ou em situações de fragilidade, como idosos, pessoas com
deficiências e doenças clínicas.
(ALMEIDA, 2010)
Dependendo de certos fatores, as pessoas podem não
apenas ser capazes de lidar bem com um evento
A importância traumático, como violência ou doença grave, mas podem
da até mesmo vivenciar mudanças positivas em si mesmas, o
que tem sido chamado de “crescimento pós-traumático”.
espiritualidade
na prática Algumas dessas mudanças positivas podem envolver
clínica conceitos sobre si mesmo (sentindo-se mais forte e
capaz), relacionamentos interpessoais (capaz de amar mais
as pessoas de modo mais compassivo) e filosofia de vida
(revisar as prioridades na vida e vê-la como algo precioso).

(ALMEIDA, 2010)
As relações entre religiosidade e saúde têm sido cada vez
mais investigadas e as evidências têm apontado para uma
relação habitualmente positiva entre indicadores de
envolvimento religiosos e de saúde mental (Moreira-
Almeida et al., 2006).
A maioria dos estudos disponíveis nesta área foram
Escalas realizados nos Estados Unidos. No entanto há a
necessidade de ampliação das pesquisas em
espiritualidade e saúde de acordo com a cultura brasileira.
No entanto, há uma carência de escalas de religiosidade
que sejam curtas, simples e que forneçam dados
relevantes . Com o objetivo de suprir essa carência, foi
criada uma versão em português de uma breve escala de
religiosidade que se tem mostrado muito útil em outras
pesquisas, a Duke Religious Index (DUREL) (Koenig et al.,
1997).

Alexander Moreira-Almeida; Mário F. Peres; Flávio Aloe; Francisco


Lotufo Neto; Harold G. Koenig
Índice de Religiosidade da Universidade Duke
(1) Com que frequência você vai a uma igreja, templo ou outro
encontro religioso?
▫ 1. Mais do que uma vez por semana
2. Uma vez por semana
3. Duas a três vezes por mês
4. Algumas vezes por ano
Escala Duke 5. Uma vez por ano ou menos
6. Nunca
(2) Com que frequência você dedica o seu tempo a atividades
religiosas individuais, como preces, rezas, meditações, leitura da
bíblia ou de outros textos religiosos?
▫ 1. Mais do que uma vez ao dia
2. Diariamente
3. Duas ou mais vezes por semana
4. Uma vez por semana
5. Poucas vezes por mês
6. Raramente ou nunca
▫ A seção seguinte contém três frases a respeito de crenças ou
experiências religiosas. Por favor, anote o quanto cada frase se
aplica a você.
(3) Em minha vida, eu sinto a presença de Deus (ou do Espírito
Santo).
▫ 1. Totalmente verdade para mim
2. Em geral é verdade
3. Não estou certo
4. Em geral não é verdade
5. Não é verdade

Escala Duke (4) As minhas crenças religiosas estão realmente por trás de toda a
minha maneira de viver.
▫ 1. Totalmente verdade para mim
2. Em geral é verdade
3. Não estou certo
4. Em geral não é verdade
5. Não é verdade
(5) Eu me esforço muito para viver a minha religião em todos os
aspectos da vida.
▫ 1. Totalmente verdade para mim
2. Em geral é verdade
3. Não estou certo
4. Em geral não é verdade
5. Não é verdade
A associação entre religiosidade e saúde mental possui
diferentes variaveis e dimensões de religiosidades. Segundo
Allport e Ross, comprometimento religioso ( o quanto a
religiosidade influência nas decisões e estilo de vida de uma
pessoa), sendo assim a orientação religiosa, pode ser intrínseca
ou extrínseca.
Na Orientação extrínseca, os indivíduos usam a religião para
diversos fins, para prover segurança e consolo, sociabilidade,
Escala IRI distração, status.
Na Orientação Intrinseca, as pessoas encontram na religião sua
proncipal motivação. Outras necessidades, por mais fortes que
possam ser, não possuem tanto significado para eles quanto a
religião. Uma Religiosidade Intriseca tem emergido como uma
das dimensões mais importantes de religiosidade, sendo
influencia positiva no que se refere a saude mental.

A Escala IRI é um instrumento criado para mensurar religiosidade


intrínseca (Inventário de Religiosidade Intrínseca - I.RI)
Escala IRI
Quando as pessoas se voltam para a religião para lidar com o
estresse, acontece o coping religioso (Pargament, 1997), definido
como uso de crenças e comportamentos religiosos para facilitar
a solução de problemas e prevenir ou aliviar as conseqüências
emocionais negativas de circunstâncias de vida estressantes.
Os objetivos-chave do coping religioso são cinco:
▫ Busca de significado, controle, conforto espiritual,
Coping intimidade com Deus e com outros membros da sociedade,
transformação de vida, bem-estar físico, psicológico e
Religioso emocional (Tarakewshwar & Pargament, 2001).
Estratégias religiosas de coping foram verificadas em estudos a
partir de evidências quanto à importância da religião, em
especial diante de situações de crise (Carver, Scheier &
Weintraub, 1989; Vitaliano, Russo, Carr, Maiuro & Becker, 1985),

O Enfrentamento (Coping) normalmente se dá diante de


problemas relacionados à saúde e ao envelhecimento, como
doenças, incapacidades e morte, à perda de entes queridos e às
guerras.
Estudos demonstram que o coping religioso espiritual pode estar
associado tanto a estratégias orientadas para o problema, quanto a
estratégias orientadas para a emoção (Carver & cols., 1989; Clark,
Bormann, Cropanzano & James, 1995; Seidl, Tróccoli & Zannon, 2001).

Clark e colaboradores (1995) verificaram que, além da associação


Coping com estratégias de coping focadas no problema, a religião também
se correlacionou moderadamente com a ventilação de emoções,
Religioso que representa uma tendência à liberação de emoções relacionadas
ao estresse e à liberação de sentimentos negativos.

Pargament, Zinnbauer e colaboradores (1998) elaboraram uma


escala de CRE para avaliar este aspecto, que denominaram “sinais
de perigo”. Deste modo, em relação aos resultados, pode-se
classificar os métodos de coping religioso espiritual em positivos e
negativos (Pargament, Smith & cols., 1998; Pargament, Tarakeshwar
& cols., 2001).
A Escala CRE vem ao encontro da necessidade internacional de
instrumentos mais compreensivos e abrangentes, que possam ser
válidos e úteis em pesquisas e significativos na prática clínica.

http://media.wix.com/ugd/dff439_201ff54d26e14161b871ae2f9225a
627.pdf

Coping Pag 73
Religioso
A Medida Multidimensional Breve de Religiosidade “Brief
Multidimensional Measure of Religiousness/Spirituality: 1999”, foi
construída por Ellen L. Idler, Marc A. Musick, Christopher G. Ellison,
Linda K. George, Neal Krause, Marcia G. Ory, Kenneth I. Pargament,
Medida Lynda H. Powell, Lynn G. Underwood, David R. Williams.
Multidimensional
Breve de O instrumento foi desenvolvido como um recurso que proporciona
uma lista extensa de questões relevantes à religiosidade e
Religiosidade espiritualidade relacionando-as com a saúde.
Ele foi organizado por domínio. Cada seção identifica um domínio,
descreve a sua relação com a saúde. Os domínios da espiritualidade
e da religiosidade são destinados para o uso em estudos que
avaliam a relação entre religiosidade, espiritualidade e saúde.
A Escala está formada por 11 domínios que são os seguintes:
1) Experiências espirituais diárias;
2) Valores/crenças;
3) Perdão;
4) Práticas religiosas particulares;
5) Superação religiosa e Espiritual;
6) Suporte religioso;
7) História religiosa/espiritual;
8) Comprometimento;
9) Religiosidade organizacional;
Medida 10)Preferências religiosas;
Multidimensional 11) Auto-avaliação Global.
Breve de
Religiosidade http://www.ufjf.br/nupes/files/2013/12/BMMRSp-Medida-
Multidimensional-Breve-de-Religiosidade.pdf
Dentro da história da humanidade sabe-se que as crenças, práticas e
experiências espirituais têm sido extremamente prevalentes e
influentes da maioria das sociedades.

Prática Clinica
Profissionais de saúde, pesquisadores e a população em geral têm
cada vez mais reconhecido a importância da dimensão religiosa/
espiritual para a saúde.

Entretanto, a maior parte dos profissionais da área de saúde não


possui treinamento para lidar com essas questões, o que tem criado
uma lacuna entre a prática que ainda desenvolvemos e o
conhecimento existente sobre a importância da R/E para a vida dos
pacientes e de sua abordagem no contexto clínico.

Existem atualmente milhares de estudos na área. Contudo, há uma


carência de textos adequados sobre o tema em língua portuguesa ,
limitando a educação continuada nesse tópico pelos profissionais de
saúde no Brasil.
Quando se fala na relações entre R/E e saúde , os discursos são
permeados de preconceitos, de opiniões pré-formadas, tanto a favor
quanto contrárias à espiritualidade.

Prática Clinica
Não importa se possuímos crenças materialistas ou espirituais,
atitudes religiosas ou antirreligiosas, necessitamos explorar a relação
entre espiritualidade e saúde para aprimorar o conhecimento sobre
o ser humano e as possíveis abordagens terapêuticas
(ALMEIDA,2009).

A crença religiosa constitui um amplo espectro dentro da cultura,


dos princípios e dos valores utilizados pelos pacientes para dar
forma a julgamentos e ao processamento de informações.

A confirmação das crenças e inclinações perceptivas pode fornecer


ordem e compreensão de eventos dolorosos, caóticos e
imprevisíveis(Carone e Barone, 2001).

O conhecimento e a valorização dos sistemas de crenças dos


pacientes colaboram para a adesão do indivíduo à psicoterapia
assim como para melhores resultados das intervenções
O médico/psicólogo deve discutir temas espirituais com seus
pacientes?
Quais são os limites entre o médico/psicólogo e o paciente que
Prática Clinica consideram temas religiosos e espirituais?
Quais são os limites profissionais entre o médico/psicólogo e o
capelão/orientador espiritual?
Estas são algumas das perguntas que norteiam discussões éticas
recentes sobre o tema (PERES apud POST et al., 2000).

A inclusão dos “problemas religiosos ou espirituais” como uma


categoria diagnóstica inserida no Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais (DSM-IV) reconhece que os temas
religiosos e espirituais podem ser o foco da consulta e do tratamento
psiquiátrico/ psicológico (Lukoff et al., 1995).

No entanto, integrar tais dimensões espirituais e religiosas da vida


dos pacientes durante a psicoterapia requer profissionalismo ético,
alta qualidade de conhecimento e habilidades para alinhar as
informações coletadas sobre as crenças e os valores, ao benefício
do processo terapêutico
A Associação Psiquiátrica Americana produziu um guia que orienta
os terapeutas a compreender e manter um respeito empático ao
abordar as crenças religiosas dos pacientes, reforçando que o
treinamento adequado do terapeuta, a compatibilidade terapeuta-
Prática Clinica paciente, a atenção à pessoa e não apenas à doença e a busca da
compreensão empática podem reduzir a ocorrência da conversão
de valores e minimizar os problemas éticos associados (Tjeltveit,
1986; Post et al., 2000).
Lomax et al. (2002) fazem observações éticas como:

▫ A habilidade de inquirir sobre a vida religiosa e espiritual dos


pacientes é um elemento importante da competência
psicoterapêutica;
▫ A informação sobre a vida religiosa e espiritual dos pacientes
revela dados importantes para superação de suas dificuldades;
▫ O processo da investigação sobre esse domínio deve ser
respeitoso;
▫ Há um potencial significativo para faltas éticas quando o
terapeuta busca impor suas convicções pessoais (religiosas ou
antirreligiosas) abandonando o princípio da neutralidade.
Em convenção com a Associação Psiquiátrica Americana, Shafranske
(2001) recomenda alguns procedimentos para psicoterapeutas ao
abordarem o tema espiritualidade e religiosidade:

Prática Clinica
▫ Identificar se variáveis religiosas e espirituais são características
clínicas relevantes às queixas e aos sintomas apresentados;
▫ Pesquisar o papel da religião e da espiritualidade no sistema de
crenças do paciente;
▫ Identificar se idealizações religiosas e representações de Deus
são relevantes e abordar clinicamente essa idealização;
▫ Demonstrar como os recursos religiosos e espirituais podem
favorecer o tratamento psicológico;
▫ Utilizar um procedimento de entrevista para acessar o histórico
e o envolvimento com religião e espiritualidade;
▫ Treinar intervenções apropriadas a assuntos religiosos e
espirituais e se atualizar a respeito da ética sobre tais temas na
prática clínica.
O Brasil possui um potencial religioso sincrético expressivo e alta
prevalência de praticantes de religiosidade/espiritualidade – apenas
7,3% não têm religião (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, Censos Demográficos 2000).
Prática Clinica Faz-se necessário o reconhecimento por parte dos profissionais de
que a espiritualidade é um componente importante da
personalidade e da saúde. Portanto deve-se :
▫ esclarecer os conceitos de religiosidade e espiritualidade junto
aos profissionais;
▫ Incluir a espiritualidade como recurso de saúde na formação
dos novos profissionais;
▫ Adaptar e validar escalas de espiritualidade/ religiosidade à
realidade brasileira e treinamento específico para a área clínica.

De maneira similar à exploração de toda a dimensão pessoal da


experiência humana, a integração das dimensões espirituais e
religiosas dos pacientes em seus tratamentos requer
profissionalismo ético, alta qualidade de conhecimento e habilidades
para alinhar as informações coletadas sobre as crenças e valores à
eficácia terapêutica.
O profissional deve conhecer a história espiritual antes de se
aventurar a apoiar o paciente em suas necessidades espirituais.
Alguns dos seguintes passos deveriam ser tomados antes de se
Prática Clinica – obter uma história espiritual (Koenig, 2007; Kristeller et al., 2005;
McCord et al., 2004):
Anamnese
diferenciada ▫ Profissionais da saúde deve colher uma história espiritual de
todos os pacientes com doenças sérias, crônicas e quando se
houve perda de pessoas amadas.

▫ Uma explicação breve deve preceder a história espiritual.

▫ Informação que precisa ser obtida durante a história espiritual


(centralizadas nas crenças do paciente .– o objetivo é entender
as crenças do paciente e qual sua participação na saúde e na
doença, sem julgamento ou tentativa de modificar crenças ou a
falta delas).
A história espiritual – CSI-MEMO (Koenig, 2007)

▫ Suas crenças religiosas/espirituais oferecem conforto ou são


Prática Clinica – fontes de estresse?
Anamnese ▫ Você tem crenças espirituais que podem influenciar suas
decisões médicas?
diferenciada
▫ Você é membro de alguma comunidade espiritual ou religiosa,
e ela oferece apoio? Qual?
▫ Você tem outras necessidades espirituais que gostaria que
alguém as atendesse?

A história espiritual – FICA (Puchalski, 2006)


Fé e crença

▫ Você se considera uma pessoa religiosa ou espiritualizada? •

▫ Você tem crenças espirituais que o ajudam a lidar com o


estresse?
Se o paciente responder não, então o profissional da saúde deve
perguntar: •
▫ O que dá significado a sua vida?
Prática Clinica – Às vezes o paciente responde: família, carreira ou natureza. Se o
paciente responder sim, é importante perguntar se o sistema de
Anamnese crenças dá um significado ou propósito na vida. Se não:
diferenciada ▫ o que dá à pessoa significado?
2. Importância

▫ Que importância tem sua fé ou crença em sua vida?


▫ Suas crenças influenciam a maneira como você se cuida nessa
doença?
▫ Que participação suas crenças têm na recuperação de sua
saúde?
3. Comunidade
▫ Você faz parte de alguma comunidade espiritual ou religiosa?
Ela lhe apoia e de que maneira?
▫ Existe um grupo de pessoas que realmente o amam ou que são
importantes para você?
Prática Clinica

https://www.youtube.com/watch?v=fGzLT3I67RI
“ Toda espiritualidade é
sobre aliviar o
sofrimento."

Buda
Faz-se necessário o reconhecimento da espiritualidade
como componente essencial da personalidade e da saúde
por parte dos profissionais; esclarecer os conceitos de
Conclusão religiosidade e espiritualidade com os profissionais; incluir a
espiritualidade como recurso de saúde na formação dos
novos profissionais; adaptar e validar escalas de
espiritualidade/religiosidade à realidade brasileira e
treinamento específico para a área clínica.

De maneira similar à exploração de toda a dimensão


pessoal da experiência humana, a integração das
dimensões espirituais e religiosas dos clientes em seus
tratamentos requer profissionalismo ético, alta qualidade de
conhecimento e habilidades para alinhar as informações
coletadas sobre as crenças e valores à eficácia terapêutica.

(PERES; SIMÃO; NASELLO, 2007)


“ Cada pessoa é aquilo que crê,
Fala do que gosta,
Retém o que procura,
Ensina o que aprende,
Tem o que dá,
E vale o que faz.

Chico Xavier
ALMEIDA, Alexander Moreira. Espiritualidade e saúde mental: O desafio de reconhecer e
integrar a espiritualidade no cuidado com nossos pacientes. Zen Reviw, [s.l], v. 1, n. 1,
p.1-6, 2010.
SANTOS, Santana Franklin. Espiritualidade & Saúde Mental: Espiritualidade na Prática
Clinica. Zen Review , Vol 4, 2010.

Referências GENARO JUNIOR, Fernando. Psicologia clínica e espiritualidade/religiosidade:


interlocução relevante para a prática clínica contemporânea.Psicologia Revista, [S.l.], v.
20, n. 1, p. 29-41, ago. 2011. ISSN 2594-3871. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/view/6791/4914>. Acesso em: 12 ago.
2018.
LUCCHETTI, Giancarlo et al. Espiritualidade na prática clínica: o que o clínico deve saber.
Rev Bras Clin Med, v. 8, n. 2, p. 154-8, 2010.

MOREIRA-Almeida, A ; PERES MF ; Aloe F ; LOTUFO Neto, Francisco ; Koenig,Harold G.


Versão em Português da Escala de Religiosidade da Duke DUREL.
Revista de Psiquiatria Clinica, 2008, vol.35, no.1, p.31-32.

PANZINI, Raquel Gehrke; BANDEIRA, Denise Ruschel. Coping (enfrentamento)


religioso/espiritual. Archives Of Clinical Psychiatry (são Paulo), [s.l.], v. 34, p.126-135,
2007.
PERES, Julio Fernando Prieto; SIMÃO, Manoel José Pereira; NASELLO, Antonia Gladys.
Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia. Revista de Psiquiatria Clinica, São Paulo,
v. 34, p.136-145, 2007.

PERES, Julio Fernando Prieto. Espiritualidade & Saúde Mental: Espiritualidade e

Referências Psicoterapia. Zen Review vol.3, 2010 .

TAUNAY, Tauily C et al . Development and validation of the Intrinsic Religiousness


Inventory (IRI). Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 34, n. 1, p. 76-81, Mar. 2012 .

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