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MONTEIRO

LOBATO
(1882-1948)
Wilma Avelino
VIDA

• Nasceu em Taubaté. Formado em


Direito, exerceu brevemente a
profissão. Além disso, foi fazendeiro,
editor, adido comercial nos Estados
Unidos. A sua luta pelo petróleo valeu-
lhe a prisão e o exílio.
LITERATURA
INFANTIL
SURGIMENTO

• Com as obras de Monteiro Lobato;


• Gênero passou muito tempo vivendo à sua
sombra;
• Ambiente rural e interação com esse grupo
social;
• Agente formador e modificador da percepção
do público.
1931 - O pó de pirlimpimpim 
1932 - Viagem ao céu 
1920 - A menina do narizinho arrebitado
1933 - Caçadas de Pedrinho 
1921 - Fábulas de Narizinho  1933 - Novas reinações de Narizinho 
1921 - Narizinho arrebitado  1933 - História do mundo para as
1921 - O Saci  crianças 
1922 - O marquês de Rabicó 1934 - Emília no país da gramática 
1922 - Fábulas  1935 - Aritmética da Emília 
1924 - A caçada da onça  1935 - Geografia de Dona Benta 
1924 - Jeca Tatuzinho  1935 - História das invenções 
1936 - Dom Quixote das crianças 
1924 - O noivado de Narizinho 
1936 - Memórias da Emília 
1927 - As aventuras de Hans Staden  1937 - Serões de Dona Benta 
1928 - Aventuras do príncipe  1937 - O poço do Visconde 
1928 - O Gato Félix  1937 - Histórias de Tia Nastácia 
1928 - A cara de coruja  1938 - O museu da Emília 
1929 - O irmão de Pinóquio 1939 - O Picapau Amarelo 
1929 - O circo de escavalinho  1939 - O minotauro 
1930 - Peter Pan  1941 - A reforma da natureza 
1930 - A pena de papagaio  1942 - A chave do tamanho 
1931 - Reinações de Narizinho  1944 - Os doze trabalhos de Hércules 
1947 - Histórias diversas 
A ESPECIFICIDADE DE
MONTEIRO LOBATO
• Volta-se para o Brasil sem o apelo ao
exotismo;
• Identifica nossas peculiaridades;
• Jeca Tatu e a tipificação humana;
• Jeca Tatu passa a personificar a estagnação, o
marasmo, a precariedade da vida nacional, a
aceitação passiva das arbitrariedades do
poder; o comodismo que prefere tudo perder
antes de esforçar-se em uma tomada de
posição;
• Monteiro Lobato estabelece uma ligação
entre a literatura e as questões sociais.
O NACIONALISMO DE
LOBATO
• Sem ufanismo, sem patriotada;
• Olho crítico e impiedoso na realidade do
país;
• A inconformidade com os problemas da
sociedade brasileira;
• Denúncia literária, economia, política.
O NACIONALISMO DE
LOBATO
[...] Monteiro Lobato escandaliza, assusta e
ameaça a modorra nacional. No bom-
mocismo acomodado nas salas de visita
literárias, irrompe a figura inquietante de um
escritor que não aceitava a ingestão passiva
das modas europeias por detestar a
importação, que questionava os modelos do
sistema e tinha outros para propor, alguém
• Vanguarda: risco da inovação. Da aventura da
descoberta pessoal;
• Rompe com os padrões prefixados do gênero;
• Livros infantis criam um mundo que antecipa
uma realidade que supera os conceitos e os
preconceitos da situação histórica em que é
produzida;
• Compreende o passado criticamente, para
pensar o futuro;
• Cuidado com o leitor: tem papel ativo;
• Foge do moralismo adulto.
• Inovação: apresenta uma interpretação da
realidade nacional nos seus aspectos social,
político, econômico, cultural  tem
interlocução com o destinatário.
• O CONHECIMENTO: o desafio das
personagens. Se impõem por meio dele;
• Inteligência como valor superior;
• Esperteza;
• Moral não é absoluta  Situacional:
liberdade e criatividade levam ao progresso;
• Atraso/mal: Ignorância, Subdesenvolvimento.
LITERATURA GERAL
LITERATURA ADULTA:
 Urupês (1918);
 Cidades Mortas (1919);
 Negrinha (1920).
 Apresentam a dualidade dos textos pré-
modernistas. (GONZAGA, 2002, p. 150-151).
• Relatos seguem a linha tradicional;
• Modelo Guy de Maupassant: final imprevisto,
inesperado;
• Desconhece o conto moderno;
• Escrita pesada e acadêmica;
• Aspecto inovador e já moderno: registro do
universo rural paulistano;
• Jeca Tatu: símbolo do caboclo;
• Pintura realista em Cidades Mortas: maior
interesse documental que estético.
OS IMPRESCINDÍVEIS
CONTOS DE
MONTEIRO LOBATO
• Todas as obras foram editadas durante a
Primeira República, a República Velha que
dura da Proclamação até a Revolução de
1930;
• Escrevendo longe da capital;
• Não se deixa levar pelas ilusões dos paulistas
da Semana de Arte Moderna;
• Brasil Real dos anos 1920: autoritarismo
militar, povo excluído, campo servia à
oligarquia, distribuição de riqueza desigual,
negros marginalizados.
• [...] presentar ao leitor a imensa pobreza do país,
o atraso em que a maior parte da população
permanecia imersa, as dificuldades em se
implantar um regime realmente republicano, a
convivência do atraso com ímpetos vanguardistas;
• A contundência com que constrói a imagem do
país, as imagens que apresenta da gente que o
habita, as situações e os conflitos de seus
personagens não só provocaram recepção
favorável imediata como permanecem
importantes no quadro da cultura brasileira
sobretudo pela forma que Lobato, nestes textos,
UMA TEORIA DO CONTO

 Para Lobato, o conto é mesmo a narrativa


de “causos” e deve se desenrolar levando
com ele o leitor atento à sucessão dos fatos.
“Quero conto que conte coisas; conto donde
eu saia podendo contar a um amigo o que
aconteceu, como fulano morreu, se a menina
casou, se o mau foi enforcado ou não.” (p.
12).
 Critica a escrita acadêmica parnasiana;
 Cornélio Pires e Arthur Azevedo: drama,
comédia e anedota;
 Fontes: histórias que ouve, relatos, recriações
de mitos e fábulas tradicionais;
 Ouve a gente do interior e seus causos: quem
conta um conto aumenta um ponto:

Contos andam aí aos pontapés, a questão é saber


apanhá-los. Não há
sujeito que não tenha na memória uma dúzia de
arcabouços
magníficos, aos quais para virarem obra de arte, só
 Gosto pela oposição grotesco/sublime;
“Bocatorta”  “Vida, amor e morte se
entrelaçam conflituosamente como uma
pintura decadentista”
 Critica o indianismo de Alencar: idealização;
 Romantismo: Folhetim;
 “Os negros”: fantástico, amor romântico à
história de terror
 Personagens tipos: Resto de onça, O
engraçado arrependido, Um homem honesto;
 O conto como um relato de “causos”. (p. 14)
A ESTÉTICA NATURALISTA-
NACIONALISTA
 Crítico de artes visuais – Jornais: 1915 a
1919;
 Ilustrou Urupês;
 Tadeu Chiarell – Um jeca nos vernissages:
identificar os princípios da estética de
Lobato, princípios estes que se estendem
das artes visuais à sua literatura, na
intenção de formalizar um programa
 Chiarelli aponta no romancista uma
fidelidade à verdade como base da estética
naturalista;
 o moderno em pintura era o naturalismo, e
entre nós:
Almeida Júnior e Wasth Rodrigues,

“O naturalismo nacionalista em artes visuais


queria ser uma tentativa de superação do atraso
e da dependência do país, nesta área, em relação
às nações europeias. A arte moderna para
ALMEIDA
JÚNIOR
Caipira Negaceando
(1888)
Cozinha
Caipira (1895)
Derrubador Brasileiro
(1879)
Violeiro (1899)
 Sobre as interpretações demonizadoras
dos primeiros modernistas;
 Desautorização de sua condição de
crítico;
 Não reconhecimento do papel dele na
modernização da arte;
 Desejava formular uma “História ideal do
Modernismo”;
 Modernistas: apenas os aspectos
positivos;
 Oswald de Andrade e sua trilogia Os
 Experiência com as artes plásticas
impregna sua escrita;
 Os faroleiros;
 Colcha de retalhos;
 Proximidade com as pinturas de Almeida
Júnior;
 Gilda de Mello e Sou]a, em ensaio em que
identifica os traços renovadores de artistas
precursores do Modernismo, mostra o quanto
Almeida Júnior renova assuntos e
personagens, vinculando as figuras ao
 Lima Barreto sobre Urupês:

A sua roça, as suas paisagens não são coisas de


moça prendada, de menina de boa família, de
pintura de discípulo ou discípula da Academia
Julien: é da grande arte do nervoso, dos
criadores, daqueles cujas emoções e
pensamentos saltam logo do cérebro para o
papel ou para a tela. Ele começa com o pincel,
pensando em todas as regras do desenho e da
pintura, mas bem depressa deixa uma e outra
coisa, pega a espátula, os dados e tudo o que ele
 Sobre as interpretações demonizadoras
dos primeiros modernistas;
 Desautorização de sua condição de
crítico;
 Não reconhecimento do papel dele na
modernização da arte;
 Desejava formular uma “História ideal do
Modernismo”;
 Modernistas: apenas os aspectos
positivos;
 Oswald de Andrade e sua trilogia Os
CENAS DA POBREZA
 Narrativas curtas: pobres pertencentes a
diversos segmentos da vida na República;
 1920: não há dinheiro, há poucos
empregos conseguidos sempre pela
estrutura do favor, não há possibilidade
de ascensão social.
 Não interessam os personagens
elegantes da sociedade emergente que se
moviam entre as metrópoles europeias e
nossas capitais, assim como também não
vê o país com a lentes frequentes do
 Sua estética como sua ética, se ocupa do
que falta ao país e a seus habitantes e
não com as ilusões da modernidade, com
suas baratinhas, melindrosas e
almofadinhas, viagens a Paris e outros
luxos
partilhados por poucos.
 O país de Lobato é realmente pobre. No
campo e nas cidades do interior, mas
mesmo nas grandes cidades, morre-se de
fome. (p. 18).
 A luta pela comida é uma batalha
diária. A sobrevivência é conseguida com
trocas ou vendas dos objetos mais
fundamentais, sejam móveis ou livros de
estudante. Aos ex-escravos resta o favor
dos antigos donos em troca de
trabalhos gratuitos. É isso ou morrer de
fome. Os funcionários públicos dividem-
se em duas categorias: os que assinam o
ponto e os que trabalham. Os pequenos
funcionários que exercem de fato suas
 A estética naturalista-nacionalista serve
bem à vontade de pintar os quadros dessa
realidade adversa e caminha junto à
intenção de denunciar desigualdades;
 O locus de onde fala, a área agrária de
São Paulo, reforça sua visão da pobreza;
 “Cidades mortas”;
 “Café, Café”;
 “O luzeiro agrícola”;
 “Dona Expedita”;
 “Um suplício moderno”.
 “Velha praga”;
 “Urupês”;
 Jeca Tatu: Lei do menor esforço;
 Ideias de Jeca Tatu (1919)
OS NEGROS: RACISMO OU
DEFESA?
 “Negrinha” (1920);
 Comovente, sensível e contundente;
 Órfãos de Charles Dickens;
 “O jardineiro Timóteo”
 Os negros”
REFERÊNCIA
• CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 2. ed.
São Paulo: Brasiliense, 2010.
• GONZAGA, Sergius. Manual de literatura brasileira.
17. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2002.
• LOBATO, Monteiro. Contos completos. 1. ed. São Paulo:
Biblioteca Azul, 2014.

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