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INTRODUÇÃO
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A redução de tributos sobre bens de consumo tem sido ponto de discussão no Brasil há algumas décadas. Entretanto, essa modalidade de fato é uma proposta
49.7
inteligente a se seguir? Qual a relação entre os Estados Unidos, Brasil e Argentina em comparação aos tributos referentes ao consumo e a renda? O presente trabalho
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tem o objetivo de analisar, à luz das práticas da Argentina e Estados Unidos, se a tributação do consumo e da renda no Brasil exerce influência na iniquidade
47
42.1
44
socioeconômica do país.
Para alcançar os dados coletados, foi utilizado uma pesquisa do tipo descritiva. A tipologia
40 de pesquisa se deu como bibliográfica, e na abordagem, qualitativa,
35.2
33.24
conforme a tipologia proposta por Ilse Maria Beuren (2003). Foram recolhidos e analisados os indicadores tributários no tocante ao consumo e a renda dos Estados
32.4
31.2
Unidos e Argentina, comparados com os do Brasil, de modo a confirmar ou refutar a tese proposta no objetivo do trabalho.
26.4
30
21.3
23
DESENVOLVIMENTO
17.3
20
Um país vizinho e próximo da realidade brasileira, a Argentina assemelha-se ao Brasil em alguns aspectos, como a tributação da renda inferior a de bens e
serviços. Arrecadação essa que alcança um patamar satisfatório, mas que parte da população considera não ser devidamente utilizado, e despesas públicas que
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geralmente ultrapassam um terço do PIB (produto interno bruto) nacional.
A Argentina é conhecida como o país da América Latina onde há a maior alíquota sobre a circulação de bens de consumo e serviços, 47%, enquanto 23% é
referente a tributos sobre a renda em geral, segundo o relatório da OCDE (Organização 0para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Vale salientar, também,
Brasil Argentina Estados Unidos Média dos países da OCDE
que a carga tributária da Argentina é por volta dos 31,2% em relação ao PIB.
Já os Estados Unidos possuem experiência recente com a redução da tributação sobre a renda. Em 2017, foi sancionada a Tax Cut and Jobs Act, a maior reforma
tributária do país em décadas, que visou aumentar o emprego e o crescimento econômicoCarga tributária emarelação
via, sobretudo, reduçãoao PIB
das alíquotas do imposto corporativo e do imposto
Tributação
de renda. Através da análise dos dados, observou-se que a lei cumpriu seu objetivo - segundo o Comitêde bens de consumo
Conjunto e serviços (%
de Tributação doem total das arrecadações)
Congresso dos EUA, em 2019 todas
Tributação sobre a renda (% em total das arrecadações)
as faixas de renda pagarão menos impostos, o que resultará na criação de 339 mil novos empregos estimados e no crescimento de mais 0,44% do PIB em relação ao
projetado para 2018, crescimento que se manterá nos anos seguintes. Gráfico 1: Relação dos tributos no Brasil, EUA, Argentina e OCDE em 2016.
Quanto ao Brasil, a tributação indireta, sobre o consumo, correspondeu a 49,7% deFonte:
todos os impostos
gráfico recolhidos
elaborado pelos autores do no país em 2015, ante a média de 33,4% da
trabalho.
OCDE. Em comparação, os Estados Unidos tributam menos o consumo em relação à média internacional, apenas 17% da arrecadação total, conforme observado na
gráfico 1.
Além disso, outro fator que fundamenta a tese proposta, é que o próprio Brasil já possui experiência com a redução de impostos como forma de estimular o
crescimento econômico, como observado em 2009, quando o governo federal reduziu a alíquota dos imposto sobre produtos industrializados (IPI). Durante o primeiro
semestre daquele ano, aferiu-se vendas de um milhão e quatrocentos e vinte e dois mil veículos, dos quais cento e noventa e um mil são vendas atribuídas à redução
do IPI. Também foi observado uma redução no desemprego, estima-se que foram preservados entre 50 mil e 60 mil empregos diretos e indiretos graças à redução do
imposto, mesmo por certo período.
RESULTADOS
CONCLUSÃO
Assim, analisando as experiências dos Estados Unidos, Argentina e Brasil, é possível inferir que, sim, tanto a tributação do consumo quanto da rendas influenciam
diretamente a inequidade e o crescimento econômico de um país. O ensinamento da recente reforma tributária dos EUA mostra que, ao combinar uma carga tributária