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AÇÕES AFIRMATIVAS E

IGUALDADE

2º Sgt PM Sandoval
A HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

A escravidão, também conhecida como


escravismo ou escravatura, foi a forma de relação
social de produção adotada, de uma forma geral, no
Brasil desde o período colonial até o final do Império. A
escravidão no Brasil é marcada principalmente pela
exploração da mão de obra negra, trazida do
continente africano e transformada em escrava no
Brasil, pelos europeus colonizadores do País. Mas é
necessário ressaltar que muitos indígenas também
foram vítimas desse processo.
• A instituição da escravidão no Brasil toma forma com
a grande propriedade monocultura, na década de
1530. Portugal contava com pouco mais de 2 milhões
de habitantes na época e mal podia arcar com a
perda de mão de obra para as expedições para o
oriente, que viviam o seu auge. E, assim como para
qualquer outro colono europeu, não era interessante
para o português migrar para os trópicos para ser um
simples trabalhador do campo.
A primeira população a ser escravizada, os
índios brasileiros, mostrou -se renitente e avessa
às condições de trabalho pelas suas
características culturais de sobrevivência, que
nada possuíam de comum com as atividades dos
portugueses – isso inclusive rendeu aos índios a
fama de preguiçosos, quando na verdade o
ponto principal de não adaptação ao trabalho
estava na condição de identidade que eles
próprios defendiam.
O papel africano na manutenção da escravidão

Por muito tempo, a historiografia brasileira


ignorou o papel de africanos e seus
descendentes na manutenção da escravidão,
tanto no Brasil como na África. Apenas a partir
da década de 1990 é que historiadores
passaram a dar importância à influência africana
nesse sistema, deixando as pessoas de origem
africana de serem tratadas apenas como vítimas
da escravidão, mas também como agentes
ativos.
Essa história de servidão perdurou mais de
três séculos, até as primeiras medidas de
libertação, no Brasil, dos escravos, ocorridas
durante o séc. XIX. O quadro abaixo oferece uma
idéia da intensidade do comércio (tráfico) de
negro s africanos escravizados:
ficou famosa a ação da, marítima portuguesa nas
décadas de 1840 – 1860, quando a grande nação
hegemônica dos mares, a Inglaterra, passou a impor
restrições ao tráfico de mão-de-obra escrava: os navios,
abarrotados de escravos em direção à América
portuguesa (Brasil) para utilização na nova promessa
de riquezas, o café, ao perceberem a aproximação da
frota inglesa de fiscalização, lançava vivos ou mortos
sua carga de escravos ao mar, buscando olvidar sua
atividade e proteger a embarcação da apreensão pelo
povo estrangeiro.
Desde 1810, os ingleses começaram a
pressionar o governo português no Brasil
para que proibisse o tráfico de escravos
como forma de extinguir lentamente a
escravidão. No entanto, as pressões
internas de grupos escravistas eram mais
fortes. Passaram-se quase quarenta anos
sem que, na prática, o comércio de
escravos fosse interrompido.
Lei Bill Aberdeen
• lei criada em 1845 pelo Parlamento inglês, que concedia o
direito de vistoriar qualquer navio negreiro, onde quer que se
encontrasse. desrespeito ao direito internacional? Não, já que a
referida lei apenas utilizava a força para valer este mesmo direito
internacional, que o próprio império brasileiro desconsiderava, já
que desde a década de 1820, descumpria sistematicamente não
apenas os tratados internacionais contra o tráfico de escravos,
que havia assinado.
Lei Eusébio de Queirós
• A aplicação da lei Aberdeen criou inúmeros incidentes
diplomáticos com o império brasileiro: entre agosto de 1845 e
maio de 1851 foram abordadas, apreendidas e destruídas, pela
marinha real britânica, 368 embarcações brasileiras que faziam
tráfico de escravos para o Brasil, muitas em águas territoriais do
país, o que levou o Brasil a criar em 1850 a Lei Eusébio de
Queirós que proibia o tráfico de escravos. Passava a existir então
o comércio de escravos entre as províncias, o que não mudava
muito a situação
Lei do Ventre Livre
Aprovada em 1871 dava liberdade aos filhos
de escrava quando completassem oito anos de
idade, os quais seriam entregues ao Estado em
troca de uma indenização, ou ficariam
trabalhando para seus proprietários até os vinte
e um anos de idade, idade-limite para a
libertação. Esta medida não surtiu efeitos,
ocorrendo a abolição da escravidão em 1888.
Lei dos Sexagenários
Discutida em 1884, trazia a libertação dos
escravos idosos, acima de sessenta anos.

Lei Áurea
Aprovada em 13 de maio de 1888, assinada
pela Princesa Isabel, marcou definitivamente e,
subitamente, o fim da escravidão. E agora?
preconceito racial ou
preconceito de classes?

De um passado histórico que lhe deixou a roupa do corpo e


a necessidade de sobreviver a um novo mundo, agora livre, o
negro foi deixado às circunstâncias de seu esforço individual num
mundo que lhe destituía de tudo. Não mais fático do que sua
condição , no mundo capitalista, então, de pobre, sem instrução,
sem profissionalização, sem técnica. Portanto, há uma relação
histórica entre a escravidão e a pobreza atual dos negros e
pardos que faz confundir uma discriminação anterior ligada à
raça e uma discriminação atual ligada à classe, com a raça nela
imbutida.
Alguns dados estatísticos
Negros ganham, em média, pouco mais da metade dos brancos, mostra IBGE

A pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)


divulgada nesta quinta-feira (30) apontou que os trabalhadores negros ganharam
menos que os brancos, e mulheres ganharam menos que homens no Brasil em 2013.

Pessoas de cor preta ou parda (de acordo com os critérios oficiais de classificação do
IBGE) ganhavam, em média, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido
pelos trabalhadores de cor branca no ano passado.

Em valores, isso dá uma média salarial de R$ 1.374,79 para os trabalhadores negros,


enquanto a média dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.396,74.

Luiza Calegari. UOL, em São Paulo 30/01/2014 10h46


Brancos ganham o dobro que negros
e dominam ensino superior no país, mostra Censo 2010

Dados do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta sexta (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), mostram que a desigualdade racial continua no Brasil, com brancos recebendo salários
mais altos e estudando mais que os negros (pretos e pardos).
Segundo o levantamento, essa realidade é ainda mais acentuada na região Sudeste, onde os
rendimentos recebidos pelos brancos correspondem ao dobro dos pagos aos pretos. A menor diferença é
observada na região Sul, onde a população branca ganha 70% mais que aquela que se autodeclarou preta.
De acordo com dados do Censo 2010, os brancos dominam o ensino superior no Brasil: do grupo de
brasileiros com idade entre 15 e 24 anos que, em 2010, estavam inscritos em curso de graduação, 31,1% eram
brancos, 13,4% eram pardos e 12,8% eram pretos
De acordo com Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, esses indicadores pouco
mudaram com o passar dos anos. “Nós até observamos uma redução da desigualdade nesse aspecto, mas a
queda é muito tímida”, diz.
Para a o analista, a cidade de São Paulo serve como um “ótimo exemplo” dessas desigualdades. “A
população do Alto de Pinheiros [bairro da zona oeste], por exemplo, é majoritariamente branca, enquanto em
Parelheiros [bairro no extremo da zona sul] predomina a população negra.
“O rendimento médio domiciliar per capita de Parelheiros corresponde a 10% do rendimento dos
moradores do Alto de Pinheiros. Não por acaso, a população negra do Alto de Pinheiros, assim como a branca
de Parelheiros, é inexpressiva”, afirma Mariano, citando dados do IBGE.
Débora Melo UOL, em São Paulo 29/06/2012 10h00
Ensino superior

O Censo 2010 mostra que os brancos também dominam o


ensino superior no país: considerando a faixa etária entre 15 e
24 anos, 31,1% da população branca frequentava a universidade.
Em relação aos pardos e pretos, os índices são de 13,4% e 12,8%,
respectivamente.

A pesquisa ainda observou diferenças relevantes na taxa


de analfabetismo entre as categorias de cor e raça. Enquanto
para o total da população a taxa de analfabetismo é de 9,6%,
entre os brancos esse índice cai para 5,9%. Já entre pardos e
pretos a taxa sobe para 13% e 14,4%, respectivamente.
E a confusão atual entre uma discriminação não
mais ao negro, mas ao pobre esconde as consequências
nefastas da discriminação racial: “o coitado não é mais
o negro, mas o pobre”; pobre que, em sua maioria, é
negro, pardo.
Portanto, nos dias atuais, diante dessa dualidade,
são necessárias políticas de inclusão que percebam a
inserção do pobre, mas que não escondam a
necessidade de inserção dos “de cor” que sempre
foram estigmatizados.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS TEMÁTICAS
RELACIONADAS À COR

• Raça: historicamente, raça é um conceito que veio


da Biologia, que buscava defender uma pureza genética
dos seres vivos; conquistou sucesso em alguns tipos
animais, mas é absurda em termos humanos; ocorre
que sua base de conceituação são as diferenças inatas,
portanto, que se verificam segundo uma
endodeterminação.
“É uma tentativa de agrupamento de pessoas,
segundo identidades visíveis ou interiores, com um
determinado fim”.
RACIALISMO
Diz respeito às teorias, tidas por alguns como racionais e
científicas, que defendem a existência de raças humanas e a
separação dos indivíduos segundo suas características. E racismo
nada mais é do que o racialismo utilizado para justificar
diferenças que visam hierarquizar, monopolizar posições e
prerrogativas, delimitar relações de poder e de subordinação,
reproduzindo uma ordem das desigualdades pautada em
qualidades individuais ou grupais. O racismo pode aparecer na
vida social através da simples aceitação, da imposição, da
dominação segundo as raças.
PRECONCEITO
Pode ser definido como atitudes e opiniões
desfavoráveis em relação ao outro, como
crenças ou valores que predispõem um grupo a
possuir medo/estranhamento de outros grupos;
e preconceito racial está diretamente ligado à
definição acima somado ao fator determinante
da raça.
DISCRIMINAÇÃO
É mais clara que preconceito, pois se trata
do tratamento ou comportamento desigual
dado a pessoas que pertencem a determinado
grupo e, portanto visa, majoritariamente, à
agressão ou ao impedimento do ‘outro’ de
ampliar seus espaços; é racial quando envolve
determinante racial.
APARTHEID
Ficou historicamente famoso pela sua implantação sem
precedentes na África do Sul, é a discriminação pública de separação
de espaços de convivência e participação da vida pública e privada;
apesar de clarividente na República Sul-africana, existiu e existe em
outras partes do mundo, como por exemplo, a periferização dos
marroquinos na França, os bairros ‘negros’ dos EUA (Bronx, Harlem) e
a proibição em alguns clubes esportivos paulistas da inserção de
negros em seu quadro de associados.
Conforme disse Hanna Arendt, o racismo científico foi utilizado
como instrumento de dominação, ou seja, a partir da rotulação do
‘outro’ como portador de características que o tornam inferior, os
superiores estão por si mesmos autorizados a flagelá-los, dominá-los,
expurgá-los.
Causas gerais do preconceito

-competição e conflitos políticos e econômicos;

-o uso do ‘bode expiatório’;

- fatores de personalidade.
Causas sociais do preconceito

- aprendizagem social;

- conformidade;

- categorização social.
TIPOS DE PRECONCEITO

Nos Estados Unidos, as pessoas que sofriam preconceito racial basicamente


dependiam de suas origens, ou seja, de seus descendentes serem ou não
norte-americanos, determinando sua raça norteamericana ou não; portanto,
dependia do “genótipo” ser ou não da terra da democracia, com
fundamentos instalados na Biologia.
No Brasil o preconceito era de outra ordem (marca): era verificado pelos
aparelhos sensitivos, em especial, a visão; sendo branco participaria da vida
dos brancos, independentemente de sua origem; sendo de cor diversa do
branco – amarela, parda, morena, mulata, jambo, preta, negra – seria
destituído dessa convivência com os brancos ou dificultada sua inclusão; por
isso a valorização da fenotipia (características externas) e, portanto, da
visibilidade da diferença.
Oracy Nogueira: Preconceito de marca: relações raciais em Itapetininga, 1998, Edusp
Essa distinção é importante para revelar que o termo raça
e suas designações na vida social (preconceito, discriminação,
apartheid) dependem do lugar e tempo em que são colocados,
todavia seu emprego visa a afastar aqueles que são
determinados diferentes das posições de poder e sucesso na vida
social (econômica, política, cultural).
Sobre o racialismo no Brasil

Por outro lado, surgiu no Brasil, uma corrente contrária às


terminações de igualdade racial, encabeçada por Oliveira
Vianna, autor de diversos livros que defendiam a superioridade
da raça branca aos negros e mestiços, que buscava justificar o
atraso brasileiro diretamente à falta de civilização característica
dos negros. Essa visão, alicerçada em bases pseudocientíficas,
tem seus adeptos até os dias atuais, pessoas que
irracionalmente defendem o branqueamento da população
como forma de assemelhar - se às grandes nações do Mundo e
alavancar o processo de crescimento nacional.
Oliveira Viana defendia a eugenia (Ciência do
aperfeiçoamento humano – de raças) como forma do
real aprimoramento das pessoas, o predomínio do
sangue branco sobre o negro como único modo possível
de constituição da nação brasileira.
O mito da democracia racial brasileira

“O povo brasileiro tem como uma de suas


características mais marcantes a cordialidade,
um abrandamento de emoções e sentimentos,
que o torna um povo amistoso, pacífico,
receptivo e distanciado de argumentos ligados à
desigualdade e distinção entre pessoas”.

Sérgio Buarque de Holanda - Raízes do Brasil


É fato que o brasileiro sempre afirma não ser preconceituoso, não usar
da discriminação. É fato que todos afirmam conviver bem entre quaisquer
grupos de cor de pele, sem nenhuma distinção. Mas, isso, na realidade, não
acontece. O preconceito e a discriminação emergem em situações
“escondidas”, longe dos olhos daqueles que possam criticar tais atitudes.
Surge nas conversas de bar, em meio a grupos sociais como torcidas e rede de
trabalhadores de uma empresa, nas discussões familiares, nos redutos de
pessoas, ou seja, sem qualquer declaração pública. Alguns cientistas como
Roger Bastide e Florestan Fernandes que estudaram a fundo a questão racial
no Brasil afirmam que o preconceito à brasileira é mais cruel, porque não
determina realmente o lugar daqueles tidos como “inferiores” na sociedade,
aceitando e negando o tempo todo a convivência harmoniosa pela
aproximação e distanciamento.
Defendida pelos formadores de opinião,
a suposta democracia racial brasileira tem suas razões abaixo:

a. o racismo é algo que pertence ao passado de escravidão e


segregação legal e, portanto, não é algo importante do presente;
b. que a melhor maneira de enfrentar o racismo sobrevivente é ignorá-
lo, posto que se trata apenas de resquício de um passado que será
inelutavelmente superado pelo modo de vida moderno;
c. que a melhor tática para combater o racismo é apagar de nossas
mentes a noção de ‘raça’ proscrevendo-a;
d. que o melhor que um negro tem a fazer é agir como um indivíduo,
desembaraçando-se dos familiares ou vizinhos (seu passado) que ficaram
para trás;
e. que qualquer política pública, para ser anti -racista, precisa ser
universalista e colorblind (cega nas cores).
Todavia, a análise mesmo superficial dos índices de sucesso pessoal e
profissional dos brasileiros dá ampla margem ao questionamento dessa
alegada democracia racial, posto que as posições mais altas, em níveis de
renda e qualidade de vida, estão preenchidas pelos brancos ou pelas pessoas
mais próximas do branco, enquanto que aos pardos e negros estão
reservadas as posições mais baixas da estratificação social, no Brasil.

Ora, democracia racial se faria pelo fato de que não haveria diferenças
patentes de posições sociais e nem dificuldades na mobilidade social:
entretanto, o que se verifica é que, ao branco, a ascensão social está
facilitada, enquanto que ao pardo/negro estão reservadas as maiores
dificuldades de crescimento individual e coletivo.
À guisa de efetivo convencimento, Santos (1984)
estabelece cinco grandes modalidades de racismo à brasileira,
para demonstrar como se esconde o preconceito e a
discriminação raciais:
- acostumamo-nos a ver, e a tratar, o povo como bichos;
- achamos, sinceramente, que os homens brancos são
melhores que os não -brancos;
- temos uma idéia negativa das pessoas de cor;
- temos a idéia fundamentada de que não somos racistas;
- olhamos os não-brancos como não brasileiros.
A cor como fator preponderante de sucesso na vida

Pesquisas realizadas demonstram a colocação dos


brasileiros segundo sua cor. Conforme afirma Carlos Hasenbalg,
que realizou diversos estudos sobre a situação de brancos,
pardos e pretos no cenário nacional, apesar do crescimento
econômico que o Brasil conhecer no século XX, principalmente
na segunda metade, as desigualdades econômicas e sociais entre
brasileiros brancos e não brancos não se alteraram.
A cor das pessoas é um determinante importante das
chances de vida, e a discriminação racial parece estar presentes
em todas as fases do ciclo de vida individual.
Alguns dados estatísticos e situacionais
das populações de cor

• Os dados mais recentes demonstram que o


Brasil responde pela segunda maior população
negra do mundo, atrás apenas da Nigéria. São
96,5 milhões de afros descendentes
(independentemente da designação (IBGE –
2010): pretos, negros, pardos, mulatos,
morenos), ou seja, 45 % da população
nacional.
• Sua distribuição geográfica é bastante desigual, pois
são os estados de São Paulo (13%), Bahia (13%),
Minas Gerais (11%), Rio de Janeiro (8%), Ceará (8%) e
Pernambuco e Pará (6%) que estão localizadas as
maiores populações negras, respondendo esses
estados por 65 % de todo o montante. Conforme as
primeiras aulas do curso, há uma explicação para
essa distribuição. São Paulo registra a maior
população: são 10,1 milhões de afros descendentes.
Pelo menos 1/3 da população paulista é constituída
desse segmento populacional.
enquanto 41% dos brancos têm empregos formais
(carteira assinada ou funcionário público), 33 % dos
não brancos gozam da mesma situação;

Mesmo nos casos em que se supõe uma


igualdade de condições, trabalhadores autônomos
proprietários de seu próprio negócio, os brancos
chegam a ganhar 60% a mais que os negros.
• Na educação a realidade não é diversa. É real o
baixo acesso dos negros à escolaridade, pautado pela
continuidade, desde a década de 1990, do fato de que
os negros não conseguem alcançar mais do que 70% da
média de anos de estudo dos brancos, fato que afasta
ainda mais a possibilidade de os não brancos auferirem
posições importantes no mercado de trabalho.
LEIS CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL
E SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS

O combate ao racismo nas leis brasileiras:

CONSTITUIÇÕES

Constituição republicana, de 1891: promulgou


como princípio constitucional o direito de todos à
igualdade e defendeu a liberdade dos indivíduos de
professarem pública e livremente seu culto, desde que
não ofensivos à moral e à lei públicas.
Em 1934, a primeira Constituição da Era Vargas
ratificou o direito à igualdade, bem como acresceu aos
indivíduos o direito à inviolabilidade da liberdade de
consciência e crença. Três anos depois, a Constituição
de 1937, chamada de Polaca determinou a liberdade
de culto e de crenças seculares, suprimindo,
tacitamente, os demais direitos; a Constituição pós-
ditadura, de 1946, que tinha como auspícios ideais
democráticos, declamou a inviolabilidade da liberdade
de consciência e de crença, garantindo o livre exercício
dos cultos religiosos.
LEI Nº 1390, de 03 de julho de 1951 (AFONSO
ARINOS). Fez tomar forma a criminalização dos atos
decorrentes da discriminação racial pois transformou
em contravenções penais a prática de atos resultantes
de preconceito de raça ou de cor, todavia, a
penalização era simbólica, pois determinava detenção
de 1 a 3 meses e multa.
Apenas em 1967, com a promulgação da
primeira Constituição da Ditadura Militar,
declara-se fielmente o princípio de igualdade de
todos perante a lei, sem distinção de sexo, raça,
trabalho, credo religioso e convicções políticas; e
finalmente constitucionaliza o crime de
preconceito de raça.
Constituição vigente, de 1988, advinda na era democrática:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade nos termos
seguintes:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e suas liturgias;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas,
assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei;
Artigo 3º, inciso IV (objetivos fundamentais):
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
normas de discriminação.
Artigo 4º (princípios que regem as relações
internacionais brasileiras):
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo.
DEMAIS LEGISLAÇÕES
• LEI Nº 7.716 de 05 de janeiro de 1989, alterada pela LEI Nº
9.459, de 15 de maio de 1997
• Nesse contexto, no ano seguinte a promulgação da Constituição foi promulgada a
lei acima, cuja redação segue ao final desta apostila. Sua propriedade está em
realmente tornar crimes e estipular punições graves a atos oriundos de
discriminação de raça ou de cor – representa, portanto, essa lei, um marco
positivado de combate às formas de discriminação racial, apesar da inobservância
de criminalização de práticas outras de racismo, principalmente o preconceito. A
lei em questão também se destaca pela abrangência de sua proteção, pois não
protege apenas as vítimas de discriminação e preconceito racial, mas também
aquelas que sofreram atentados em virtude etnia, religião e procedência nacional.
E somada aos ditames constitucionais, torna os crimes de preconceito e
discriminação raciais inafiançáveis e imprescritíveis.
LEI Nº 9.459, de 13 de maio de 1997

Aborda também situações relacionadas ao preconceito de


cor, raça, origem, etnia ou religião. Trouxe ainda adimplemento
ao Código Penal, nos seguintes termos:

“Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo -lhe a dignidade ou


o decoro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
§ 3º - Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia,religião ou origem:
Pena – reclusão de 1(um) a 3 (três) anos e multa.”
Ancoradas nessa perspectiva de combate ao
racismo, podem ser citadas várias outras leis.
Entre elas, a Constituição do Estado de São Paulo
que prescreve que a educação, inspirada nos princípios
de liberdade e solidariedade, tem, entre seus fins, a
condenação de qualquer tratamento desigual por
motivo de convicção filosófica, política ou religiosa,
bem como de quaisquer preconceitos de classe, raça
ou sexo (inciso VII – art. 237).
Ainda sobre a ótica da legislação paulista,
encontram -se, entre outras:
LEI Nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003,
que estabelece o dia 20 de novembro como o
“Dia da Consciência Negra”;
LEI N° 12.288, de 20 de julho de 2010, mais
conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial,
que trouxe inovações sobre a questão racial no
Brasil
ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

Assinado pelo Presidente da República, Luiz


Inácio Lula da Silva, em 20 de julho de 2010, o
Estatuto da Igualdade Racial, com “vacatio legis”
de noventa dias, motivador de diversos debates,
tem em seu bojo inovações e alterações em
situações que estavam implantadas até o
presente
Principais pontos que foram retirados do Estatuto:

-Cotas em Universidades para negros;

-Incentivo fiscal para empresas que contratarem pelo


menos 20% de funcionários negros;

- Política nacional de saúde específica para os negros.


Principais pontos que permaneceram

- Inclusão de história da África e da população negra


brasileira no currículo da educação pública (art. 11).
- Regulamentação da capoeira como esporte a ser
praticado nas escolas públicas (art. 20 e 22).
- Implementação de política de inclusão de mulheres
negras (§ 5º e 6º do art. 39).
- Remanescentes de quilombolas terão direito ao
reconhecimento de posse de terras (art. 17, 18 e 31).
- Defensoria pública deve se adaptar para fortalecer
suporte às vítimas de racismo.
- Incentivo à inclusão do negro no campo, com
capacitação para produção agrária (art. 27 ao 34)
-Incentivo ao turismo étnico.
-Meios de comunicação terão que garantir participação
de negros em filmes e peças publicitárias (Cap. VI – Dos
Meios de Comunicação – art. 43 e seguintes).
Racismo no Estado de Democrático de Direito:
Estado de exceção?

Chama-se estado de exceção todo momento em


que uma comunidade vive sobre o arrepio do
descumprimento das normas vigentes. Conforme visto,
o racismo é realidade e se encontra emanharado na
tessitura social brasileira, ditando características das
pessoas, direitos individuais e coletivos, formas de
interação e relacionamento entre iguais. Todavia, é
arduamente combatido pela legislação pátria em
diferentes frentes, bem como é mote de inúmeros
grupos anti-racistas, além de que é negado pelas
pessoas.
Jaccoud e Beghin designam que racismo e preconceito
racial são as frentes de legitimação da discriminação, sendo que
esta se subdivide em discriminação direta e discriminação
indireta. A discriminação direta é aquela descrita nas leis, ações
ou omissões claras, reais e visualizáveis. Já a discriminação
indireta, que guarda correlação com o preconceito racial, pouco
abordada pelos juristas e legisladores, se trata, do “aspecto
cultural, psicológico, que faz com que certas práticas
discriminatórias ingressem no imaginário coletivo, ora tornando-
se banais, e portanto, indignas de atenção salvo por aqueles que
dela são vítimas, ora se dissimulando através de procedimento
corriqueiros, aparentemente protegidos pelo Direito” (Joaquim
Barbosa, apud Jaccoud e Beghin, p. 21
Tais condutas passam desapercebidas, não sendo
questionadas, mas trazem consigo a legitimação
inconteste da prática racista;

Assim, o estado de exceção é subliminar, pois no


discurso cotidiano as pessoas não vencem porque não
são capazes ou porque não desejaram; não é o
preconceito e a discriminação raciais que
determinariam o sucesso ou fracasso das pessoas –
pelo menos é o que se constata no senso comum;
Sobre ações afirmativas
O OBJETIVO PRIMAZ das ações afirmativas
é buscar garantir a igualdade de oportunidades
adotando um tratamento preferencial para
permitir que grupos historicamente
discriminados alcancem um nível de
competitividade similar aos demais grupos
sociais, por meio de políticas que:
a. aumentem a qualificação dos
desprivilegiados;
b. promovam a melhoria de seu acesso ao
mercado de trabalho;
c. apoiem empresas (públicas e privadas)
que promovam a diversidade;
d. garantam sua inserção e participação nos
meios de comunicação.
A literatura admite QUATRO ARGUMENTOS BÁSICOS
levantados contra a adoção de políticas de ação afirmativa:
- Ela fere o princípio da isonomia, pois não trata a todos
igualitariamente;
- Ela retira o critério do mérito pessoal, tão importante nas
sociedades que se gerem pela competitividade;
- Ela esconde o real problema do mundo: a pobreza e a
necessidade de políticas para combatê-la;
- Ela é de difícil implementação em virtude do grau de
miscigenação da população brasileira, complicando a definição
de quem é branco e quem não é.
Gremista nega racismo e pede perdão ao goleiro
Aranha

A torcedora gremista Patrícia Moreira, flagrada por


câmeras de televisão xingando o goleiro Aranha, do Santos, na
semana passada em partida contra o Grêmio, em Porto Alegre,
veio a público nesta sexta-feira para negar que tenha cometido
ato racista, ao utilizar a palavra "macaco" para se referir ao
jogador santista, e pedir desculpas publicamente.

"Eu peço perdão de coração, eu não sou racista. Aquela


palavra, 'macaco', não foi racismo da minha parte. Não tive a
intenção racista. Foi no calor do jogo. O Grêmio estava
perdendo, o Grêmio é minha paixão mesmo. Eu sempre larguei
tudo para ir no jogo do Grêmio", disse a torcedora, em um
rápido pronunciamento à imprensa em um hotel na cidade Porto
Alegre, onde mora.
Os Negros e a Polícia
“Eu não suporto, não tolero mais ficar de cabeça baixa
para a polícia”, afirmou Brown, durante o debate, como
mostrado em reportagem realizada pela TVT. O rapper
ressaltou que a população jovem negra não deve aceitar o
preconceito da polícia.
Pedro Henrique Rocha, do coletivo Tamo Vivo, apontou
que o racismo está enraizado pelo sistema, e que é preciso “se
impor como negro” para combatê-lo.
A ONG Capão Cidadão foi criada em 2000, com o
movimento “Não a violência, eu quero lazer!”. O objetivo é
resgatar a cidadania para a comunidade do Capão Redondo
através do acesso a cultura, esporte e lazer.
“A equação que está armada hoje, nas
metrópoles brasileiras, é a seguinte: as
pessoas desconfiam umas das outras, todos
desconfiam da polícia e a polícia desconfia de
todos. Este é um círculo vicioso a romper”
Cel Res PM Carlos Alberto de Camargo – Ex-Cmt G PM
É a Polícia Militar que provavelmente atenderá,
primeiramente, uma queixa ou denúncia de crime de
preconceito ou de discriminação racial. São nestes
momentos que deve primar, o servidor público militar,
pelo respeito às pessoas, principalmente quanto à
dignidade. E, majoritariamente, é na atuação cotidiana
de polícia que se estabelece a relação entre a polícia e
a comunidade não branca.
26/03/2014 07h58 - Atualizado em 26/03/2014 13h58

Taxa de negros mortos pela polícia de SP é


3 vezes a de brancos, diz estudo. Policiais
envolvidos, entretanto, são, em sua maioria,
brancos (79%). Professora da UFSCar fala em
'racismo institucional'; SSP analisará dados.
Thiago Reis Do G1, em São Paulo
O índice de negros mortos em decorrência
de ações policiais a cada 100 mil habitantes em
São Paulo é quase três vezes o registrado para a
população branca e a taxa de prisões em
flagrante de negros é duas vezes e meia a
verificada para os brancos. É o que mostra um
estudo da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), que será divulgado oficialmente no dia
2 de abril.
A coordenadora da pesquisa, Jacqueline
Sinhoretto, diz que existe hoje um “racismo
institucional”. “Não é que o policial como pessoa
tenha preconceito. É o modo como o sistema de
segurança pública opera, identificando os jovens
negros como perigosos e os colocando como
alvos de uma política violenta, fatal”, diz.
Polícia Militar: lugar de brancos, pardos e negros?

Da mesma com que a criminalidade é um


problema mais social que policial, a violência e a
discriminação racial da polícia é também, em boa
parte, reflexo de uma cultura espraiada na sociedade;
ou seja, reproduz condutas e comportamentos
arraigados no seio social. Conforme predisse o Grupo
de Pesquisa da Discriminação (GPD), “A polícia apenas
reproduz uma visão ‘lombrosiana’ do crime que existe
na própria sociedade, marcada por estereótipos contra
os cidadãos negros e pobres” (Túlio Khan, 1996).
Por fim, visando levantar questionamento
sobre a ‘democracia’ no âmbito da Polícia Militar
paulista, reproduz-se, no apêndice, a tabela 4,
que traz a composição do efetivo paulista
segundo sua cor, cujos dados alicerçam uma
divisão equitativa entre as populações de cor.
DISCRIMINAÇÕES E PRECONCEITOS
DE OUTRAS ORDENS
Preconceito de classes
Provavelmente, dentre os tipos de preconceito, é
o de classes o que parece mais claro na sociedade
brasileira. É notório a distinção que se faz, no cotidiano,
entre as pessoas que possuem dinheiro e aquelas que
não possuem. Mais especificamente, se relaciona à
ostentação pública de pertences pessoais, como carros,
imóveis, vestimentas, objetos de uso pessoal e outros
materiais que acabam por identificar se a pessoa “é de
posses ou não”.
Preconceito de gênero
Trata-se da forma de preconceito que separa,
distingue homens de mulheres, colocando espaços e
capacidades para cada um deles. Como toda forma de
preconceito, também serve para desqualificar as
pessoas, minorando sua posição social, para assim
justificar a supremacia ou subserviência de um pelo
outro. No caso brasileiro, o preconceito e a
discriminação de gênero se apercebe no cotidiano e
nas estatísticas sociais: é fato a preponderância
masculina nos cargos, profissões e atividades mais
rendosas, em detrimento das mulheres.
No preconceito, emergem os famosos
jargões depreciativos: “lugar de mulher é na
cozinha”, “minha mulher não tem que trabalhar,
tem é que cuidar da casa e dos filhos”,
“faculdade de mulher é psicologia, pedagogia,
turismo”, “Ihhh, é mãe solteira” que nada mais
intentam do que delimitar o lugar e o espaço da
mulher, distante do homem e portanto que não
o ameaça.
Violência doméstica

São formas de violência doméstica e


familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física;
II - a violência psicológica;
III - a violência sexual;
IV - a violência patrimonial;
V - a violência moral.
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
(Lei Maria da Penha)

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica


e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art.
226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres e da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código
de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.
Art. 5 Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
independem de orientação sexual.
Art. 6 A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma
das formas de violação dos Direitos Humanos.
Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com


comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas,
fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
Das Medidas Protetivas de Urgência
à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de


outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa
oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do
agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e
alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Respeito e Proteção à Diversidade Sexual
e a Atuação Policial

• O Brasil é signatário de duas Convenções


Internacionais: “Sobre a eliminação de todas as formas
de discriminação racial” e “Sobre a eliminação de todas
as formas de discriminação contra a mulher”.
• O combate é medida emergencial à tutela dos direitos de
igualdade; mas, somente a existência de leis repressivas não
garante a plena igualdade e a inserção de grupos vulneráveis na
sociedade, pois a defesa da igualdade pressupõe-se inclusão
social, enquanto a discriminação sua exclusão. Assim, são
necessárias políticas públicas – a propositura de ações
afirmativas – voltadas à inserção e inclusão desses grupos
socialmente vulneráveis nos espaços sociais.
Movimentos culturais de defesa da igualdade, a
exemplo da “Passeata do Orgulho Gay”, são permitidos
e cabe à Polícia Militar a proteção dos manifestantes e
do movimento, bem como estar presente para coibir a
prática de atos atentatórios à moralidade pública, caso
assim surja.
Por outro lado, o policial militar deve ter sempre
em mente que representa, em última análise, o Estado.
Já do Estado exige-se que trate a todos com igualdade,
sem sustentar qualquer tipo de preconceito, e que
ofereça uma prestação de serviços com qualidade e
respeito à dignidade das pessoas. Pense nisso!
O Governo do Estado de São Paulo publicou o
Decreto nº 55.839 de 2010, que instituiu o Plano
Estadual de Enfrentamento à Homofobia e Promoção
da Cidadania LGBT.

Artigo 1º – Fica instituído o Plano Estadual de


Enfrentamento à Homofobia e Promoção da Cidadania
LGBT, composto por metas e ações a serem cumpridas
pelas Secretarias de Estado constantes do Anexo que
faz parte integrante deste decreto.
- Assegurar o tratamento pelo pré-nome
social de travestis e transexuais nos órgãos
públicos.
- Promover campanha institucional para
incentivo de denúncias de discriminação
homofóbica ocorridas no Estado de São Paulo.
- Promover a Lei estadual nº 10.948, de 5 de
novembro de 2001.
LEI ESTADUAL Nº 10.948, DE 05 DE NOVEMBRO DE 2001
Dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual

Artigo 1.º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação atentatória
ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou
transgênero.
Artigo 2.º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos
individuais e coletivosdos cidadãos homossexuais, bissexuais ou
transgêneros, para os efeitos desta lei:
I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória
ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
II - proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou
estabelecimento público ou privado, aberto ao público;
III - praticar atendimento selecionado que não esteja devidamente
determinado em lei;
IV - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis,
pensões ou similares;
V - preterir, sobretaxar ou impedir a locação, compra, aquisição,
arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer
finalidade;
VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de demissão direta ou
indireta, em função da orientação sexual do empregado;
VII - inibir ou proibir a admissão ou o acesso profissional em qualquer
estabelecimento público ou privado em função da orientação sexual do
profissional;
VIII - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade, sendo estas
expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos.
Artigo 3.º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de
função pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou
sem fins lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas neste Estado,
que intentarem contra o que dispõe esta lei.
Artigo 7.º - Aos servidores públicos que, no exercício de suas funções e/ou
em repartição pública, por ação ou omissão, deixarem de cumprir os
dispositivos da presente lei, serão aplicadas as penalidades cabíveis nos
termos do Estatuto dos Funcionários Públicos.
Realizar, em parceria com a Defensoria
Pública do Estado de São Paulo, Cursos de
Capacitação em Direitos Humanos e Diversidade
Sexual para gestores públicos de Secretarias do
Governo do Estado de São Paulo.
Meta 4. Apoiar ações de visibilidade da população
LGBT.
Ação 4.1. Realizar atividades comemorativas em
alusão ao Dia da Visibilidade Trans.
Ação 4.2. Realizar atividades comemorativas em
alusão ao Dia do Combate à Homofobia.
Ação 4.3. Realizar atividades comemorativas em
alusão ao Dia do Orgulho LGBT.
Ação 4.4. Realizar atividades comemorativas em
alusão ao Dia da Visibilidade Lésbica.
• Meta 7. Adotar ações de enfrentamento ao tráfico de travestis
e transexuais para exploração sexual.
• Meta 8. Firmar parceria com o Programa de Humanização da
Secretaria da Saúde.
• Ação 8.1. Realizar capacitações para a promoção do
atendimento humanizado na rede de saúde hospitalar, com
enfoque nas demandas da população LGBT.
• Meta 9. Publicar material informativo para servidores
públicos.
• Ação 9.1. Elaborar e publicar material educativo para orientar
os servidores públicos para a prestação adequada dos
serviços à população LGBT.
• Meta 10. Promover campanha institucional.
Ação 5.2. Apoiar publicações que tratem da
temática diversidade sexual e direitos da
população LGBT.
Meta 6. Apoiar iniciativas da sociedade civil.
Ação 6.1. Apoiar a realização de projetos,
tais como festivais culturais, seminários,
encontros, participação em eventos, Paradas do
Orgulho LGBT, dentre outros.
“Pretos e brancos são apenas conjuntos de
indivíduos que têm essas cores nada mais”

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