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ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURAS DE MADEIRA

ESTRUTURAS DE MADEIRA
Prof. Talles Mello

www.tallesmello.com.br
FISIOLOGIA DA ÁRVORE

A madeira tem um processo de formação que se inicia nas raízes. A partir delas é
recolhida a seiva bruta (água + sais minerais) que em movimento ascendente
pelo alburno atinge as folhas. Na presença de luz, calor e absorção de gás
carbônico ocorre a fotossíntese havendo a formação da seiva elaborada. Esta,
em movimento descendente (pela periferia) e horizontal para o centro vai se
depositando no lenho, tornando-o consistente como madeira.
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Como é sabido, a morte de uma árvore ocorrerá caso seja feita a extração da
casca envolvendo todo o perímetro a qualquer altura do tronco. Basta
interromper o fluxo ascendente ou descendente da seiva bruta ou elaborada. É
como interromper o fluxo de sangue para o coração em um ser humano.
PEÇAS DE MADEIRA EMPREGADAS EM ESTRUTURAS

Existem algumas espécies de madeira mais fáceis de serem encontradas


"a pronta entrega". Logicamente que esta situação é bastante mutável
dependendo da época, uma vez que os fornecedores são diversificados,
assim como, a fonte (região) de procedência da madeira. O mercado faz
suas próprias regras, predominantemente em função dos custos. Quando
foi feita a pesquisa às madeireiras haviam disponíveis as seguintes
ESTRUTURAS DE MADEIRA

espécies: Peroba Rosa, Ipê, Jatobá, Sucupira, Maçaranduba, Garapa,


Angico, Maracatiara, Cedril, Cumaru, Amestão, Cupiúba, e outras não
muito convencionais. Para estas espécies de madeira serrada existem
algumas bitolas comerciais, comuns de serem encontradas prontas no
mercado. São elas:
RESISTÊNCIA DE CÁLCULO

Os valores de cálculos das resistências são dados por:


𝑓𝑤𝑘
𝑓𝑤𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑
𝑤
Onde:
𝑓𝑤𝑑 é o valor característico da resistência;
𝑘𝑚𝑜𝑑 é o coeficiente de modificação que leva em consideração os efeitos da duração do carregamento,
da umidade do meio ambiente e da qualidade do material;
ESTRUTURAS DE MADEIRA

𝑤 é o coeficiente de ponderação de segurança do material.

Os coeficientes de modificação, 𝑘𝑚𝑜𝑑 , afetam os valores de cálculo das


propriedades da madeira em função da classe de carregamento da
estrutura, da classe de umidade admitida, e do eventual emprego de
madeira de 2ª qualidade. O coeficiente de modificação 𝑘𝑚𝑜𝑑 é formado pelo
produto:
𝑘𝑚𝑜𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑1 . 𝑘𝑚𝑜𝑑2 . 𝑘𝑚𝑜𝑑3
Valores dos coeficientes de ponderação da resistência para estado limite
último:
𝑤𝑐 = 1,4 𝑤𝑡 = 1,8 𝑤𝑣 = 1,8
Onde:
𝑤𝑐 = 1,4 para tensões de compressão paralelas às fibras;
𝑤𝑡 = 1,8 para tensões de tração paralelas às fibras e
𝑤𝑣 = 1,8 para tensões de cisalhamento paralelas às fibras
ESTRUTURAS DE MADEIRA 𝐓ABELAS (6 e 7)
ESTRUTURAS DE MADEIRA 𝐓𝐀𝐁𝐄𝐋𝐀𝐒 (8 e 9)
ESTRUTURAS DE MADEIRA 𝑻𝑨𝑩𝑬𝑳𝑨 𝟏𝟎 − 𝑪𝒍𝒂𝒔𝒔𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝑪𝒂𝒓𝒓𝒆𝒈𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐
ESTRUTURAS DE MADEIRA 𝑻𝒂𝒃𝒆𝒍𝒂 11
CLASSES DE RESISTÊNCIA - CONÍFERAS/DICOTILEDÔNEAS
A NBR 7190/1997 definiu classes de resistência para possibilitar o emprego
de madeiras com propriedades padronizadas, mesmo que de espécies
florestais diferentes, orientando a escolha do material para a elaboração de
projetos estruturais (Tabela 2 e Tabela 3).
ESTRUTURAS DE MADEIRA
DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Dimensões mínimas das seções transversais:


- peças principais - A > 50 cm² e b > 5 cm
- peças secundárias - A > 18 cm² e b > 2,5 cm
- peças principais múltiplas – A > 35 cm² e b > 2,5 cm
- peças secundárias múltiplas - A > 18 cm² e b > 1,8 cm
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Diâmetros mínimos de pinos e cavilhas: Dimensões mínimas das arruelas:

- pregos - 3 mm - diâmetro - 3d
- parafusos - 10 mm - espessura - e > 4 mm nas pontes
- cavilhas - 16 mm - e > 3 mm (outras)
- mínimo de 2 pinos por ligação

Espessura mínima das chapas de aço:


- espessura - e > 9 mm nas pontes
- e > 6 mm (outras)

Esbeltez máxima:
De acordo com a NBR 7190, as cavilhas podem ser feitas com madeiras duras
- peças comprimidas - L0 < 40.h = 140
da classe C60 ou com madeiras moles impregnadas por resina, para aumento de capacidade
resistente. Para fins estruturais são empregadas apenas as cavilhas torneadas nos diâmetros - peças tracionadas - L0 < 50.h = 173
a partir de 16 mm.
AÇÕES
De acordo com a NBR 8681 as forças são designadas por ações diretas e
as deformações impostas por ações indiretas. Em função de sua
variabilidade no tempo, as ações podem ser classificadas como:
• Ações permanentes;
• Ações variáveis;
• Ações excepcionais.
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Onde:
𝐹𝐺𝑖,𝑘 , é o valor característico das ações permanentes
𝐹𝑄𝑖,𝑘 , , é o valor característico da ação variável considerada principal
em um determinado caso de carregamento,
0𝑗 . 𝐹𝑄𝑖,𝑘 é o valor reduzido de combinação de cada uma das ações
variáveis e
0𝑗 é o fator de combinação correspondente a cada uma das ações
variáveis.
Para cargas variáveis de curta duração consideradas como ação
variável principal, a NBR7190/97 permite a redução para 75% da
solicitação no estado limite último. Logo, a combinação última normal é
AÇÕES PERMANENTES

São aquelas que ocorrem com valores praticamente constantes, ou com


pequena variabilidade em torno de sua média, ao longo de toda a vida útil
da construção. As ações permanentes são divididas em:
a) Ações permanentes diretas: são constituídas pelo peso próprio da
estrutura, dos elementos construtivos fixos, das instalações e outras
como equipamentos e empuxos.
b) Ações permanentes indiretas: são constituídas por deformações
ESTRUTURAS DE MADEIRA

impostas por retração do concreto, fluência, recalques de apoios,


imperfeições geométricas e protensão.
ESTRUTURAS DE MADEIRA AÇÕES PERMANENTES
AÇÕES VARIAVEIS

São aquelas que variam de intensidade de forma significativa


em torno de sua média, ao longo da vida útil da construção.
São classificadas em diretas, indiretas e dinâmicas.
ESTRUTURAS DE MADEIRA
AÇÕES EXCEPCIONAIS

São ações de duração extremamente curta e com muito


ESTRUTURAS DE MADEIRA

baixa probabilidade de ocorrência durante a vida útil da


construção. Devem ser consideradas no projeto se seus
efeitos não puderem ser controlados por outros meios. São
exemplos os abalos sísmicos, as explosões, os incêndios,
choques de veículos, enchentes, etc
ELEMENTOS TRACIONADOS

TRAÇÃO PARALELA ÀS FIBRAS


Em peças tracionadas com esforço paralelo às fibras a condição de segurança é dada
por:
t0d = tensão solicitante de projeto
σ t0d  f t0d
ft0d = tensão resistente de projeto
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Obs: a tensão solicitante de projeto deve ser calculada considerando a área líquida da
seção, sendo descontadas as áreas projetadas dos furos e entalhes executados na
madeira para a instalação dos elementos de ligação.

TRAÇÃO NORMAL ÀS FIBRAS

Não se considera a resistência a tração normal às fibras para fins de projeto estrutural

TRAÇÃO INCLINADA EM RELAÇÃO ÀS FIBRAS

f t0 ft 90
f t 
f t0 sen2  f t90 cos2  
Eq. de Hankinson
ELEMENTOS TRACIONADOS – EXERCÍCIO 1

Qual a máxima carga F que o tirante, de área (16X8) cm²,


suporta?
Dados: Madeira: Dicotiledônea C30; Umidade classe (1),
Carregamento de longa duração com grande variabilidade e 2º
categoria.
ESTRUTURAS DE MADEIRA

1 Megapascal (MPa) = 0,1 kN/cm² = 10 Kgf/cm²


ELEMENTOS TRACIONADOS – EXERCÍCIO 1

Solução
ESTRUTURAS DE MADEIRA

1. Cálculo da Tensão Resistente

Kgf/cm²

2. Cálculo da Tensão Atuante:

F = 8311,69 Kgf
ELEMENTOS TRACIONADOS – EXERCÍCIO 2

O detalhe da figura representa a ligação entre o banzo superior e inferior,


chamada ligação de extremidade, para uma treliça de Jatobá. Os
esforços normais de cálculo nas peças estão identificados a seguir.
Pede-se a verificação do estado limite último para a barra tracionada da
ligação de extremidade. Considerar carregamento de longa duração, a
madeira de 2a categoria, a classe de umidade do local da construção é 2
ESTRUTURAS DE MADEIRA

e as cargas permanentes são de grande variabilidade. fc0,m = 93,3 MPa ;


Esforços Barra 1-10: Ngk = + 2.386 Kgf (perm.); Nqk = + 1.235 Kgf (vento);
θ = 23º.
ELEMENTOS COMPRIMIDOS - FLAMBAGEM

 = índice de esbeltez
 L
 o
imin L0 = comprimento teórico de referência
imin = raio de giração mínimo da seção transversal
I
i min 
A
ESTRUTURAS DE MADEIRA

COMPRESSÃO DE PEÇAS CURTAS

Para as peças curtas, definidas pelo índice de esbeltez   40 , que na situação de projeto
são admitidas como solicitadas apenas à compressão simples, dispensa-se a
consideração de eventuais efeitos de flexão.
Para as peças curtas, que na situação de projeto são admitidas como solicitadas à flexo-
compressão, as condições de segurança são as especificadas em 6.3.6, com os
momentos fletores determinados na situação de projeto.
ELEMENTOS CURTOS COMPRIMIDOS

COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS

Em peças curtas submetidas à compressão axial o critério de segurança é dado por:


c0d = tensão solicitante de projeto
σ c0d  f c0d fc0d = tensão resistente de projeto
ESTRUTURAS DE MADEIRA

COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS


Nas peças submetidas à compressão normal às fibras, a segurança é garantida por:
c90d = tensão solicitante de projeto
σ c90d  f c90d fc90d = tensão resistente de projeto

f c90d  0,25.f c0d n

COMPRESSÃO INCLINADA EM RELAÇÃO ÀS FIBRAS

fc0 fc90
fc 
f c0 sen2  f c90 cos2  
Eq. de Hankinson
PEÇAS COMPRIMIDAS - FLAMBAGEM

COMPRESSÃO DE PEÇAS MEDIANAMENTE ESBELTAS

Para as peças medianamente esbeltas, definidas pelo índice de esbeltez 40    80,


Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

submetidas na situação de projeto à flexo-compressão com os esforços de cálculo Nd e


M1d, além das condições de segurança especificadas em 6.3.6, também deve ser
verificada a segurança em relação ao estado limite último de instabilidade, por meio de
teoria de validade comprovada experimentalmente.
Considera-se atendida a condição de segurança relativa ao estado limite último de
instabilidade, se no ponto mais comprimido da seção transversal for respeitada a condição
seguinte, aplicada isoladamente para os planos de rigidez mínima e de rigidez máxima da
peça. 𝜎 𝜎
𝑛𝑑
+ 𝑚𝑑
1
𝑓𝑐𝑜𝑑 𝑓𝑐𝑜𝑑
Nd = valor de cálculo da tensão de compressão devida à força normal de compressão
Md = valor de cálculo da tensão de compressão devida ao momento fletor calculado por:
𝐹 ² . Eco,ef . 𝐼 𝑀𝑑
M d = N d .ed 𝑒𝑑 = 𝑒1 .( 𝐸 ) 𝐹𝐸 = 𝑒1 = 𝑒𝑖 +𝑒𝑎 𝑒𝑖 =
𝑁𝑑
𝐹𝐸 −𝑁𝑑 𝐿0 ²
Nd Md
𝜎𝑛𝑑 = 𝜎𝑚𝑑 = .y
ea = L0/300 (excentricidade acidental mínima) 𝐴 𝐼
ei > h/30 (excentricidade inicial devido a presença do momento, para treliças
considerar como 0)
PEÇAS COMPRIMIDAS - FLAMBAGEM 22

COMPRESSÃO DE PEÇAS ESBELTAS


Para as peças esbeltas, definidas pelo índice de esbeltez 80    140 , não se permitindo
valor maior que 140, submetidas na situação de projeto à flexo-compressão com os
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

esforços de cálculo Nd e M1d, a verificação pode ser feita pela expressão:


𝜎𝑛𝑑 𝜎
+ 𝑚𝑑  1
𝑓𝑐𝑜𝑑 𝑓𝑐𝑜𝑑
Nd = valor de cálculo da tensão de compressão devida à força normal de compressão
Md = valor de cálculo da tensão de compressão devida ao momento fletor calculado por:
𝐹𝐸 ² . Eco,ef . 𝐼 𝑒1,𝑒𝑓 = 𝑒1 +𝑒𝑐 = 𝑒𝑖𝑔 +𝑒𝑎 +𝑒𝑐
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 . 𝑒1,𝑒𝑓 . 𝐹𝐸 = 𝑀𝑑
𝐹𝐸 − 𝑁𝑑 𝑒𝑖 =
𝐿0 ² 𝑒𝑐 = (𝑒𝑖𝑔 + 𝑒𝑎 ) . (𝑒 𝑐 - 1) 𝑁𝑑

∅ . [𝑁𝑔𝑘 + Ψ1 + Ψ2 . 𝑁𝑞𝑘 ]
𝑐=  1  2 1
𝐹𝐸 − [𝑁𝑔𝑘 + Ψ1 + Ψ2 . 𝑁𝑞𝑘 ]

ea = L0/300 (excentricidade acidental mínima)


ei > h/30 (excentricidade inicial de 1a ordem devido a presença do momento)
ec = excentricidade suplementar de 1a ordem devido a fluência da madeira
PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS 24

Exemplo 1
Uma caixa d’água pesando constantemente 4000 N (considerar
como carga permanente) será suportada por 4 pés feitos de peças
de madeira com as fibras no sentido vertical. Dimensione os pés.
Dados:
Madeira de Dicotiledônea C40;
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Umidade classe (2).


PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS 24

SOLUÇÃO
1. Cálculo da Tensão Resistente
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Kgf/cm²

2. Cálculo da Tensão Atuante


PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS 24

3. Verificação - Dimensionando para peça curta


ESTRUTURAS DE MADEIRA
PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS 24

Exemplo 2
Uma barra vertical quadrada (10X10) cm² serve de apoio em um sistema
de sustentação da carga vertical de uma parede. Verifique se suportará o
carregamento.
Dados:
- N é composta por:
ESTRUTURAS DE MADEIRA

- Carga permanente → 1200 N; Carga acidental principal, de longa duração → 560 N; Vento
→ 440 N
- Madeira: Conífera C30,
- Umidade classe (1).
PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS 24

SOLUÇÃO
1. Calculo do índice de Esbeltes (λ)
ESTRUTURAS DE MADEIRA

2. Cálculo da Tensão Resistente


PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS

3. Cálculo das Tensões Atuantes


3.1. Esforço de Cálculo
ESTRUTURAS DE MADEIRA

3.2. Tensão Atuante proveniente da carga axial

3.3. Tensão Atuante proveniente da flexão


3.3.1. Carga crítica
PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS

3.3.2. Excentricidade inicial

3.3.3. Excentricidade acidental


ESTRUTURAS DE MADEIRA

3.3.4. Excentricidade suplementar de primeira ordem


PEÇAS COMPRIMIDAS - EXEMPLOS

3.3.5. Excentricidade efetiva de primeira ordem

3.3.6. Excentricidade de cálculo (projeto)


ESTRUTURAS DE MADEIRA

3.3.7. Tensão de atuante

4. Verifica no Estado limite último

Portanto, a barra suportará o carregamento.


PEÇAS COMPRIMIDAS - EXERCÍCIOS 24

1) Projetar uma peça de madeira, Classe C60, sem classificação, U = 12%, com
seção retangular submetida a uma ação permanente composta por uma força
axial de 700 kgf e a uma ação variável composta de uma força concentrada no
ponto médio do vão livre igual a 75 kgf e uma força distribuída igual a 45 kgf/m.

2) Uma viga de madeira de 7,5 cm de espessura apóia-se sobre uma viga de


ESTRUTURAS DE MADEIRA

concreto de 12 cm de espessura. Sabendo-se que a reação de apoio da viga de


madeira é de 36 kN (valor de cálculo), verificar a compressão normal localizada.
Adotar madeira classe C40 e Kmod = 0,56.

3) Um pontalete curto de madeira (seção 7,5 x 7,5 cm) está sujeito a uma força de
compressão axial. O pontalete apresenta inclinação de fibras da ordem de 20 graus
em relação ao seu eixo axial. Determinar a máxima força de cálculo que o pontalete
pode suportar. Adotar madeira classe C25 e Kmod = 0,56.
VIGAS 7

As vigas fletidas estão sujeitas a tensões normais de


tração e compressão paralela às fibras e de tensões
cisalhantes na direção normal e paralela às fibras.
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

Além disso, estão submetidas a tensões de


compressão normal nas regiões de aplicação de
carga e nos apoios.
As vigas altas e esbeltas podem sofrer flambagem
lateral, reduzindo a capacidade resistente à flexão.

Verificação dos Estados Limites Últimos (ELU):


Tensão normal máxima no bordo comprimido
Tensão normal máxima no bordo tracionado
Tensão normal máxima nos apoios
Tensão cisalhante máxima nos apoios
Estabilidade lateral

Verificação dos Estados Limites de Serviço (ELS):


Flecha máxima limite
VIGAS - SOLICITAÇÕES NORMAIS 8

FLEXÃO SIMPLES RETA


Nas barras submetidas a momento fletor cujo plano de ação contém um eixo central de
inércia da seção transversal resistente, a segurança fica garantida pela observância
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

simultânea das seguintes condições:

σc1,d  fcd σt 2,d  ftd


c1d = tensão de projeto atuante na borda mais comprimida
fcd = tensão resistente de projeto à compressão
t2d = tensão de projeto atuante na borda mais tracionada ftd
= tensão resistente de projeto à tração
Md = momento fletor de projeto
Wc e Wt = módulo de resistência à flexão do bordo
considerado
I = momento de inércia
yc1 e yt2 = distância do centróide

I
Md
σ c1,d  W  t 2,d

Md
Wt
W c
y
I Wt 
y
c t2
c1
FLEXÃO SIMPLES - EXERCICIO

1 - Calcular a altura necessária para uma viga, cuja largura é de 6cm, e está
submetida a um carregamento permanente, uniformemente distribuída, de
82 N/m, e a uma carga concentrada permanente de 160 N, no ponto médio
do vão de 5,80m, conforme a figura.
Dados:
Madeira: Folhosa C40,
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Umidade classe (3).


FLEXÃO SIMPLES - EXERCICIO

Solução

1. Cálculo da Tensão Resistente


ESTRUTURAS DE MADEIRA

2. Esforços Atuantes
FLEXÃO SIMPLES - EXERCICIO

3. Tensões Atuantes
ESTRUTURAS DE MADEIRA

4. Condição de segurança
VIGAS - SOLICITAÇÕES NORMAIS 9

FLEXÃO SIMPLES OBLÍQUA


Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

Nas seções submetidas a momento fletor cujo plano de ação não contém um de seus
eixos centrais de inércia, a condição de segurança é expressa pela mais rigorosa das
duas condições seguintes, tanto em relação às tensões de tração quanto às de
compressão:

 Mx,d
k
 My,d
1
 Mx,d

 My,d
1
kM
f M f f f
wd wd wd wd

kM = 0,5 para seção retangular


kM = 1,0 para outras seções transversais

Mx,d e My,d = tensões máximas devidas às componentes de flexão atuantes segundo


as direções principais
fwd = resistência de cálculo, de tração ou de compressão conforme a borda verificada
kM = coeficiente de correção

O fator kM leva em conta o fato de que nem sempre a resistência se esgota quando a
tensão combinada máxima atuando em um vértice de seção atinge a tensão resistente.
VIGAS - SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS 10

CISALHAMENTO LONGITUDINAL EM VIGAS

Nas vigas submetidas à flexão com força cortante, a condição de segurança em relação
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

às tensões tangenciais é expressa por:

 d f v0,d d = máxima tensão de cisalhamento


atuando no ponto mais solicitado da
peça
Em vigas de seção transversal retangular, de largura b e altura h , tem-se:


3
 Vd
d
2 b.h
Na falta de determinação experimental específica, admitem-se:
fv0,d = 0,15. fc0,d para coníferas

fv0,d = 0,12. fc0,d para dicotiledôneas

Nas vigas de altura h que recebem cargas concentradas, que produzem tensões de
compressão nos planos longitudinais, a uma distância a < 2h do eixo do apoio, o cálculo
das tensões de cisalhamento pode ser feito com uma força cortante reduzida de valor:
a
V redV
2h
VIGAS - SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS 11

CISALHAMENTO LONGITUDINAL EM VIGAS


Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

No caso de variações bruscas de seção transversal, devidas a entalhes, deve-se


multiplicar a tensão de cisalhamento na seção mais fraca, de altura h1 , pelo fator h/h1,
obtendo-se o valor, respeitada a restrição h1 > 0,75h.
3 V d h
 d
  
2 bh1 h1 
No caso de se ter h1/h > 0,75 recomenda-se o emprego de parafusos verticais
dimensionados à tração axial para a totalidade da força cortante a ser transmitida ou o
emprego de variações de seção com mísulas de comprimento não menor que 3 vezes a
altura do entalhe, respeitando-se sempre o limite absoluto h1/h > 0,5.
VIGAS – ESTABILIDADE LATERAL 12

As vigas fletidas, além de respeitarem as condições de segurança anteriores, devem ter


sua estabilidade lateral verificada.
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA
VIGAS – ESTABILIDADE LATERAL 13

Dispensa-se essa verificação da segurança em relação ao estado limite último de


instabilidade lateral quando forem satisfeitas as seguintes condições:
-os apoios de extremidade da viga impedem a rotação de suas seções extremas em torno
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

do eixo longitudinal da peça;


-existe um conjunto de elementos de travamento ao longo do comprimento L da viga,
afastados entre si de uma distância não maior que L1, que também impedem a rotação
dessas seções transversais em torno do eixo longitudinal da peça;
- para as vigas de seção transversal retangular, de largura b e altura h medida no plano de
atuação do carregamento.

para f = 1,4 e para o


coeficiente de correção E = 4


L1 Eco,ef Eco,ef


ou então,
 f c1d
  
 L1 
M
b 
M co,d
b
ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1

Dada uma viga bi-articulada de madeira, de seção 5 cm x 20 cm,


submetida a uma ação permanente distribuída de 80 N/m (totalidade
das ações permanentes) e a uma carga acidental distribuída (q).
Determinar o máximo valor de q, considerando:
 madeira classe C-40;
U = 15%;
ESTRUTURAS DE MADEIRA

2ª categoria;
Local com predominância de pessoas;
Materiais frágeis ligados à estrutura;

80N/m
ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1

1. Características geométricas e resistências da viga

N/cm²

N/cm²

N/cm²
ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1
2. Verificação do Estado Limite Último - Cortante

3. Verificação do Estado Limite Último – Flexão Simples


ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1

4. Verificação do Estado limite de Serviço


ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1

5. Verificação da Estabilidade Lateral


ESTABILIDADE LATERAL EM VIGAS– EXERCÍCIO 1

6. Análise dos valores de carga acidental obtidos

Comparando as verificações exigidas pela norma, verificou-se


que o limitante do problema foi a estabilidade lateral da viga e
como o resultado da carga acidental obtido foi negativa deve
ser aplicado a viga um novo dimensionamento diminuindo o
vão entre travamentos ou aumentando a largura da viga.
VIGAS – LIMITE DE DESLOCAMENTO 14

A flecha efetiva, determinada pela soma das parcelas devidas à carga permanente e à
carga acidental não pode superar 1/200, nem 1/100 do comprimento dos balanços
correspondentes.
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

As flechas devidas às ações permanentes podem ser parcialmente compensadas por


contraflechas dadas na construção. Neste caso na verificação de segurança, as flechas
devidas às ações permanentes podem ser reduzidas, mas não se considerando reduções
superiores a 2/3 da flecha permanente.

No caso de flexão oblíqua, os limites anteriores de flechas podem ser verificados


isoladamente para cada um dos planos principais de flexão.

Nas construções em que haja materiais frágeis ligados à estrutura, as flechas totais, não
devem superar 1/350 dos vãos, nem 1/175 do comprimento dos balanços
correspondentes. As flechas devidas apenas às ações variáveis não devem superar 1/300
ou 1/150 do comprimento dos balanços correspondentes, nem valor absoluto de 15 mm.
ESTRUTURAS DE MADEIRA FLECHA
VIGAS – EXERCÍCIOS 15

10) Um pranchão de 7,5 x 30,5 cm de Cupiúba (Peroba do Norte) atua como viga,
sendo as seções do apoio fixadas lateralmente. Determinar o comprimento L1
entre os pontos de contenção lateral, de modo a evitar a redução da tensão
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

resistente por flambagem lateral. Adotar Kmod = 0,56.

11) Uma viga de madeira, biapoiada, de seção retangular (6,0 x 20,0 cm) e 3,5 m de
vão livre, está sujeita a uma ação permanente distribuída de 1,8 kN/m (totalidade
das ações permanentes) e a uma carga concentrada variável “Q” no centro do
vão. Determine o máximo valor de “Q” e verifique a estabilidade lateral. Considere
madeira Classe C60, U=12%, não classificada.

12) Considere que as treliças de um telhado com inclinação de 20 graus estejam


espaçadas entre si de 3,5 m. Dimensione uma terça de seção retangular
submetida ao carregamento de 0,4 kN/m de carga permanente e vento de sucção
de 0,9 kN/m de curta duração. A madeira utilizada é da classe C60, seca e
classificada.
SOLICITAÇÕES NORMAIS – FLEXÃO COMPOSTA 16

FLEXO-TRAÇÃO
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

Nas barras submetidas à flexo-tração, a condição de segurança é expressa pela mais


rigorosa das duas expressões seguintes aplicadas ao ponto mais solicitado da borda mais
tracionada, considerando-se uma função linear para a influência das tensões devidas à
força normal de tração :

   Nt ,d  k M  Mx,d  My,d 1

My,d
Nt ,d Mx,d
k M 1
f to ,d f to ,d f to ,d f to ,d f to ,d f to ,d

kM = 0,5 para seção retangular


kM = 1,0 para outras seções transversais

Nt,d = valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante


em virtude apenas da força normal de tração
ft0,d = resistência de cálculo à tração paralela às fibras
kM = coeficiente de correção
SOLICITAÇÕES NORMAIS – FLEXÃO COMPOSTA 17

FLEXO-COMPRESSÃO
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

A condição de segurança relativa à resistência das seções transversais submetidas à


flexo-compressão é expressa pela mais rigorosa das duas expressões seguintes,
aplicadas ao ponto mais solicitado da borda mais comprimida, considerando-se uma
função quadrática para a influência das tensões devidas à força normal de compressão:

    
2 2
   
 Nc ,d  k Mx,d
 My,d
1  Nc ,d   Mx,d k My,d
1
 f

co,d
 M f
 co,d 
f co,d  f
 co,d


f co,d
M
f co,d

kM = 0,5 para seção retangular


kM = 1,0 para outras seções transversais

Nc,d = valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante


em virtude apenas da força normal de compressão
fc0,d = resistência de cálculo à compressão paralela às fibras
kM = coeficiente de correção

O termo quadrático se origina da consideração do comportamento plástico da madeira


à compressão.
FLEXÃO COMPOSTA - EXERCÍCIO 18

13) Uma diagonal de treliça de 7,5 cm x 23 cm de madeira classe C30, conífera, de


segunda categoria, em ambiente de umidade classe 2, está sujeita à tração com
uma excentricidade de 5 cm produzida por excentricidade nos nós da treliça.
Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

Determinar o maior esforço de tração oriundo de carga de longa duração que a


madeira pode absorver. Considerar a seção líquida com dois furos de diâmetro d =
27 mm.
SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS - TORÇÃO 19

TORÇÃO

Recomenda-se evitar a torção de equilíbrio em peças de madeira, em virtude do risco de


Curso: ESTRUTURAS DE MADEIRA

ruptura por tração normal às fibras decorrente do estado múltiplo de tensões atuante.

Quando o equilíbrio do sistema estrutural depender dos esforços de torção (torção de


equilíbrio), deve-se respeitar a condição seguinte, calculando-se T,d pelas expressões da
Teoria da Elasticidade, sob ações das solicitações de cálculo Td.

 T ,d  f vo,d
LIGAÇÕES

O dimensionamento dos elementos de ligação deve obedecer a condições de


segurança do tipo

onde Rd é o valor de cálculo da resistência dos elementos da ligação e Sd o


valor de cálculo das solicitações nela atuantes.
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Resistência de Cálculo dos Pinos


Rvd,1 expressa a resistência de cálculo de um pino correspondente a uma única
seção de corte determinada em função dos parâmetros:
𝑡 𝑓𝑦𝑑
𝛽= 𝛽𝑙𝑖𝑚 = 1,25
𝑑 𝑓𝑒𝑑
onde t é a espessura convencional da madeira; d é o diâmetro do pino; feαd é a
resistência de cálculo ao embutimento para a inclinação α; fyd é a resistência de
cálculo ao escoamento do pino metálico = fyk / γs ; γs = 1,10.

Embutimento da madeira Flexão do Pino


𝛽 ≤ 𝛽𝑙𝑖𝑚 𝛽 > 𝛽𝑙𝑖𝑚
𝑡² 𝑑²
𝑅𝑣𝑑,1 = 0,4 . . 𝑓�𝑒𝑑 𝑅𝑣𝑑,1 = 0,625 . .𝑓
𝛽 𝛽𝑙𝑖𝑚 𝑦𝑑
LIGAÇÕES

Disposições construtivas das ligações por pinos

As ligações parafusadas são consideradas rígidas quando o diâmetro


de préfuração não ultrapassar o limite:

df ≤ d+0,5 mm Nas ligações com mais de oito (8) pinos, os pinos


ESTRUTURAS DE MADEIRA

adicionais devem ser considerados com apenas 2/3 de sua


resistência individual.

n0 =8+(2/3 (n-8))

Os pregos estruturais devem apresentar fyk ≥ 600 MPa e diâmetro d ≥


3 mm.
Os parafusos estruturais devem ser de aço com resistência fyk ≥ 240
MPa e diâmetro d ≥ 10 mm.
Nas ligações parafusadas o diâmetro dos parafusos devem ser
menores que t/2 e nas pregadas menor que t/5.
LIGAÇÕES

A espessura convencional t deve ser obtida segundo a


configuração da ligação.
No caso de duas peças de madeira, correspondente a corte
simples, t será a menor das espessuras t1 e t2 das peças a serem
unidas, de acordo com a Figura
ESTRUTURAS DE MADEIRA
LIGAÇÕES

No caso de três peças, correspondente a corte duplo, será adotado o


menor dos valores entre t1 , t2 /2 e t3 , conforme indica a Figura
ESTRUTURAS DE MADEIRA
LIGAÇÕES 24

ESPAÇAMENTO ENTRE PINOS


Os espaçamentos mínimos entre pinos devem ser observados segundo a
descrição mostrada na Figura
ESTRUTURAS DE MADEIRA
LIGAÇÕES - EXERCICIO

1 - Determinar a quantidade de parafusos para a ligação perpendicular


abaixo. Dados: Madeira: Conífera C30, Umidade classe (1),
Parafusos: fy,k = 600 MPa.
ESTRUTURAS DE MADEIRA
LIGAÇÕES - EXERCICIO
Solução

1. Diâmetro do pino
1.1. Determinar a espessura convencional da madeira (t)
ESTRUTURAS DE MADEIRA

1.2. Calculo do diâmetro máximo do parafuso

2. Tensão resistente na madeira na peça horizontal

3. Tensão de resistência no parafuso


LIGAÇÕES - EXERCICIO

Onde fed = 50,4 (resistência de cálculo de embutimento)


ESTRUTURAS DE MADEIRA

3.1. Força resistente em cada face de corte

4. Número de parafusos necessários


LIGAÇÕES - EXERCICIO

2 - Calcular a quantidade de pregos para efetuar a ligação entre as


peças com seções, respectivas, de (6X12) cm2 e (4X12) cm2,
conforme a figura.
Dados:
Madeira: Folhosa C40,
ESTRUTURAS DE MADEIRA

Umidade classe (1).


Pregos: fy,k = 600 MPa.
LIGAÇÕES - EXERCICIO
Solução

1. Determinar o diâmetro do prego


1.1. Valor de t (espessura convencional da madeira)
ESTRUTURAS DE MADEIRA

1.2. Calculo do diâmetro máximo do prego

2. Comprimento do prego
Escolher bitolas de pregos a ser verificadas. Nomenclatura (10.d [10.mm] x
L [mm]). Bitolas escolhidas em catálogo para serem verificadas: (44X100);
(44x94); (44x84)
LIGAÇÕES - EXERCICIO

Será utilizado o prego (44 X 94) por ter comprimento maior que o
mínimo requerido e menor que a soma das espessuras das
peças. Portanto:

3. Tensão resistente da madeira


ESTRUTURAS DE MADEIRA

4. Tensão de resistência do prego


LIGAÇÕES - EXERCICIO

4.1. Força resistente em cada prego

5. Número de pregos necessários


ESTRUTURAS DE MADEIRA

6. Posicionamento dos pregos


Serão distribuídos em 2 filas de 10 pregos. Como o número de pregos em
linha excede a 8 é necessário considerar uma valor de resistência reduzido por
pino suplementar.

Serão usados efetivamente 22 pregos de (44 X 94)

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