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A Mitologia do Preconceito Linguístico

Discentes: Hugo Rocha Nhoato; Stella Ribeiro Berton;


Marília Ramos dos Santos ; Joice Moura da Silva

Docente: Prof. Dr. Edson Rosa Francisco de Souza


Preconceito Linguístico. Bagno, M. São Paulo: Parábola
Editora. 352p, 2015.
INTRODUÇÃO
• Preconceito Linguístico

• Fomentado por diversos canais de mídia

• Reforçado pelo ensino e materiais didáticos

• Pouco conhecido e reconhecido

• Ausência de uma política pública linguística


" O Português do Brasil apresenta unidade
Mito nº 1
surpreendente "

 Não reconhece a diversidade linguística do país


Não existe uma língua uniforme e
 Imposição da norma culta homogênea

 Negação do caráter multilinguístico


Variedades de centros urbanos >
Variedades de zonas rurais,
periferias
Grande Extensão
Territorial

Variedades
Estigmatizadas
Desigualdade
Social
"Norma culta" (variedade prestigiada) >
variedades estigmatizadas
Variedade Estigmatizada não reconhecida
"SEM-LÍNGUA" como válida, ridicularizada, discriminada

Exclusão Comunicacional e de acesso.

Organizar Políticas Públicas de


Necessidade de reconhecer a diversidade Integração de populações
linguística Brasileira marginalizadas e falantes da
variedade de pouco prestígio social
Abordagem Pedagógica que leve em
Campo da Educação/Ensino
consideração a diversidade dialetal
Reconhecer e conhecer
a realidade sócio-
linguística

Não é a legitimação do uso de Por meio da


das variedades estigmatizadas escolarização Apropriação da variedade para
em detrimento da variedade que o indivíduo possa se
prestigiada ou da norma apropriar de diferentes esferas
padrão tradicional de produção da linguagem
"A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela
sempre existiu e sempre existirá, independente de qualquer ação normativa.
Assim, quando se fala em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que
os constitui de muitas variedades. Embora no Brasil haja relativa unidade
linguística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de
emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não
somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões,
como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala." (BRASIL, 1998, p.
29).

"Cabem também reflexões sobre os fenômenos da mudança linguística e da variação


linguística, inerentes a qualquer sistema linguístico, e que podem ser observados em
quaisquer níveis de análise. Em especial, as variedades linguísticas devem ser objeto de
reflexão e o valor social atribuído às variedades de prestígio e às variedades
estigmatizadas, que está relacionado a preconceitos sociais, deve ser tematizado.
"(BNCC)
" Brasileiro não sabe português/Só em Portugal
Mito nº 2
se fala bem português"

• Mentalidade Colonialista Complexo de inferioridade


Português do Brasil Português do Portugal

• Vocabulário

• Construções Sintáticas Português - Brasileiro


• Pronúncia

P. portugal - Eu o vi P. portugal – Estou a andar

P. brasileiro- Eu vi ele P. brasileiro- Estou


andando
Visão de ensino na perspectiva Desconsidera que mesmo o português de
do português de portugal portugal possui variações

Reprodução
Mito da soberania de
Ensino de língua estrangeira
uma língua pela outra

Confusão entre língua e a


gramática normativa dessa língua
Mito nº 3 ''Português é muito difícil.''

• Ensino da língua baseado na norma gramatical literária de Portugal

'' As regras que aprendemos na escola


em boa parte não correspondem à
língua que realmente falamos e
escrevemos no Brasil.''
(BAGNO,2015)
'' Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua.'' (BAGNO,2015)

'' Saber uma língua, na concepção científica da linguística moderna, significa conhecer
intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as regras básicas de
funcionamento dela.'' (BAGNO,2015)
''Se tanta gente continua a repetir que
'português é difícil' é porque o ensino
tradicional da língua no Brasil não leva em
conta o uso brasileiro do português.''
(BAGNO,2015)
''A ideia de que
'português é difícil'
serve como mais um
dos instrumentos de
manutenção do status
quo das classes sociais
privilegiadas.''
(BAGNO,2015)

Sustentar que ''português é muito difícil'' é cavar uma profunda trincheira


entre os poucos que ''sabem a língua'' e a massa enorme de ''asnos''.
- Luiz Antonio Sacconi
Mito nº 4 “As pessoas sem instrução falam tudo
errado”
"O lugar onde melhor se fala
Mito nº 5 português no Brasil é o Maranhão

•Posição de submissão em relação ao português de Portugal:


•Utilização do pronome TU;
•Reorganização do sistema pronominal: VOCÊ;
•Rio Grande do Sul: Tu vai, tu foi, tu veio, etc.
•Pernambuco: Tu acha?

Esse é um bom livro para ti ler ...para mim ler


Esse é um bom livro para tu leres
Argumentos
Pasquale Cipro Neto à
Veja (10 set. 1997):
Científicos??

"Carioca é o que se Ciência linguística


expressa melhor sob a contemporânea.
ótica da norma culta"

"dois pastel", "acabou as Variedades da


ficha" é um horror língua - tesouro
precioso.
"Não existe nenhuma variedade
nacional, regional ou social que
seja intrinsicamente "melhor",
"mais pura", "mais bonita",
"mais correta" que outra. Toda
variedade linguística atende às
necessidades da comunidade de
seres humanos que a
empregam". (BAGNO, 2015; p
73).
"O certo é falar assim porque se
Mito nº 6 escreve assim"

• Um pernambucano: TÉ-atru;
• Um carioca: TCHI-atru;
• Um paulistano: TÊ-atru.
"Muleque, bêjo, minino, bisôro

Resultado da história social e cultural


de cada canto do Brasil

Fenômeno natural e inevitável na


vida das línguas
Pintor surrealista belga René
Magritte (1898 – 1967)

Tentativa de representação, pois


não existe nenhuma ortografia
em nenhuma língua do mundo
"Isto não é um cachimbo" que consiga reproduzir a fala
com fidelidade
• Século XX - língua falada como objeto de estudo científico; é nela
que ocorrem as variações; precede a língua escrita;
• No Brasil: mais de 180 línguas ágrafas (sem forma escrita), passamos
muito tempo só falando;
• Tem coisa que a gente diz e não escreve: a nasalidade do ditongo ui
em MUITO;
• Tem coisa que a gente escreve mas não pronuncia: o h em HOMEM,
HOJE e HINO;
• A forma escrita não é capaz de traduzir as intenções pretendidas
pelo falante;
• Gramática tradicional: desprezo pelos fenômenos da língua oral;
• Língua literária: única forma legítima de falar e escrever.
Mito nº 07 "É preciso saber gramática para
falar e escrever bem"

São os primeiros a
Todos os gramáticos seriam dizer que gramática
grandes escritores. não é pra eles
Bons escritores seriam
especialistas em gramática
Carlos Drummond de Andrade

Esquisitas + Antipáticas
Inversão da realidade histórica

Gramáticas foram criadas para descrever e fixar regras e padrões


das manifestações linguísticas usadas espontaneamente pelos
escritores considerados "modelos", dignos de admiração.

A gramática normativa é decorrência da língua, é subordinada a ela,


dependente dela.

A gramática normativa está condenada ao fracasso, já que a linguagem é um


fenômeno dinâmico e as línguas mudam com o tempo; e para continuar a
expressar o poder social, a gramática normativa deveria mudar.
Século VI a.C.
Homero

V e IV a.C.
Platão
Século II a.C
Primeira gramática Grega
Na Idade média, o Latim já era considerado uma língua morta.

Na ausência de falantes nativos, a língua só podia ser aprendida por meio


das velhas gramáticas e pelas leituras dos clássicos.

As aulas de línguas eram feitas com base na análise sintática de


frases soltas
Somente depois de muita leitura e muita escrita é que
a escola poderá levar o cidadão a refletir sistematicamente
sobre o fenômeno da língua e da linguagem, a compreender
que ele funciona segundo as regras.

É infinitamente mais útil e relevante aprender a usar a língua e


não aprender sobre a língua.
O domínio da norma-padrão é um
Mito nº 08
instrumento de ascensão social"

PROFESSORES
????????????
Mito 01
Questões sociais
Mito 08
O domínio da norma padrão de nada vai servir a uma pessoa
que não tenha acesso:

Tecnologias modernas
Avanços da medicina
Emprego bem remunerado
Participação ativa e consciente das decisões políticas
Homens, brancos, heterossexuais

Uma mulher negra, por exemplo,


mesmo que se apodere completamente
das formas prestigiadas de falar e de
escrever, continuará tendo
oportunidades infinitamente menores
de ascensão social do que qualquer
homem branco.
Falar de língua é falar de política, e em nenhum momento
essa reflexão política pode ser ausente de nossas posturas
teóricas e de nossa atuação concreta como cidadão, professor
e cientista. Do contrário, estaremos apenas contribuindo para
a manutenção do preconceito linguístico e do irmão gêmeo
dele: O CÍRCULO VICIOSO DA INJUSTIÇA SOCIAL.
OBRIGADO !!!!!

OBRIGADU!!!!

BRIGADU!!!!

VALEU !!!!

AGRADECIDO!!!!!

GRADECIDU!!!!!

É NÓIS!!!!

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