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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES II
PROF. DOUTORA ANA
SANTANA SOUSA

Literatura marginal:
multiplicando a
linguagem escolar

Gisele Bonifácio, Mariane Nunes,


Rayane Carvalho, Tarsila Martins
Introdução
• O projeto ocorreu na Escola Estadual Professor João Tibúrcio, localizada na cidade de Natal, no
bairro Alecrim;

• Participação dos 28 alunos do 9o ano “A”. A realização dessa atividade teve carga horária semestral
de 30 horas;

• Escolhemos trabalhar literatura marginal pela forma como é caracterizada: o uso da linguagem
coloquial, o excesso de gírias, os assuntos do cotidiano, os textos com liberdade de formatação e
estilo.
Objetivos
OBJETIVO GERAL

Realizar ação de leitura no 9º ano “A” da Escola Estadual Prof. João Tibúrcio trazendo a
literatura marginal como impulsionador para tal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Compreender o contexto de criação da literatura marginal;


● Estabelecer relações entre a literatura marginal e a realidade em que estão inseridos;
● Perceber a adequação da linguagem;
● Correlacionar a literatura marginal ao hip-hop brasileiro;
● Produzir uma interpretação do gênero Literatura Marginal;
Cenário contemporâneo

Ferréz, por exemplo, é considerado um grande expoente da


Literatura Marginal contemporânea, para ele sua arte revela
pertencimento e identidade, faz com que a periferia seja
representada. A literatura, ao propiciar essa representatividade e
liberdade maior para expressão, pode servir de canal para a
comunicação, para a compreensão de si mesmo e dos outros. Assim,
é construída uma identidade autêntica, desvencilhando-se do que é
considerado Arte pelas classes dominantes.
Cenário contemporâneo
A identidade da periferia torna-se uma forma de criar o seu próprio imaginário, sendo
matéria primordial para a identificação do sujeito. Nesse sentido, a literatura assume o
papel de emancipação interior de um grupo desprivilegiado. Por isso, a Literatura,
como toda forma de Arte, é considerada um direito a todos, um bem inegável cujo
caráter humanizador nos coloca como cidadão pensante no mundo, conforme Candido
(1995):

“Entendo por humanização o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos
essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o
próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da
beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura
desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e
abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante (CANDIDO, 1995, p.249).”
Metodologia
15/09 21/09 13/10 27/10 03/11 10/11

Observação da Definição da Apresentação Aula sobre a Aula cancelada Avaliação e


escola e turma para do projeto à Literatura por falta de encerramento
pesquisa de aplicação do professora Marginal, merenda. do projeto.
dados junto à projeto (9º A). supervisora leitura e
bibliotecário distribuição e discussão de
com o intuito preenchiment dois contos do
de conhecer o o de um livro “Ninguém
hábito de questionário é inocente em
leitura das com os alunos. SP” de Ferréz,
turmas do e
nono ano. apresentação
de um rap.
Questionário
1. Você gosta de ler?
( ) Sim ( ) Não
2. Você gosta das aulas de leitura e compreensão de textos?
3. Você tem dificuldade ao responder as perguntas relacionadas aos textos estudados em sala de aula?
4. Quais livros você procura na biblioteca?
( ) Só os que o (a) professor (a) pede
( ) Outros livros que gosto de ler
( ) Aventura ( ) Curiosidades ( ) HQ / Gibis ( ) Jornal ( ) Poesia

( ) Bíblicos ( ) Suspense ( ) Terror / Guerra ( ) Fábulas ( ) Contos

( ) Sagas ( ) Livros históricos ( ) Curiosidades ( ) Gregos ( ) Ilustrados

5. Em sua opinião, qual a importância da leitura para o indivíduo na sociedade?


Resultado do questionário

18

16

14

8
4

3
GOSTA DE LER GOSTA DAS AULAS DE JÁ TEVE CONTATO COM
PORTUGUÊS OBRAS MARGINAIS
Resultado do questionário

18
8

GOSTA DE LER APENAS OS LIVROS QUE O GOSTA DE LER OUTROS LIVROS


PROFESSOR PEDE
1

Figura 1: Folheto sobre


literatura marginal
2 3

Figuras 2 e 3: Alunos do 9”A” acompanhando a leitura dos contos.


Raps produzidos pelos alunos
Grupo 1 Grupo 2

A mulher guerreira sai pra trabalhar A alegria vem do berço, só agradeço


Todo dia chega cansada de lutar mas vejo a sociedade sofrendo desde o
E ainda tem a sociedade para atrapalhar começo
Não entendo como podemos relevar,
Seu marido babaca ainda se acha nodireito por isso eu faço rap só pra demonstrar
de mandar Vejo famílias desesperadas por causa do
Ela sente vontade de para desemprego
Mas se ela para quem vai ter história pra E corruptos mandando no governo do Brasil
contar inteiro

2x
Grupo 3 Grupo 4

Tava na cidade Meu nome é Maria, venho do planalto, lá


andando por ai tem muita areia e pouco asfalto.
quando chego um cara e apontou a Meu nome é Lorena, nasci em Natal, moro
arma pra mim na guarita e estudo em escola estadual.
pediu meu dinheiro Meu nome é Léia, minha família não me
pediu meu celular aceita do jeito que eu sou, por ter fama de
fiquei paralisado machona e pique de jogador.
não sabia o que falar Meu nome é Helicley, de tudo eu já sei, sou
me deu uma coronhada e começou a da esperança, desde criança.
sangrar Meu nome é Rayane, tenho 15 anos,
pegou tudo que eu tinha conhecida como Ray no pedaço onde eu
correu sem menos olhar, moro.
procurei em volta Somos 5 amigas, as mais odiadas
não tinha quem me ajudar. conhecida nessa escola, rechonhecida
como nada.
Grupo 5 Grupo 6

Humanos compram, Humanos roubam, A vida é uma só


Humanos que ajudam Humanos um dia tá de chuva, outro dia tá de sol.
gosta muito de falar mais não fazem A vida é uma beleza
nada pra demonstrar O pai sai pra trabalhar
Humanos que querem a paz em toda a e colocar comida na mesa
terra A vida é uma loucura
mais só gosta de confusão e guerra tipo Halloween, muitas travessuras.
Humanos so julga ___________________________________
mais se enxergam nenhum ?? __________
Humanos ?? Vida boa, vida bela
O rapaz da janela, assobia para a moça
tão bela.
Vida longa, vida curta.
pobre moça, de saia tão curta.
4
Grupo 7

essa mina é estudiosa


quando ela passa os boy
diz que ela é gostosa
e ficou muito irritada
com a forma que é
tratada
isso, isso
isso é machismo

Figura 4: alunos fazendo as produções em grupos.


Considerações finais
Acrescentamos a vivência escolar dos alunos a noção de que eles podem atuar
como protagonistas e autores ao interpretar e descrever a sua percepção de
mundo. C0ontribuímos positivamente para a compreensão do contexto de
criação e da Literatura Marginal ao apresentarmos aos alunos um folheto com
informações relacionadas ao tema e discutir juntamente com eles, em sala de
aula, as características e a origem dessa Literatura. A partir dos raps produzidos
pela turma, é visível a correlação que eles fizeram da literatura marginal com o
hip-hop brasileiro.
Referências

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas
Cidades, 1995.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Editora
Contexto, 2009.
FERRÉZ. Terrorismo Literário. In: FERRÉZ (Org.). Literatura Marginal: talentos
da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005.
_____. Ninguém é inocente em São Paulo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam – São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989

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