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Neuropsiquiatria II

Prof. Enf. Gabriela Zanin


Para refletir ...

• Nem o progresso das ciências


tecnológicas, nem a perseverança das
crenças religiosas, nem a extensão da
educação formal às populações em todo
o planeta conseguiram evitar as tragédias
do crescimento das taxas de depressão,
suicídio e ansiedade.
• Quem cuida da mente, cuida da vida. De
toda vida e de toda a vida.
Tristeza não é depressão
• Tristeza e alegria são sentimentos naturais da vida humana.
• Muitas pessoas enfrentam situações estressantes ao longo da vida
• Algumas vezes, a depressão pode ser desencadeada por algum
evento estressante, o qual chama-se gatilho; outras vezes pode surgir
aparentemente
TRANSTORNOS DE HUMOR

• São alterações do humor ou afeto, usualmente para


depressão ou mania.
• Suas causas são multifatoriais.
• “Os transtornos de humor são considerados um enorme
problema de saúde pública devido à perda de
funcionalidade do portador, piora da qualidade de vida e
íntima relação com outras doenças clínicas (...). Por isso, é
muito importante estar atento aos sintomas, descartar a
ideia de que oscilações de humor constituem apenas
características pessoais (...)”. (José Alberto Del Porto)
Vulnerabilidade biológica

Vulnerabilidade psicológica

Acontecimento estressante
Ativação dos Atribuições negativas Problemas de relacionamento
hormônios do Sensação de desespero interpessoal e ausência de
estresse sobre os Atitudes disfuncionais apoio social
neurotransmissores Esquema negativo

Transtorno de humor
1. Transtorno depressivo

• Os sintomas causam um sofrimento


significativo, com prejuízo no
funcionamento social, ocupacional
ou em outras áreas da vida.
• As manifestações depressivas são
muito variáveis e extremamente
dependentes da estrutura psíquica
do indivíduo.
• A cultura também apresenta grande
influência na forma como a
depressão será vivida e comunicada.
1.1 Sintomas

• Segundo o CID-10, o Episódio Depressivo é caracterizado por:


• - humor deprimido
• - perda de interesse e prazer
• - diminuição ou aumento do apetite
• - insônia terminal ou hipersonia
• - agitação ou retardo psicomotor
• - fadiga ou falta de energia
• - sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada
• - diminuição da capacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões
• - pensamentos de morte; ideação suicida; tentativas de suicídio
1.2 Classificação

• O Episódio Depressivo é
classificado segundo a sua
gravidade em:
• · Leve
• · Moderado
• · Grave Sem Sintomas Psicóticos
• · Grave Com Sintomas Psicóticos
1.3 Tratamento

• Combinação de farmacoterapia e
psicoterapia.
• Cerca de 2/3 dos pacientes
melhoram com o auxílio de
antidepressivos.
• É preciso pelo menos 2 semanas
para que a medicação comece a
surtir efeito.
• Importante ter mudanças no
estilo de vida
VOCÊ SABIA?

• A depressão entre as mulheres


também está relacionada com
suas questões hormonais. Os
fatores sociais e econômicos
adversos podem agravar e/ou
explicar o aparecimento da
depressão em muitas delas
(MÁXIMO, 2011)
VOCÊ SABIA?
• “A depressão não tem hora nem lugar para aparecer. Pode surgir em
qualquer pessoa independente do sexo, idade, condição social ou
econômica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até
2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando
mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo
câncer e doenças cardíacas.”
1.4 Frases comuns ditas por portadores de
depressão
• “Eu não aguento mais”.
• “Eu quero morrer”.
• “Me tire daqui, Deus”
• “Se eu morresse, seria melhor pra
todo mundo.”
• “Deus podia me levar.”
1.5 O que não devemos dizer:

• “Há pessoas bem piores que você.”


• “Isso é só para chamar atenção.”
• “Isso é falta do que fazer!”
• “Depressão é frescura. ”
• “Depressão é falta de Deus no coração. ”
• “Remédio para quê? ”
• “Depressão não é doença! É coisa de sua cabeça.”
• “Você está inventando essas coisas”
1.6 Intervenções da equipe de enfermagem
• Sempre observar o potencial do cliente para suicídio e instituir
precauções
• Reorientar o cliente para pessoa, lugar e tempo
• Usar tom de voz moderado
• Ouvir o cliente. Deixar que ele saiba que você está preocupado e que
o vê como indivíduo de valor
• Fazer com que o cliente saiba que você está disponível para conversar
1.6 Intervenções da equipe de enfermagem
(continuação)

• Usar frases simples e diretas, evitar frases ou instruções complicadas


• Não interromper o discurso do cliente. Não diminuir seus
sentimentos, aceitar suas verbalizações e oferecer apoio às suas
emoções
• Encorajar o cliente a expressar seus sentimentos
• Permitir e encorajar que o cliente chore. Oferecer privacidade se ele
desejar
• Dar feedback positivo durante toda etapa do tratamento
2. Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)

• Doença mental crônica, caracterizada por


graves alterações de humor, que pode ser
repentina e variar entre 2 polos diferentes:
mania e depressão.
• Tanto durante os episódios de mania (euforia)
como os de depressão deixam os indivíduos
mais vulneráveis a outros problemas de saúde,
como: transtorno por uso de álcool e outras
drogas, distúrbios metabólicos,
cardiovasculares, endócrinos e ansiedade.
2.1 Mania
• Caracteriza-se por exaltação do humor, com aumento de energia, sem
qualquer relação com o momento que o indivíduo está vivendo.
• Nesse período, o paciente não está alegre por um motivo especial,
mas apresenta humor eufórico, irritável ou mesmo jocoso ou
arrogante.
• Delírio* de grandeza é muito comum.
• O senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações
ficam prejudicados ou ausentes, com explosões de raiva e fúria.
• Traz prejuízos para diversas áreas da vida do indivíduo.
2.2 Sintomas dos episódios de mania
• Impulsividade;
• Irritação;
• Agitação;
• Aumento da libido;
• Falta de concentração;
• Redução da necessidade de sono;
• Capacidade de discernimento diminuída;
• Pouco controle do temperamento;
2.2 Sintomas dos episódios de mania (continuação)
• Compulsão alimentar;
• Abuso de álcool e/ou outras drogas;
• Relações sexuais promíscuas;
• Gastos excessivos;
• Hiperatividade;
• Pensamentos acelerados que se atropelam;
• Fala em excesso (taquilalia);
• Autoestima muito alta.
2.3 Sintomas de episódios de depressão
bipolar
• – Tristeza profunda;
• – Apatia;
• – Isolamento social;
• – Insônia;
• – Fadiga;
• – Perda de peso;
• – Dificuldade de concentração;
• – Baixa autoestima;
• – Pensamentos recorrentes de morte e tentativa de suicídio.
• Tais sintomas costumam surgir entre os 15 e os 25 anos de
idade, mas podem se manifestar em qualquer fase da vida.
• O diagnóstico costuma ser bastante difícil e pode levar até
10 anos.
• De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, o
transtorno bipolar é a condição mental que mais causa
mortes por suicídio.
2.4 TRATAMENTO

• Não há cura, porém, tratamento.


• Medicamentos específicos, acompanhamento multiprofissional e
suporte da família e amigos, pode levar a uma boa qualidade de vida
do portador.
• Tratar a bipolaridade com antidepressivos comuns pode acentuar os
sintomas maníacos.
2.5 Possíveis complicações
• Dependência de álcool e outras drogas
• Problemas legais
• Problemas financeiros
• Problemas em relacionamentos interpessoais
• Isolamento e solidão
• Problemas profissionais e fraco desempenho no trabalho, na escola e
nos estudos em geral
• Suicídio
2.6 Intervenções da equipe de enfermagem

• Oferecer segurança física ao


cliente e às pessoas aos eu redor
• Estabelecer limites, quando
necessário
• Lembrar o cliente de que deve
respeitar os limites entre ele e os
outros
• Usar frases curtas e simples na
comunicação
3. Transtornos psicóticos ou psicose

• É uma desordem psíquica associada


a uma perda de contato do
indivíduo com a realidade.
• O indivíduo pode ter alucinações,
delírios, mudanças
comportamentais e pensamento
confuso.
• O indivíduo tem sérias dificuldades
nos relacionamentos sociais e em
executar as tarefas cotidianas.
3. Transtornos psicóticos ou psicose (continuação)

• Tem início quando a pessoa


começa a se relacionar com
objetos irreais, modificando
suas atitudes, ideias e visões
de mundo em função desse
relacionamento.
• A partir daí a realidade vai
perdendo o significado para o
paciente.
3.1 Principais sintomas

a) Pensamento confuso
• A forma de expressão é alterada, sem
conexão com as ideias.
• As frases emitidas podem não ter
sentido ou não serem claras.
• Dificuldades de concentração e
problemas de memória recente.
• A fala pode estar muito rápida ou
muito lenta.
3.1 Principais sintomas (continuação)
b) Alucinações
• São falsas percepções da realidade.
• Envolve os 5 sentidos:
- visão (vê pessoas ou coisas que não existem);
- audição (ouve vozes ou murmúrios que não existem);
- tato (tem sensações desagradáveis, como por exemplo, pode sentir
insetos subindo pelo seu corpo);
- olfato (sente cheiros estranhos);
- gustação (sente sabores desagradáveis, como por exemplo, sabor de
cinzas na comida).
3.1 Principais sintomas (continuação)

c) Delírios
• Crenças ou ideias não
baseadas na realidade.
• A intensidade deste
sintoma costuma aumentar
conforme o curso da
doença.
3.2 Tipos de delírios

• 1. Delírio persecutório ou
paranoia
Crença de que “ouras pessoas”
estão querendo prejudicar o
paciente ou estão o
espionando, perseguindo,
ridicularizando. Ex.: achar que a
comida foi envenenada, os
quartos tem dispositivos de
escuta. Algumas vezes o
“perseguidor” é o governo, o
FBI, ou até mesmo indivíduos
da própria família.
3.2 Tipos de delírios (continuação)
• 2. Delírio de grandeza
A pessoa acredita que é superior às outras pessoas, por um cargo
importante ou por ter habilidades fantásticas, como ter superpoderes,
ser Deus ou o presidente da república. Pode associar-se a celebridades
ou pessoas famosas.
• 3. Delírio referencial
A pessoa tem a convicção de que algum evento ou
objeto apresenta significado especial, como a TV, a música ou jornais.
Este se sente o centro de observação e atenção.
3.3 Sintomas gerais

• Comportamento e vestes bizarros;


• Confusão mental;
• Impulsividade (pode colocar-se em risco);
• Distorção da realidade, da consciência de
si mesmos e do ambiente;
• Pensamentos sem coerência e
organização;
• Fala desorganizada;
• Memória comprometida;
• Orientação temporal e espacial
prejudicada.
3.4 Tratamento

• Não há cura, porém tem tratamento.


• É multiprofissional, podendo algumas vezes
o paciente necessitar de atendimento
permanente.
• Farmacoterapia.
• Algumas psicoses crônicas podem exigir
tratamentos por toda a vida para controlar
os sintomas.
3.5 Possíveis complicações

• Afeta diretamente a qualidade de vida do


indivíduo.
• Desempenho no trabalho, estudos e
atividades de vida diária são
comprometidas.
• Os indivíduos normalmente são incapazes
de cuidar de si mesmos.
• Se a doença não for tratada, podem
representar risco pra si e/ou para
terceiros.
3.6 A psicose pode ocorrer em diversos casos:
• Transtorno bipolar √ • Lúpus
• Depressão grave √ • Insuficiência renal e hepática
• Esquizofrenia* • Cistos no cérebro ou tumores
• Doença de Alzheimer e outras cerebrais
demências* • Acidente vascular cerebral (AVC)
• Epilepsia • Aids
• Abstinência de álcool* • Sífilis
• Infecções e cânceres do sistema • Infecções
nervoso central • Febre muito alta
4. Esquizofrenia

• É um transtorno mental ocasionado


por alterações no funcionamento do
cérebro.
• Estas alterações levam a pessoa a
entender e experimentar a
realidade de uma forma diferenciada,
o que causa dificuldades nas relações
com o seu mundo interior e com as
outras pessoas.
• As dificuldades impostas pelos
sintomas da esquizofrenia afetam a
convivência familiar e social e
atrapalham o desempenho cognitivo.
Morrigan
4. Esquizofrenia (continuação)
• A doença evolui através de crises agudas e períodos de remissão.
• A esquizofrenia é um transtorno mental crônico  tratamento por
tempo indeterminado.
• Geralmente as crises ocorrem porque a pessoa abandona os
tratamentos ou por uma maior vulnerabilidade aos estresses da vida.
• O portador, ao passar por uma crise aguda, acredita nos pensamentos
e nas percepções que tem e sente que eles estão acontecendo.
• O portador vive momentos muito difíceis de confusão, perplexidade e
desorientação.
4.1 Principais sintomas

a) Delírios:
O portador passa a acreditar que a realidade
se apresenta de maneira diferente, suas
ideias e pensamentos apresentam
conteúdos que para ela são verdade,
mas que não estão realmente
acontecendo. Por exemplo, ela pode acreditar
que está sendo perseguida, que está
sendo filmada e, como consequência,
que tem poderes especiais ou uma missão
muito importante no mundo. Estas crenças
são uma convicção para a pessoa e não se Dionísio dos Reis Patrício
desfazem com nenhuma argumentação.
4.1 Principais sintomas (continuação)

b) Alucinações:
Os cinco sentidos ficam afetados. A
pessoa passa a ter percepções
sem que haja um estímulo externo.
Por exemplo, ouvir vozes que
comentam o seu comportamento
ou dão ordens, sem haver
ninguém falando. Também pode
sentir odores e sabores
diferentes em alimentos
saudáveis, ter visões de objetos
que não existem, ou
outras sensações táteis,
como formigamento. George Grosz
4.1 Principais sintomas (continuação)

c) Alterações do Pensamento:
Os pensamentos podem ficar
confusos. A pessoa pode ter a
sensação que seus
pensamentos podem ser lidos por
outras pessoas, ou roubados
ou que podem ser controlados. Pode
acreditar também que pensamentos
estranhos foram colocados em
sua cabeça. Esta confusão dos
pensamentos se expressa na
forma como se comunica,
aparentando dizer coisas sem
sentido.
Kate
4.1 Principais sintomas (continuação)

d) Perda da Vontade e Déficits


Cognitivos:
A pessoa passa a ter uma perda
da vontade para realizar suas
atividades. Em parte por não
sentir prazer em realizá-las e em
parte por dificuldades
novas, como, por exemplo,
relativas à memória ou devido
à dificuldade para realizar tarefas
corriqueiras de forma Morrigan

organizada.
4.1 Principais sintomas (continuação)

e) Alteração do Afeto:
Há uma dificuldade em expressar
os sentimentos e emoções,
passando a impressão de que
perdeu estas capacidades. Na
realidade a pessoa continua tendo
seus sentimentos e emoções e
fica angustiada por não conseguir
demonstrá-las. É como se as
pessoas estivessem alheias ao que
se passa à sua volta e a vida fosse
um filme monótono em branco e Kate
preto.
4.2 Tratamento

• Relação de confiança entre a


pessoa com esquizofrenia, a
família e a equipe
multiprofissional.
• O principal objetivo é tratar a
crise e prevenir recaídas.
• Farmacoterapia.
• Os tratamentos psicossociais
tem como objetivo a reinserção
social da pessoa com
esquizofrenia e ajudar a família
neste processo.

Morrigan
4.3 Padrões incomuns da fala de clientes com
esquizofrenia
Verbigeração: repetição continuada de palavras ou expressões estereotipadas que podem ou
não ter significado para o ouvinte. Ex.: “Quero ir para casa, para casa, para casa.”

Ecolalia: imitação ou repetição do que o outro diz. Ex.: Enfermeiro: “Pode me dizer como se
sente?”. Cliente: “Pode me dizer como se sente, se sente, se sente.”
Alogia: pobreza de conteúdo. Ex. Enfermeiro: “Como tem dormido?”. Cliente: “Bem, eu acho...
Não sei... É difícil dizer.”

VIDEBECK, S. L., 2012


4.3 Padrões incomuns da fala de clientes com
esquizofrenia (continuação)
Perseverança: persistência a uma única ideia ou assunto e a repetição verbal de uma
frase, mesmo que a outra pessoa tente mudar de assunto. Ex.: Enfermeiro: “Como
tem dormido ultimamente?”. Cliente: “Acho que há pessoas me seguindo.”
Enfermeiro: “Onde mora?”. Cliente: “Onde moro há pessoas me seguindo.”.
Enfermeiro: “O que gosta de fazer no tempo livre?.” Cliente: “Nada, porque há
pessoas me seguindo.”
Salada de palavras: combinação de palavras ou expressões embaralhadas,
desconectadas ou incoerentes, que não faz sentido para o ouvinte. Ex.: Milho,
batatas, saltar, jogar, grama, bola, irmão.”

VIDEBECK, S. L., 2012


4.4 Intervenções da equipe de enfermagem
• Estabelecer confiança
• Ser sincero e fraco ao comunicar-se com o cliente
• Evitar comentários vagos
• Não fazer promessas que não poderá cumprir
• Encorajar o cliente a conversar com você, mas não forçar o oferecimento
de informações
• Explicar os procedimentos antes de coloca-los em prática
• Não discutir ou tentar convencer o cliente de que os delírios e/ou
alucinações são falsos ou irreais
• Jamais transmitir ao cliente que você aceita seus delírios e alucinações
como realidade
4.4 Intervenções da equipe de enfermagem
(continuação)

• Dar feedback positivo aos êxitos do cliente


• Interagir com o cliente baseando-se em fatos reais, não lidar com o
material dos delírios
• Reconhecer e apoiar desde as pequenas conquistas do cliente
• Mostrar empatia pelos sentimentos do cliente
• Não julgar ou diminuir ou fazer brincadeiras a respeito das crenças do
cliente
• Promover a segurança do cliente e dos outros, além do direito à
privacidade e dignidade
5. Transtornos de personalidade

• Afinal, o que é personalidade?


• É um conjunto de traços psíquicos
que constituem as características
de uma pessoa, inatas
(temperamento) e adquiridas
(caráter) ao longo da vida.
• Essas características irão
estabelecer e guiar um padrão de
comportamento, que será a
maneira do indivíduo pensar,
perceber e se relacionar.
5. Transtornos de personalidade (continuação)
• É um padrão mal adaptativo das experiências pessoais, com desvios
extremos ou significativos das percepções, dos pensamentos, das
sensações e das relações interpessoais.
• Causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional.
• O tratamento é feito com terapias psicossociais e, algumas vezes,
terapia medicamentosa.
• Geralmente começam a tornar-se evidentes durante o final da
adolescência ou início da idade adulta.
5.1 Tipos de transtornos de personalidade
• Transtorno de personalidade antissocial
• Transtorno de personalidade dependente
• Transtorno de personalidade esquiva (ou de isolamento)
• Transtorno de personalidade esquizoide
• Transtorno de personalidade esquizotípica
• Transtorno de personalidade histriônica*
• Transtorno de personalidade limítrofe (Borderline)*
• Transtorno de personalidade narcisista*
• Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva
• Transtorno de personalidade paranoide
5.2 Sinais e sintomas
• Problemas de autoidentidade:
podem se manifestar como uma autoimagem instável (p. ex., as
pessoas flutuam entre verem-se como bondosas ou cruéis) ou como
inconsistências nos valores, objetivos e aparência (p. ex., as pessoas
são profundamente religiosas na igreja, mas profanas e desrespeitosas
em outros lugares).
• Questões interpessoais:
normalmente se manifestam como não conseguir desenvolver ou
manter relações íntimas e/ou insensibilidade com outros (p. ex.,
incapaz de criar empatia).
5.3 Pontos-chave
• Pessoas com transtornos de personalidade parecem muitas vezes
incoerentes, confusas e frustrantes para os outros.
• Sua autoestima pode ser inapropriadamente alta ou baixa.
• Pessoas com transtornos de personalidade podem não reconhecer que têm
problemas.
• Os tratamentos só se tornam eficazes depois que os pacientes percebem
que seus problemas são internos, não causados externamente.
• Medicamentos ajudam a controlar os sintomas específicos (p. ex., para
controlar ansiedade significativa, explosões de raiva e depressão).
• Terapias psicossociais são o principal tratamento.
5.4 Transtorno de personalidade histriônico

• Os portadores não sabem lidar com


a falta de atenção e precisam ser o
centro de todos os olhares. Para
isso, elas costumam apresentar um
comportamento sedutor
exagerado, usam a aparência física
para conseguir atenção e tendem a
dramatizar as emoções.
• Costumam ainda fazer discursos
carentes e apresentar mudanças
emocionais repentinas.
5.5 Transtorno de personalidade narcisista

• Os portadores costumam ter


fantasias de sucesso ilimitado na
vida, acreditam ser únicas e
especiais e precisam de atenção
excessiva.
• Acreditam piamente que
possuem direitos exclusivos, são
arrogantes, insolentes, invejosos
e, mesmo sem motivo, costumam
se sentir alvos de inveja alheia. E
são exploradores em suas
relações.
5.6 Transtorno de personalidade borderline

• Padrão generalizado de
instabilidade nos relacionamentos
interpessoais, instabilidade na
autoimagem, flutuações extremas
de humor e impulsividade.
• Os pacientes não toleram estar
sozinhos; fazem esforços
frenéticos para evitar o abandono
e geram crises, como
automutilação, tentativas suicidas,
que levam os outros a resgatá-los
e cuidar deles.
5.7 Intervenções da equipe de enfermagem para o transtorno
de personalidade borderline

• Promover a segurança do
cliente
• Estabelecer um contrato de
não autolesão
• Identificar sentimentos
• Moderar respostas
emocionais
• Estabelecer limites
6. Transtornos associados ao uso de álcool e
outras drogas
• História cultural do uso de
substâncias
• Fins terapêuticos, recreativos e
sacramentais
• Mudanças nas formas de uso e
apresentação
• Popularização do consumo
• Criação de políticas públicas
(caráter proibicionista)
6.1.1. Evolução das propagandas de bebidas
alcoólicas
6.1.2. Propagandas antigas de cigarros
6.1.3. Propagandas atuais de cigarros
6.1.4. Fins terapêuticos, recreativos e sacramentais do uso de
substâncias psicoativas
6.1.5. A relação do indivíduo com a
substância
Uso abusivo (acarreta danos)
X
Uso não abusivo (não acarreta danos significativos)
6.1.6. CID – 10 (Classificação Internacional de Doenças)

• Intoxicação aguda:
• perturbações da consciência, da
percepção, do afeto ou do
comportamento. Estão diretamente
relacionadas com os efeitos agudos da
substância consumida, e desaparecem
com o tempo, com cura completa, exceto
nos casos onde surgiram lesões
orgânicas ou outras complicações, como:
traumatismo, aspiração de vômito,
delirium, coma, convulsões e outras
complicações médicas.
6.1.6. CID – 10 (Classificação Internacional de
Doenças) (continuação)
• Uso nocivo para a saúde
• Modo de consumo de uma
substância psicoativa que é
prejudicial à saúde. As
complicações podem ser físicas
(ex.: hepatite) ou psíquicas (ex.:
episódios depressivos
secundários a grande consumo
de álcool).
6.1.6. CID – 10 (Classificação Internacional de
Doenças) (continuação)
• Síndrome de dependência
• Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos
que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância
psicoativa, associado ao intenso desejo pela substância, à dificuldade
em controlar o consumo, tentativas frustradas em diminuir ou cessar
o consumo, organização de sua rotina em favor do uso e aquisição da
substância, aumento da tolerância (necessidade de consumo de
doses cada vez mais altas e em maior frequência).
6.1.6. CID – 10 (Classificação Internacional de
Doenças) (continuação)
• Síndrome de abstinência
• Ocorre quando há uma
interrupção lenta ou
abrupta de uma substância
psicoativa que foi
consumida por um período
prolongado. A síndrome de
abstinência pode se
complicar pela ocorrência
de convulsões.
6.1.7. Síndrome de Abstinência Alcóolica -
SAA
• Indicador da existência de dependência, sinalizando consumo crônico
e abusivo.
• É desencadeada quando o indivíduo diminui ou cessa a ingestão de
álcool abruptamente.
• Os sinais e sintomas mais comuns da SAA são agitação, ansiedade,
alterações de humor (irritabilidade, disforia), tremores, náuseas,
vômitos, taquicardia, hipertensão arterial, entre outros. Podendo
evoluir com complicações como alucinações, Delirium Tremens*,
convulsões e óbito.
Delirium tremens
Delirium tremens é a forma mais severa de SAA, é uma emergência médica.
Apresenta:
 Confusão mental e desorientação;
 Agitação extrema às vezes requerendo contenção*;
 Tremores grosseiros;
 Instabilidade autossômica (flutuações de pulso, PA);
 Distúrbios hidroeletrolíticos e hipertermia;
 Alucinações visuais intensas e sensoriais podendo ou não apresentar
convulsões.
6.1.8. Critérios diagnósticos para a síndrome de abstinência ao
álcool (SAA)- OMS

• Deve haver evidência clara de interrupção ou redução do uso de álcool


(1) Tremores da língua, pálpebras ou das mãos quando estendidas;
(2) Sudorese;
(3) Náusea, ânsia de vômitos ou vômitos;
(4) Taquicardia ou hipertensão;
(5) Agitação psicomotora;
(6) Cefaleia;
(7) Insônia;
(8) Mal-estar ou fraqueza;
(9) Alucinações visuais, táteis ou auditivas;
(10) Convulsões.
6.1.9. Tratamento da SAA
• Visa a segurança e o tratamento efetivo da abstinência, isto é, a
prevenção de agravamento do quadro com convulsões, alucinações
ou a evolução de delirium tremens.
• Objetivos:
• Aliviar os sintomas existentes;
• Prevenir o agravamento do quadro com convulsões e delirium;
• Vincular o paciente ao tratamento da dependência propriamente
dito;
• Prevenir a ocorrência de síndromes mais graves no futuro.
6.2. Intervenções de enfermagem na SAA
• Atitude receptiva, acolhedora, sem julgamento moral;
• Tranquilização do paciente ,evitar gestos ameaçadores e oferecer
segurança;
• Oferecer local seguro, cadeira, maca com proteção lateral, maca com
cabeceira elevada;
• Ambiente tranquilo, sem ruídos;
• Estimular a hidratação oral;
• Monitorar pulso, pressão arterial, nível de consciência e hidratação;

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