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Mensagem

«A Mensagem é algo mais , muito mais, que uma


viagem temporal e espacial pela mitologia, pré-
história e História de Portugal. É essencialmente
uma viagem pelo mundo labiríntico dos mistérios e
enigmas e dos símbolos e signos secretos, em
demanda da verdade.»
António Cirurgião, O Olhar Esfíngico da Mensagem de Fernando Pessoa
Génese da obra
Contexto de crise :
A morte de D.Sebastião em Alcácer-Quibir, em
1578; O Ultimatum Inglês de 1890 que
aprofunda a crise da monarquia e determina o
Regicídio de 1908 .
Leva Fernando Pessoa à criação de uma obra,
a que, inicialmente, deu o nome de
«Portugal» e que servia de exaltação e
incitamento a um país adormecido.
• A criação de 44 poemas que constituem a obra começou em
1913, com a publicação de «D.Fernando, Infante de
Portugal», com o título de «Gládio»; a primeira versão dos
doze poemas que constituem a segunda parte(«Mar
Português») foi publicada na revista Contemporânea, em
1922; a maioria dos poemas de «Brasão» foram escritos nos
últimos meses de 1928; os poemas restantes foram
compostos em 1934, nos meses que antecederam a
publicação da obra.(21 anos)
• Pessoa escolheu a data de 1 de dezembro de 1934 para
publicar a sua obra, por nesse dia se comemorar a
Restauração da Independência Nacional, que se coaduna,
afinal, com a temática nela desenvolvida – a exaltação
nacionalista e o incitamento patriótico, que o título inicial,
Portugal , deixava adivinhar.
Mensagem
• Coletânea de 44 poesias, em geral breves
divididas em três partes:
• 1ªparte-« Brasão» (cinco partes)- 19 poemas-(os
heróis históricos e míticos da Fundação).
• 2ªparte-«Mar Português»-12 poemas- (a parte
mais épica da obra, referente à luta com o Mar e
à construção do Império)
• 3ªparte-«O Encoberto» (três partes)- 13 poemas
- (depois da queda, o Sebastianismo: o apelo e a
esperança da vinda do Salvador)
• A Mensagem abre com a frase em
latim:«Benedictus Dominus Deus noster qui
dedit nobis Signum» ( Bendito seja Deus
Nosso Senhor que nos deu o sinal) e encerra
com outra «Valete, Frates»( «Saúde,
Irmãos»).
• Nesta frase de abertura refere-se o poeta a
uma dádiva de Deus e na frase de fecho faz
votos para que os destinatários dessa dádiva
saibam convertê-la em meio de salvação.
1ª Parte- Brasão
• Brasão-epígrafe-«Bellum sine bello»(«Guerra
sem guerra»)
• A guerra que os Portugueses terão de travar
no futuro Quinto Império será uma batalha
espiritual.
• Esta 1ª parte divide-se em 5 secções,tantas
como os componentes do brasão: Os Campos
(2), Os Castelos (7), As Quinas (5), A Coroa(1),
O Timbre(3).
• A apresentação processa-se da periferia para o centro e
da base para o cimo e o aparecimento das personagens
por ordem cronológica, desde os tempos míticos Ulisses
até ao tempo histórico de Portugal (D. Sebastião).

• Há dois poemas para Os Campos;


o dos castelos e os das quinas; há
sete para Os Castelos, por serem
sete os castelos tomados aos
mouros por D. Afonso III, aquando
da conquista definitiva do Algarve;
há cinco para As Quinas, por serem
as chagas de Cristo;há um para A
Coroa; e há três para O Timbre,sen
do um para a cabeça e dois para as
asas do Grifo.
Heróis do Brasão
Infante D. Henrique
(O mentor dos Descobrimentos; o criador de civilização)
Cabeça do Grifo
D.João II- asa Afonso de Albuquerque-
esquerda do Grifo asa direita do Grifo

D.Nuno Álvares
Pereira- coroa
D.Duarte ( rei )
D.Fernando (infante)
D. Pedro (regente) Ulisses, Viriato, Conde Henrique,
D.João (Infante) D.Teresa, D. Afonso Henriques,
D.Sebastião (rei)- quinas D.João I, D. Filipa de Lencastre-
Os sete castelos da alma
coletiva, os sete degraus para a
perfeição, as sete lâmpadas
através das quais a vontade
divina clarifica a sua vontade e a
faz prevalecer.
Simbologia do Grifo
• Ave fabulosa com bico e asas de águia e corpo
de leão: reunião do conhecido com o
desconhecido, do Ocidente com o Oriente e,
em termos ocultistas, o domínio do espírito
sobre a matéria ( repare-se que não se atribui
nenhuma figura histórica ao corpo).
2ª Parte- Mar Português
• Mar Português – epígrafe - « Possessio
Maris»(«Posse do mar») por parte dos
Portugueses.
• Esta parte é constituída por 12 poemas (
Doze trabalhos de Hercules , Doze batalhas
do rei Artur.. Como eles, os portugueses
terão de enfrentar mil perigos para
alcançarem a posse dos mares).
Síntese
• O Infante concebe a ideia de um império marítimo português (« O
Infante»); partem as suas naus em busca de novas terras(
«Horizonte»); Diogo Cão toma oficialmente posse, em nome de
Portugal, das terras descobertas(« Padrão»);o Mostrengo quer pôr
termo a essa aventura (« O Mostrengo»), mas é simbolicamente
vencido por Bartolomeu Dias, ousadia que virá a pagar com a vida
(«Epitáfio de Bartolomeu Dias»); as outras nações europeias
tentam a aventura marítima, mas os seus feitos não passam de
uma sombra dos feitos de Portugal(«Os Colombos»); prosseguem
as caravelas do Infante e encontram as terras do Ocidente,
especificamente o Brasil («Ocidente»); descobertos todos os
novos continentes e ilhas sem fim, os nautas realizam uma viagem
de circum-navegação,proeza que as forças adversas do universo
irão punir («Fernão de Magalhães»); obreiros de gestos heroicos,
os marinheiros são convertidos em semi-deuses e ascendem ao
Olimpo, como acontecia na Antiguidade ( «Ascensão de Vasco de
Gama»)
Síntese -conclusão
• Sujeito às leis inexoráveis do tempo que tudo
consome, o império marítimo português(«Mar
Português»)também morre; com a partida de
S.Sebastião, o último navegante do Mar
Português, para Alcácer-Quibir- «a noite veio»
(«A Última Nau»); mas, ansiosos por se
perpetuarem no tempo e no espaço e cientes de
que é esse o seu destino manifesto, os
portugueses imploram a Deus que lhes conceda
a graça de um império que não morra(«Prece»)
3ª parte – O Encoberto
• O Encoberto- epígrafe-(«Pax in excelsis»)-
(«Paz nas alturas»)
• Na primeira parte, Portugal realiza-se na terra.
• Na segunda parte, Portugal realiza-se no mar.
• Na terceira parte, Portugal realiza-se no céu.
• Estão presentes os quatro elementos : a
terra, a água, o ar e o fogo.
Nesta 3ª parte anuncia-se a «paz nas alturas», o
que significa que o Quinto império, a criar sob a
égide de Portugal, será essencialmente um império
do espírito, realizado sob o signo da Terceira Pessoa
da Santíssima Trindade- O Espírito Santo.
História de Portugal compreende três idades:
1ª-Fundação do reino e preparação para a expansão
ultramarina (1ª dinastia);
2ª-Expansão ultramarina, com as suas descobertas,
conquistas e evangelização (2ª dinastia)
3ª-Santificação e glorificação do mundo, que será a
dinastia que há de vir.
• Na Mensagem não há quatro dinastias na
história de Portugal. No final da segunda ,
Portugal morre e é sepultado com D.
Sebastião e é como se não existissem as
dinastias filipina e brigantina. A terceira
dinastia será a que há de vir a seguir à
ressurreição e ao regresso de D. Sebastião.
O Encoberto
• A terceira parte da Mensagem está dividida em
três secções, com um total de treze poemas:
• Os Símbolos ( 5 poemas):«D. Sebastião»,«O
Quinto Império», «O Desejado», «As Ilhas
Afortunadas» e «Encoberto»
• Os Avisos ( 3 poemas): «O Bandarra», «António
Vieira»,e «Screvo meu livro à beira-
mágoa»(Fernando Pessoa)
• Os Tempos (5 poemas):
«Noite»,«Tormenta»,«Calma»,«Antemanhã» e
«Nevoeiro»
• No domínio dos «Símbolos», a primeira coisa
a notar é que D. Sebastião aparece três vezes,
sob três nomes diferentes ,com atribuições
distintas, em analogia com a unidade e
trindade de Deus: D. Sebastião. O Desejado e
o Encoberto são só um ser em três pessoas:
Pai ,Filho e Espírito Santo.
Estrutura tripartida

Vida
Mar Português

Nascimento
Ciclo da Morte

Brasão vida da O Encoberto


pátria

Esperança
O Quinto
Império
«É a hora!»

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