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DISCURSO DA BNCC DE EDUCAÇÃO FÍSICA X TEORIZAÇÃO CURRICULAR
“teoria curricular pode ser entendida como um conjunto de argumentos que
subsidiam determinada maneira de organizar a experiência escolar, ou seja,
que oferecem fundamentos científicos para planejar o percurso dos
estudantes (NEIRA, 2018)”.
Tradicionais: priorizam questões convencionais e técnicas na construção e
organização curricular, empregando uma cientificidade desinteressada das
questões político-sociais. O conhecimento é tido como verdadeiro,
inquestionável e constituinte das virtudes humanas.
Progressivistas: foco na aprendizagem dos alunos baseada nas suas
experiências e interesses (John Dewey).
Críticas: Materialismo histórico-dialético com movimentos de
contestação (1960) que tencionam denunciar os modelos reprodutores
do sistema que mantêm a estrutura social de forma injusta e que
reforçam as relações de dominação de um grupo sobre outro.
Pós – críticas: Nutrem-se do pensamento crítico, mas questionam seus
limites. Colocam em dúvida as noções de emancipação e libertação
DISCURSO DA BNCC DE EDUCAÇÃO FÍSICA X
TEORIZAÇÃO CURRICULAR
Tecnocráticas: mecanismos de controle e ampliação da
eficiência do ensino e da aprendizagem (John Bobbitt e Ralph
Tyler). Racionalidade na definição e progressão dos objetivos
educacionais (Benjamin Bloom e Robert Mager).
Tempos neoliberais = a perspectiva tecnocrática fortaleceu
seus fundamentos psicopedagógicos e atualizou a terminologia,
deu vazão à chamada pedagogia das competências,
reconhecida como ‘‘neotecnicismo’’ (Saviani, 2008).
O discurso da BNCC está alinhado com as teorias
curriculares tradicionais.
Muitos estudos sobre currículo sinalizam as influências das
teorias críticas e, principalmente, das pós-críticas, num esforço
de responder aos dilemas postos pela contemporaneidade.
ANÁLISE DA BNCC DE EDUCAÇÃO FÍSICA
BNCC = Imersa em redes de poder e verdade e em discursos
circulantes por meio dos quais certas concepções de trabalho
docente, educação física, escola e educação foram validados.
BNCC = elaboração de currículos dos sistemas de ensino, das
propostas pedagógicas das escolas, alinha políticas e ações em
torno da formação de professores, avaliação e critérios de
infraestrutura para o desenvolvimento da educação.
‘‘um documento de caráter normativo que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica’’ (Brasil, 2017, p. 07, negrito do autor).
‘‘princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação
humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva’’ (Brasil, 2017, p. 7).
ANÁLISE DA BNCC DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Tipologia dos conteúdos proposta por Coll (1997): aprendizagens essenciais
ou habilidades a serviço do desenvolvimento de competências definidas.
‘‘como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana’’ (Brasil, 2017, p. 8).
Vertente tecnocrática de Tyler (1974) expressando-a naquilo que Perrenoud
(1999) define como competências.:
[...] um especialista é competente porque simultaneamente: (a) domina, com
muita rapidez e segurança, as situações mais comuns, por ter à sua
disposição esquemas complexos que podem entrar imediata e
automaticamente em ação, sem vacilação ou reflexão real; (b) é capaz de,
com um esforço razoável de reflexão, coordenar e diferenciar rapidamente
seus esquemas de ação e seus conhecimentos para enfrentar situações
inéditas (p. 27).
JUSTIFICATIVA:
Argumentos inconsistentes:
Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais:
movimento corporal como elemento essencial; organização
interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica
específica; e produto cultural vinculado com o
lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o corpo e a saúde
(Brasil, 2017, p. 211).
Movimento corporal como elemento essencial = psicologia
desenvolvimentista. Desconsidera as contribuições dos estudos da
cultura, nos quais a gestualidade, tratada como forma de linguagem,
ganhou evidência.
Incoerência: presença de jogos eletrônicos.